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A Moça do Findley - Livro Dois da Série Sobre o Clã MacDougall
A Moça do Findley - Livro Dois da Série Sobre o Clã MacDougall
A Moça do Findley - Livro Dois da Série Sobre o Clã MacDougall
E-book484 páginas8 horas

A Moça do Findley - Livro Dois da Série Sobre o Clã MacDougall

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Sobre este e-book

Ela ganhou seu coração sem ao menos tentar... e ele só podia esperar ter uma chance para ganhar o dela.

Quando Findley McKenna voltou de sua batalha contra os ingleses para oferecer a Maggy Boyle um lar entre seu clã, ele encontrou apenas morte e destruição em vez da jovem viúva que tinha roubado seu coração. Com apenas sua fé e seu coração de Highlander, Findley prometeu a si mesmo que ia encontrar Maggy e seus filhos, não importando o que ele tivesse que passar ou suportar.


Como ela podia colocar sua confiança ou seu coração nas mãos de um homem que ela mal conhecia, além de manter sua liberdade, enquanto tentava deixar seus segredos escondidos?

Maggy tinha muitos segredos. Segredos que, se descobertos, separariam sua família. Com medo, ela foi forçada a um casamento sem amor, e foi capaz de manter sua identidade secreta e sua família unida por três longos anos. Mas depois que sua casa é destruída e seu jovem filho sequestrado, todos esses segredos começam a serem revelados, um de cada vez. Como ela podia colocar seu futuro, e o futuro de seus filhos nas mãos de Findley McKenna, um homem que ela mal conhecia? E o que ele pensaria dela se conhecesse a verdade?

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento29 de dez. de 2017
ISBN9781547513024
A Moça do Findley - Livro Dois da Série Sobre o Clã MacDougall

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    A Moça do Findley - Livro Dois da Série Sobre o Clã MacDougall - Suzan Tisdale

    A Moça do Findley

    Por

    Suzan Tisdale

    Copyright © 2012 Suzan Tisdale

    Desenho da Capa por Wicked Smart Designs

    Todos os direitos reservados.

    Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico, incluindo armazenamento de informações e sistemas de recuperação, sem permissão por escrito do autor. A única exceção feita é para um revisor, que pode citar trechos curtos em uma revisão.

    Impresso nos Estados Unidos da América

    Todos os direitos reservados.

    ISBN: 0985544325

    ISBN-13: 978-0-9855443-2-4

    DEDICATÓRIA

    ––––––––

    Para todos os homens fortes da minha vida.

    Para o meu pai que me ensinou que às vezes você deve apostar no perdedor...

    Para os meus irmãos, Danny e David, meus tios, e avôs que provaram  que os heróis aparecem em todas as formas, tamanhos e origens.

    Para o meu marido por me mostrar o que realmente se sente ao ser acariciada.

    E para o pai do meu marido por ser um bom exemplo para seus filhos.

    Um agradecimento especial a Judy Tisdale, sem você, este livro nunca teria sido concluído. Eu te amo e obrigada.

    PrÓLOGO

    Eles eram apenas crianças. Cinco meninos, variando em idade de oito a doze anos e nenhum deles tinha qualquer sentido de direção. Mas o que lhes faltava a esse respeito, eles tinham em determinação e tenacidade. E habilidade no arremesso de pedras.

    No início, Findley estava certo de que os meninos eram nada mais do que um estratagema para manter a suspeita longe de algum grupo de homens, provavelmente covardes, que tivesse roubado trinta cabeças de gado. Quem enforcaria um grupo de rapazes tão jovens por roubar gado? Que os rapazes levassem a culpa, e talvez uma surra, em vez de colocar a culpa em quem realmente deveria recebê-la.

    Mas quanto mais Findley, seu irmão mais novo, Richard, e seus bons amigos, Gowan e Tall Thomas, interrogavam os ladrões, mais Findley acreditava na estória deles: eles tinham roubado o gado, não só para alimentar o seu povo, mas também para provar para sua mãe que eles eram realmente bons guerreiros. A única coisa que os rapazes admitiam era o fato de que os quatro eram órfãos e que tinham sido adotados por uma bela mulher chamada Maggy e que seu clã tinha sido dizimado por um surto de varíola anos atrás. Eles se recusavam a dizer algo mais.

    Agora Findley e seus homens estavam levando os meninos e o gado para  a pequena colina na direção da casa deles. Findley sacudiu a cabeça, com pena do que estava vendo diante dele. Uma cabana feita de sapê com um telhado de palha cercado por algumas barracas—todas elas tinham visto dias muito melhores—entre um rio sinuoso e uma floresta densa.

    Ao sul da casa tinha um pequeno jardim perto da borda da floresta. Galinhas ciscavam na sujeira. Não muito longe tinha uma pequena área cercada que, aparentemente, abrigava os três cavalos do arado que os reivers (1) tinham conseguido usar para o roubo do gado de Angus McKenna.

