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A História Antiga de Israel / Palestina com e sem a Bíblia: UCG EBOOKS, #7
Da História do Israel Antigo a uma História da Palestina Antiga: UCG EBOOKS, #6
Para Desconstruir as Muralhas de Jericó: UCG EBOOKS, #5
Series de e-book11 títulos

UCG EBOOKS

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Sobre esta série

Neste artigo Noura Erakat vem refutar cinco ideias insistentemente propagandeadas por Israel em relação a Gaza. A ideia de que Israel só em legítima defesa responde a ataques de Gaza; a ideia de que retirada de Israel dos territórios de Gaza já teve lugar em 2005; a ideia de que o ataque israelense de 2014 foi motivado por rockets lançados de Gaza; a ideia de que, ao contrário de Israel, é o Hamas toma como alvo a população civil; por fim, a ideia de que o Hamas se esconde por detrás de escudos humanos.

Convocando decisões do Tribunal Internacional de Justiça, investigações, averiguações e relatórios de agências independentes (Nações Unidas, ONGs) e dados estatísticos de livre acesso, a autora, em breve síntese, refuta a posição de Israel, acriticamente reproduzida e difundida pelos meios de comunicação dominantes.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de dez. de 2023
A História Antiga de Israel / Palestina com e sem a Bíblia: UCG EBOOKS, #7
Da História do Israel Antigo a uma História da Palestina Antiga: UCG EBOOKS, #6
Para Desconstruir as Muralhas de Jericó: UCG EBOOKS, #5

Títulos nesta série (11)

  • Para Desconstruir as Muralhas de Jericó: UCG EBOOKS, #5

    5

    Para Desconstruir as Muralhas de Jericó: UCG EBOOKS, #5
    Para Desconstruir as Muralhas de Jericó: UCG EBOOKS, #5

    Em 1999 saiu a primeira versão deste ensaio no diário Haaretz, artigo que suscitou um vivo interesse por parte de uma vasta audiência. Aqui, um arqueólogo de campo dá conta da evolução da disciplina que na Palestina florescerá a partir do final do séc. XIX com um fundamental impulso religioso, já que explorando a inscrição no território das Sagradas Escrituras, paradigma que se perdurará até aos anos 1950-60. Mas a partir dos anos 1970 começam a emergir dados contraditórios em relação à aproximação que laboriosamente foi sendo tecida entre «arqueologia bíblica» e Bíblia. Com efeito, virá a apurar-se que os israelitas não vêm do Egito, não vaguearam pelo deserto, nem conquistaram a terra através de uma campanha militar. Mais ainda, o reino de David e Salomão não constituiu um império, não há sequer evidência de que tenha sido uma potência regional, quando muito um pequeno reino tribal. Herzog sinaliza a emergência de um novo paradigma na arqueologia, uma «revolução científica» nos termos de Thomas Kuhn, dando conta do fosso que se foi cavando entre arqueologia e mitos bíblicos e nacionais. Arqueólogos, historiadores e estudiosos da Bíblia têm vindo a convergir na compreensão de que as fases formativas do povo de Israel evoluíram de forma inteiramente diferente da apresentada na Bíblia. Apesar dos factos serem há muito conhecido, a historiografia nacionalista persiste na sua velha mitologia.

  • A História Antiga de Israel / Palestina com e sem a Bíblia: UCG EBOOKS, #7

    7

    A História Antiga de Israel / Palestina com e sem a Bíblia: UCG EBOOKS, #7
    A História Antiga de Israel / Palestina com e sem a Bíblia: UCG EBOOKS, #7

