Sonetos da portuguesa
5/5
()
Sobre este e-book
Os sonetos deste livro narram a imprevisível história de amor de Elizabeth e Robert, oito anos mais jovem que a escritora. O romance tem início quando a escritora, aos 40 anos, levando uma vida reclusa, recebe uma carta de Robert. Não bastasse a idade, avançada para o matrimônio naquela época, Elizabeth e seus irmãos tinham ordens expressas de seu excêntrico pai, Mr. Barrett, um homem rico, herdeiro de plantações na Jamaica, para nunca se casar; caso contrário seriam deserdados e afastados do convívio familiar.
Durante a troca de correspondência, Elizabeth foi, passo a passo, delineando os seus sonetos. Por isso seus versos abrigam, segundo o tradutor e também poeta Leonardo Fróes, "três movimentos de definição muito clara: o da recusa inicial da amada, o do contágio do amor que se propaga (...) e o do coroamento glorioso do encontro (...)".
Relacionado a Sonetos da portuguesa
Ebooks relacionados
A PRAGA ESCARLATE Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos da era do jazz Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMANON LESCAUT - Prevost Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMensagem Nota: 4 de 5 estrelas4/5Os sonetos completos de Anthero de Quental Nota: 5 de 5 estrelas5/5Epifanias Nota: 4 de 5 estrelas4/5A letra escarlate Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO vento da noite Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Guerra das Mulheres Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Volta do Parafuso seguido de Daisy Miller Nota: 4 de 5 estrelas4/5O coração disparado Nota: 2 de 5 estrelas2/5NOVELAS EXEMPLARES - Cervantes Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Recado do Morro Nota: 5 de 5 estrelas5/5A RAINHA MARGOT Nota: 5 de 5 estrelas5/5Cartas a um jovem poeta Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSonetos de Camões: Edição bilíngue português-inglês Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO espírito da prosa: Uma autobiografia literária Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEspumas flutuantes Nota: 3 de 5 estrelas3/5Um Homem Extraordinário e outras Histórias Nota: 4 de 5 estrelas4/5Para passar no vestibular Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs boas coisas da vida Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLucíola Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCanto de Mim Mesmo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA escrava Isaura Nota: 0 de 5 estrelas0 notasBroquéis Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs Melhores Contos Espanhóis Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSol das almas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasObras essenciais de José de Alencar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs belos e malditos Nota: 4 de 5 estrelas4/5Antologia Poética Nota: 5 de 5 estrelas5/5
Poesia para você
Desculpe o exagero, mas não sei sentir pouco Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Profeta Nota: 5 de 5 estrelas5/5Bukowski essencial: poesia Nota: 5 de 5 estrelas5/5Coisas que guardei pra mim Nota: 4 de 5 estrelas4/5meu corpo minha casa Nota: 5 de 5 estrelas5/5o que o sol faz com as flores Nota: 4 de 5 estrelas4/5Se você me entende, por favor me explica Nota: 5 de 5 estrelas5/5Todas as flores que não te enviei Nota: 5 de 5 estrelas5/5Tudo Nela Brilha E Queima Nota: 4 de 5 estrelas4/5A Odisseia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEu tenho sérios poemas mentais Nota: 5 de 5 estrelas5/5Os Lusíadas (Anotado): Edição Especial de 450 Anos de Publicação Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPra Você Que Sente Demais Nota: 4 de 5 estrelas4/5Todas as dores de que me libertei. E sobrevivi. Nota: 4 de 5 estrelas4/5Sede de me beber inteira: Poemas Nota: 4 de 5 estrelas4/5Sentimento do mundo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasJamais peço desculpas por me derramar Nota: 4 de 5 estrelas4/5Alguma poesia Nota: 4 de 5 estrelas4/5Laços Nota: 5 de 5 estrelas5/5Marília De Dirceu Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPara não desistir do amor Nota: 5 de 5 estrelas5/5Poemas de Álvaro Campos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAristóteles: Poética Nota: 5 de 5 estrelas5/5As palavras voam Nota: 5 de 5 estrelas5/5Poesias para me sentir viva Nota: 4 de 5 estrelas4/5Sonetos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAntologia Poética Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Navio Negreiro Nota: 5 de 5 estrelas5/5Textos Para Serem Lidos Com O Coração Nota: 5 de 5 estrelas5/5
Categorias relacionadas
Avaliações de Sonetos da portuguesa
1 avaliação1 avaliação
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Disponibilize o livro para PDF, por favor. Não é legal ficar preso no app para ler.
Pré-visualização do livro
Sonetos da portuguesa - Elizabeth Barrett Browning
Elizabeth Barrett Browning
SONETOS
DA
PORTUGUESA
TRADUÇÃO E POSFÁCIO
LEONARDO FRÓES
SUMÁRIO
Para pular o Sumário, clique aqui.
Sonetos da portuguesa - Em português
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
Sonetos da portuguesa - Em inglês
I
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
XI
XII
XIII
XIV
XV
XVI
XVII
XVIII
XIX
XX
XXI
XXII
XXIII
XXIV
XXV
XXVI
XXVII
XXVIII
XXIX
XXX
XXXI
XXXII
XXXIII
XXXIV
XXXV
XXXVI
XXXVII
XXXVIII
XXXIX
XL
XLI
XLII
XLIII
XLIV
Posfácio
Datas
Bibliografia utilizada
Créditos
A Autora
1
Para ler a versão em inglês, clique aqui.