    Embora a pequena fazenda não fosse tão grande como o castelo que Findley e seus homens chamavam de casa, ela era limpa e arrumada.

    Várias mulheres idosas estavam sentadas em volta de uma longa mesa de madeira, conversando e remendando roupas. O sorriso da mulher mais velha—se tal coisa era possível pois todas pareciam iguais—desapareceu quando ela viu os homens e os meninos se aproximando a cavalo. Seu rosto enrugado, marrom por anos de exposição ao sol, parecia mais com uma maçã seca e ela tinha olhos minúsculos anexados a ele. Se olhares fossem flechas, Findley e seus homens teriam morrido instantaneamente. Em poucos momentos, as outras mulheres que estavam sentadas com ela, olharam para eles da mesma maneira. Com certeza Findley e seus homens não eram bem-vindos aqui.

    As galinhas gritavam seu desprezo e desagrado enquanto Findley e seus homens perturbavam sua festa matinal. Elas se espalharam quando o grupo entrou a cavalo pelo pátio. Os meninos ficaram tensos e nervosos em suas montarias, lançando-se um olhar de desespero e medo. Findley supôs que eles estavam ansiosos para encontrar com sua mãe.

    Quando se aproximaram, uma das mulheres idosas deixou a mesa e desapareceu dentro da cabana. Momentos depois, a porta se abriu com um estrondo alto e a mais linda garota de cabelo castanho-avermelhado que Findley já tinha visto  apareceu. E sua boca de repente ficou seca e seu coração, por um longo momento, começou a bater mais rápido.

    Ela parou diante da visão. Quatro enormes Highlanders (2) estavam montados em maciços corcéis e tinham seus meninos. Seu estômago se apertou enquanto suas emoções pulavam de alívio ao ver seus filhos vivos, apesar da raiva que ela estava sentindo no momento por eles terem fugido de casa sem dizer nada a ninguém.

    Os Highlanders a deixaram apavorada. Então, ela lentamente baixou as mãos para os lados para se certificar de que seu punhal ainda estava em seu bolso. A primeira coisa que ela queria fazer era exigir que eles largassem seus meninos. Se isso não funcionasse, ela apenas enterraria sua faca no coração de cada homem.

    Ela encarou Findley e seus homens com desconfiança enquanto permanecia imóvel a uns dois metros de distância.

    Eu acredito que esses reivers pertencem a você, moça? Richard perguntou enquanto desmontava. Ele deu um sorriso que normalmente fazia as moças darem risadinhas, pois ele era considerado um homem muito bonito. Mas aparentemente, seu sorriso não teve nenhum efeito sobre a mulher que estava diante deles. Seu rosto parecia feito de pedra enquanto ela continuava a encará-los.

    Os dois meninos mais jovens, cada um cavalgando junto com um irmão mais velho, escorregaram dos cavalos. Eles correram em sua direção, gritando alegremente. Mamãe! Enquanto abraçavam sua cintura. Ela os abraçou sem tirar os olhos dos homens.

    Quem é você? ela perguntou, sua voz ligeiramente trêmula enquanto lutava contra o medo crescente. Nunca era bom homens estranhos chegarem em sua casa.

    Eu sou Findley McKenna, Findley disse enquanto desmontava. Este é meu irmão Richard, ele disse com um aceno na direção de Richard. E estes são Gowan e Tall Thomas, fazendo um aceno para os amigos. Gowan sorriu e curvou-se ligeiramente antes dele também desmontar.

    Os três garotos mais velhos desmontaram silenciosamente e pararam perto dos seus cavalos. Mamãe, disse o mais velho antes de perceber que ele não sabia muito bem como explicar a cadeia de eventos que o tinha levado até a esse momento.

    Robert, ela perguntou, ainda agarrando-se aos meninos menores. Vocês estão bem?

    Sim, estamos bem. Eles não nos fizeram mal, ele disse, olhando primeiro para os homens, depois para baixo, para seus pés descalços. Ele e seus irmãos estavam um do lado do outro, com as mãos tremendo enquanto esperavam que as palmadas começassem.

    Collin? Andrew? Ele fala a verdade?

    Os meninos assentiram e murmuraram Sim.

    Ela respirou profundamente antes de falar. Venham aqui, ela disse para eles.

    Solenemente, como se seus pés fossem feitos de pedra, os meninos foram e pararam na frente dela. Ela olhou para cada um deles por um momento antes de abrir os braços e puxá-los para ela. As lágrimas começaram a escorrer por seu rosto e ela tremia enquanto os segurava. Os meninos finalmente relaxaram e eles a abraçaram de volta.

    Depois de alguns momentos, ela os soltou e limpou suas lágrimas com as costas das mãos. Eu juro que se vocês fizerem isso mais uma vez, eu vou esfolar vivo cada um de vocês! Ela falou. O que diabos aconteceu para vocês saírem escondidos no meio da noite?

