O Patriota Polonês
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Sobre este e-book
Um patriota polonês que renunciou seu país que traiu a ele e a seu povo.
Os judeus viveram na Polônia por quase mil anos e ajudaram a formar sua cultura e indústria. Sua família era bem quista e cheia de profissionais. Seu pai era um distinto advogado que trabalhava no Ministério de Finanças.
A guerra destruiu seu mundo, interrompeu seus sonhos e o forçou a lidar com novas realidades.
Sua lealdade e amor pela velha Polônia que ele conhecia tão bem começou a lentamente desaparecer quando ele descobriu que seu nacionalismo era baseado em equívocos sobre seus "irmãos" poloneses. A ocupação nazista deu a seus vizinhos poloneses a oportunidade de ouro de se livrar dos "judeus imundos" e permitiu que eles roubassem seus bens. Muitos prontamente colaboraram com os nazistas durante a guerra e houve atém quem matasse muitos sobreviventes depois da guerra.
Embora ele tenha renunciado seu país com tristeza, ele amava sua cultura e viveu como polonês em seu novo país até morrer aos noventa e três anos.
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O Patriota Polonês - Uri Jerzy Nachimson
O Patriota Polonês
––––––––
Eu decidi ficar com o amor. O ódio é um fardo muito grande para carregar.
(Martin Luther King, Jr.)
O Patriota Polonês
Biografia do Tenente-Coronel Dr. Med. Dent. David Nachimzon. (1912-2005)
Uri Jerzy Nachimson
Publicado por:
Uri Jerzy Nachimson
Cortona, Italy
Primeira edição © 2014 por Uri Jerzy Nachimson
Traduzido do inglês por Amanda de Faria
ISBN: 9781520443799
Escrito em Cortona, Toscana, originalmente em hebraico – 2013-2014. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida, guardada em sistema de recuperação, ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio, eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação, scanner, ou outros, exceto como permitido nas Seções 107 ou 108 do Ato de Copyright Estadunidense de 1976, sem prévia permissão escrita da editora. Pedidos à editora para permissão devem ser endereçados a jerzynachimson@gmail.com
Isso é um trabalho criativo de não-ficção. Os eventos são mostrados na capacidade da memória de David Nachimson. Embora todas as histórias nesse livro sejam reais, alguns nomes e detalhes identificadores foram modificados para preservar a privacidade dos envolvidos.
In memoriam
Fela e David Nachimzon –meus pais
Wolf, Ida, Izio e Lila Nachimzon [mortos no Holocausto]
Eugenia e Stanislaw Szajkowski
Paulina Nachimzon (Wolfsohn) [morta no Holocausto]
Moshe,Cesia,Adam e Jerzy Wolowelski [mortos no Holocausto[
Irina, Ilia, sua filha Mila Friedberg [mortos no Holocausto[
Luba [Nachimzon] Koren [morto no Holocausto]
Herman e Bertha (Friedberg) [mortos no Holocausto]
Mietek e Irka Mirabel [mortos no Holocausto]
Boris,Roma, sua filha Inka Friedberg [mortos no Holocausto]
Conteúdo
INTRODUÇÃO
1 de setembro, 1939.................................................................1
ADAS, MEU IRMÃO
MAIS VELHO.......................................10
Diektarkia................................................................................27
Fela..............................................................................................36
ALISTADO AO EXÉRCITO POLONÊS....................................57
UZBEQUISTÃO........................................................................87
O RITUAL LITUANO................................................................98
EM TERRITÓRIO POLONÊS................................................105
BERLIM-ESTETINO..............................................................123
Szajkowski..............................................................................133
Wloszczowa............................................................................141
VOLTA AOUZBEQUISTÃO....................................................158
O REENCONTRO...................................................................177
VOLTA À POLÔNIA...............................................................182
Kristina...................................................................................191
VOLTANDO PARA CASA NA POSNÂNIA............................198
VOLTA A estetino..................................................................205
Marysia...................................................................................215
VOLTAR PARA CASA............................................................222
EM CONCLUSÃO...................................................................226
AGRADECIMENTO ESPECIAL.............................................228
INTRODUÇÃO
Ao escrever a história da vida do meu pai, eu podia escutar sua voz ditando-a para mim, capítulo por capítulo. Embora meu pai tivesse morrido nove anos antes de que eu começasse a escrever o livro, ainda assim, eu fui capaz de adequadamente colocar em papel tudo o que ele me contara do ocorrido durante sua vida. Ele era um polonês patriota que renunciou a seu país, que traiu a ele e a seu povo.
