Os Diamantes Azuis
De Juvenil Tomá
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Os Diamantes Azuis - Juvenil Tomá
Os Diamantes Azuis
Luzes e Bolhas
Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face.
Coríntios 13 12
Juvenil Tomás
1
ÍNDICE
2
INTRODUÇÃO À SÉRIE: OS DIAMANTES AZUIS
Caríssimos (as),
Tudo começou com o desejo de aprofundar as reflexões sobre o polêmico e intrigante tema da vida e sua continuidade após a morte terrena. Muitos pensamentos que passavam pela minha mente, conscientemente, ou mesmo em sonhos.
Minha mãe Clotildes Maria de Melo, era uma mulher simples, porém de grande fé e força espiritual. Após seu falecimento comecei a sentir a necessidade de um maior aprofundamento espiritual, entender melhor e aceitar melhor as passagens da vida, nascimento, crescimento, morte e renascimento.
Meu tio Estanislau, o Tio Lau, era um homem alegre, brincalhão, bom jogador de truco, não era muito religioso, mas cultivava uma espiritualidade bastante acentuada.
Desejo falar também de Alebh, minha sobrinha, menina religiosa, persistente, que teve sua vida tolhida aos 14 anos. Eu poderia escrever um livro somente sobre este fato, pois foi extremamente dramático. Alebh foi sequestrada nas imediações do colégio onde estudava e assassinada. Porém antes de tudo ser esclarecido passaram-se 40 dias, nos quais ela ficou desaparecida e só depois disso seu corpo foi encontrado em um matagal.
Poderia falar do desespero e da grande angústia da família, os sobressaltos, a terrível descoberta.
Mas não vou falar muito disso, essa é a parte triste que já passou, este livro é sobre a vida, a vida que transcende a morte como a conhecemos. Este livro é sobre a grande vida, a vida maior, a vida que supera todos os obstáculos, todos os 3
sofrimentos, todas as decepções, a vida que nos leva a crescer como seres imortais e eternos. É um livro sobre esperança, vitória e paz.
Flor é a avó materna de Alebh, já vivia doente e praticamente sedada há algum tempo, alternava momentos de consciência e inconsciência (Idas e vindas). Resolveu partir poucos dias após a partida de Alebh.
E Tobias? Tobias é baseado em alguns sonhos que tive. Mas sabem aqueles sonhos que parecem muito mais que sonhos, que são tão marcantes que algum tempo depois se confundem com a realidade? Pois é, foi assim, claro que os complementei ao escrever, mas procurei ser fiel à mensagem que transmitiam.
Luz para todos!
Juvenil Tomás
4
INTRODUÇÃO AO VOLUME LUZES E BOLHAS
Amad@s.
Este é o terceiro volume da Série Os Diamantes Azuis, portanto nele aprofundamos um pouco mais a visão espiritualista.
Encontramos nossos amigos espirituais – Os Diamantes Azuis –
em experiências mais contundentes e transformadoras.
Uma nova cosmovisão da Terra e do Universo, o enfrentamento de grandes tabus da humanidade.
Experiências mais diretas com o mundo físico, a transformação de comunidades e grupos.
Incluímos também a introdução do primeiro volume – Planeta Luz – para que quem desejar iniciar a leitura da série por este volume conheça a origem dos principais personagens e entendam suas ações específicas.
A história em si é independente e não haverá prejuízo de entendimento para quem começar por aqui. Embora a recomendação, logicamente, é pela leitura da série desde o volume I. Ressaltando, no entanto, não haver entraves mais graves quando ao não acatamento desta recomendação.
O primeiro episódio desse volume tem uma relação direta com o Haiti, sua conturbada história, sua geografia e seu povo. Por isso incluímos um pequeno resumo da história do Haiti, no início do livro, para embasamento, posteriormente verão a correlação.
Luz para todos!
Juvenil Tomás
História do Haiti
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DADOS HISTÓRICOS
Até meados do século XVII a história do Haiti mistura-se com a história da antiga colônia espanhola. Nesses tempos o que hoje é Haiti era ocupado por piratas e corsários franceses.