    Cada um dos meninos deu alguns passos para trás enquanto ela colocava as mãos nos quadris e olhava para eles. Vocês tem alguma idéia do susto que vocês me deram? Sua voz agora parecia mais irritada do que ela podia se lembrar de alguma vez ter falado com eles. Vocês têm alguma idéia de como todos nós ficamos preocupados com vocês? Sem saber se vocês estavam mortos ou feridos ou tinham sido sequestrados?

    Ela começou a andar na frente deles e quanto mais ela gritava, mais os ombros dos meninos caíam. Eles mantiveram o olhar firmemente plantados no chão enquanto a mãe os continuava repreendendo.

    De todas as coisas tolas para fazer! E com que propósito? Onde vocês estiveram e o que vocês fizeram? Ela fez a última pergunta para o filho mais velho, Robert.

    Ele limpou a garganta antes de responder. Nós fomos pegar uma vaca.

    Maggy olhou para ele, bastante desconcertada. O que?

    Nós fomos pegar uma vaca.

    Sua testa se franziu em um forte vinco. Uma vaca? E como você planejou pegar uma vaca quando você não tem nenhum dinheiro que seja seu?

    Robert ia começar a falar, mas pensou melhor e se calou.

    Fale a verdade, Robert, não tente me enrolar, ela disse sem rodeios. "Você foi roubar uma vaca."

    Robert ficou de pé bem ereto, e olhou para a mãe diretamente nos olhos. Sim, nós íamos roubar.

    Maggy olhou-o por um momento, as mãos novamente apoiadas nos quadris. Eu lhes ensinei melhor do que isso.

    Sim, você ensinou, mãe. Mas—

    Ela não permitiu que ele terminasse. "Mas? Não há mais. Roubar é errado e você sabe disso! Não há motivo nesta terra de Deus para se roubar!"

    Robert encontrou coragem então para falar. Sim, roubar é errado, mas é ainda mais errado ouvir os estômagos dos meus irmãos e da minha família roncar o tempo todo porque eles estão com fome! Eu não aguento mais escutar seus estômagos roncando!

    Então, por isso você decidiu roubar uma vaca? ela perguntou. Sim, ela entendia muito bem como ele se sentia, pois isso também a entristecia, ouvir os estômagos com fome de todas as pessoas de quem ela tinha a responsabilidade de cuidar. Mas isso não significava que ela pudesse permitir que seus filhos roubassem.

    Robert decidiu que não faria bem continuar a falar sobre o assunto. Sua mãe já tinha se decidido e não haveria nenhuma explicação razoável para ela.

    Maggy olhou para Findley. Se você planeja enforcar meus filhos, eu pediria que você me enforcasse no lugar deles. 

    Seus filhos engasgaram e começaram a protestar contra a oferta dela de tomar seus lugares. Findley e seus homens, no entanto, jogaram a cabeça para trás e riram. "Não, moça, nós não temos nenhum plano para enforcar qualquer um de vocês!" Findley disse.

    Maggy não estava se divertindo. Qualquer coisa que você planeje fazer com os meus filhos, peço que me deixe tomar seus lugares. Seja uma surra ou qualquer outra forma de punição.

    Findley sacudiu a cabeça, incapaz de parar de sorrir para a bela jovem, antes que finalmente lhe ocorresse que ela era bastante séria. Aparentemente, ela tinha lidado com homens menos gentis, menos honrados ​​do que ele. Moça, ele disse enquanto caminhava em direção a ela. Eu nunca bateria em uma criança, nem em uma mulher, não importa quais fossem suas transgressões.

    Ele podia dizer pelo medo que aparecia nos olhos dela que ela não acreditava nele. Ele também notou que ela tinha colocado a mão no bolso do vestido. Eu teria feito o mesmo, para alimentar a minha própria família, se as circunstâncias fossem as mesmas. Ele parou a poucos metros dela e cruzou os braços sobre o peito com os pés espalhados.

    Bastava olhar para a magreza dos meninos e os rostos magros e abatidos das pessoas a seu redor para entender a situação. Este era um grupo de pessoas pobres, que estavam juntas em circunstâncias menos do que desejáveis. E a bela mulher que estava diante dele estava fazendo o melhor para cuidar deles e ensinar os rapazes a agirem de maneira direita e correta.

    "Peço que você mostre aos seus rapazes um pouco de compaixão, moça, eles estavam apenas tentando cuidar de sua família, como fazem os homens bons e responsáveis."

    Maggy Boyle não tinha certeza do que fazer de seu discurso apaixonado. Mas havia algo naqueles olhos castanhos dele que dizia que ele realmente acreditava no que estava dizendo. Havia algo, naquele sorriso pensativo dele que mantinha uma promessa, uma garantia que ela não sentia há muitos anos. Talvez ela pudesse confiar neste homem.