    Neste ensaio, dá-se conta da transformação que, nas últimas cinco décadas, ocorreu no campo da história do Levante, a qual tem vindo a deslocar-se de uma história do Israel Antigo para uma história da Palestina Antiga. A principal questão é constituída pelo estatuto do Antigo Testamento como fonte histórica ou narrativa mítico-religiosa, e pela sua maior ou menor relevância para uma história do Levante. Duas possibilidades historiográficas têm vindo a desenvolver-se. Nos Estados Unidos, em círculos com influência evangélica, continua a produzir uma historiografia a partir do esquema narrativo apresentado pelo Antigo Testamento e, consequentemente, focada na história do Antigo Israel. Neste caso, procura-se o ajuste entre dados arqueológicos e a narrativa mítico-bíblica. Na Europa, em particular no eixo Copenhaga-Sheffield, a história constroi-se com base nos registos arqueológicos e epigráfico, e em contributos de disciplinas tais como a antropologia, etnografia, demografia histórica ou climatologia. Prossegue-se, assim, uma investigação histórico-crítica independente da versão bíblica do passado de Israel, uma vez que – deliberada e necessariamente – se desenvolve para além do horizonte ditado e delimitado pela narrativa bíblica. Esta é uma história dos diversos povos que ao longo dos tempos se cruzaram e desenvolveram na Palestina Antiga, da transformação das condições materiais, sociais e intelectuais, não se centrando nem cingindo aos protagonistas e eventos das estórias bíblicas.

  • Da História do Israel Antigo a uma História da Palestina Antiga: UCG EBOOKS, #6

    6

    Da História do Israel Antigo a uma História da Palestina Antiga: UCG EBOOKS, #6
    Da História do Israel Antigo a uma História da Palestina Antiga: UCG EBOOKS, #6

    Como domínio historiográfico autónomo, a história da Palestina Antiga tem uma existência muito recente. Apesar de existirem, ao longo de mais de um século, notáveis antecedentes deste campo de estudos, em regra estes surgem no quadro de uma história geral do Médio Oriente Antigo, como uma introdução à história do Israel Antigo; esta é uma historiografia frequentemente subordinada aos interesses Ocidentais em relação às suas origens bíblicas. É em finais do século XX, no âmbito do debate sobre a historicidade das narrativas bíblicas no seio dos estudos bíblicos, que a Palestina Antiga surge como objecto de interesse historiográfico. Este processo enquadra-se nos progressos críticos ocorridos na epistemologia das ciências humanas, incluindo os estudos históricos, e não é estranho aos processos políticos em curso no Médio Oriente. Para compreender, então, como é que a história da Palestina Antiga se está a constituir como historiografia autónoma e qual a sua relação com o conflito israelo-palestino, procura-se com este ensaio, em primeiro lugar, passar em revista as mudanças fundamentais que tiveram lugar ao longo dos últimos quarenta anos no âmbito dos Estudos Bíblicos relativos à história de Israel e, a partir daqui, expor as relações entre o passado e a política no que diz respeito à prática arqueológica e à história da Antiguidade em Israel/Palestina.

  • A Bíblia ao Serviço do Sionismo: UCG EBOOKS, #8

    8

    A Bíblia ao Serviço do Sionismo: UCG EBOOKS, #8
    A Bíblia ao Serviço do Sionismo: UCG EBOOKS, #8

    Neste ensaio, o historiador Ilan Pappé analisa o paradoxo que está na origem do sionismo, fundado por judeus seculares mas que usaram a Bíblia para justificar e legitimar pretensões coloniais: «não acreditamos em Deus, e no entanto, Ele prometeu-nos a Palestina», título de um famoso ensaio de Amon Raz-Krakotzkin. Os primeiros sionistas seculares citaram frequentemente a Bíblia para demonstrar que havia um imperativo divino na colonização da Palestina e com vista à redenção da Eretz Israel, a Terra de Israel. Mas Pappé argumenta que a Bíblia não é, na verdade, um texto muito útil à reinvenção de uma nação judaica: o pai da nação, Abraão, não era da Palestina, os hebreus tornaram-se uma nação no Egito e os Dez Mandamentos foram-lhes comunicados em Sinai, no Egito. Inicialmente o sionismo foi rejeitado por muitos judeus religiosos e pela maioria dos judeus ortodoxos, para quem a ideia de um «regresso» dos judeus à Terra de Israel antes do regresso do Messias era inconcebível. No entanto, com a intensificação da perseguição dos judeus na Europa, a ideia de criar um estado judaico foi ganhando adeptos. Nesta sequência, houve judeus religiosos que viriam a considerar que o exílio, do Egito como os demais do período bíblico associados ao comportamento contrários à vontade de Deus, chegava ao fim com o advento do sionismo na Palestina. Pappé expõe como o ponto de convergência entre sionistas seculares e religiosos quanto à centralidade da Bíblia, não é enquanto texto religioso, mas antes como um documento que afirma o direito histórico dos judeus à propriedade sobre a terra. A exploração sionista da Bíblia como verdade científica ou enquanto justificação moral para a colonização da Palestina contribuiu para recrutar apoios não só de comunidades judaicas, mas também de poderosos sectores do mundo cristão ocidental. Apesar do nacionalismo religioso ter tido um papel reduzido no estabelecimento do Estado de Israel, Pappé analisa como este movimento cresce a partir do final da década de 1960. Para os judeus nacionalistas ultraortodoxos, a colonização de grandes áreas da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, tornada possível através da ocupação dos territórios palestinos em 1967, foi interpretada como uma reapropriação em nome de Deus e da Bíblia. Assim, os textos bíblicos tornaram-se na pedra angular da interpretação sionista da espoliação da Palestina, e da exclusão e desapossamento dos palestinos.