Já pensei em Teócrito a cantar
Os anos doces, desejados, bons,
Que com mãos graciosas tantos dons
A todos os mortais parecem dar.
Eu, em sua língua antiga cismando,
Por entre lágrimas aos poucos via
Os anos doces de melancolia
Que em minha vida triste iam lançando
Uma sombra por cima. E então notava
Que uma mística forma se movia
Por trás; pelo cabelo me puxava,
Impondo-me na voz supremacia.
É a Morte que me agarra?
eu perguntava.
É Amor
, a voz de prata me dizia.
2
Para ler a versão em inglês, clique aqui.
Mas só nós três neste universo infindo
Ouvimos a palavra que falaste:
Eu mesma e Deus e tu que a pronunciaste!
Deus respondeu... Estava me impedindo,
Ao malfadar-me as pálpebras no escuro,
De bem te ver – tal qual, se eu já morresse,
Nem o peso da morte oferecesse
Uma exclusão igual. O não
mais duro
De todos é o de Deus, ó meu amigo!
Homens nos desunir não poderiam,
Nem o mar nos mudar, nem seu perigo;
Sobre os morros, as mãos buscar-se iriam:
E, sendo o céu entre nós dois o abrigo,
Nossas juras aos astros chegariam.
3
Para ler a versão em inglês, clique aqui.
Desiguais somos, coração de infante!
Desiguais nos costumes, nos destinos.
Nossos anjos da guarda peregrinos
Estranham-se ao passar como se avante
Suas asas se chocassem. És, e o sabes,
Um refém de rainhas em sociais
Torneios, onde os olhos brilham mais
Que os meus em pranto, e o papel que te cabe
É reger a orquestra. Então, por que ali
Da luz dos janelões lançar um olhar
A um cantor que, um cipreste contra si,
Cansa e nas trevas canta sem parar?
Em mim, o orvalho do ar – o crisma em ti.
Lugar de encontro a Morte há de cavar.
4
Para ler a versão em inglês, clique aqui.
A um palácio te chama a vocação,
Grácil cantor de alta poesia! Onde
Quem dança às vezes nem se corresponde,
Tanto nos lábios teus põe a atenção.
Virás abrir o trinco desta casa
Tão pobre a ti? Suportarás que a tua
Música à minha porta se destrua
Sem audição no ouro em que se vaza?
Tudo aqui, tão quebrado, é tão ruim,
Há morcegos, corujas no telhado!
Meu grilo arranha ante teu bandolim.
Silêncio! Não quero eco ao meu estado
De desolação. Há uma voz em mim
Que, enquanto cantas, chora ao descampado.
5
Para ler a versão em inglês, clique aqui.
Pesa-me o coração, solene o ergo,
Como Electra sua urna funerária,
E, ao olhar nos teus olhos, logo jogo
Cinza a teus pés. Vês como é grande e vária
A dor oculta em mim amontoada?
Como ardentes centelhas tornam rubra
A alvura do pó? Que eu desdém descubra
No teu gesto de as ter pisoteadas,
Talvez seja melhor. Mas se, em vez disso,
Esperas junto a mim que o vento vá
Assoprar cinzas, não pense que o viço
Dos louros teus, meu bem, te escudará
De chamuscar no fogo movediço
A pele, os pelos. Longe pois vai já!
6
Para ler a versão em inglês, clique aqui.
Foge de mim que sinto que estarei
Para sempre à tua sombra. Nunca mais
Sozinha na soleira dos portais
Da vida individual comandarei
Minha alma ou erguerei serenamente
A mão no sol, como fazia antes,
Sem a impressão de ausente ter no instante
Teu toque na palma. Quer sina tente
Nos separar, teu coração colou
No meu, que bate em dobro. Se algo faço
Ou sonho, isso te inclui, como sobrou
Uva no vinho por sabor. Se peço
A Deus por mim, teu nome ele escutou,
Vendo o pranto de dois neste olhar baço.
7
Para ler a versão em inglês, clique aqui.
Toda a face do mundo está mudada
Desde que ouvi tua alma a passos calmos
Mover-se em torno a mim e a poucos palmos
Entre meu ser e a fraga horrorizada
Da morte óbvia onde eu, se já imergia,
Fui salva pelo amor. Mas tudo aprendo
Da vida em novo ritmo. Eu me rendo
À taça do destino em que bebia
E louvo-lhe a doçura, se a teu lado.
Céu e país, tudo mudou de nome,
Pois só me importa, aqui e ali, teu fado:
Este alaúde... esta canção que some
(E os anjos cantam) só serão lembrados
Pelo renome teu que aí assome.
8
Para ler a versão em inglês, clique aqui.
Por minha vez, que posso dar-te, ó puro
E nobre doador que a honra e o ouro
De um coração trouxeste sem desdouro,
Depondo-os fora, lá ao pé