    ––––––––

    (1)Reiver – a palavra começou a ser usada na Idade Média quando os ingleses lutavam contra os escoceses e pilhavam os povos ao seu redor. Estes assaltantes ou reivers viviam em áreas montanhosas que se estendia do Mar da Irlanda a oeste até o Mar do Norte a leste. Esses incendiários, sequestradores e assassinos tinham representantes de várias camadas sociais, de fazendeiros empobrecidos a homens que residiam em castelos. Estes bandidos usaram os rios para aterrorizar a humanidade por 350 anos através do reinado da Rainha Isabel I e de seu sucessor escocês, James.

    ––––––––

    (2) Highlander - montanhês da Escócia.

    UM

    Highlands, Outono de 1344

    Não muito tempo após a urze ter florescido Findley McKenna e três de seus homens deixaram o Castelo Gregor na direção nordeste. Se estivessem a cavalo, e não em carroças, eles poderiam chegar ao seu destino em três dias, em vez dos cinco que eles levariam.

    O sol brilhava forte no céu claro do outono. Uma brisa suave sussurrava e acariciava as árvores carmesins, ouro e roxas que se espalhavam pelas Highlands (3). Nenhuma outra estação era tão bonita como o outono nas Highlands, bem, à exceção era o inverno, a primavera e o verão.

    Embora houvesse muito tempo antes de o inverno chegar, Findley estava bastante ansioso para alcançar seu destino antes das chuvas de outono começarem. Era difícil o suficiente viajar com carroças quando o tempo estava bom e ele não tinha vontade de viajar com lama em carroças cheias de pessoas.

    Por dias ele andava meditando calmamente sobre o que dizer para Maggy. Ele precisava convencê-la, e ao que restou de seu clã, a irem para o Castelo Gregor com ele. Ele rezou para que ela e seu povo ficassem contentes pela oferta de um lar seguro e permanente.

    Não foi muito difícil convencer seu chefe e o conselho do clã que este pequeno grupo de pessoas precisava urgentemente de ajuda. Findley tinha apelado para o forte senso de honra do chefe e o dever para com os menos afortunados, mas ele tinha razões pessoais para querer trazê-los. Ele estava bastante certo de que tinha se apaixonado pela bela mãe de cinco crianças. Isso ou ele tinha perdido a cabeça completamente.

    No momento, ele se inclinava mais pela insanidade, pois como uma pessoa podia se apaixonar tão desesperadamente após apenas algumas horas juntos? Eles não tinham compartilhado nenhum interlúdio romântico. Longe disso. A maior parte do tempo que ele tinha ficado com ela, Maggy estava repreendendo seus filhos por roubar, por fugir no meio da noite e por terem deixado-a preocupada além da medida. Ela admitiu a Findley naquele dia que seu maior medo era que os meninos tivessem sido sequestrados para ser pedido um resgate ou levados como escravos. De qualquer forma, ela não teria tido os meios necessários para obter a liberdade deles.

    Ela se desculpou repetidamente para Findley e seus homens pela estupidez e pela falta de moral de seus filhos. Entre desculpar-se e repreender seus filhos, houve pouco tempo para qualquer outra coisa, remotamente parecida com romance. Mas havia algo sobre a mulher, que, mesmo quando ela repreendia seus filhos, ele achou intrigante. Ele não podia explicar para ninguém o que era intrigante, a não ser que ele se sentia atraído por ela.

    Em algum momento, depois de deixar os reivers e sua linda mãe, a imagem do cabelo castanho-avermelhado e dos olhos verdes brilhantes de Maggy começou a penetrar em seus pensamentos. Se ele pensasse nisso seriamente, ele supunha que esses pensamentos começaram a aparecer em aproximadamente um minuto após ele ter se despedido. Por alguma razão que somente Deus podia entender, ele se sentia consumido por ela.

    Mesmo quando no verão ele foi ferido por um punhal em uma batalha contra os ingleses, seus pensamentos foram para Maggy. Enquanto ele estava deitado ensanguentado no campo de batalha, tentando se agarrar à vida, seu último pensamento antes de perder a consciência foi ela. Ele lutou contra a morte tão ferozmente quanto lutou contra qualquer batalha em sua vida apenas para que ele pudesse viver para vê-la novamente.

    Findley e seus homens, Richard, Patrick e Wee William dirigiam os vagões tão rápido quanto o terreno rochoso permitia. No que dizia respeito a Findley, eles não podiam ir rápido o suficiente. Quanto mais tempo eles andavam, mais ansioso ele ficava, e ele só podia rezar para que Maggy e seu povo ouvissem a razão e concordassem com sua oferta.

    Era o início da tarde, quando eles cruzaram a pequena colina perto do Rio Clyde, que o clã de Maggy chamava de lar. Algo estava errado. Muito errado.

    A morte pairava no ar. Ele e seus homens sentiram o odor distinto e, instantaneamente, e na mesma hora pegaram em suas espadas. Quando eles puxaram as rédeas e pararam os cavalos, seus olhos examinaram a visão diante deles. O coração de Findley começou a bater fortemente com medo quando ele parou a carroça e saltou de seu assento. A destruição e a morte estavam diante deles.

