Saci

De Alysson D. Matos

Misteriosas mortes assolam o norte do Brasil durante a construção da Rodovia Transamazônica, trazendo, com isso, vários prejuízos para vários investidores nacionais e internacionais. Devido ao interesse internacional na região, dois militares americanos são enviados para a floresta Amazônica, para investigar as misteriosas mortes.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 20 de mar. de 2024

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Saci

Alysson de Matos

Capítulo 1 – BASE AMERICANA.................................... 05

Capítulo 2 – ALTAMIRA DO PARÁ................................ 19

Capítulo 3 – VITÓRIA DO XINGU ................................ 36

Capítulo 4 – O RETORNO................................................ 50

Capítulo 5 – NA MATA..................................................... 61

Capítulo 6 – DAPHNE ...................................................... 69

Capítulo 7 – KATIRO........................................................ 93

Capítulo 8 – ÍNDIOS...................................................... 100

Capítulo 9 – A FLORESTA.............................................. 114

Capítulo 10 – A CABANA............................................... 133

Capítulo 11 – JORNAL................................................... 160

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Umahomenagemaofolclore brasileiro

Saci, por Alysson de Matos

Misteriosas mortes assolam o norte do Brasil durante a construção da Rodovia Transamazônica, trazendo, com isso, vários prejuízos para vários investidores nacionais e internacionais. Devido ao interesse internacional na região, dois militares americanos são enviados para a floresta Amazônica, para investigar as misteriosas mortes.

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BASE AÉREA AMERICANA

A base aérea Edwards, localizada em uma área deserta da cidade da Califórnia, é uma das maiores e modernas base aérea do mundo. Nos seus vários quilômetros quadrados, possui uma imensa pista de pouso, com três outras pistas que ligam a pista principal a um grande pátio, com quatro hangares: um pequeno, dois médios e um grande. Duas das pistas estão nas extremidades da pista principal, enquanto uma outra fica, justamente, no meio da pista de pouso principal. Ao fundo do grande pátio, está um pequeno assentamento militar com várias casas em formatos padronizados; reservado aos militares que prestavam serviços em período integral ou que ali precisavam se instalar por alguns dias. Entre esse pequeno assentamento e o pátio havia pequenos complexos que serviam de quartéis, para os militares temporários, e depósitos de materiais para manutenção das aeronaves. A pista do meio, que ligava a pista principal de pouso ao pátio, seguia, cortando a pista principal para o outro lado, na outra extremidade da base aérea, até um complexo quadrado de dois andares, onde funcionava as instalações de pesquisas, que ficava próximo de um outro pátio menor. Próximo, havia outros pequenos complexos de depósitos arsenais e de manutenção, assim como um presídio militar. Toda base aérea era supervisionada por trinta fortes, espalhados, de forma estratégicas, com cercas elétricas, cercando seus vários quilômetros quadrados e com todos complexos e

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hangares, devido as suas pinturas desgastadas, aparentando ser mais velhos do que eram.

O dia ensolarado, que convidava os aviões para os voos, favorecia a rotina dos vários militares, que andavam às pressas de lá para cá, com seus afazeres por toda base. Vários veículos rodavam por toda base aérea, levando e trazendo vários militares, caixas e documentos. Um humvee se aproxima da entrada da base, que ficava, contraria do grande pátio, na extremidade do assentamento militar com dois fortes; com um militar em cada forte que ficavam próximos das duas extremidades do grande portão de entrada. O humvee estaciona próximo à entrada e um militar sai de dentro de uma sala lateral ao portão e vai de encontro ao veículo. Outros dez militares estavam espalhados, próximos ao portão, com seus fuzis M16A1, usados por todos militares naquela área, mantendo a guarda do local.

O militar se aproxima, presta continência para o passageiro do humvee e conversa com um cabo, que dirigia o veículo. O cabo era um homem loiro, magro e baixo, que aparentava ter seus vinte poucos anos, usava uma roupa militar completa, com um boné camuflado e em sua cintura ele portava uma PT 45 ACP. O cabo entrega um documento para o militar, que olha para o passageiro do humvee, o Tenente Thomas Fall; um exímio e arrogante inglês: loiro, forte, alto e de olhos azuis claro; que segurava uma pequena bolsa de pano em seu colo. Ele usava uma boina, coturno, uma calça jeans e uma blusa camuflada, com sua manga, longa, dobrada até o antebraço. O militar faz um sinal para outro militar e se afasta. O portão se abre e o humvee entra base a dentro,

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descendo uma rua reta, com os assentamentos militares a direita, em quatro pequenos quarteirões com quatro pequenas ruas. Ao final da rua eles chegam no grande pátio de aviões e estacionam a frente de um outro militar, um soldado que não aparentava ter nem vinte anos.

- ONDE VOCÊS VÃO!? - O soldado fala gritando em sua língua nativa, devido ao barulho dos aviões no pátio. O cabo, maravilhado com a base aérea, demonstra,

em sua face curiosa, estar ali pela primeira vez. Ele encara, paralisado e sem dar atenção a pergunta do soldado, um avião C133 Cargomaster, que manobrava pelo grande pátio. O C133 Cargomaster é um pesado cargueiro de quarenta metros de comprimento e uma área de asa de duzentos e quarenta metros quadrados que ocupava grande parte das pistas de pouso. O militar continua encarando o cabo. Fall vendo que o militar nada responde fala.