  • A Limpeza Étnica da Palestina em 1948: UCG EBOOKS, #9

    9

    A Limpeza Étnica da Palestina em 1948: UCG EBOOKS, #9
    A Limpeza Étnica da Palestina em 1948: UCG EBOOKS, #9

    Tendo por base os primeiros capítulos de um novo livro [The Ethnic Cleansing of Palestine, Oxford, Oneworld, 2006; A Limpeza Étnica da Palestina, trad. L. G. Soares, São Paulo, Sundermann, 2016], este ensaio enfatiza os preparativos sistemáticos que lançaram as bases para a expulsão em 1948 de mais de 750.000 palestinos do território do recém criado Estado de Israel. Enquanto esboça o contexto e os desenvolvimentos diplomáticos e políticos do período, o artigo destaca em particular o projeto plurianual «Arquivos da Aldeia» (1940-47), envolvendo a compilação sistemática de mapas e informação secreta para cada aldeia árabe, além da elaboração – sob a direcção de um «comité» interno com menos de uma dúzia de homens, liderado por David Ben-Gurion – de uma série de planos militares que culminam no Plano Dalet, segundo o qual a guerra de 1948 foi travada. O artigo termina com a declaração de um dos objetivos subjacentes do autor ao escrever o livro: defender um paradigma de limpeza étnica para substituir o paradigma da guerra como base para a investigação académica e o debate público sobre 1948.

  • Verdade Histórica, Historiografia Moderna e Obrigações Éticas: UCG EBOOKS, #10

    10

    Verdade Histórica, Historiografia Moderna e Obrigações Éticas: UCG EBOOKS, #10
    Verdade Histórica, Historiografia Moderna e Obrigações Éticas: UCG EBOOKS, #10

    O acontecimento aqui descrito ocorreu em Israel (22-23.5.1948), uma semana após a criação do Estado (14.5.1948). Embora o caso Tantura seja um capítulo particularmente significativo na história de Israel/Palestina, não há a seu respeito praticamente nenhuma referência pormenorizada nas obras de historiadores israelenses ou palestinos, ou, com efeito, de qualquer outro historiador. No entanto, o «massacre» que ocorreu em Tantura foi tema de aceso debate jurídico e público em Israel ao longo de 2001. O tema permanece controverso gerando intensos debates. Este ensaio fornece não só uma descrição do acontecimento, da controvérsia e das suas contínuas implicações sociais, como discute ainda o seu impacto em questões fundamentais da historiografia, tais como a questão da natureza e hierarquia das fontes, bem como o alcance e limites da imaginação do historiador. Levanta também questões ainda mais prementes, nomeadamente as que concernem a objetividade e as obrigações morais de um historiador face a situações de violência extrema, de violação de fundamentais direitos cívicos e humanos, o seu compromisso para com a verdade histórica.