    Não restava nada da cabana onde as mulheres mais velhas uma vez tinham dormido, salvo o portal de madeira carbonizado e três corpos queimados que não poderiam ser reconhecidos. Bile levantou-se na parte de trás da garganta de Findley quando raiva começou a ferver em seu estômago.

    Wee William estava ao lado dele, balançando a cabeça enquanto Richard e Patrick procuravam por vestígios.

    Eu diria que isso aconteceu dois dias atrás. Talvez três, disse Wee William em um tom reverente.

    Findley só pôde assentir com a cabeça enquanto pensava e olhava para os cadáveres a seus pés. Ele só podia rezar para que eles não encontrassem Maggy ou seus meninos entre os mortos.

    Patrick e Richard caminharam em direção ao rio e encontraram mais duas mulheres idosas mortas. Findley e Wee William logo se juntaram a eles. Sete foi o número final de mortes. Não havia nenhum sinal de Maggy ou de seus filhos em qualquer lugar.

    Foi Richard quem finalmente fez a pergunta que Findley não conseguiu.

    Onde estão Maggy e os rapazes?

    Findley não conseguiu responder, seu coração não permitiria ele dar uma resposta, e pensar nas possibilidades de onde Maggy e os rapazes poderiam estar. Ele se curvou e estudou as marcas deixadas na lama e julgou que pelo menos dez pessoas a cavalo tinham atacado. As trilhas levavam para o leste e aparentemente foram deixadas na mesma direção em que tinham chegado.

    Quem você acha que pode ter feito isso? Wee William perguntou a ninguém em particular.

    Naquele momento, uma rajada de vento varreu as colinas, espalhando pedaços de poeira e folhas. Um pequeno pedaço de pano pousou no pé de Wee William. Era como se o próprio Deus tivesse respondido a pergunta. Wee William pegou o pano e estudou-o de perto por um momento. Seu maxilar endureceu quando a raiva encheu seus olhos, ele reconheceria aquele pedaço de pano xadrez em qualquer lugar. Ele o entregou a Findley para sua inspeção. Levou apenas um momento para ele chegar à mesma conclusão.

    Buchannans (4). Um arrepio deslizou por todo o seu corpo ao dizer o nome.

    ––––––––

    (3) Highlands - região montanhosa da Escócia.

    (4) Buchannans - A origens deste clã está em Stirlingshire, e as terras do Clã Buchanan ficavam nas margens do leste e extremidade inferior do Loch Lomond.

    DOIS

    Apenas filhos de prostitutas matariam pessoas idosas e deixariam os corpos para os lobos. Foi a voz grave de Wee William, em total desprezo, que quebrou o silêncio.

    Findley McKenna agarrou o pedaço do pano ensanguentado até que seus dedos ficaram brancos. O tempo pareceu parar, interminável, antes que seu coração voltasse novamente a bater. E demorou ainda mais, antes que ele pudesse respirar. Uma raiva tão quente como a forja de um ferreiro batia em suas veias. Seus olhos se tornaram sombrios enquanto ele examinava a morte e a destruição que o rodeava.

    Findley lutou para falar sobre o nó que tinha se formado em sua garganta. Sim, ele murmurou.

    Apesar de seus sentimentos por Maggy Boyle ainda não terem sido revelados, seus homens sabiam que ele tinha mais do que um forte carinho pela beleza de cabelo castanho-avermelhado. Eles não tinham viajado todos esses dias apenas para trazer suprimentos e oferecer abrigo para os cinco jovens rapazes que ela chamava de filhos. Maggy inexplicavelmente tinha ganhado o coração de Findley.

    Procurem novamente, ele ordenou a seus homens. Apesar de cada homem ter a certeza de que uma segunda pesquisa renderia os mesmos resultados que a primeira, eles fizeram sem questionar. Seus homens o seguiriam através das entranhas do inferno, se ele pedisse.

    Findley rasgou as barracas enegrecidas pelo fogo e os restos carbonizados da cabana de Maggy. Ele ergueu a mesa e jogou-a de lado como se não pesasse mais do que o tecido ensanguentado que ele apertava entre os dedos. Com uma raiva desenfreada, ele atravessou a carnificina procurando por ela.

    Como guerreiro, Findley tinha lutado em muitas batalhas. Mesmo tendo se aproximado da morte inúmeras vezes, ele nunca sentiu esse tipo de medo. Parecia que o medo rasgava e cortava a sua alma, despedaçando-a em inúmeras ​​peças. Por favor, ele rezou, deixe-me encontrá-la. Não aqui, não assim.

    Findley. O som da voz de Richard alcançou a loucura que estava arruinando sua mente.

    Findley parou e se virou para o irmão. Encharcado de suor e com o coração cheio de medo, ele ousou fazer a pergunta. Você a encontrou?