Os Tempos Pré-colombianos
Antes da chegada de Colombo a Hispaniola ou Quisqueya
, como chamavam-na os indígenas taínos (habitantes pré-colombianos) estava ligada culturalmente ao resto das Antilhas.
Os indianos da Espanhola eram principalmente taínos (o que significa Os bons
) e arawaks,
A Descoberta e os Primeiros Espanhois.
Colombo chegou à ilha em cinco de dezembro de 1492. A nova terra foi nomeada como A Espanhola. Em pouco tempo construíram vários estabelecimentos militares e formaram-se as primeiras cidades.
No período do seu máximo esplendor, A Espanhola teve também uma vida artística muito ativa, graças às contribuições de artistas castelhanos. Porém, na segunda metade do século XVI e todo o século XVII foram tempos muito confusos, com os piratas a percorrer a zona e a progressiva perda de autoridade da Coroa Espanhola perante a crescente influência francesa.
A Ocupação Francesa e a Independência
Passados duzentos anos, os espanhóis tinham eliminado os taínos e arawaks nativos, no tempo que começavam os tempos dos bucaneros, onde a ilha de A Tartaruga, na frente do que atualmente é Cabo Haitiano (Cap Haitien), converteu-se na 6
capital corsária do mundo. A primeira divisão da ilha fez-se em 1697, na qual a Espanha era compelida a ceder metade da ilha à França. Em 1795, a França ganhou todo o território da ilha.
Os franceses repovoaram totalmente a ilha com escravos trazidos da África e foi assim que a ilha entrou em uma nova época de esplendor, chegando a ser a colônia mais rica do mundo: nessa época, Cap Français (hoje Cap Haitien) era conhecida como
A Paris do Novo Mundo
. A cana de açúcar, o café e o índigo fizeram dos colonos pessoas ricas até finais do século XVIII, quando os escravos iniciaram um movimento de resistência visando pôr fim à exploração. O poderoso sacerdote vudu Boukman deu o sinal. As centenas de plantações de cana de açúcar e moinhos foram destruídas pelo fogo, assinalando o começo da revolta.
A personalidade mais notável deste período foi Toussaint Louverture, um escravo negro que deteve os massacres e atingiu um compromisso mediante negociações pacificas entre negros e brancos, declarando mais tarde a independência da colônia.
Napoleão respondeu enviando tropas ao Haiti. Toussaint foi apresado e deportado à Europa, onde morreu em Fort de Jeux, em 1803. Seu sucessor, Jean Jacques Dessalines, venceu os franceses e declarou a primeira república negra do Novo Mundo, em 1 de Janeiro de 1804.
A nova república chamou-se Haiti, uma palavra arawak que significa terra montanhosa
. Apesar deste transcendente acontecimento, as potencias europeias rejeitaram reconhecer o Estado negro durante muitos anos, e o Haiti ficou isolado. Os conflitos políticos internos levaram às rápidas mudanças no governo, mais de 60 até 1994. De 1915 a 1934 os Estado Unidos ocuparam Haiti e logo até começos dos anos cinquenta continuaram sendo um poder por trás da cena.
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O Século XX
A época mais trágica da história do Haiti começou em 1957
com a eleição de François Duvalier como presidente. Duvalier, que havia sido doutor, tornou-se um dos ditadores mais crueis da sua época, com o apoio dos Estados Unidos, pois este país não queria ver o Haiti sob a influência comunista, como tinha acontecido em Cuba. Duvalier, conhecido pelos haitianos como
Papa Doc
reprimiu brutalmente a elite mulata e acredita-se que o número das suas vítimas atinge 200.000 pessoas. Após a sua morte, em 1971, o seu filho, Jean Claude Duvalier, tomou conta do poder e levou o país para uma decadência ainda maior. Em seis de fevereiro de 1986, após 29 anos de domínio criminoso, Baby Doc
Duvalier foi obrigado a exilar-se, passando a viver na França onde viveu uma vida de milionário.
Apesar do exílio de Baby Doc
a paz não veio logo ao Haiti.
