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Educação por princípios fundamento do currículo escolar
Educação por princípios fundamento do currículo escolar
Educação por princípios fundamento do currículo escolar
E-book557 páginas10 horas

Educação por princípios fundamento do currículo escolar

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Sobre este e-book

Este livro foi produzido com o objetivo de disponibilizar aos educadores brasileiros e de outros países de Língua Portuguesa mais uma porção do precioso trabalho que é parte da fonte primária da Educação por Princípios – o livro Go, Ye, Therefore, and teach all Nations, escrito pelo Dr. Paul Jehle.

Paul Jehle apresenta neste livro a surpreendente informação de que já há mais de 6 décadas vem sendo denunciado o fracasso dos métodos de alfabetização que partem da palavra inteira em vez de partir da letra e do som. Simples assim – os métodos que funcionavam foram substituídos por outros que não funcionam. Apesar das denúncias, rios de dinheiro têm sido gasto em pesquisas e em treinamento de educadores nos métodos que conduzem milhões de crianças ao fracasso escolar. Algumas autoridades no assunto não admitem que houve um retrocesso. Muitos falam em educação progressiva. Outros dizem que o saber atual é apenas "diferente" do anterior, não significando que seja pior ou melhor. Afinal, o conceito de qualidade é também defendido como relativo – qualidade é aquilo que você decide que é bom. O que era considerado como alta qualidade no ensino anos atrás, não tem nada a ver com a qualidade que desejamos hoje. É assim que o assunto da qualidade na educação tem sido estabelecido.

ATENÇÃO: O e-book não traz as tabelas de currículos americanos propostos pelo autor. Isso é exclusivo da EDIÇÃO IMPRESSA.
IdiomaPortuguês
EditoraAECEP
Data de lançamento31 de ago. de 2018
ISBN9788567961095
Educação por princípios fundamento do currículo escolar

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    Educação por princípios fundamento do currículo escolar - Paul Jehle

    1777.

    CAPÍTULO 1

    A NATUREZA DO CURRÍCULO CRISTÃO

    Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os Seus julgamentos e os Seus caminhos, inescrutáveis. Pois quem conheceu a mente do Senhor? E quem foi Seu conselheiro? Quem primeiro deu a ele para depois receber: Porque Dele, e por meio Dele e para Ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória, eternamente, amém! Romanos 11.33,36

    Deus criou o ser humano com três propósitos fundamentais, os quais envolvem a vida, a liberdade e a propriedade. Conforme estabelecido no relato da Criação, o homem deveria ser frutífero, multiplicar-se, preencher a Terra e exercer domínio sobre ela. Deus estabeleceu esses propósitos em Seu plano soberano. Ele, então, ensinou a Adão sete princípios fundamentais ou padrões de pensamento os quais, quando aplicados à vida, ajudariam o homem no cumprimento do plano de Deus em todas as áreas do viver. Os três elementos – o plano, os princípios e a direção para o cumprimento tornaram-se o curso ou direção para a vida cristã.

    Na passagem do livro de Romanos, citada neste capítulo, Paulo, o apóstolo, está demonstrando e definindo a natureza de Deus e encerra tal discussão com esses versos. Na realidade, ele define para nós a grande sabedoria, conhecimento e entendimento de Deus. É uma declaração da História da Criação como está no Antigo Testamento. Deus é o Criador e como tal é distinto de Sua Criação. Nós não somos deuses. Nossos planos, princípios e direção na vida devem vir de Deus ou vamos vagar em confusão. Não somos conselheiros de Deus, Ele é nosso conselheiro (Isaías 9.6). Não demos primeiro a Deus, Ele deu primeiro a nós. Em resumo, Paulo, o apóstolo, afirma que Dele, por meio Dele e para Ele são todas as coisas. A origem, o método e direção ou alvo de todas as coisas podem apenas ser compreendidos quando Deus está em Seu lugar de direito.¹

    Isso, em essência, é um currículo. Isso inclui toda a vida e nos dá direção de como viver e aplicar a verdade de Deus a cada área. Isso será confirmado na medida em que olharmos para a própria palavra currículo. Mesmo que essa palavra não esteja na Bíblia, (e nem no dicionário original de Webster, na versão de 1828), suas raízes são bastante compatíveis com a verdade bíblica.

    1. DEFINIÇÃO DE CURRÍCULO CRISTÃO

    Apenas quando olhamos para o conceito de currículo, à luz da verdade bíblica, é que seremos capazes de elaborar, apropriadamente, um currículo cristão. R. J. Rushdoony comenta essa verdade tanto do ponto de vista histórico quanto da relação do significado da palavra sob uma perspectiva cristã.

    O currículo não apenas encontra seu fundamento na religião, mas também o currículo educacional expressa os padrões religiosos e as expectativas da cultura. A palavra no latim curriculum, da qual a palavra inglesa é derivada sem modificações de grafia, significa correr; carruagem, pista de corrida, (ou trajeto a ser percorrido). O verbo cognato currere, significa correr. Currículo é, portanto, carruagem, trajeto a ser percorrido ou veículo no qual a cultura expressa sua fé e seus padrões religiosos.²

    Dessa forma, a ideia fundamental envolvida na palavra currículo é o curso, direção ou plano de uma geração que se torna a expectativa para a próxima. É como se uma geração estabelecesse uma estrada para a outra, abrindo caminho por meio da floresta, para que a próxima geração possa correr mais fácil e mais rapidamente. Na medida em que cada geração faz isso, podemos ir mais e mais longe, aumentando as expectativas do que alguém pode fazer por meio do poder de Cristo.