    Ele estava com medo que ele não fosse conseguir sobreviver nem um minuto se Richard respondesse afirmativamente.

    Não, Richard respondeu. Eles não estão aqui, Findley.

    Os Buchannans estão com ela. Wee William foi o único corajoso o suficiente para falar o que o resto deles sabia, mas não conseguia dizer.

    A realidade da situação rasgou o coração de Findley com tanta força como uma espada inimiga. Maggy estava viva, mas estava nas mãos de um homem que ele sabia que não tinha alma. Era provável que o homem a tivesse aprisionado para seus próprios propósitos. Ou pior ainda, ele a estava levando para os traficantes de escravos do norte. Ele não conseguiu parar de pensar em Maggy sendo despojada, presa em correntes e colocada em exibição para ser vendida para o homem que fizesse a melhor oferta.

    A varíola tinha matado quase todos os membros do clã de Maggy. Durante três anos, ela conseguiu manter unido o pequeno clã. Maggy, um punhado de pessoas idosas e cinco meninos eram tudo o que restava de um clã orgulhoso. Embora ela tivesse dado a luz a apenas um dos cinco meninos que a chamavam de mãe, ela amava todos os cinco com uma ferocidade e uma maturidade que desmentia sua tenra idade.

    Ela havia sobrevivido a todos os anos duros e difíceis apenas para ser levada por um assassino de sangue frio.

    Findley estudou os rostos dos três homens que haviam feito esta jornada com ele. Ele não havia planejado encontrar os idosos mortos e Maggy e seus meninos desaparecidos. Nem tinha planejado ir para uma batalha. O clã de Buchannan estava crescendo rapidamente e pelas últimas estimativas eles eram mais de uma centena. A lógica dizia que os quatro não poderiam lutar e vencer mais de cem homens. Seu coração no entanto, não se importava com o que a lógica dizia sobre o assunto.

    Ele voltou a atenção para o pedaço de pano que ainda apertava em sua mão. Suas cores vermelho, verde e dourada estavam agora embebidas com o sangue de inocentes. Ele respirou lentamente antes de enfiar o pano nas dobras de sua túnica.

    Desengatem as carroças. Nós vamos atrás de Maggy e seus meninos.

    Sua voz estava tão fria e mortal quanto a lâmina de aço de uma espada. Ele advertiu a cada um dos homens que o rodeava que não haveria discussão sobre o assunto. Ele se virou se dirigindo para as carroças. Seu irmão Richard, o seguiu.

    Findley, Richard disse, não deixe que seu coração perturbe seu bom julgamento. Se algum outro homem tivesse falado essas palavras com Findley, ele o teria destruído sem pensar no assunto.

    Maggy e os meninos estão por aí em algum lugar, Richard, Findley falou sobre seu ombro. Com ou sem vocês, eu vou recuperá-los.

    Eu nunca disse que você faria isso sem mim, irmão, Richard disse para ele enquanto se aproximavam de uma das carroças. Eu simplesmente estou pedindo para você pensar sobre este assunto por um momento. Nós vamos precisar dos suprimentos que estão nessas carroças, Findley. Ele não tentou ajudar seu irmão mais velho que estava trabalhando furiosamente com as correntes e amarras dos arneses (5).

    Vamos viajar mais rápido sem elas! Findley estava furioso. Qualquer paciência que possuía foi deixada nos escombros do que restava da casa de Maggy.

    Sim, é verdade, Richard respondeu enquanto esfregava uma mão em seu rosto barbudo. Renfrew (6) está a apenas um dia de distância, se levarmos as carroças. Podemos chegar lá amanhã, para a refeição do meio-dia. Os Buchannan estão com uma semana de vantagem sobre nós.

    Findley parou abruptamente e olhou para o irmão com curiosidade. E qual é o seu ponto?

    Eu digo que é melhor nós levarmos as carroças para Renfrew. Podemos trocá-las por cavalos e contratar mercenários. Então podemos nos dirigir para a fortaleza do Buchannan.

    Findley piscou, enquanto pensava sobre esta sugestão. Ele não queria perder tempo trocando carroças ou tentando comprar a fidelidade de outros homens. Sua única preocupação era chegar até Maggy. Quem sabia quais danos já podiam ter sido feitos para ela, ou o que ainda podiam ser feitos.

    Pense nisso irmão, continuou Richard. Há apenas quatro de nós. Embora a sede de vingança possa ser forte no momento, e não exista outro homem que eu desejaria ter nos campos de batalha comigo, somente nós quatro não podemos ir contra cem homens. Vamos para Renfrew, vendemos as carroças, contratamos alguns homens, soldados com suas espadas. Podemos enviar um mensageiro de volta para Dunshire e implorar a Angus para nos enviar mais ajuda.

    Seu irmão estava certo, apesar dele odiar admitir isso. Wee William e Patrick agora estavam ao lado deles e, com as expressões solenes que eles tinham em seus rostos, pareciam concordar com a idéia.

