Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Juventude contemporânea em pauta
Juventude contemporânea em pauta
Juventude contemporânea em pauta
E-book288 páginas3 horas

Juventude contemporânea em pauta

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Juventude contemporânea em pauta é um livro que procura investigar como os grandes meios de comunicação representam a juventude em seus produtos midiáticos. Como parte essencial dessas representações, o livro desenvolve o que é ser jovem nos campos da fisiologia, psicologia, cultura e comportamento, cruzando esses dados com as respectivas representações culturais dos jovens nos filmes, novelas, revistas especializadas e jornais. Especificamente, o livro relaciona a construção da juventude brasileira do início do século XXI com as reportagens de uma importante revista semanal de atualidades, que desenvolve em suas pautas conteúdos muito particulares sobre a amplitude do que é ser jovem na contemporaneidade.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jan. de 2015
ISBN9788581926452
Juventude contemporânea em pauta

Relacionado a Juventude contemporânea em pauta

Ebooks relacionados

Ciências Sociais para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de Juventude contemporânea em pauta

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Juventude contemporânea em pauta - Rafael Iwamoto Tosi

    Editora Appris Ltda.

    1ª Edição – Copyright© 2015 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.

    Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.

    Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO CIÊNCIAS SOCIAIS

    AGRADECIMENTOS

    Agradeço as minhas amadas esposa, Alessandra, e filha, Manuela; sem a minha Leka e minha Manuzinha para me darem força, nada disso seria possível.

    Não menos importante, a meus pais, Luiz Carlos e Mituko, que são a minha fortaleza onde encontro recosto para me recuperar das derrotas e comemorar as vitórias.

    Aos incomparáveis mestres e amigos, Doutor Juan Drogett, que prefacia este livro e me enche de ânimo e energia criativa, e Doutor José Luiz Aidar Prado, que em sua sabedoria conseguiu extrair o melhor de mim nas orientações de texto e leitura.

    A todos os amigos professores universitários e aos alunos, que também me fornecem material de pesquisa e energia para continuar, o meu muito obrigado, sem vocês nada disso seria possível.

    E por fim, a todos os amigos e familiares, que em minha trajetória de vida e de pesquisa conseguiram me demonstrar o quanto do mundo eu poderia mudar e o quanto o mundo me mudaria, afinal, o conflito não nasce sem maturidade, e essa também emerge da evolução da juventude.

    PREFÁCIO

    O futuro de uma causa – entre o tempo ideal e o espaço virtual

    O que resta por experimentar aos jovens neste mundo? Esta é uma questão que Mario Benedetti replica nas expressões do grafite, do rock e do ceticismo; da cocaína, da cerveja e da torcida; do consumo, do fumo; da vertigem e do êxtase; dos assaltos e das baladas. Neste contexto existencial do poeta uruguaio, vem a calhar o livro Juventude contemporânea em pauta, escrito pelo jovem jornalista, professor e mestre em Comunicação Rafael Iwamoto Tosi, que fala pelos e sobre os jovens de atualidade no centro de um debate midiático que se dá graças ao interesse ideológico do jornalismo em promover diálogos pertinentes e impertinentes na esfera virtual de uma revista.

    Nesse falar sobre a juventude, o livro traz à tona o bate e embate das ciências humanas e sociais quando estas procuram definir este «estado de vida» efêmero, vital e passageiro que caracteriza a faixa etária do tempo mais que perfeito do carpe diem – o desfrutar do dia, do locus amoenus – do lugar agradável – e do gaudeamus igitur, iuvenus dum sumus – regozijemo-nos enquanto somos jovens.

    Entre os traços que caracterizam a juventude de toda e qualquer época, o mais destacado é o idealismo: desde sempre, e para sempre, os jovens tendem a representar a realidade que os rodeia de uma maneira ideal; a realidade não é como é, mas como deveria ser. Esse ideal que cada juventude toma como modelo é contraposto à realidade, impregnada dos valores que cada época lhe oferece e que, justamente por serem qualidades da alma, têm uma natureza espiritual. Outrora, tais valores tinham um marcado caráter religioso, acunhado na dimensão tanto social quanto individual, sendo esta última o celeiro das virtudes do qual usufruía a sociedade.