Os judeus viveram na Polônia por quase mil anos e ajudaram a formar sua cultura e indústria. Judeus ortodoxos viviam em vilas e cidades ao lado de judeus que eram distantes da religião, junto com cristãos que não consideravam os judeus minimamente diferentes de si próprios. Entre os judeus poloneses havia industrialistas, médicos, advogados, banqueiros, intelectuais e artistas. A família do meu pai era bem-dotada de profissionais. O pai dele, meu avô, era um ilustre advogado que trabalhava para o Ministério das Finanças. Sua tia era uma comunista entusiasta que se mudou para a Rússia e nunca voltou. Seu tio, o irmão de seu pai, era um general na Narodnyj Kmossariat Bnutriennich Diel (NVKD)[1]. Seus tios eram dentistas na Varsóvia e seu bisavô era o conhecido autor Abraham Shalom Friedberg. O irmão de sua avó, Julusz Wolfsohn, era um compositor e músico famoso, enquanto que sua tia Isabella Grinevskaia escrevia peças. Seu tio, Moshe Woloelski, era um rico magnata imobiliário, seu primo era um cirurgião, e meu pai era dentista.
A guerra destruiu seu mundo, interrompeu seus sonhos e o forçou a lidar com novas realidades.
Sua lealdade e amor pela antiga Polônia que ele conhecia tão bem lentamente começou a desaparecer quando ele descobriu que seu nacionalismo se baseava em erros sobre seus irmãos
poloneses. A ocupação nazista deu a seus vizinhos poloneses uma oportunidade de ouro de se livrarem dos judeus imundos
e os permitiu tomar sua propriedade. Muitos voluntariamente colaboraram com os nazistas durante a guerra, e houve também quem matasse sobreviventes após a guerra.
Embora ele tenha relutantemente renunciado à sua pátria, ele amava sua cultura e vivia como polonês em seu novo país até sua morte aos noventa e três anos.
1
1o DE SETEMBRO, 1939
O dia primeiro de setembro de 1939 sempre estará marcado em minha mente como o dia no qual a minha vida mudou. Eu era um doutor jovem de vinte e sete anos que, três anos antes, havia começado um estágio na clínica de dentista de um familiar, o Dr. Leon Buhanik em Międzyrzec Podlaski, que fica a aproximadamente setenta quilômetros de Brest-Litovsk, uma cidade próxima da fronteira russo-polonesa. Nas últimas semanas, tínhamos ouvido informes na rádio sobre um ataque alemão iminente. Apesar dos informes serem cheios de palpites e estimativas que continham pouquíssimas bases fatuais, todos estavam convencidos de que eventualmente os alemães atacariam a Polônia. A única questão que nos restava era quando, e se os russos se uniriam ao ataque alemão.
Cartas ainda chegavam da minha casa, embora irregularmente por parte do meu primo e melhor amigo, Adam Wolowelski, um médico que completara seus estudos em Modena, Itália, aproximadamente ao mesmo tempo em que eu completei meus estudos em Varsóvia, e depois ele se especializara em cirurgia no hospital de Bret-Livotsk. Adam era um sujeito ruivo e alto, desarrumado de uma forma cavalheiresca, sarcástico e que falava russo fluentemente por conta de sua origem russa. Nos anos de 1920, no começo do triunfo da revolução Bolchevique, que tentou eliminar a abastada classe alta, seu pai, Moshe Wolowlski, um negociante rico, fugiu do Partido Comunista.