    O ódio e a raiva tinham tomado o controle de seu coração, fazendo com que ele não conseguisse pensar com clareza. Ele sabia que a idéia de Richard era perfeita. Não importava o  sangue quente que corria pelas veias de Findley, nem o quanto seu coração ardia com a vontade de resgatar Maggy, eles precisavam de mais homens para ir contra o clã do Buchannan.

    Para Renfrew então, disse Findley quando ele começou a arrumar os arneses. Mas, se parecer que as carroças nos retardam, não pensarei duas vezes em deixar você com elas.

    Eles continuaram andando até muito tempo depois do pôr do sol. Sem lua para ajudar a guiá-los, era muito arriscado prosseguir através da noite escura, puxando carroças pesadas.

    Findley mal conseguiu dormir, incapaz de tirar de sua mente a preocupação sobre onde Maggy podia estar e o que ela podia estar passando. Apesar dela ser uma mulher forte que tinha conseguido manter seu pequeno clã unido, era um assunto completamente diferente ser mantida como prisioneira ou escrava. Ele jurou por tudo o quanto era sagrado, verdadeiro e correto, que mataria qualquer homem que lhe fizesse mal.

    Ele tentou entender o motivo pelo qual os Buchannan tinham atacado a casa de Maggy. Sim, Malcolm Buchannan estava querendo algo quando veio. O homem estava louco. Sua reputação explicava porque escreviam estórias de fantasmas e essa reputação tinha lançado um manto escuro sobre toda a Escócia.

    Findley nunca tinha conhecido o homem, mas ele conhecia algumas pessoas que tinham. Se as estórias atuais que inundavam as Highlands fossem verdadeiras, Malcolm Buchannan nunca agia a menos que houvesse algo a ganhar com isso.

    O que ele podia ganhar com Maggy Boyle?

    Ele se levantou antes da primeira luz do dia, saindo de debaixo da carroça onde tinha tentado dormir. Com um coração pesado e uma mente cheia, ele pegou água e a espirrou em seu rosto e pescoço. Seus trews (7) e sua túnica estavam sujos e desgastados pela viagem, mas no momento isso não importava. Ele duvidava que Maggy se importaria de como ele podia estar vestido, desde que ele pudesse salvá-la do Buchannan.

    Tentar tirar Maggy de seus pensamentos era tão fácil como empurrar uma rocha até uma montanha. Ele tirou o pedaço do pano de sua túnica e olhou para ele por um longo tempo. Ele só podia rezar para que o sangue que o embebia não pertencesse a Maggy e nem a nenhum dos seus meninos. Enquanto ele passava o polegar sobre o pequeno tecido, suas emoções corriam do desespero para a raiva e de volta. Ele tinha que encontrá-la. Não importava o que tivesse acontecido com ela, não importava quais tormentos Malcolm Buchannan pudesse ter infligido a ela, Findley sabia que ele passaria o resto de sua vida tentando compensá-la deste sofrimento.

    A maioria das pessoas, ele pensou, não entenderia a culpa que maltratava seu coração, a culpa que muitas vezes o mantinha acordado à noite. Assim como ele tinha abandonado sua família anos atrás, ele também tinha abandonado Maggy e sua família. Ele tinha feito isso não chegando antes do Buchannan. Ele tinha abandonado todos eles por não estar lá para defendê-los contra os Buchannans.

    Irritado, ele colocou o pano de volta na túnica e olhou para o horizonte. Maggy estava lá fora, em algum lugar, e só Deus sabia o que estava acontecendo com ela agora.

    A raiva seria o seu catalisador para avançar, vingar o que o impedia de derrubar completamente. Ele não descansaria até encontrá-la.

    Um a um, seus homens começaram a acordar. Depois de comerem rapidamente seus pães e a carne seca, eles começaram a se dirigir para Renfrew, assim que sol começou a nascer. A linda manhã com seu céu roxo e azul estava em contraste direto com a tristeza que pesava em seu coração. Findley duvidava que ele pudesse desfrutar de outro nascer do sol até que ele tivesse Maggy com segurança em seus braços.

    Se eles não estivessem com pouco dinheiro, eles teriam largado as carroças no dia anterior e teriam seguido a cavalo. A batalha que acontecia entre o que seu coração dizia—deixe as carroças e cavalgue rápido—e o que a mente dele dizia – que ele precisava de mais homens do que ele atualmente tinha à sua disposição—estava lhe causando uma tremenda dor de cabeça.

    Eles viajaram em silêncio e tão rápido quanto o terreno acidentado permitia. Eles estavam andando por apenas algumas horas quando uma roda de uma das carroças se alojou entre duas grandes rochas. Eles perderam uma hora porque tiveram que tirar cavalos das outras carroças para ajudar a desengatá-la. Findley gritou uma explosão de blasfêmias, cada vez mais irritado por causa de cada momento desperdiçado. Seus homens rapidamente viram seu mau humor e o deixaram sozinho, em paz.