    Entretanto, os valores da juventude atual mudaram, segundo nos relata Tosi nas refrações de suas análises. Esses já não se alicerçam na tradição, e sim naqueles valores cujo referencial é o laicismo no sentido mais lato da palavra. Porém, o que mais chama a atenção é que esses novos valores, sem deixarem de ser espirituais, têm experimentado uma dupla transformação, no conteúdo e na sua essência.

    Em primeiro lugar, porque os valores atuais, mais do que as noções íntimas do bem e do mal, ligam a juventude com outras preocupações humanas externas como a solidariedade, a proteção do meio ambiente e a ajuda aos mais necessitados. Em segundo lugar, porque esses novos valores, ao serem mais sociais e externos, fazem com que o idealismo do jovem contemporâneo tenha mais clara sua projeção sobre a realidade.

    Este é o espectro que Tosi desenha na perspectiva de uma revista de atualidades, trazendo os jovens ao palco de uma mídia impressa da esfera pública brasileira, utilizando-se de um método analítico com o qual incursiona em temas delicados como a saúde, a educação, a profissão e o comportamento no esteio das reportagens.

    O livro é estruturado em três capítulos, sendo o primeiro uma declinação temporal do conceito juventude e de seu caráter de alternância social. No segundo capítulo, adentra-se no labiríntico escopo das crises e rupturas operadas pelos jovens no contexto dos espaços virtuais e interativos das novas mídias. E, por fim, no capítulo terceiro, o autor, valendo-se da análise discursiva, interpreta as imagens e reportagens da Revista Veja até alcançar seu ponto alto na crítica.

    Uma crítica ancorada no descaso e no desinteresse ideológico que obrigam os jovens a protestar por seus direitos à liberdade de expressão, a lutar por seus ideais de bondade, beleza e verdade, e a acreditar no futuro de sua causa. Causa essa que Rafael Iwamoto Tosi sussurra nas entrelinhas de sua escrita e que é a essência da juventude: o ideal revolucionário de querer transformar o mundo em algo melhor.

    Prof. Dr. Juan Guillermo D Droguett

    Pós-Doutor pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo – FFLCH/USP

    Apresentação

    Juventude contemporânea em pauta é o título deste livro que procura entender os processos de nascimento, desenvolvimento e consolidação da juventude nos campos da antropologia, psicologia e cultura. Uma vez entendidos, esses processos indicam as formas como os meios de comunicação irão formular e também representar a juventude dentro de seus produtos culturais midiáticos, tais como os seriados de televisão, os cadernos especiais nos jornais e também os filmes de cinema. Por fim, será analisada a revista Veja, que, por intermédio de sua estrutura narrativa jornalística, desenvolve uma juventude bastante específica e modular que ascende e se consolida em suas reportagens.

    A pós-modernidade, a sociedade de consumo e também a cultura contemporânea são elementos estruturais que formam os alicerces contemplativos deste livro; assim como a teoria do discurso e a semiótica cultural são os seus instrumentos analíticos para verificar a qual juventude brasileira um dos principais veículos de comunicação jornalísticos está se referenciando ou está criando.

    sumário

    INTRODUÇÃO

    CAPÍTULO 1

    MODELOS DE COMPREENSÃO DA JUVENTUDE

    1.1 Um parâmetro do desenvolvimento humano – alteridade, temporalidade e estágio

    1.2 Modelos de compreensão: fisiológico

    1.3 Aspectos dinâmicos da juventude

    1.4 Juventude nos meios de comunicação

    CAPÍTULO 2

    CRISES E RUPTURAS: A JUVENTUDE E O CONTEXTO SOCIAL CONTEMPORÂNEO

    2.1 Juventude e consumo

    2.2 Juventude e saúde

    2.3 Rupturas comportamentais sociais de desenvolvimento e identidade

    2.4 Juventude e ideologia – separação e individuação

    2.5 A juventude nos diversos suportes midiáticos

    CAPÍTULO 3

    a REVISTA VEJA E O JOVEM BRASILEIRO DA ATUALIDADE

    3.1 A revista veja

    3.2 O gênero reportagem

    3.3 Os instrumentos da análise da reportagem

    3.3.1 Os grupos temáticos

    3.3.2 Seleção das reportagens

    3.4 Análise dos campos temáticos: ponto nodal, narrativa e contratos da comunicação

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    REFERÊNCIAS

    INTRODUÇÃO

    O objetivo principal deste livro é demonstrar como a Revista Veja, de notório alcance nacional e formadora de opinião, situa os jovens no contexto das atualidades, desenvolvendo as principais temáticas de interesse público. Os pressupostos apresentados aqui se relacionam com os modos de representação que o meio jornalístico promove ao reunir, hierarquizar, reproduzir e publicar informações relativas a esses jovens nas reportagens que servem de suporte ao material apresentado.