Ao chegar na Varsóvia, ele investiu seu dinheiro no setor imobiliário e trouxe com ele seu filho de oito anos, Adam, que recentemente perdera sua mãe. Na Varsóvia, Moshe conheceu minha bela e solteira tia, Cesia. Eles eventualmente se casaram e, juntos, tiveram um filho chamado Jerzy que agora, em 1939, tinha sete anos de idade.
Eu estava em contato constante com Adam Wolowelski, com quem eu tinha muito em comum. Não só tínhamos a mesma idade, éramos ambos doutores, solteiros e primos, como éramos amigos extramemente próximos. Durante meus anos de estudo na escola secundário e então na universidade na Varsóvia, eu morei na sua casa e nós dividimos um quarto. Agora, apesar de trabalharmos em clínicas separadas a mais de setenta quilômetros uma da outra, perto da fronteira russa, conseguíamos nos reunir frequentemente e passar tempo juntos.
Em certas ocasiões, duas vezes por semana, eu chegava ao centro da cidade de Bret-Litovsk e passava tempo com jovens associados que eu tinha conhecido em danceterias ou através de associações de voluntários de vários hospitais. Suas associações eram lugares particularmente lotados para conhecer jovens mulheres, uma vez que, como os informes da guerra iminente se espalhavam, as garotas se alinhavam e voluntariavam para estudar cursos acelerados de enfermagem. Diziam a elas que os serviços civil e militar estavam interessados nela e as recrutariam para serviço imediato.
Dr. Adam Wolowelski escreveu na parte de trás de uma foto dedicada a sua prima Lila: com o cilindro e um ‘olho’ na guerra eu estou pronto
e assinou Adek
. Varsóvia – 16 de setembro de 1931.
De manhã cedo de 1o de setembro de 1939, a cidade de Varsóvia foi bombardeada por centenas de aeronaves alemãs que chegaram em ondas massivas. Pela rádio, podíamos escutar a alta estridência da voz de Adolf Hitler prometendo que nenhuma casa na Varsóvia permaneceria intacta. Erradicaremos a Varsóvia até sua fundação
, ele gritava e, assim, famílias judias e cristãs perderam suas casas e todas as suas posses foram enterradas abaixo dos destroços. Prédios inteiros colapsaram, ruas sumiram, e distritos foram obliterados quando as ondas de aviões alemães impiedosamente atiraram bombas nessa grande cidade. Em poucos instantes, jardins luxuosos foram transformados em crateras repletas de água com lama contendo carcaças de cisnes e peixes esmagados. Um insuportável cheiro de cadáveres carbonizados flutuou no ar e rajadas de fogo e fumaça podiam ser vistas de qualquer parte. Sirenes de ambulância eram frequentemente ouvidas, mas, depois de um tempo, elas também eram abatidas.
Os sortudos que não foram feridos foram vistos deixando a cidade em infinitos comboios, majoritariamente a pé, puxando carruagens cheias de pacotes, todos viajando na direção leste. Até aqueles que foram afortunados o bastante para começar a jornada com carro eventualmente tiveram que abandonar esse plano pela falta de gasolina e pelas estradas danificadas.
Aeronaves alemãs atacando Varsóvia em 1939
Os ataques de avião ocorreram principalmente pela noite e, consequentemente, a cidade foi iluminada pelos incendiários que jogaram fogo nos prédios, distritos e avenidas de belas árvores antigas. Pontes que passavam pelo rio Vistula subiram ao ar e colapsaram abaixo delas mesmas. Um sentimento de Armagedom e do fim da vida prevaleceu. Não havia modos de nos defender dos impiedosos aviões alemães que operavam sem pausa, bombardeando Varsóvia e espalhando destruição e morte, o que permitia que suas forças terrestres avançassem e conquistassem a cidade submissa. O prefeito de Varsóvia, Jozef Stasinski, estava desamparado e confuso. Uma vez, falou pela rádio e urgiu aos cidadãos de Varsóvia que saíssem da cidade e fossem poupados; enquanto outra vez, urgiu aos cidadãos que ficassem e não traíssem sua pátria devastada e sangrenta. Pouco depois, a eletricidade foi interrompida e o caos absoluto reinou.