    Mais tarde, Patrick pediu uma breve pausa para esticar as pernas e esvaziar a bexiga. Infelizmente Findley teve que concordar com o pequeno descanso.

    Enquanto ele estava atrás de uma árvore atendendo o chamado da natureza, Patrick ouviu um leve barulho de folhas vindo da sua esquerda. Ele fingiu que não tinha ouvido nada enquanto esticava os ouvidos para escutar. Ele estava certo de que nem Findley nem Wee William o tinham seguido até a floresta.

    Ele começou a assobiar suavemente enquanto examinava a floresta de forma furtiva. Ele ouviu o som fraco de novo. Quem estava escondido nas proximidades estava fazendo um péssimo trabalho em ficar quieto.

    Patrick fingiu um bocejo, esticou os braços e começou a caminhar na direção do barulho. Ele tinha dado apenas alguns passos curtos quando ouviu o som de um grito de batalha, que foi rapidamente seguido por algo bastante duro que bateu na sua cabeça!

    Ele soltou uma maldição quando estrelas começaram a explodir na frente de seus olhos e uma intensa dor derrubou sua cabeça para o lado. Momentemente atordoado, Patrick pegou seu punhal e, com muita dor, começou a olhar para a pessoa que o atingira. Sua visão parecia borrada e, antes que ele pudesse ter controle sobre a situação em questão, ele ouviu uma voz gritar: Vá para o inferno, seu bastardo sujo!

    Patrick não podia jurar, o que suas orelhas ouviam, mas ele achou que a voz soava bastante jovem.

    Ele se virou em direção da voz apenas para ser atingido no peito por outra pedra, esta do tamanho de um ovo de galinha. Antes que ele pudesse fazer alguma coisa, várias pedras estavam sendo jogadas em cima dele e uma ladainha de maldições e blasfêmias estavam sendo gritadas contra ele. Em questão de momentos, ele foi assediado e derrubado no chão por pedras e mais pedras e foi rapidamente cercado por uma bando de rapazes que começaram a chutá-lo enquanto o amaldiçoavam.

    Maldito Buchannan! Gritou o menor dos rapazes enquanto dava um golpe no lado do estômago de Patrick.

    Outro garoto, não muito mais velho do que o primeiro, cuspiu nele e gritou: Você pode queimar no inferno! O garoto evidentemente sentiu que era preciso então chutar Patrick nas costelas.

    O maior dos quatro meninos tinha uma expressão de raiva que Patrick somente tinha visto nos olhos de um guerreiro. O rapaz segurava uma pedra bastante ameaçadora, e levantou-a sobre sua cabeça com suas duas mãos, totalmente preparado para bater com ela no crânio de Patrick.

    Engraçado, mas Patrick sempre pensou que morreria no campo de batalha em algum ato de ardente e corajoso heroísmo. Ele nunca imaginou que ia morrer apedrejado por um grupo de pequenos meninos

    Quando o rapaz estava pronto para jogar a pedra, uma mão bem grande agarrou-o por trás, enquanto outra agarrava a parte de trás de sua túnica e o empurrou violentamente para longe de Patrick. Quando o rapaz soltou mais maldições, mais homens e mãos apareceram e começaram a puxar os meninos de cima de Patrick.

    Buchannans podres! Os meninos estavam amaldiçoando e gritando em protesto.

    A voz de Wee William cresceu através da floresta, fazendo os pássaros voarem mais rápido e outros animais correrem para a segurança. Soltem agora essas pedras, seus pagãos! ele gritou.

    Braços e pernas pararam no meio do caminho, as bocas pendiam abertas e todos os olhos se voltaram para o gigante diante deles. Patrick estava certo de que se ele fosse um desses garotos para quem Wee William tinha acabado de gritar, provavelmente ele teria borrado suas calças.

    Parem com isso, seus animais! Wee William acrescentou, dando a cada um dos meninos um olhar irritado enquanto jogava a pedra no chão. Ela pousou com um baque maçante no chão atrás dele.

    Aparentemente, não havia muita coisa nesta terra que assustasse o mais velho dos meninos, pois ele encarou o olhar de Wee William. Empurre a pedra na sua bunda, seu cão sujo, seu Buchannan de merda!

    Patrick conhecia Wee William durante a maior parte de sua vida e nunca tinha visto o homem piscar quando um insulto lhe era lançado. Mas foi exatamente o que Wee William fez.

    Verdade fosse dita, o que mais tinha surpreendido William é que ele nunca tinha conhecido alguém que não ficasse intimidado com o seu tamanho ou o som de sua voz profunda e grave. Por um momento ele se sentiu completamente aturdido.

    Feche a boca seu merdinha! Eu não sou um Buchannan mais do que você é! A resposta de William pareceu surpreender o menino que ficou em silêncio. O rapaz começou a olhar para os homens diante dele. Ele não conseguiu esconder

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