    Herbert W. Byrne faz a seguinte observação sobre o significado de currículo. Note a natureza da palavra, definida novamente, e também a extensão ou escopo dado por Byrne ao currículo educacional. Ele inclui a vida toda.

    Uma variedade de definições tem sido dada para a palavra currículo. A palavra, em si, é derivada da palavra latina que significa lugar de correr, pista de corrida. Em outras palavras, currículo é um curso de estudo, uma linha de progresso por meio de uma série de disciplinas utilizadas ou conteúdo. Em seu significado mais abrangente, o currículo inclui a vida toda, mas tal conceito não é muito prático para fins acadêmicos. Em vez disso, pode ser pensado como todas as experiências que são planejadas ou utilizada, pela igreja ou escola, na busca do cumprimento de seus alvos para a educação ou para a educação cristã. Um significado mais restrito, apesar de comumente assumido, concebe o currículo como as áreas ou campos de matérias ou disciplinas, organizadas em áreas de aprendizagem. Seu propósito é perpetuar a herança cultural e preparar para o presente e futuro. Esta é a visão mais prática.³

    Considerando esses conceitos, fica bem claro que, pelas suas raízes, currículo é pista de corrida ou um específico curso de estudos. Esses cursos de estudos existem para o propósito de dirigir a vida da pessoa e não meramente o perseguir alvos acadêmicos temporais, apesar de que também esses estejam incluídos. É obvio que, para estabelecermos claramente a direção cristã para a próxima geração correr, é necessário, diligentemente, colocar diante da próxima geração um curso santo. Considere a definição de curso e as palavras relacionadas, conforme apresentadas por Webster.

    Curso: série metódica… ordem sistematizada de princípios em artes ou ciências, para demonstração ou instrução.

    Metódico: arranjado em ordem conveniente, disposto de maneira justa e natural ou de forma a ilustrar a matéria ou facilitar as operações práticas.

    Sistema: agrupamento de coisas ajustadas sob um todo, de forma regular; um plano ou esquema completo, consistindo em muitas partes conectadas de tal maneira que cria uma cadeia de dependências naturais; ou uma união regular de princípios ou partes formando uma coisa inteira.

    Ordem: disposição regular ou arranjo metódico de coisas.

    Princípio: a causa, a fonte ou origem de alguma coisa, aquilo do qual uma coisa procede.

    Nas definições citadas, é importante ver que ordem, precisão e sistema estão enfatizados. Sem isso, a vida é aprendida ao acaso e é levada pela necessidade (ou suposta necessidade), da criança ou do professor. Isso coloca o ensino sobre uma base relativa em vez de sobre a absoluta verdade da Palavra de Deus. É um erro pensar que vamos aprender aquilo que necessitamos aprender de forma casual, à medida que as coisas vão acontecendo em nossa vida, pois isso é tão incerto quanto confiar em nossa própria natureza ou inclinações. Por necessidade, um curso precisa ser planejado e bem ensinado ou não elevaremos os padrões de expectativas para a próxima geração. Isso exige trabalho por parte da geração mais velha e obediência da parte da geração mais jovem.

    Como Byrne observou, o currículo divide a vida em cursos práticos ou áreas específicas de estudo que o tornam mais fácil de ser dominado. Esses cursos, conforme salientado anteriormente, envolvem um processo de passo-a-passo no qual o estudante é equipado para correr em uma determinada direção. Resumindo, podemos estabelecer os seguintes pontos em relação ao significado de um currículo cristão.

    a. A Palavra de Deus é a estrutura da qual devemos definir currículo se realmente desejamos defini-lo como currículo cristão.

    b. A vida cristã é definida na Palavra como tendo sua origem em Deus, seus métodos de viver nos princípios do Senhor e sua direção ou propósito final sendo a glória Dele.

    c. A palavra currículo significa um lugar de corrida ou pista de corrida. De uma perspectiva cristã, envolve uma geração passando a tocha dos seus mais elevados ideais para a próxima.

    d. Um currículo cristão inclui toda a vida, ainda assim, é dividido em cursos práticos de estudos para que o estudante vá alcançando domínio sobre cada parte, cada vez com maior sucesso e com mais disciplina.

    e. Cada curso dentro de um currículo envolve princípios-chave que precisam ser dominados antes que o estudante tenha realmente sido equipado para viver em lugar mais elevado da vida cristã. De uma perspectiva cristã, é importante ordenar o curso de forma que esteja em acordo com os princípios bíblicos e ideais vistos como os mais importantes para serem passados de uma geração à outra.

    2. INGREDIENTES-CHAVE NUM CURRÍCULO CRISTÃO

    Portanto, vendo que nós também estamos cercados por tão grande nuvem de testemunhas, deixemos para trás todo peso e todo pecado que tão facilmente nos acorrenta e avancemos com paciência a corrida que está diante de nós.