    Metodologicamente, estabelecem-se os fundamentos, modelos e parâmetros que definem o estágio juvenil, partindo dos fundamentos antropológicos, psicológicos e sociais que verificam o dinamismo das imagens que a mídia promove quando se trata de mostrar seu desempenho nas diferentes áreas de atuação social. Discute-se também o contexto social atrelado aos comportamentos e rupturas comportamentais que identificam este grupo social nos diferentes suportes midiáticos.

    Contudo, este trabalho aborda a representação da juventude em reportagens colhidas entre os anos 2000 e 2007, possibilitando a divisão de todo o material em campos temáticos como saúde, educação, profissão e comportamento. Esses temas de interesse público também ganham o interesse dos meios de comunicação, que informam, interpretam e opinam de acordo com a natureza comunicativa de cada. Desta maneira, segue-se a análise de cada uma das reportagens, classificando-as de acordo com a enunciação contida na chamada, os contratos de comunicação, que determinam a intencionalidade do enunciador sobre o enunciatário, assim como o ponto nodal, isto é, os eixos da discussão baseados no sistema informacional da revista.

    A estrutura do livro compreende três capítulos. O primeiro trata dos modelos e parâmetros do estágio juvenil, baseados na alteridade e temporalidade do mesmo, dos modelos de compreensão do objeto de estudo: o fisiológico, o antropológico cultural e o modelo sociológico, seguindo a trilha histórica e da psicanálise. Enfatizam-se os aspectos dinâmicos da juventude, como a sexualidade e a problemática do corpo, como registro dos processos de identidade e identificação que possibilitam sua interação com os meios de comunicação social, fazendo referência a pesquisas na mídia brasileira que mostram uma juventude solidária e diferente nos contratos até então.

    Crises e rupturas da juventude no contexto social contemporâneo, o segundo capítulo, desenvolve de modo geral as temáticas públicas da saúde como fator determinante da ação; a educação no sentido da promoção dos valores culturais existentes; as rupturas que possibilitam as transformações e o reposicionamento da identidade do grupo social; as ideologias que prevalecem conforme a situação que se vive; e os suportes midiáticos que mostram essa posição.

    Já o capítulo terceiro aborda o caso específico da Revista Veja. Parte-se da questão do gênero jornalístico, descrevendo-se os instrumentos analíticos a serem usados, os grupos temáticos de classificação, a justificativa e seleção das reportagens e os princípios que pautam a análise do discurso. Por último, discutem-se os resultados obtidos no decorrer das exposições teóricas e também analíticas, procurando-se vislumbrar as considerações finais.

    O embasamento teórico será empreendido no decorrer do texto, contemplando diversos autores ligados à antropologia, psicologia, sociologia, comunicação e mídia jornalística. O que fica em evidência é a falta de compromisso da mídia na abordagem desses temas de interesse público. Por esta razão, a juventude constitui-se em objeto de estudo neste livro, relacionando os interesses temáticos levantados nesta pesquisa com o dever ético do fazer jornalístico, os quais se postulam independentemente dos meios e dos poderes políticos, econômicos e sociais.

    CAPÍTULO 1

    MODELOS DE COMPREENSÃO DA JUVENTUDE

    A palavra juventude provém do latim iuventus, e está diretamente relacionada ao tempo de existência de alguém; é sinônimo de energia, vigor e vivacidade. Trata-se da idade situada entre a infância e a idade adulta. De acordo com a Organização das Nações Unidas, a juventude é o estágio de idade entre os 10 e os 24 anos; envolve a puberdade ou adolescência inicial – dos 10 aos 14 anos –, a adolescência média ou tardia – entre os 15 e 19 anos – e a juventude plena – entre os 20 e os 25 anos. Assim, a juventude constitui um pilar fundamental no mundo contemporâneo, já que aproximadamente a metade da população mundial está composta por pessoas menores de 25 anos de idade, segundo informa o Definition of Youth¹.