Em 1987 chegou a nova constituição, ao mesmo tempo que grandes revoltas aconteciam na cidade de Jean Rabel, ao noroeste do país. Em dezembro de 1989 nas primeiras eleições democráticas no país foi eleito presidente Jean Bertrand Aristide, um padre católico.
Em menos de um ano após a posse, um golpe de estado derruba e exila Aristide.
A OEA não reconhece os membros da junta militar e vota uma resolução de bloqueio do país para obrigar o governo a trazer de volta o presidente. Segundo observadores da ONU e a OEA continuam as violações dos direitos humanos dos partidários do exilado Aristide.
Em fevereiro de 1994, a comissão de direitos humanos da ONU estimou 3.000 mortos no país desde o golpe militar.
Em 31 de março os Estados Unidos transferem a 8
responsabilidade da ordem no país à força de paz da ONU.
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EPISÓDIO I
LUZES E BOLHAS
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A BOLHA
Os Diamantes Azuis são chamados novamente à Terra.
Na América Central, defrontam-se com uma estranha bolha energética muito negativa, que na verdade formava uma grande prisão. Malignos ditadores e espíritos inferiores aprisionavam as almas naquela bolha, não permitindo que evoluíssem e seguissem seu caminho.
A bolha pairava sobre o Haiti, com seu tenebroso corpo de dor e se estendia por todo o triângulo das bermudas.
A nave Advanced orbitou a Terra e pousou no Centro Vivencial Planeta Luz – CVPL, no Brasil. Havia muitas pessoas trabalhando, estudando, escrevendo, meditando. Uma grande energia positiva envolvia o local. As correntes de luz espiritual saiam do local e se interligavam com outras correntes, iluminando caminhos e mentes, sensibilizando e iluminando muitas pessoas.
Porém, as correntes ainda sofriam muitas interrupções, muitas barreiras que não conseguiam transpor e, muitas vezes, acabavam se dispersando.
Jonas e os mestres do CVPL tinham consciência dessas interrupções e trabalhavam diligentemente, para penetrar essas barreiras e conectar a luz o máximo possível. Muitas pessoas eram tocadas e sua luz começava a acender, mas envolvidas no confuso emaranhado de suas vidas atribuladas, acabavam por apagar-se e se tornavam mais um ponto de interrupção da grade energética.
O CORPO DE DOR
11
Segundo Eckcart Tolle: por causa da tendência humana de perpetuar emoções antigas, quase todo mundo carrega no seu campo energético um acúmulo de antigas dores emocionais, que ele chama de corpo de dor
. Muitas nações ou pessoas possuem um denso corpo de dor. Nações ou grupos étnicos seguidamente submetidos a processos ditatoriais ou perseguições, com prisões, torturas, assassinatos e muito sofrimento, criam um forte corpo de dor coletivo.
Jonas e os mestres do CVPL já haviam identificado que os corpos de dor são fortes obstáculos às correntes de luz, que tentavam criar e expandir. Confrontado com um corpo de dor muito opaco, há um embate entre luz e dor. Não há um favorito neste embate, tudo depende da situação de cada caso: da persistência da emissão da luz e da resistência da barreira.
A luz não age pela força e sim pela delicadeza, por persistência e disponibilidade. Se alguém acende uma luz em uma sala, a luz se expande generosamente em todas as direções; mas se há qualquer obstáculo, ela não força a sua passagem, permanece ali diligentemente disponível. Se a barreira for removida ela se estenderá gentilmente, sem resistência nem revolta, por ter sido retida, por pequeno ou longo tempo e iluminará também essa nova parte que estava escura.
A luz está disponível e ilumina quem dela se aproxima, indiscriminadamente. Desse embate entre luz e dor, entre luz e trevas dependerá o futuro da humanidade. É possível um grande futuro, iluminado, com justiça e felicidade; mas isto ainda está bastante distante. O enorme egoísmo, a ganância desenfreada por riquezas e bens materiais, de todas as formas, ainda estão muito presentes e muito arraigados nos corações e mentes humanas.