    Olhando para Jesus, o autor e consumador da nossa fé, o qual, pela alegria que estava colocada diante dele, suportou a cruz, desprezando a vergonha e está sentado à direita do trono de Deus. Hebreus 12.1-2

    Essa passagem da Escritura, de forma direta, descreve a vida cristã como pista de corrida. Tal descrição é bem compreensível e dela podemos discernir os ingredientes necessários para adotar a visão bíblica da vida cristã. Como já foi dito, uma filosofia de Educação Cristã somente pode ser derivada de uma filosofia de vida cristã.⁴ Dessa passagem, é possível destacar pelo menos seis ingredientes críticos para compreender o que significa um currículo cristão: filosofia, metodologia, conteúdo, produto, origem e o alvo do curso.

    2.1 Filosofia Cristã de Curso

    vendo que nós também estamos circundados por grande nuvem de testemunhas… Hebreus 12.1

    O primeiro ingrediente que vemos na vida cristã é sua base filosófica. Todos precisamos adquirir uma perspectiva providencial da história que nos permita ver porque nascemos "para um tempo como este" (Ester). O mesmo é verdadeiro para cada área do conhecimento que estudamos. No contexto presente, a nuvem de testemunhas não é um vapor místico, mas inclui os indivíduos na história, os quais são mencionados no texto de Hebreus 11. Tal nuvem são todos aqueles que vieram antes de nós e que forjaram a história de Deus, arriscando a vida, desejando ser envolvidos na corrida pela comunicação e manifestação progressiva do Reino de Cristo, por amor a outros.

    Todas as áreas da vida devem ser conquistadas pela Palavra de Deus. Deveremos ver a verdade cristã progredir em todas as áreas e isso requererá compreensão da História. Especialmente, isso requererá uma compreensão da História Cristã como disciplina específica de estudo. De que maneira a primeira vinda de Cristo à terra afetou a matéria que estou ensinando ou aprendendo? Como o Cristianismo influenciou a forma como minha disciplina tem sido usada? Como minha disciplina pode ser utilizada para fazer avançar o Evangelho e como essa disciplina tem avançado em contextos de liberdade ou tirania? A resposta a essas e outras questões são cruciais se realmente desejamos desenvolver uma filosofia cristã de nossas áreas e disciplinas e se queremos trazer esta filosofia para dentro do processo de ensino e aprendizagem.

    Uma das coisas mais importantes que devemos entender é como os ingredientes-chave do Cristianismo afetaram o progresso da disciplina ou área da vida que está sendo considerada. Isso nos dará uma visão providencial de uma área específica da vida. Então, num processo contínuo, poderemos aprender e estudar sobre os indivíduos que forjaram uma compreensão desses elementos na História em relação com a fé cristã e seus frutos (sejam eles internos ou externos). Apesar de o primeiro ponto parecer rudimentar, o segundo toma tempo e estudo, mas vai progressivamente trazer grande significado e vida a qualquer disciplina e conteúdo quando demonstrado na vida de indivíduos que forjaram historicamente os conceitos.

    2.2 Metodologia Cristã de Curso

    deixando para trás todo peso e todo pecado que tão facilmente nos prende

    A vida cristã é mais facilmente compreendida por meio de contraste. Por toda a Palavra de Deus encontramos ideias contrastantes entre santo e impuro, justo e injusto, bom e mal, puro e impuro, espiritual e carnal, etc. A Bíblia descreve, explicitamente, as características dos dois, de forma que possamos facilmente compreender a natureza verdadeira da vida cristã. Assim é também com cada área da vida no currículo. Todas as disciplinas foram corrompidas pelo humanismo e anticristianismo. As disciplinas dentro do currículo apenas representam as diferentes áreas da vida e, na medida em que nossa cultura reflete pensamentos e expressões pagãs, assim também serão os conceitos, métodos e organização regular do curso e do currículo.

    Os valores expressos em nossa cultura refletem os conceitos ensinados em nosso currículo. Lembre-se, o currículo incorpora, em forma de semente, as expectativas religiosas que uma geração tem em relação à próxima. Não se trata de ensinar fatos a partir de uma perspectiva neutra, pois isso é impossível. A questão não é se um currículo será religioso, mas quais valores religiosos a presente geração colocará diante da próxima como sendo ideal.

    Quanto mais vivemos e nos movemos na verdade, mais facilmente podemos discernir o erro. Assim, os métodos⁶ incorporados pelo professor ao expor sua disciplina são naturalmente assimilados pela criança sem necessidade de explicações. Eles são demonstrados pela produtividade do professor e as crianças seguem sua produtividade. Entretanto, assim que uma criança se torna mais velha, esses métodos, assim como a singularidade da disciplina, precisam ser contrastados diante deles para que a diferença no arranjo metodológico e na estrutura conceitual em relação à influência do Cristianismo e do anticristianismo em cada área possa ser visto. As crianças precisam ver o que outras filosofias produzem para que raciocinem da raiz para o fruto (veja Mateus 7.15-20). É imperativo, então, que os professores compreendam as distinções entre métodos cristãos e humanistas no ensino de cada disciplina.