Todas essas descrições ouvi de minha futura esposa, a sortuda e fortuita
. O apartamento inteiro onde sua família vivia em Ulica Chlodna[2] no centro de Varsóvia, mas a família fugiu do edifício assim que ouviram aviões passando; então, eles foram salvos. Após ver o prédio se desfazer em chamas e cair em frente aos seus olhos, eles decidiram sair de sua amada cidade, onde o avô deles, Maks, nascera e relocar para a cidade de Kobryn, que fica ao leste de Brest-Litovsk, a duzentos e cinquenta quilômetros de Varsóvia. Eles passaram o primeiro período de tempo lá com parentes que encontraram após trespassar a fronteira com a Rússia atravessando o rio Bug Ocidental, mas voltarei mais tarde a essa história do resgate da minha futura esposa, que eu conheci em um Gulag[3] russo em Novosibirsk, para onde fui exilado junto com muitos outros poloneses, tanto cristãos como judeus, ao fim de 1939.
Varsóvia após os bombardeios
Durante os dias subsequentes, testemunhei o caos resultante conforme milhares de pessoas assustados fugiam pela área fronteiriça em direção a vilas e florestas ao leste, escapando para a Rússia. Eu decidi escapar de Międzyrzec para Bret-Litovsk e ver o que as pessoas estavam fazendo. Após falar com o Dr. Buahnik e sua esposa, que estavam muito ansiosos, mas esperançosos de que nenhum mal recairia sobre eles ficasse. Eu decidi me mudar. Saí da casa deles e encontrei uma motocicleta abandonada que estava jogada no canto da rua e sem gasolina. A uma pequena distância do outro lado da rua havia um caminhão tombado. Aproximando-me do caminhão, notei que havia gasolina no tanque. Com a ajuda dos tubos de água que arranquei do motor, eu drenei a gasolina e transferi para a motocicleta, que imediatamente iniciou e, com direção ao meu destino, enquanto passava por hordas de pessoas escapando da morte iminente. Chegando em Brest-Litovsk, corri pelas ruas desertas até o hospital. Em um certo momento, a ponte se fechava ao trânsito e eu não pude continuar.
Os policiais estavam cientes das massas que se encaminhavam, e então havia grande tensão no ar perto do hospital, conforme as sirenes de apoio soavam de vez em quando, avisando sobre ataques aéreos. O hospital estava praticamente vazio e todo mundo estava esperando pelas vítimas dos ataques. A cidade estava em alerta máximo e pronta para o pior. Nós sabíamos que era uma questão de horas até que o inimigo chegasse e, enquanto isso, na frente diplomática, as negociações ocorriam entre a Rússia e a Alemanha para dividir a Polônia, prevenindo um confronto. Stalin queria evitar a guerra com Hitler. Mesmo assim, Stalin tinha um desejo forte pelos territórios férteis dos seus vizinhos do lado; seus inimigos (tradicionais) do Oeste.
No hospital, encontrei Adam em um humor muito deprimido, porque não tinha recebido nenhuma carta ou informação de seus pais. Judeus fugindo que chegavam reportavam que a cidade de Varsóvia estava destruída e que os alemães estavam sequestrando judeus, mandando-os para áreas de trabalho forçado e os forçando a usar braçadeiras brancas com um símbolo[4] que os identificava como judeus. Eles também contaram de como os alemães estavam humilhando os judeus, e os degradando nas ruas enquanto alguns poloneses se voluntariavam e ajudavam a caçar e entregar seus vizinhos aos alemães.