- TENHO UMA REUNIÃO COM O GENERAL DWIGHT! - Disse Fall, também gritando por causa do barulho dos aviões na pista. Ele olha para o cabo, que sem graça, volta sua atenção para o soldado que estava a sua frente. O cabo entrega um documento para o militar que o analisa por alguns minutos e depois fala algo em seu rádio que o cabo não escuta por estar, agora, prestando atenção no C-5 Galaxy, que manobrava não muito longe do C133 Cargomaster. O C-5 Galaxy foi projetado para substituir os C133 Cargomaster, com seus setenta e cinco metros de comprimento, fazia o C133 Cargomaster parecer a criança pequena. O soldado volta depois de alguns minutos e entrega o documento para o cabo. Eles aguardam por alguns segundos, até que o

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soldado pega o rádio novamente. Depois de conversar alguns segundos ele fala para o Fall e o cabo.

- Podem seguir. - O soldado agora fala sem gritar, pois os aviões já estavam estacionados próximos ao hangar.

O cabo e o tenente Fall, ainda no humvee, cortam o grande pátio pegando a pista do meio, das três pistas que seguiam em direção a pista de pouso. Eles cortam a pista de pouso e chegam até o complexo quadrado de dois andares. Eles contornam o complexo para estacionar o humvee e veem, um pouco distante, um F-111B manobrando próxima de outras seis F-111B, uma inovadora nave de interceptação, forçando alguns militares, incluindo Fall e o cabo, mesmos distantes, a tamparem seus ouvidos. Fall desce do humvee e segue em direção ao complexo quadrado, enquanto o cabo ainda olhava maravilhado para o F-111B. O cabo, percebendo que estava ficando para trás, desce do humvee às pressas e segue em direção à Fall, que agora estava parado olhando para o sentido de alguns caças. O cabo se aproxima de Fall. Fall encara o cabo e fala, olhando, com seus olhos azuis claro, em direção aos caças.

- Esse é o inovador F-14. Um caça supersônico de velocidade, aproximadamente, de dois mil e quatrocentos quilômetros por hora. Deve estar aguardando para ser testado. - Fall desejava, em seu interior, se aproximar do caça, para poder apreciar aquela inovação. - Vamos. - Mas, sabendo de seu compromisso, volta a andar em direção ao complexo, seguido do cabo.

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Ao chegar no complexo, o cabo presta continência para Fall e entra por uma das portas, que levava há um alojamento, onde Fall pôde perceber vários militares lanchando, conversando e tomando um cafezinho. Fall anda por mais alguns segundos, passando por várias portas, até chegar no final do corredor, onde tinha uma escada. Ele sobe a escada e, já no segundo andar do complexo, anda passando por algumas portas até se aproximar de uma porta aberta, onde ele vê um homem de bigode fino e aparado, de aproximadamente sessenta anos de idade, sentado em uma cadeira atrás de uma mesa, com vários papéis e uma caneta. Fall se aproxima da entrada e bate na porta, já aberta.

- Com licença, general.

O militar apenas levanta sua cabeça e olha para Fall, parado na entrada da porta em posição de sentido.

- Pode entrar tenente. - Fall entra. - Encoste a porta, por favor.

O General Joseph Dwight se levanta e Fall presta continência, reparando no homem de altura mediante, mas forte, mesmo estando um pouco acima do peso. Fall percebe, também, que o homem possuía algumas cicatrizes, que o uniforme militar não conseguia esconder, mas que ele exibia com orgulho, por, como Fall deduzira, terem sido conquistadas em batalhas.

- A vontade tenente. - O General Dwight fala oferecendo uma cadeira para que Fall se sentasse. Fall senta, em uma cadeira, colocando sua pequena mochila de pano em uma outra cadeira ao lado. O General Dwight se ajeita em sua cadeira e pega alguns documentos. Enquanto o general lia os documentos Fall repara na sala.

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No chão, ele vê vários papéis amassados e nas paredes várias medalhas, que o general haveria de ter ganhado em sua carreira. Em um canto ele observa uma garrafa com água e outra, que ele acreditara, ser de café, com alguns copos caídos pelo chão. O General Dwight, puxando a atenção de Fall, empurra alguns documentos, falando:

- O senhor presidente está designando você para uma missão.

Fall lê os documentos por alguns segundos e fala. - No Brasil!?

O general continua.

- Apenas o presidente do Brasil e o capitão Vás sabem dos verdadeiros motivos de sua presença lá.

- E qual seriam esses motivos? - Fall coloca os relatórios de lado.

- Estão todos nesses relatórios. - Disse Dwight olhando para os documentos sobre a mesa, ao lado de Fall. - Mas, resumidamente, precisamos que você verifique algumas mortes inexplicáveis que andam acontecendo no norte do Brasil, mais especificamente no Amazonas.

- Mas esse não é um caso para a polícia local? - Pergunta Fall.

- Seria, mas estamos falando de mortes de investidores americanos e ingleses, em um país atrasado e de uma polícia corrupta e sem recursos.

- E quando começamos a investigar mortes em outros países?

- Desde quando essas mortes entram em conflito com os interesses americanos. - Dwight fala, enquanto se levanta e vai até uma garrafa no canto da sala, que Fall

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julgara ser a de café. - O Brasil vem abrindo estradas pelo Amazonas à fora e investindo em mineradoras, mas já há algum tempo os funcionários dessas empresas vem morrendo de forma misteriosa. - Dwight fala enchendo dois copos com café. Ele olha para Fall que voltou a olhar os documentos, bebe em um dos copos de café, volta para a mesa e se senta novamente. - Agora