    2.3 Conteúdo cristão do curso

    corramos… a corrida que está posta diante de nós

    A pista de corrida colocada diante de nós significa que o conteúdo do curso é colocado à frente do tempo, com um plano claro, que nos ajuda a visualizar e avaliar nosso progresso. Pouco planejamento produz aprendizado casual. Na Vida Cristã, Deus coloca diante de nós a corrida toda mesmo antes de começarmos a correr. Está tudo planejado por Ele. Podemos não entender cada detalhe do plano e, certamente, com frequência, corremos a corrida um dia de cada vez, no sentido do enfrentamento de problemas (Mateus 6.32-33). Entretanto, por meio de compreensão da Bíblia, podemos ver que um curso geral para todos os crentes foi estabelecido e isso nos dá grande visão e esperança. Quando os crentes perdem a visão do todo (big picture), geralmente abandonam a esperança e se afundam na mediocridade.

    Com o estabelecimento de um curso geral para todos os crentes, cada um de nós marca pontos individuais em seu progresso único e pessoal. Deus conhece também isso, antes que aconteça. É a nossa contribuição única para a corrida ou curso que demonstra nossa produtividade e progresso. É um testemunho para outros e se torna uma ferramenta de experiência que pode trazer esperança para outros (veja Romanos 5.4-5). É importante notar que o curso de Deus é holístico ou completo, exemplificado em Cristo, que é o precursor e que completou o curso em tempo recorde. Nós agora o estamos seguindo e estamos, de forma única, aprendendo o conteúdo do curso para que a próxima geração, que está atrás de nós, possa corrê-la mais facilmente.

    De um ponto de vista prático, isso requer que coloquemos diante de nossas crianças um plano acadêmico geral que mostre aonde estamos indo. Chamamos isso de visão geral do curso. Esse documento envolve o escopo e a sequência do que será coberto no período de um ano, junto ao plano semanal e ao plano diário das lições. Essa é uma ferramenta crucial não apenas para o planejamento do professor, mas também pelo que ela faz dentro do coração da criança. A habilidade do professor de, continuamente, apontar a direção e demonstrar o fim desde o começo porque, em certo sentido, ele já terminou o curso, constrói esperança e senso de conquista na próxima geração que está, estudiosamente, seguindo-o.

    2.4 O produto cristão do curso

    corramos com paciência

    Deveria ser necessário caráter para completar um curso. O conteúdo e métodos devem requerer rigor, disciplina e esforço para que o curso seja completado. A palavra paciência significa perseverança e explica o que acontece no indivíduo como resultado de completar o curso (tanto em seu método quanto em seu conteúdo). A topografia, os montes, vales e duração da vida cristã requerem que paciência e perseverança sejam formadas no indivíduo para que viva de forma adequada. É enganosa e mentirosa a ideia de que Cristianismo é fácil (sem qualquer requerimento), simples (anti-intelectual, não precisa pensar) e requer pouco esforço (no sentido de rigor metódico). O jugo do Senhor é fácil somente quando aprendemos a trabalhar com Ele, mas é um trabalho que requer esforço em perseverança e trabalho mental para o aprender debaixo do mesmo jugo com Cristo (veja Mateus 11.28-30; Hebreus 4.11).

    Um curso de estudos é muito parecido com isso. Sem esforço pouco é formado dentro do indivíduo mesmo que algo seja alcançado. Parte do propósito da realização de cursos acadêmicos é, em primeiro lugar, formar caráter e aprender, na juventude, a suportar o jugo (Lamentações 3.27). Caráter deve ser formado sob pressão. Na Bíblia, o caráter está protegido como ouro, porque é a imagem de Cristo que é formada dentro de nós e não meramente nossa personalidade ou natureza humana. Deus não tem um programa de reforma para a carne ou velha natureza. Ele apenas a quer crucificada. A perseverança falada aqui é o caráter de Cristo sendo formado em nós para que sejamos portadores de sua imagem. Para que ouro seja formado, entretanto, é necessário que haja fogo. Onde há pouca pressão, há também pouco caráter formado (Provérbios 17.3; 25.12; 27.21). Assim como Deus está nos exortando a viver a vida cristã com paciência, assim também nós devemos treinar a próxima geração através de cada área da vida em um currículo cristão. Então, paciência será necessária para ver o caráter de Jesus ser formado em sua vida.

    Num sentido prático, isso quer dizer que precisamos de padrões, dentro dos nossos cursos, que exijam esforço do estudante. Nem todas as crianças alcançarão ou deverão alcançar notas altas, pois isso garantiria apenas resultados externos socializados. Isso significa que vamos avaliar o progresso da alma e corpo, ou em atitudes, conquistas e comportamento individual. Esse alvo é a razão pela qual adotamos um sistema de notas que envolve três aspectos: atitude ou esforço, compreensão acadêmica e conduta ou comportamento relacionado a qualidades de caráter.

    2.5 A origem do curso

    olhando para Jesus, o autor … da nossa fé

    Na vida cristã, os primeiros quatro ingredientes estão relacionados a como nós vivemos a Vida Cristã e representa a verdade de que todas as coisas são feitas por meio de Deus ou do jeito de Deus. A filosofia, metodologia, os conteúdos ou produtos da nossa Vida Cristã devem ser claramente bíblicos. Entretanto, o que torna possível a vida cristã é que sua vida, poder e fonte de força é o próprio Cristo. Somos chamados para nos rendermos a Cristo, o qual é o único que pode viver a Vida Cristã.