Mas uma nova consciência deseja nascer na Terra. Uma 12
consciência iluminada, mais espiritual, que cultive os valores eternos inerentes à vida humana e que não está umbilicalmente presa ao poder econômico. Consciência essa, onde o bem estar e a felicidade do ser humano sejam os objetivos primordiais. E com cada indivíduo que desperta, o impulso sobre a consciência coletiva cresce, fazendo com que o processo fique mais fácil para os outros.
Desse despertar da nossa espécie, depende nosso destino como raça: a evolução ou a extinção.
Os Diamantes Azuis fazem um auto treinamento para adquirirem mais sensibilidade na visualização dos canais de luz, emanados de vários lugares e pessoas. Muitos lugares são fontes de luz: igrejas, conventos, associações e muitos outros. Porém nem todos seguem a regra, há muitos lugares e pessoas que, a princípio, deveriam ser fontes de luz, mas não são. Emaranhados com muito egoísmo, fanatismo, interpretações equivocadas ou charlatanismo consciente, ao invés de serem transmissores da luz, tornam-se obstáculos a ela.
Eles começaram a identificar as correntes de luz, fortes ou frágeis e as interrupções. Nas interrupções eles começaram a identificar uma espécie de bolha - o corpo de dor - que pairava sobre lugares ou mesmo pessoas muito inconscientes. Em locais de muito sofrimento, tais como: prisões, pontos de consumo de drogas e, às vezes até hospitais. Geralmente percebiam sobre eles grandes bolhas negativas, que interrompiam a luz.
Investigando a natureza das bolhas, começaram a identificar vários modelos, forças e formatos diferentes. Algumas eram pequenas concentrações de energias mal qualificadas. Outras maiores e mais concentradas eram inclusive capazes de reter alguns espíritos, mais frágeis, que ficavam prisioneiros, sem 13
conseguir evoluir na caminhada. Gerando ou canalizando as energias positivas criadas no CVPL e outras instituições, os Diamantes Azuis estouravam as bolhas e libertavam os espíritos, que eram orientados em como prosseguir. Os mais frágeis e debilitados eram recolhidos por equipes de apoio.
Depois de algum tempo de trabalho, um tanto instintivo, perceberam que precisavam ter uma visão mais ampla do problema para combatê-lo mais eficazmente. Voltaram à nave Advanced, afastaram-se até ter uma visão macro e então olharam para a Terra... Olharam para a Terra... Olharam para a Terra de uma forma que nunca tinham olhado... Viram a Terra de uma forma que nunca tinham visto. Sentiram forte dor cortar seus corações. Lágrimas corriam por seus olhos. Arrepios eriçavam seus pelos. Calafrios percorriam todo o corpo. Viam a Terra, nossa querida Terra, como realmente é, em uma visão holística espetacular e medonha, fantástica e assustadora, magnífica e cruel. A Terra viva, a Terra palpitante, a Terra bela e fantástica, a terra ferida, a Terra lutadora, a Terra exaurindo-se, a Terra sendo massacrada, a Terra sangrando a Terra reagindo, lutando, agonizando, cuspindo, coçando, como animal acuado, a Terra viva. A terra viva. A TERRA VIVA. Vida, luta, morte, incertezas.
Nunca a tinham visto assim, nunca haviam olhado para ela assim.
Deus abrira seus olhos de forma drástica, fantástica, espetacular e atroz. A visão que tinham agora era medonha: como a de um belíssimo corpo, porém violentamente corrompido por terríveis e múltiplas lesões. Choraram muito com aquela visão. E
não era só a visão, era o sentimento, estavam se tornando mais sensitivos e captavam o sentimento coletivo da Terra – a consciência planetária - e das pessoas.
Entendiam agora, o que uma parte significativa da população do planeta logo entenderá: que nossa espécie está diante de uma 14
escolha radical: Evoluir ou morrer.
Após algum tempo de contemplação e êxtase Alebh comentou:
- Ainda bem que o próprio Jesus nos alertou, não poderíamos aprender tudo ao mesmo tempo. Mesmo que Ele me explicasse tudo que estou vendo agora eu não acreditaria, ou melhor dizendo é