Todos estavam tentando escapar, mas era tarde demais porque as fronteiras estavam virtualmente fechadas. Os que chegavam do lado polonês se encontravam na linha de fogo russo que atirava contra qualquer um que se aproximasse da fronteira; enquanto, do outro lado, a patrulha alemã atirava em qualquer um tentando cruzar a fronteira deles. Todos esses boatos eram altamente estressantes e eu estava aterrorizado ao ouvi-los. Embora minha família imediata vivesse em Wloszczowa, a centenas de quilômetros de Varsóvia, eu tinha tias, tios, primos e outros familiares morando em Varsóvia.
Judeus poloneses e cristãos deixando suas cidades e vilas, fugindo em direção ao Leste.
No hospital de Brest-Litovsk, Adam e eu sentamos juntos por algumas horas, nos encorajando mutuamente e, quando finalmente fomos para a rua para fumar, as ruas estavam vazias, como apenas patrulhas de serviço civil passando ocasionalmente pela entrada do hospital. Após entrarmos e nos separarmos com um longo abraço, soubemos que muito provavelmente não nos veríamos novamente. Também acreditávamos que a guerra continuaria por um longo tempo e nós precisaríamos tomar conta de nós mesmos, mas concordamos que em toda oportunidade que tivéssemos mandaríamos mensagens um ao outro.
No dia sete de setembro, os alemães começaram a bombardear Międzyrzec e Brest-Litovsk. A aeronave lançou bombas dia e noite que balançaram a terra e fez com que os prédios caíssem. Enormes crateras apareceram nas estradas principais e a viagem se tornava difícil. Já que eu tinha passaporte polonês e algum dinheiro, decidi voltar e ver o que acontecera do outro lado da fronteira, já que as tropas terrestres alemãs ainda não tinham chegado. Eu voltei para Międzyrzec na clínica do meu parente e vi que o prédio estava vazio e a clínica em ruínas. Tudo estava de cabeça para baixo. Todo o equipamento do qual o Dr. Buhanik tanto se orgulhava, como as ferramentas de mão, e as máquinas de Raio-X, as cadeiras, a medicação e as seringas, tinham sumido, arrancadas da parede, todas tomadas durante o pesado bombardeio da cidade, até Leon Buhanik e sua esposa.
Cadáveres deitados nas ruas após o ataque aéreo alemão.
2
ADAS, MEU IRMÃO
MAIS VELHO
Após todos esses eventos, conclui que eu precisava sair da área e me dirigir de cabeça e tudo na Rússia. Decidi encontrar meu primo Adam de novo, e tentar convencê-lo para fugir comigo para o interior da Rússia, talvez Moscou, onde eu tinha um tio. Já que Adam sabia russo fluentemente, nós poderíamos assistir um ao outro. O trânsito estava leve e a maioria dos veículos na estrada eram grandes, mas um caminhão passando parou e me pegou. A viagem foi atrasada diversas vezes pela polícia polonesa que estava patrulhando a área, aparentemente sozinha, já que a lei e a ordem já não estavam mais em efeito. Eles realizaram bloqueios de estrada, avisaram as pessoas a não chegarem perto da fronteira russa, e demandaram documentos de identificação para cruzar a fronteira que estava aberta – abrindo e fechando. Me identifiquei como doutor trabalhando no hospital em Brest e, depois de checarem meus documentos, disseram que eu seria recrutado imediatamente ao serviço militar e que eu devia viajar para a cidade de Rovno.[5]
Judeus lituanos e ucranianos saindo de suas casas; eles foram forçados pelos russos.
Como resultado, viajei os últimos poucos quilômetros em uma bicicleta velha que encontrei abandonada na rua. Ofegando sem ar e com rosto vermelho pelo esforço, cheguei no hospital e subi ao segundo andar, onde a sala dos médicos estava. Para minha decepção, Adam não estava lá. Me acalmei quando uma das enfermeiras me assegurou de que ele estava na sala de consultas. De fato, em pouco tempo, ele entrou na sala de médicos e ficou surpreso em me ver.
—O que aconteceu? O que traz você aqui? — Ele disse — Estou feliz em ver você, mas surpreso também.
Depois disso, nos