    Assim como Jesus deve ser visto como autor da nossa salvação e como origem de nossa força diária para viver a vida cristã, Ele também deve ser visto como a origem da matéria que ensinamos. Ele deve ser a origem do ensino. Na classe, a espontaneidade de nossa vida em Cristo deve ser viva e bem clara para que todos vejam. É ensinar na unção e permitir que Cristo seja a vida da nossa matéria.⁷ É também descobrir a realidade da natureza de Cristo na natureza e origem de cada disciplina.

    De maneira prática, alunos precisam ver Cristo como a origem dos próprios conceitos que ensinamos. Eles precisam ver a natureza de Cristo ser exaltada. Isso requer um ato espontâneo de apontar para Cristo que está além de tomar notas e das referências acadêmicas. Essa verdade só será evidenciada pela qualidade de vida cristã do professor. Apenas nesse sentido o aluno verá Jesus como o Autor do curso de estudos e da própria vida.

    2.6 O alvo do Curso

    olhando para Jesus, o consumador da nossa fé, o qual, pela alegria que estava diante dele, suportou a cruz, desprezando a vergonha e está assentado à mão direita do trono de Deus.

    Jesus não apenas iniciou e originou a vida cristã, tanto em sua totalidade quanto no dia a dia, mas Ele também a consumou. Jesus começou e terminou a corrida da vida. Como ele a terminou? Ele a terminou por meio da contemplação da alegria que estava diante Dele. Ao contemplar a alegria colocada diante Dele, foi habilitado para suportar a cruz. Como resultado, Ele está agora assentado à direita de Deus, reinando. Essa é a verdade que nossos cursos deveriam trazer. A glória de Deus é o propósito final para cada disciplina ou área da vida.

    O que significa apresentar Jesus como o Consumador da nossa fé quando estudamos algum conteúdo ou algum aspecto do conhecimento? Significa que devemos, criativa e espontaneamente, apresentar a visão, o propósito e o fim último para o estudo de qualquer área da vida. Como a área que estamos ensinando poderia ser utilizada para trazer glória para Deus e para ver completado algo que Deus já começou? Não se trata de falar em perfeição, mas de olhar para a visão e esperança, a alegria que ajudará qualquer indivíduo a suportar até o fim (veja o contexto de perseverança em Tiago 1.12).

    Um aluno precisa ver onde ele está em relação à conclusão do curso, como também, consistentemente, ver o propósito que Deus tem para sua vida, utilizando o que tem aprendido. Da maneira como Jesus completou sua corrida, assim os estudantes podem concluir seu curso de estudos na Sua força, por causa da alegria colocada diante dele pelo professor. Das demonstrações às reais oportunidades de serviço, os estudantes precisam ver a vida deles valendo a pena e produzindo impacto por causa do que eles têm aprendido. Vamos ajudar alunos a ver Jesus como o Consumador do curso e como Ele pode ajudá-los a concluir o trabalho que Ele os tem chamado para fazer. Só assim poderão ver o que estão aprendendo como parte do equipamento necessário para cumprir o chamado especial e único que Deus tem para eles.

    Em resumo, podemos ver os ingredientes-chave no Currículo Cristão como refletindo os ingredientes-chave da vida cristã.

    a. Uma Filosofia Cristã do curso demonstra a visão providencial da história e nosso lugar em manifestar o Reino neste tempo.

    b. Uma Metodologia Cristã do curso adota a compreensão do contraste entre as influências cristãs e anticristãs que emergem de como vemos a matéria em nosso currículo.

    c. Um conteúdo cristão do curso enfatiza aquilo que irá equipar o indivíduo para levar adiante o Evangelho como resultado do estudo daquele curso.

    d. Um produto cristão envolve o caráter piedoso que o curso ajudará a formar por meio da disciplina e rigor no indivíduo que está fazendo o curso.

    e. Enquanto os primeiros quatro elementos envolvem o fato de que cada aspecto da vida cristã e do currículo cristão devem ser ensinados e vividos por meio de Deus, o quinto elemento enfatiza que as coisas são de Deus, tendo sua origem Nele.

    f. Da mesma forma que todas as coisas se originam em Cristo e devem ser ensinadas por meio Dele, assim, elas devem também ser entregues de volta a Deus, ou encontrar seu propósito final e seu cumprimento em Deus.

    3. INGREDIENTES-CHAVE NA LIÇÃO CRISTÃ

    Assim como pudemos expandir e identificar elementos de uma filosofia completa, englobando diversos cursos que a tornam distintivamente cristã, nós podemos também identificar o mesmo padrão nos ingredientes-chave que caracterizam uma única lição ou sessão de ensino. Em cada aula, em miniatura, deve ser colocado em prática o mesmo triplo padrão de considerar todas as coisas como vindas de Deus, ensinadas e aprendidas por meio de Deus e devolvidas para Ele, em serviço e para Sua glória. Mesmo que isso ocorra de forma geral, sem análises artificiais, é importante identificar quais os padrões de Deus que fazem a lição realmente cristã.