  • Revisitando 1967: UCG EBOOKS, #11

    11

    Revisitando 1967: UCG EBOOKS, #11
    Revisitando 1967: UCG EBOOKS, #11

    Encarar as realidades de Israel e da Palestina como um caso colonial tem vastas implicações para a nossa compreensão do falhanço do «processo de paz». O debate académico sobre o processo de paz e as análises de progresso e fracasso baseiam-se meramente em relações de poder, nas intenções dos actores locais e das oportunidades, frequentemente carecendo da imprescindível dimensão histórica. Assim, o primeiro objectivo deste artigo é encarar historicamente o processo de paz como uma estratégia de um Estado colonial e como a resposta nativa ao mesmo. Este ensaio afirma que o próprio «processo de paz» nasceu como conceito num determinado momento, em junho de 1967, e fez parte da tentativa do Estado colonial israelense de reconciliar o seu desejo de permanecer demograficamente um Estado democrático e judeu, após 1967, ao mesmo tempo que se expandia geograficamente, assim passando a governar mais alguns milhões de árabes. Uma terceira afirmação revela como as elites política e militar israelenses entraram conscientemente neste dilema, ao contemplar a possibilidade de um cenário da sua própria autoria, ou de outros, que os colocaria como governadores da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. A partir destes três pontos, conclui-se que a solução de «dois Estados» e o processo que é suposto vir a concretizá-la são um plano israelense em duas partes, cuja lógica foi aceite, com modificações, pela coligação entre os EUA, a UE, a Rússia, a ONU, a maior parte do Estados Árabes, a liderança palestina da Fatah, a esquerda, o centro sionistas em Israel e, ainda, algumas figuras conhecidas do movimento de solidariedade com os palestinos. Foi o poder desta coligação e não a lógica da solução, que há tanto tempo mantém à tona o processo, apesar do seu notório fracasso.

  • Tomar a Terra, sem o Povo: UCG EBOOKS, #14

    14

    Tomar a Terra, sem o Povo: UCG EBOOKS, #14
    Tomar a Terra, sem o Povo: UCG EBOOKS, #14

    Neste estudo mostra-se como Israel aplicou de maneira estratégica a Lei de Ocupação dos Territórios Palestinos, de forma a apoderar-se progressivamente da terra palestina, excluindo este povo. Expõe-se como Israel usou a Resolução 242 do Conselho de Segurança da ONU com o respaldo norte-americano para retroactivamente legitimar conquistas coloniais. Em si mesmos, os elementos que fazem parte deste raciocínio não são novos e foram longamente discutidos pela literatura jurídica, política, científica e histórica. As questões que haviam sido mantidas distintas e separadas no interior dos respectivos limites disciplinares, são neste estudo tratadas como um todo, onde as partes se reforçam mutuamente, demonstrando como a posição política dos Estados Unidos efetivou o que, de outra forma, seria um argumento legalmente falido, e mostrando ainda de que modo as deliberações do Conselho de Segurança deram a Israel amplo espaço de manobra, não obstante as intenções iniciais dos seus redactores. Examinando a relação entre lei e poder político, o artigo aponta para o modo como, nos conflitos internacionais, o equilíbrio de poder assenta no sentido e na importância da lei. Assim, a incapacidade da Lei de Ocupação para regular a ocupação dos Territórios Palestinos reflete, em última análise, o desenlace de uma disputa, não jurídica, mas política. Não fossem as políticas de poder que moldam as relações internacionais na região, a argumentação legal israelense que defende que os territórios estão apenas sob a sua administração não teria valor nenhum.

  • A Branquitude como Propriedade em Israel: UCG EBOOKS, #15

    15

    A Branquitude como Propriedade em Israel: UCG EBOOKS, #15
    A Branquitude como Propriedade em Israel: UCG EBOOKS, #15

