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Noiva mecânica: Crônicas ligeiras sobre rodas
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Noiva mecânica: Crônicas ligeiras sobre rodas
E-book127 páginas1 hora

Noiva mecânica: Crônicas ligeiras sobre rodas

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Sobre este e-book

Muito longe da rebimboca da parafuseta, fica a oficina de Boris Feldman. Uma oficina elegante, onde os mecânicos ouvem música clássica e bebem limonada on the rocks. Esta Noiva Mecânica foi convidada para subir ao altar há, pelo menos, 30 anos. Agora, desposada, quem vai passar a noite de núpcias com esta beleza são os leitores. Os mesmos leitores, também espectadores, ouvintes e internautas de todo o país, no rádio, na TV, no jornal e na internet. Estas ligeiras crônicas sobre rodas são, além de simples e esclarecedoras, éticas. "Éticas???", pergunta um motorista que passa com o vidro aberto, braço do lado de fora da janela. Sim, afinal, o trânsito hoje é, basicamente, uma questão de educação e ética.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento16 de out. de 2014
ISBN9788582351314
Noiva mecânica: Crônicas ligeiras sobre rodas

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    Noiva mecânica - Boris Feldman

    Copyright © 2014 Boris Feldman

    Copyright © 2014 Editora Gutenberg

    Todos os direitos reservados pela Editora Gutenberg. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, seja por meios mecânicos, eletrônicos, seja via cópia xerográfica, sem a autorização prévia da Editora.

    Todos os esforços foram empreendidos no sentido de encontrar os detentores dos direitos autorais das imagens de capa deste livro. Pedimos desculpas por eventuais omissões involuntárias e nos comprometemos a inserir os devidos créditos e corrigir possíveis falhas em edições subsequentes.

    GERENTE EDITORIAL

    Alessandra J. Gelman Ruiz

    EDITOR ASSISTENTE

    Denis Araki

    ASSISTENTES EDITORIAIS

    Felipe Castilho

    Carol Christo

    REVISÃO

    Cecília Martins

    Lúcia Assumpção

    CAPA

    Diogo Droschi

    DIAGRAMAÇÃO

    Jairo Alvarenga Fonseca

    PRODUÇÃO DO E-BOOK

    Schaffer Editorial

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

    Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil

    Feldman, Boris

        Noiva mecânica: crônicas ligeiras sobre rodas / Boris Feldman ; ilustrações Mario Vale. -- 1. ed. -- Belo Horizonte : Gutenberg Editora, 2014.

        ISBN 978-85-8235-131-4

        1. Crônicas brasileiras I. Título.

    Índices para catálogo sistemático:

    1. Crônicas : Literatura brasileira 869.93

    A GUTENBERG É UMA EDITORA DO GRUPO AUTÊNTICA

    São Paulo

    Av. Paulista, 2.073, Conjunto Nacional, Horsa I, 23º andar, Conj. 2.301

    Cerqueira César . 01311-940

    São Paulo . SP

    Tel.: (55 11) 3034 4468

    Belo Horizonte

    Rua Aimorés, 981, 8º andar

    Funcionários . 30140-071

    Belo Horizonte . MG

    Tel.: (55 31) 3214 5700

    Televendas: 0800 283 13 22

    www.editoragutenberg.com.br

    SUMÁRIO

    Introdução

    O piloto e o pescador

    Doença sem cura

    Ponto de equilíbrio

    O Buickão é que era bão?

    O ferro da vovó

    Evolução & revolução

    Mentira que vira verdade

    E você? Lê o manual?

    Elixires & giguilês

    Pit bull na cabine

    Trapizongas

    Carros & causos

    Vai de minduim?

    Palpiteiro de plantão

    A bufa da vaca

    Furou o copinho?

    Acidente? Só com o vizinho!

    Nem o ar, que é grátis...

    Até pinico e caçarola

    Desinformações

    Automóvel: herói ou vilão?

    Brasília x Ferrari

    Turbo: você ainda vai ter um...

    Rei na barriga

    O motorista sumiu

    O milagre e o santo

    Mr. Obama que o diga...

    Ele não é uma gracinha?

    Com um pé atrás...

    Somos todos assassinos

    Dez anos de flex: comemorar o quê?

    Tapando o sol com a peneira

    O dilema do cara na esquina

    Robin Hood às avessas

    Necessidade ou persuasão?

    O carro do seu bisneto

    Na base da canetada

    O país da piada pronta

    Manias & maníacos

    Por que tão caro?

    Mutatis mutandis...

    Um dia a casa cai...

    Indústria da multa

    Só com bola de cristal

    Culpa da Dilma...