    Para confirmar essa afirmação, vamos à segunda carta de Paulo a Timóteo. Nenhum outro livro do Novo Testamento é tão específico ao analisar o processo de ensino e aprendizagem. Embora tenhamos nos referido a isso anteriormente, vamos destacar elementos específicos da carta que nos ajudarão a caracterizar qualquer lição. Mesmo que Deus use quase todas as coisas para nos ensinar, a ênfase aqui é identificar ingredientes-chave numa situação de discipulado na qual estamos ensinando a próxima geração. Isso é claramente ilustrado aqui, com Paulo discipulando Timóteo.

    3.1 O professor

    e as coisas que você tem ouvido de mim, entre muitas testemunhas, ensina a homens fiéis que sejam capazes de ensinar a outros. 2Timóteo 2.2

    Nessa passagem recebemos excelentes conselhos sobre como ensinar e aprender. Somos aconselhados a não oferecer nosso ensino a qualquer um. Professores precisam ser fiéis e ter nobreza de caráter. Isso revela a verdade de que o professor é o primeiro ingrediente-chave que ajudará a tornar uma situação de ensino realmente cristã. Apenas um professor pode fazer com que a lição seja mais do que informação, causando impacto na vida do aluno. Aquele que traz informação atinge somente o cérebro, mas o outro atinge o coração, o que vai também afetar o cérebro.

    O professor precisa ser testemunha fiel. Ele tem que ser o currículo vivo diante da criança ou do aluno. É o professor que deve assumir a responsabilidade de demonstrar a origem de todas as coisas em Cristo. Isso envolve cada aspecto do ensino. Envolve também a responsabilidade de fazer com que todas as coisas sejam ensinadas por meio de Cristo e para a glória de Cristo. O professor personifica a matéria e personaliza também todos os aspectos do ensino e do currículo. Se o ensino pudesse simplesmente acontecer sem um professor, então Deus poderia ter nos enviado a Bíblia pelo correio sem nos enviar Seu Filho. No entanto, tivemos necessidade do Divino Professor para que pudéssemos entender as verdades da Bíblia, demonstrando para sempre os padrões personificados da Palavra que se fez carne (João 1.14).

    3.2 A aula

    conserva o padrão das boas palavras que você tem ouvido de mim, em fé e amor, o qual está em Cristo Jesus. 2Timóteo 1.13

    Nesse texto pode ser visto que não apenas o professor, mas também a própria lição deve ser cristã em seu conteúdo. Não podemos apenas dizer que, porque um professor cristão está ensinando, o processo de discipulado é automaticamente cristão. O discipulado não será cristão a menos que, como Paulo colocou, esteja repleto com o padrão das sãs ou boas palavras. Parte das instruções de Paulo a Timóteo envolve a sã doutrina ou o conteúdo correto para o ensino. Doutrina é importante e informação correta é igualmente vital.

    A própria lição deve demonstrar que apenas compreendendo o Criador poderemos compreender a Criação. A lição deve, também, demonstrar que, sem entendimento dos princípios bíblicos, ninguém pode esperar ver como todas as coisas se encaixam, justamente, umas nas outras, de forma consistente, em uma totalidade. Isso é mais do que mencionar, religiosamente, o nome de Jesus Cristo ou aspergir água santa dos versos bíblicos sobre as verdades acadêmicas. Requer o ensino das verdades bíblicas por meio das disciplinas acadêmicas.⁸ Finalmente, isso também significa que devemos demonstrar, por meio do conteúdo do nosso curso, que os alunos podem ser usados para levar adiante o Evangelho e o Reino do Senhor. Tudo é para a glória de Deus.

    3.3 O Método

    E se um homem também luta por domínio, ele não é coroado se não lutar lealmente. 2Timóteo 2.5

    Os métodos que utilizamos em uma lição particular devem ser igualmente bíblicos. Paulo usa a analogia da competição atlética. Ele deixa claro que alguém que ganhou uma competição externamente, em relação aos pontos conquistados, não é coroado automaticamente, aos olhos de Deus, a menos que tenha jogado conforme as regras. Em outras palavras, o fim não justifica os meios. A forma como alguém participa do jogo é importante tanto quanto ganhar o jogo.

    Existem formas corretas e formas erradas de fazer as coisas. É importante discernir o padrão da metodologia para que não venhamos a negar nossa filosofia e nossos princípios por meio dos métodos que adotamos. A metodologia deve, de forma apropriada, refletir a renovação da mente. Isso significa que ela é reflexiva, demonstrando que todas as coisas têm sua origem em Deus, como absoluto. A metodologia deve ser criativa para que mesmo a expressão infantil dos absolutos ajude a criança a plantar os princípios de Deus em sua mente. Finalmente, os métodos precisam ser utilizados de forma a dar oportunidade para que aquilo que foi aprendido seja utilizado para a glória de Deus.

    3.4 O aluno

    Mas tu, porém, permanece nas coisas que tens aprendido e nas quais tens sido confirmado, sabendo de quem o aprendestes.

    2Timóteo 3.14

    O aluno pode fazer com que a lição seja fútil ou recompensadora. Enquanto os três primeiros elementos determinam a natureza da lição, em certo sentido, esse ingrediente demonstra o fruto da lição. Se a criança permanece naquilo em que foi ensinada, ela realmente vai aprender. Parte da natureza da lição bíblica é inspirar a criança para continuar naquilo em que foi ensinada. Isso envolve o mesmo padrão que foi visto antes.

