Canudos: Santos e guerreiros em luta no sertão
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Canudos - Luiz Antonio Aguiar
LUIZ ANTONIO AGUIAR
CANUDOS
SANTOS E GUERREIROS EM LUTA NO SERTÃO
rostoSUMÁRIO
O cangaceiro
O Marechal de Ferro
Era uma vez, na capital
E era uma vez, no sertão
Os defensores da República
Marchar e vencer!
Euclides da Cunha: um olhar apaixonado sobre o sertão
Mulher valente, sim, senhor!
Terra de santos e guerreiros
O sertanejo é, antes de tudo, um forte
A matadeira
Viva a República!
O beatinho
O fim
Uma ponte sobre pesadelos
Adendos
Algumas palavras
Algumas datas
Alguma homenagem
Algumas obras
Citações
Biografia
Créditos
O CANGACEIRO
image1.jpgPajeú sentia-se preparado para morrer.
Na cela da cadeia do pequeno vilarejo para onde os soldados o haviam conduzido amarrado, ouvia os fogos com que comemoravam sua captura.
– Nossa cidade vai ficar conhecida! – proclamou o prefeito, na pracinha, diante de uma pequena multidão. – Daqui, o terrível cangaceiro Pajeú partirá para ser julgado na capital do Estado.
Na notoriedade recém-adquirida do vilarejo, o prefeito contabilizava outras vantagens. Acreditava que nunca mais precisaria aguardar horas, às vezes dias, numa salinha abafada, antes de ser atendido por um mero secretário do governador. Nunca mais verbas lhe seriam negadas, nem apoio para poder prosseguir em sua carreira política. Dava como certo indicarem-no para algum cargo, até mesmo na capital da República.
Já Pajeú pressentia que não chegaria a julgamento nenhum. Apostava que o mesmo fazendeiro que delatara o esconderijo do seu bando – por Pajeú ter se recusado a expulsar famílias de posseiros das terras que o latifundiário queria tomar para si – providenciaria sua execução, talvez naquela mesma noite, invadindo a cadeia.
Revoltava-se por morrer sem defesa, sangrando como um cabrito. Tudo o que desejava, para despedir-se deste mundo, era um facão. Que os covardes, então, viessem armados de espingardas, quantos fossem. Ficaria satisfeito em cair lutando. De resto, havia muito achava que a vida pouco mais teria a lhe oferecer.
Seu bando fora abatido na emboscada. Só ele sobrevivera, com um balaço na virilha e outro no ombro. Estavam prestes a cortar sua cabeça. Fora o sargento quem dera a ideia de o trazerem para a vila: Ferido desse jeito, o cachorro não vai nos criar problemas. E pode render uns cobres a mais de recompensa. Acho que o prefeito vai gostar do presente...
.
A porta da cela se abriu. Um garoto magro e trêmulo entrou, com uma tigela na mão. Atrás dele, o soldado engatilhou a arma e ficou apontando para Pajeú.
– O garoto veio lhe dar comida! Faça qualquer movimento e estouro sua testa!
– Pra que tanto medo, soldadinho? Estou amarrado com corda na conta de prender vaca no cio!
O soldado avançou sobre Pajeú e lhe aplicou um chute. A ponta da bota pegou bem no ferimento do cangaceiro, na virilha. Pajeú retorceu-se sobre o colchão esburacado de palha, soltando um urro, mais de raiva do que de dor, e ficou arfando, olhos cravados no soldado, que sorria.
– Reza pro inferno ser uma prisão bem mais forte do que esta aqui, soldadinho! Senão, Satanás nenhum vai me impedir de escapar só pra vir torcer o seu pescoço.
O garoto começou a chorar. Pajeú voltou-se para ele:
– Não precisa ter medo! Não vou machucar você! Teve muita coragem em aceitar esse serviço! Venha...
O garoto ajoelhou-se no chão junto de Pajeú e foi entornando aos poucos o caldo amarelado e ralo na boca do prisioneiro. Lá fora, os fogos de artifício silenciaram. Ouviu-se uma ladainha atravessar as ruas, como se fosse uma procissão.
– Não me diga que o pessoal está encomendando minha alma! Gente muito caridosa!
– Não... – gaguejou o garoto. – O Conselheiro está na cidade!
– Quem?
– O Conselheiro... Tão dizendo que ele está partindo para o norte da Bahia, pra fundar um arraial por lá, bem no sertão... Um lugar onde quem não possui nada no mundo pode morar e ter um pouco de seu...
Pajeú notou a excitação na fala do garoto e adivinhou:
–