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Einstein - verdades e mentiras
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Einstein - verdades e mentiras

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Sobre este e-book

Albert Einstein foi um dos maiores cientistas da História.Tornou-se um mito e, como tal, sua biografia apresenta controvérsias, dúvidas, relatos apaixonados tanto daqueles que o admiravam quanto daqueles que o desprezavam. Mas quais as verdades e mentiras em torno de seu nome?   Dando voz a seus veneradores e a seus detratores, saberemos quais são.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de nov. de 2015
ISBN9788542807332
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    Einstein - verdades e mentiras - Waldon Volpiceli Alves

    1996.

    A Teoria da Relatividade foi fruto de plágio?

    a agência espacial americana, mais conhecida pela sua sigla Nasa, anunciou em 2011 que a sonda Gravity Probe B teria confirmado a Teoria da Relatividade Geral, concebida por Albert Einstein no começo do século xx.¹ A força da gravidade dos grandes corpos realmente distorce o tempo e o espaço, disseram os cientistas envolvidos na pesquisa. Em Física, a relatividade geral é a generalização da Teoria da Gravitação de Newton, publicada em 1915 por Albert Einstein. A nova teoria leva em consideração as ideias descobertas na relatividade restrita sobre o espaço e o tempo e propõe a generalização do princípio da relatividade do movimento para sistemas que incluam campos gravitacionais. Essa generalização tem implicações profundas no nosso conhecimento do espaço-tempo, levando, entre outras conclusões, à de que a matéria (energia) curva o espaço e o tempo à sua volta. Isto é, a gravitação é um efeito da geometria do espaço-tempo. Em resumo, de acordo com Einstein, os corpos cósmicos maiores, como planetas, estrelas ou buracos negros, alteram o espaço e o tempo ao seu redor com sua força da gravidade. Até 2011, esses prognósticos não tinham comprovação, pois as alterações feitas por esses corpos eram pequenas e não havia tecnologia avançada o suficiente para detectá-las. O experimento da Nasa usou quatro giroscópios para medir o seu efeito geodésico – nome que se dá à curvatura do espaço e do tempo em torno de um corpo e à fração do marco referencial que é o quanto de espaço-tempo um corpo arrasta quando um objeto gira.

    Em comunicado, a Nasa informou que, se os quatro giroscópios da sonda Gravity Probe B apontassem em igual direção, a teoria de Einstein estaria errada. Mas não ocorreu. Os giroscópios da sonda tiveram mudanças em relação ao seu giro à medida que a gravidade do planeta Terra, que a sonda estudava, a atraía.

    Mas a comprovação da veracidade da Teoria da Relatividade Geral, que, junto com a Teoria da Relatividade Restrita, compõe a Teoria da Relatividade, não dirimiu uma dúvida que permeia no meio científico, ou pelo menos em parte dele: a Teoria da Relatividade era realmente fruto do gênio Einstein? Alguns físicos dizem que não. Dizem que, na verdade, a Teoria da Relatividade foi fruto, sim, de um plágio, uma cópia indevida que Einstein fez. Um dos maiores defensores dessa ideia foi o físico brasileiro César Lattes. Lattes fazia parte de um conjunto de físicos brilhantes que, nos anos 1930, foram estudar na Europa, junto com grandes cientistas, como o físico inglês Cecil Powell e o italiano Giuseppe Occhialini. Em 1949, o físico japonês Hideki Yukawa ganhou o Prêmio Nobel de Física por ter sido o primeiro a prever, anos antes, a existência de mésons com base em trabalhos teóricos sobre forças nucleares. Mésons são partículas subatômicas transportadoras da força que liga os prótons e os nêutrons no núcleo, impedindo que ele se desintegre. O méson pi, ou píon, seria o verdadeiro transportador dessa força. Na tabela a seguir, estão os principais tipos de mésons.

    Em 1950, o inglês Cecil Powell ganhou o Prêmio Nobel de Física por ter desenvolvido o método de revelação fotográfica da partícula do méson pi. Lattes desenvolveria depois um método de produção artificial de mésons que, por questões burocráticas e por causa do falecimento de seu colega Eugene Gardner, poderia ter lhe dado um Prêmio Nobel.² Essa não premiação de Lattes deu origem, inclusive, a uma lenda urbana, forte no Brasil, de que Niels Bohr, físico dinamarquês, teria deixado uma carta intitulada Por que César Lattes não ganhou o Prêmio Nobel em uma série de cartas secretas que iriam a público em 2012, nos cinquenta anos de falecimento de Bohr, cartas que ele havia dito que só poderiam ser abertas ao público nessa época. Em 2012, as cartas de Bohr foram finalmente abertas e estão disponíveis no Niels Bohr Archive in Copenhagen, no site: http://www.nba.nbi.dk, mas essa carta sobre Lattes não constava em seus arquivos, revelando-se ser apenas lenda.