    A criança precisa ver que Cristo está nela e, por meio do estudo da Bíblia, ela pode confirmar os absolutos de Deus. Da mesma forma, a vida da criança deve ser vivida por meio de Cristo e para Cristo, como resultado da diligência e esforço dela, trabalhando com Deus. Mesmo que esses elementos certamente estejam menos sob o controle do professor, eles não são menos importantes para que uma lição seja conduzida de forma frutífera. Sem eles, o real fruto da educação cristã não é visto. Igualmente, assim como o professor é o currículo vivo, também o aluno deve ser o currículo vivenciado e é apenas aqui que a tocha é transmitida ou passada para a geração seguinte.

    Resumindo, façamos uma breve revisão:

    a. A origem do curso de estudos (todas as coisas vêm de Deus ), sua filosofia e história devem ser incorporadas pelo professor como o texto vivo. Se o professor está ensinando na unção do Espírito Santo e em acordo com a Palavra de Deus, ele ou ela vai, verdadeiramente, derivar de Cristo a raiz do curso.

    b. O fato de que cada curso de estudos é melhor compreendido por meio de Deus é ilustrado tanto pela lição quanto pelo método de instrução. A forma como o estudante contempla os ingredientes da lição, tanto quanto o método ou ferramenta utilizado ilustram essa verdade.

    c. Finalmente, o fato de que cada curso é ensinado para Deus ou para a glória de Deus, é confirmado no coração e na mente do aluno. O estudante deve abraçar a verdade que é ensinada. Nesse sentido, o ensino continuará a render glória a Deus – não apenas quando é ensinado, mas quando é vivido por meio e dentro da vida de cada estudante.

    4. CRESCENDO NO PENSAMENTO EDUCACIONAL CRISTÃO

    É importante notar que a análise feita anteriormente é resultado de anos de pesquisa e experiência. Frequentemente somos envolvidos em diferentes estágios de crescimento em nosso entendimento da verdadeira Educação Cristã e sobre o que realmente faz com que um currículo seja cristão. As verdades apresentadas anteriormente poderiam ser colocadas em um gráfico de crescimento passo-a-passo, que ilustrariam meu próprio progresso na compreensão da Educação Cristã. Não há a intenção de considerar minha experiência como verdade absoluta, mas eu tenho visto essas verdades em operação muitas e muitas vezes em situações nas quais as pessoas lutam para obter compreensão do que realmente faz com que um currículo seja cristão. Assim entregamos essas ideias aqui, como um resumo, e também como um desafio para que outros assumam uma definição plena do que seja um currículo cristão.

    a. O professor cristão, sozinho, faz com que o currículo seja cristão.

    Geralmente nesse estágio o coração do professor é o único elemento que importa. É por isso que algumas pessoas sentem que se as escolas públicas tivessem professores cristãos, certamente elas seriam cristãs. Entretanto, isso simplesmente não é verdadeiro. Tal afirmação parte da pressuposição de que o conteúdo, os métodos e os resultados no aluno são irrelevantes para a definição do processo de discipulado. Apesar de o professor ser realmente parte vital do processo de educação cristã, considerar o professor de forma isolada deixa fora muitas áreas cruciais.

    b. O professor cristão, utilizando material cristão, torna o currículo cristão.

    Embora isso seja certamente um passo além da primeira definição, ainda não é uma definição satisfatória. Frequentemente, é claro, os materiais publicados por agências publicadoras cristãs não asseguram, em nenhum sentido, que o conteúdo seja cristão. Mas, mesmo se realmente tivéssemos material cristão, isso não significaria que seriam ensinados com o método correto. Pensar assim deixaria a questão da metodologia e dos alunos fora do cenário.

    c. O professor cristão, usando material cristão e método cristão fazem com que o currículo seja cristão

    Essa é uma definição abrangente do que seja um currículo cristão e é acurada até certo ponto. A inclusão da metodologia ajudará o conteúdo, pois o professor, partindo de um ponto de vista bíblico, será mais produtivo e tenderá a demonstrar isso mais eficientemente também. Apesar disso, ainda há um indivíduo vital faltando aqui – o aluno.

    d. O professor, o conteúdo, o método e o aluno devem ser cristãos

    Isso constrói uma ponte e um time entre professor e estudante e coloca o conteúdo e o método em seu lugar correto como ferramentas para servir ao processo de discipulado de passar a tocha do evangelho de uma geração para a próxima. Apenas dessa forma, a verdadeira Educação Cristã acontece. Apenas quando estudantes praticarem a vida cristã nós atingimos nosso alvo embora alguns podem não estar fazendo isso quando os estamos ensinando.

    Quando tudo já foi dito e feito, devemos nos lembrar do que Jesus ensinou no monte, muitas vezes usando o chão como o quadro, mas sempre personificando uma parábola ou princípio e fazendo isso aplicável às pessoas. Apenas uma pessoa que vê a si mesma como agente produtiva nas mãos do Deus Todo-Poderoso e um eterno e divino professor, ensinando na unção do Espírito Santo estará seguro para ensinar sem qualquer suporte artificial. Não que seja errado em si ou por causa de si mesmos, mas temos usualmente sido muito dependentes desses suportes artificiais. Necessitamos retornar à compreensão de que um professor pode inspirar o aluno de coração para coração, utilizando as ferramentas apropriadas aos métodos e conteúdo, tudo em submissão à verdade bíblica.