    Quebra-macho

    Madame no cupê

    Crônica de uma morte anunciada

    Ditadura do PP

    Introdução

    Noiva Mecânica foi o primeiro livro publicado por Marshall McLuhan (Mechanical Bride, não traduzido para o português), em 1951. Ele era canadense, professor universitário, teórico da comunicação e conhecido pela autoria de expressões como Aldeia Global e O meio é a mensagem. Destacou o amor e a paixão do homem pelo automóvel, sua importância na transformação da sociedade e seu simbolismo como objeto sexual.

    Recebido com restrições quando inventado, no final do século XIX, o automóvel logo virou objeto de culto e símbolo de status. Transformou o mundo, flexibilizou a sociedade, expandiu os centros urbanos e libertou o homem de sua limitação de espaço.

    A sensualidade das curvas de sua carroceria, seu suave rolar no asfalto, o couro macio de seus bancos, a madeira nobre do painel, os carpetes de toque agradável, o reflexo de suas luzes. McLuhan estava certo: quantos homens são mais apaixonados pelo glamour dessas máquinas do que por suas mulheres? Automóvel é cantado em prosa e verso, símbolo de velocidade e herói de corridas. E, da associação entre a paixão pelo automóvel e o amor pelo antigo, ainda surgiu o colecionador e o antigomobilismo. A modernidade cinética se curvou, mas uma vez, à tecnologia e ao brilho do passado. O automóvel é símbolo legítimo de cada momento econômico e social vivido pelo mundo.

    McLuhan só errou ao vaticinar que o carro não tinha futuro e que, na era da eletricidade, a própria roda é obsoleta. Sessenta anos depois, não se veem indícios de sua decadência, por mais preocupante que seja a degradação que provoca nas grandes metrópoles. O que se percebe, hoje em dia, é o esforço em reposicionar o automóvel nos centros urbanos, com o estímulo aos transportes públicos para o deslocamento individual do dia a dia.

    A paixão que o brasileiro devota ao automóvel é que o faz levar ao altar a Noiva Mecânica.

    Este livro é uma coletânea de crônicas publicadas semanalmente, nos últimos anos, em diversos jornais. Rendo minhas homenagens a dois grandes jornalistas, meus editores e autêntica escola na minha carreira profissional: Guy de Almeida e Wander Pirolli, o primeiro pela seriedade, o segundo pela irreverência. Aliás, foi de Pirolli a ideia de dar o título de Noiva Mecânica a uma seção sobre automóveis que assinei na década de 80.

    O piloto e o pescador

    Uma velha senhora dirigindo seu automóvel até o supermercado não imagina que o conforto de não pisar mais no pedal da embreagem vem de um sistema desenvolvido inicialmente na Ferrari de Michael Schumacher.

    Sempre se soube que aperfeiçoamentos projetados para as pistas acabam chegando aos nossos automóveis. Materiais mais leves e resistentes, freios mais eficientes, novos sistemas de caixas automáticas, carrocerias mais aerodinâmicas e novos compostos de borracha para pneus são algumas das novidades que migraram das pistas para as ruas. Aumentaram desempenho, resistência e segurança, além de reduzir consumo e emissões.

    O carro da velha senhora, por exemplo, usa o câmbio automatizado desenvolvido na Fórmula 1 e já presente em vários modelos. Ele é mais leve e mais barato que o automático convencional. E ainda tem a vantagem de reduzir, em vez de aumentar, o consumo de combustível. É verdade que ainda dá uns soluços de vez em quando, mas vai, a longo prazo, substituir o câmbio automático tradicional.

    Mas tem a parte menos óbvia da aplicação dessa tecnologia, a que extrapola o setor automobilístico.

    Um pescador jogando a isca no rio Araguaia tem também mais conforto e desempenho graças a uma ideia gerada nas pistas.

    É isso mesmo: o princípio de redução de borracha nos pneus da Fórmula 1 (sulcos na banda de rodagem) foi também utilizado no desenvolvimento de uma linha de pesca em que o perfil redondo foi substituído por outro irregular, lembrando uma estrela. Assim, há uma redução de atrito quando ela está enrolada no molinete, o que facilita e acelera o seu arremesso.

    Um material desenvolvido pela indústria aeronáutica e aperfeiçoado pela engenharia da Fórmula 1 é a fibra de carbono. É cara, porém muito mais leve e resistente que os metais (aço e alumínio) usados hoje na estrutura e na carroceria dos automóveis. Ela está sendo usada em superautomóveis esportivos, nos quais o desempenho fala mais alto que o custo final ao consumidor. Mas também em outras dezenas de aplicações: a fábrica de bancos Recaro, por exemplo, desenvolveu poltronas para a classe econômica de aviões com uma redução de 2,5 centímetros na espessura. Pode parecer desprezível, mas talvez seja o suficiente para evitar que o passageiro esbarre o joelho no encosto da frente. É um material que já extrapolou as indústrias automobilística e aeronáutica, pois suas características permitem uma ousadia jamais imaginada no passado. Estilistas hoje podem dar asas à imaginação e inovar no design de móveis

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