    Essa curiosidade científica foi colocada aqui para mostrar que Lattes não era um físico ruim e, portanto, conhecia bem o que falava. Lattes também desenvolveu outra teoria: a de que Einstein teria plagiado a Teoria da Relatividade de Henri Poincaré, físico e matemático francês. Não que a teoria fosse nova. Segundo o engenheiro e pesquisador Christian Marchal, Poincaré apresentou o princípio da relatividade em um congresso ocorrido em Saint Louis, Missouri, Estados Unidos, em setembro de 1904, sendo apresentado em 5 de junho de 1905 na Académie des Sciences de Paris e publicado em 9 de junho na Rendiconti del Circolo Matematico di Palermo, uma pequena revista de matemática que não era conhecida pelos físicos. Segundo Marchal, o trabalho de Einstein, publicado também em 1905, continha resultados iguais aos de Poincaré. Ainda segundo Marchal, "Einstein evidentemente não pode utilizar o trabalho de Poincaré publicado em julho de 1905 para escrever seu próprio texto, mas a Note à l’académie, do 5 de junho, chegou a Berna, em tempo, no 12 ou 13 de junho, e lê-la fazia parte do trabalho ordinário de Einstein. Pois a ele cabia resumir para os Annalen der Physik os trabalhos de física mais interessantes, entre estes os resumos da Académie des Sciences de Paris".³

    Segundo os defensores da teoria do plágio de Einstein, foi justamente aí que ele cometeu o seu delito. Para Marchal, o falecimento de Poincaré em 1912 e o fato de ele não ter publicado sua descoberta em uma revista mais famosa teriam feito com que ele caísse na obscuridade, e Einstein, que publicou o seu trabalho no Annalen der Physik, ficou famoso, enquanto Poincaré, não. Poincaré teria sido salvo, por assim dizer, pelo físico holandês Hendrik Antoon Lorentz, Prêmio Nobel de Física de 1902. Em 1921, o comitê do Nobel pensou em dar a Einstein um prêmio, após um eclipse do Sol, ocorrido em 1919, comprovar a Teoria da Relatividade de maneira parecida com a sonda Gravity Probe B, porém com mais precisão. A comprovação em 1919 se deu quando chapas fotográficas mostraram que as luzes de algumas estrelas sofreram um pequeno deslocamento absorvidas pelo campo gravitacional do Sol. Esse tipo de observação só podia ser feita, pela tecnologia da época, quando o Sol estivesse em eclipse, pois as fotos não podiam ser feitas com a luminosidade do Sol. Mas Lorentz havia publicado um artigo sobre Poincaré afirmando que: Poincaré obteve uma invariante perfeita das equações da eletrodinâmica e formulou o postulado da relatividade, termos que ele foi o primeiro a empregar.⁴ Segundo os apoiadores da ideia de plágio de Einstein, o Nobel resolveu dar a ele o Prêmio não pela relatividade, mas pelo efeito fotoelétrico, exatamente por causa da suspeita.

    A controvérsia continuou. Lattes passou a defender com vigor a ideia de Einstein como plagiador. Ele citou semelhanças de redação impossíveis de serem feitas entre a teoria de Einstein e a de Poincaré. Lattes também afirmou que, ao contrário do que acreditam muitas pessoas, a Teoria da Relatividade já era objeto de estudo desde a Renascença, com Leonardo da Vinci, Galileu e Giordano Brunno, embora, segundo Lattes, tenha sido Poincaré quem realizou os cálculos exatos que a demonstraram. Para tentar provar sua tese, Lattes chegou a citar o livro de história da física de Whittaker, que atribui a Teoria da Relatividade a Henri Poincaré e Hawdrick Lawrence. Lattes, inclusive, chegou a declarar que Einstein teria confundido medida com grandeza na Teoria da Realidade Restrita e número com medida na Teoria da Relatividade Geral.⁵ Lattes cita Whittaker. De fato, Whittaker, inglês matemático e historiador da ciência, declara em seu livro A History of the Theories of Aether and Electricity (em tradução livre, Uma história das Teorias do Éter e Eletricidade) que Poincaré já tinha dado os princípios fundamentais da Teoria da Relatividade. Ele a creditou a Poincaré e a Lorentz – e, especialmente, aludiu a 1904 o papel de Lorentz (datada por Whittaker em 1903), em St. Louis no discurso de Poincaré, Os Princípios da Física-Matemática, de 1904. Whittaker atribuiu pouca importância ao papel de Einstein sobre a relatividade.⁶ Ele revela que é preciso ler o

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