    5. O PROPÓSITO ÚLTIMO DE UM CURRÍCULO CRISTÃO

    Como afirmamos anteriormente, os dois grandes propósitos da vida cristã são nascer de novo e, então, amadurecer, rumo à imagem de Cristo por meio de processo de discipulado que traz crescimento.

    Esses são os dois lados da grande comissão. Assim como a vida cristã tem esses dois grandes propósitos, também cada curso possui, inerentemente, os mesmos ingredientes básicos. Qualquer currículo irá instruir igualmente ou em valores cristãos, deixando de lado os valores humanistas; ou em valores humanistas, deixando de lado os valores cristãos. O currículo irá demonstrar Cristo como Senhor ou o homem como soberano. Ele irá saturar todo conhecimento acadêmico ou com pressuposições humanistas ou com pressuposições cristãs.

    Apesar de haver, admitidamente, mistura em todos nós, por causa da nossa natureza pecaminosa, esses são os ideais pelos quais lutamos e esperamos ver alcançados por várias gerações. A definição de curso, segundo Webster, identifica dois propósitos para a utilização da palavra ilustração e instrução. R. J. Rushdoony também aponta o mesmo tipo de propósito para o currículo de artes liberais, quando afirma:

    O currículo básico é chamado currículo de artes liberais, liberal do Latim, líber – livre, e é um curso nas artes da liberdade, ou um veículo nas artes da liberdade. Um currículo de artes liberais é, assim, uma resposta prática para a pergunta: o que é liberdade? E como um homem se prepara para ser um homem livre?¹⁰

    A resposta para as questões hipotéticas de Rushdoony é o Autor e Consumador da nossa fé – Jesus Cristo.

    Eu sou o caminho, a verdade e a vida… João 14.6

    e vocês saberão a verdade e a verdade os tornará livres. João 8.32

    Nosso primeiro propósito geral para ensinar qualquer curso, em qualquer currículo, é exaltar, levantar e demonstrar a pessoa de Jesus Cristo. Ele deve ter a preeminência em todas as coisas (Colossenses 1.18). Ele deve ter o primeiro lugar. Nós o veremos elevado e exaltado de maneira que Ele atraia homens a Si (João 12.32). Esse é o propósito espiritual para qualquer curso que aponta para nossa cidadania no reino celestial. O próprio conceito de curso e a estrutura do currículo pode exaltar Jesus. O curso em si pode demonstrar o senhorio de Cristo e trazer alunos ao conhecimento do Senhor.

    O segundo propósito para ensinar qualquer curso em um currículo é instruir alguém sobre como viver a vida cristã em serviço a Deus e aos homens. Isso envolve compreensão de como um curso pode nos equipar para servir aos outros e fazer avançar o Reino de Cristo. De alguma forma, é um propósito natural e envolve como a disciplina ou conteúdo têm sido e podem ser usados para exercer domínio de cada área da vida para o propósito de servir outros e promover a glória de Deus.

    O primeiro propósito lida com a liberdade interna das amarras do pecado, o segundo afeta a liberdade externa na sociedade. O primeiro é causativo. Se os estudantes não forem inspirados para amar Jesus, eles não terão o desejo puro de servir seus semelhantes; se eles não virem a relevância das disciplinas acadêmicas e como eles podem servir seus semelhantes, eles também não desejarão amar a Jesus. As duas coisas são necessárias para restaurar o currículo cristão em nossa terra, de forma que nossas crianças tenham expectativas das verdades de Deus muito além do que jamais tenha existido em nosso tempo de vida. Então, seremos capazes de ver nossas crianças irem adiante com a tocha do Evangelho.

    ¹ Em outro texto (capitulo 9 do livro Go ye therefore), o autor estabelece as bases para a compreensão da centralidade de Deus como origem, método e alvo de todas as áreas da vida. Este capítulo foi traduzido como parte do livro Ensino e Discipulado (capítulo 4), publicado pela Editora Cultura Cristã (2016).

    ² Rushdoony, R. J. The Philosophy of the Christian Curriculum. Ross House Books, 1981, p.4.

    ³ BYRNE, H. W. A Christian Approach to Education. Mott Media, 1977, p.157.

    ⁴ JEHLE, Paul. Ensino e aprendizagem. Belo Horizonte: AECEP, 2014.

    ⁵ No capítulo 3, vamos identificar como desenvolver uma filosofia genuinamente cristã de currículo em todas as áreas. Cada área será ilustrada nos capítulos subsequentes.

    ⁶ A Pedagogia, definida como ciência da Educação é composta por filosofia, método e currículo. A filosofia trata do porquê e para que ensinar; da ideia de criança, de homem, de sociedade, de como o ser humano aprende, das fases de desenvolvimento e aprendizagem e de quem é o responsável pela educação. A forma como essas questões são respondidas define a Filosofia de Educação de uma determinada abordagem educacional. O currículo trata primordialmente do conteúdo, ou seja, o que deve ser ensinado para que sejam atingidos os objetivos educacionais.

    O método trata do como, ou seja, da melhor forma de se ensinar

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