    Neste ensaio convocam-se as categorias propostas em Cheryl I. Harris, «A Branquitude como Propriedade» para ler a realidade israelense, salientando-se que o valor atribuído à nacionalidade judaica não é simplesmente uma questão de judeu versus não-judeu. Com efeito, a branquitude reflete uma ordem europeia que reproduz e incorpora as ideias orientalistas e a lógica de exclusão na base do anti-semitismo europeu. O Estado de Israel continua a aplicar estas ideias aos mizrahim, judeus do Médio Oriente. Os mizrahim são o objeto do projeto de modernização do sionismo, que, por um lado, exige uma violenta bifurcação da sua identidade árabe e judaica e, por outro, os marginaliza por não apresentarem conformidade com a matriz europeia adoptada. Consolidada a mitologia de etno-nacionalidade baseada na experiência do cidadão judeu europeu, o projeto de construção da nação exclui completamente o palestino que, como o judeu oriental, é considerado «incivilizado». Mas, ao contrário do mizrahi, o palestino não é elegível para reabilitação – deve ser removido, diminuído e contido, geográfica, política e socialmente. A lei facilita esse processo ao despojar e deslocar o palestino e, simultaneamente, dá à nacionalidade judaica um valor cobiçado, que espelha os ideais do Iluminismo europeu de civilização e reflete a superioridade da branquitude. A descolonização é necessária para a autodeterminação palestina, porém, ela permite ainda mais potenciar a emancipação judaica para além do Estado.

  • Turismo de Raízes - Raízes de Quem?: UCG EBOOKS, #13

    13

    Turismo de Raízes - Raízes de Quem?: UCG EBOOKS, #13
    Turismo de Raízes - Raízes de Quem?: UCG EBOOKS, #13

    No decurso da guerra de 1948 os palestinos abandonaram ou foram forçados a abandonar as suas casas e terras, inteiros bairros urbanos e aldeias foram despovoadas, casas e propriedades foram confiscadas pelo recém criado Estado de Israel. As aldeias, pelo menos 418, foram sistematicamente destruídas. Muitos locais destas aldeias passaram a integrar o perímetro de parques nacionais e áreas turísticas oficiais israelenses. Neste ensaio explora-se uma invulgar forma de turismo de raízes: o encontro entre os israelenses-judeus e o que resta das aldeias palestinas despovoadas e destruídas hoje situadas no interior de áreas turísticas. Como se verá, as aldeias são amplamente ignoradas ou marginalizadas na informação prestada ao público. As autoridades turísticas metodicamente subestimam as raízes dos palestinos no país para, ao invés, sobrestimarem e reverenciarem os traços de antigas ocupações hebraicas, traçando o quadro geral de um país judeu, com uma herança árabe muito minoritária.

  • Justiça Parcial: UCG EBOOKS, #16

    16

    Justiça Parcial: UCG EBOOKS, #16
    Justiça Parcial: UCG EBOOKS, #16

    A justiça na questão da Palestina é frequentemente encarada como uma mera questão legal. Contudo, ao centrar a atenção sobre momentos-chave tais como a Declaração de Balfour de 1917 ou as mais recentes guerras em Gaza, Noura Erakat mostra como a manipulação estratégica do direito internacional tem sido instrumental na despossessão e alienação dos palestinos em relação à sua terra. Por outro lado, nenhum dos maiores desafios do conflito israelo-palestino foi resolvido através da intervenção judicial: o direito não conteve a expansão dos colonatos de Israel; as leis de guerra foram impotentes para evitar o elevado número de mortes e destruição durante as diversas ofensivas militares de Israel na Faixa de Gaza; a solução de dois Estados dos Acordos de Oslo está defunta. Ao longo de quase um século, Israel tem com grande eficácia conseguido mobilizar o direito internacional na defesa dos interesses sionistas, tendo, a partir de Oslo, logrado juntar a este processo a liderança palestina. Como a autora expõe, o direito internacional depende do trabalho jurídico, i.e. o seu significado e aplicação dependem da intervenção política tanto dos Estados como de indivíduos. Apesar de Israel ter em anos recentes levado a melhor, a autora afirma resolutamente como o direito internacional permanece uma essencial alavanca na prossecução das causas da liberdade e justiça, mas na condição de ser mobilizado em conjunção com um programa político capaz de eficazmente denunciar o regime colonial de ocupação instalado entre o Mediterrâneo e o rio Jordão, que fragmenta a comunidade palestina, divide os palestinos e procura desapossar-los do sentido de pertença à terra. Neste excerto de Justice for Some, Justiça Parcial, a autora explora o potencial de uma política e direito que, para palestinos e árabes, possa constituir um reforço mútuo da liberdade, o que implica trilhar um caminho que permanece em aberto.

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