Eu Me Lembro
De J.A. Ceschin
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Sobre este e-book
Várias pessoas passam o tempo colocando na Internet, principalmente no Facebook, fotos e crônicas lembrando a Pompéia das décadas de 1950 e 1960. Este livro foi escrito como uma contribuiçãp a esse mesmo saudosismo que, por vezes, esquece de fatos importantes. É a minha perspectiva da nossa pequena Pompéia, que cresceu e mudou muito, perdendo aquele seu doce caráter de cidade pequena do interior.
J.A. Ceschin
Trained as a radio and TV journalist. Loves photography, classic cars and old trucks. Grandfather of three.
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Eu Me Lembro - J.A. Ceschin
1. Buscando Emoções
2. Caryl Chessman e outros heróis
3. O nosso dia-a-dia
4. Meu irmão nisei
5. Duas vitórias
6. O fim da adolescência
7. Quem é J. A. Ceschin
8. Outros livros escritos por J. A. Ceschin
1. Buscando Emoções
Isto aqui não pretende ser um tratado de psicologia, mesmo porque eu não tenho preparo para tanto. Mas tenho preparo mais do que suficiente para fazer uma coisa que todo mundo faz hoje em dia, que é comparar os nossos bons tempos
com o dia atual. E tenho preparo mais do que suficiente para lembrar de coisas que muita gente esqueceu. Pronto, aí está a finalidade deste texto. Lembrar do passado, recordar aos amigos algumas coisas que eles certamente esqueceram.
Na juventude atual, a busca de emoções se caracteriza por comportamentos que só posso considerar estranhos. Hoje, as bicicletas não são para percorrer distâncias, são para saltar, empinar, tombar, torcer, subir e descer montanhas. No meu tempo, pelo menos comigo e com alguns amigos, era um prazer encarar a areia das nossas estradas para viagens intermunicipais que demoravam um dia inteiro, sempre aos domingos. Nós fazíamos exercício duro, em vez de quebrar pernas e braços, dedos e pés, em exibições que talvez nem precisassem das duas rodas. Os orangotangos fazem exibições magníficas nos galhos das árvores sem precisar de nenhuma bicicleta.
Os criadores dos chamados esportes radicais
inventaram os skateboards, que descendem dos patins de antigamente, hoje chamados de skates
, mas não são usados da mesma maneira. Servem para a mesma coisa que as bicicletas atuais. Para saltar, empinar, torcer, subir e descer rampas e obstáculos. Servem para quebrar pernas e braços, dedos e pés, e pescoços, em alguns casos.
No meu tempo, ninguém se atreveria a pendurar numa corda elástica, conhecida como bungee
para saltar sobre abismos, precipícios e rios, muitas vezes usando como base pontes muito altas. De vez em quando alguém perde a vida cometendo essa idiotice.
Vez ou outra o nosso pessoal bebia demais e acabava embriagado em casa, no clube, no baile ou até mesmo na rua. Sei de alguns que eram alcoólicos e faziam isso por doença. Mas a maioria só bebia por diversão, de vez em quando. Hoje, beber é considerado coisa chique. O uísque é venerado como uma bebida de classe, e quem toma mais, é mais respeitado. Se for uísque importado, melhor ainda. Aposto que muita gente odeia sentir essa bebida queimar enquanto desce, mas tem que encher a cara de uísque porque, fazendo