    Para as Nações Unidas, a relação entre a organização e os jovens se materializa no Programa da Juventude da Divisão de Política Social e Desenvolvimento. Desta forma, a pesquisa sobre a ação social da juventude considera essa como um fator importante para a construção de todo e qualquer projeto social que coloque a juventude no lugar da observação, análise e aplicabilidade. As informações sobre os documentos da ONU a que se referem aos dados citados encontram-se no Documento Informativo sobre a Juventude Mundial - Gente jovem hoje e em 2015².

    A partir desta relevância contemporânea da juventude, reconhece-se que, ao longo da história, a importância da juventude tem aumentado através de ações como a Declaração sobre o Fomento entre a juventude e os ideais de paz, respeito e compreensão entre os povos. A ONU tem-se manifestado no sentido de interpretar que a emancipação juvenil representa um recurso importante e uma condição indispensável para alcançar o crescimento econômico sustentável e o desenvolvimento social.

    Por esta razão, a imagem da juventude serve de ponto de partida para definir os parâmetros de desenvolvimento humano relativos a este estágio de vida, compreendendo a alteridade, a temporalidade e o estágio no qual a juventude é inscrita como elementos pertinentes ao nosso objeto de estudo. Essa primeira definição é um ponto de partida a ser considerado e perpassa todo material exposto neste livro, pois, para que uma cultura se estabeleça, é necessária uma definição própria. Pode-se observar que os organismos internacionais definem a juventude como uma etapa de transição de vida dentro do seu processo evolutivo. No discurso oficial, dificilmente se encontram referências à construção social da juventude como uma categoria de análise, mas sua concepção orgânica dentro do ciclo de vida do ser humano é mais do que suficiente para fazer dela um instrumento de pesquisa.

    A idade tem sido um critério para estabelecer quem é jovem, realizando uma interpretação baseada nessas manifestações do comportamento social. Existem certas ambivalências a respeito, que se referem à quantificação da idade, às variáveis do gênero, à classe social, à etnia, ao contexto social, à religião e ao momento histórico no qual se analisam esses comportamentos. A proposta inicial deste trabalho consiste em definir a juventude como um objeto de estudo dentro do contexto das ciências sociais aplicadas – comunicação –, partindo da perspectiva sociocultural, pois se trata de uma categoria histórica que faz referência a uma condição social, localizada no tempo e no espaço. A juventude não pode ser considerada algo propriamente em si, mas se constitui no jogo das relações sociais – é um objeto/ sujeito de interação, visível através da linguagem, e sua visibilidade se expressa no comportamento registrado de modo singular pelos meios de comunicação. Seu caráter de constructo social admite um amplo espectro de generalidades do setor social da população, marcada pela idade, mas não condicionada por essa. Quando se utiliza esta categoria, relaciona-se o conjunto de sujeitos que compartilham condições e práticas sociais em contextos específicos dos quais se pretende dar conta.

    Assim, a categoria juventude inclui pessoas que compartilham um conjunto de traços definidos por sua condição. Por isso, a tentativa de conceitualizar a juventude como uma categoria de análise responde a uma necessidade que visa situá-la dentro do contexto contemporâneo a partir das temáticas que a deixam no foco da mídia e da forma como é tratada por um veículo; em particular, a Revista Veja.

    Desta maneira, este capítulo inicial visa estabelecer os modelos e parâmetros do desenvolvimento humano que servem para entender a juventude dentro do marco da antropologia cultural. Para tal, os contextos da alteridade, da temporalidade e do estágio como elementos classificatórios que conduzam à nossa interpretação sobre este momento de vida do ser humano são introduzidos e definem o crescente interesse nas mais diversas áreas de pesquisas, inclusive da comunicação social. Para isto, abordam-se o modelo fisiológico, como aquele que denotará as transformações significativas da aparência externa do jovem, e o modelo sociológico, que busca relacionar o desenvolvimento da juventude em seus diâmetros históricos, culturais, sociais e individuais a partir das teorias do inconsciente, que nos trazem os modos de entender a subjetivação do jovem. Consideram-se também os aspectos dinâmicos desses modelos através da sexualidade, do corpo como referencial de percepção, da identidade e da identificação como processos ligados a estímulos propiciados

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1