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Sonetos da portuguesa
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E-book131 páginas1 hora

Sonetos da portuguesa

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Sobre este e-book

Pouco conhecida do público no Brasil, a poeta inglesa Elizabeth Barrett Browning (1806-1861) é aclamada em todo o mundo pela crítica especializada. Seus sonetos figuram entre os mais populares da língua inglesa. Dona de uma biografia tão surpreendente quanto sua obra, ela publicou os Sonetos da portuguesa em 1850, tendo-os escrito anos antes, durante o período em que se correspondeu com o também poeta e futuro marido Robert Browning. A edição brasileira desta coletânea ganha tradução primorosa e um enriquecedor posfácio assinado por Leonardo Fróes.
Os sonetos deste livro narram a imprevisível história de amor de Elizabeth e Robert, oito anos mais jovem que a escritora. O romance tem início quando a escritora, aos 40 anos, levando uma vida reclusa, recebe uma carta de Robert. Não bastasse a idade, avançada para o matrimônio naquela época, Elizabeth e seus irmãos tinham ordens expressas de seu excêntrico pai, Mr. Barrett, um homem rico, herdeiro de plantações na Jamaica, para nunca se casar; caso contrário seriam deserdados e afastados do convívio familiar.
Durante a troca de correspondência, Elizabeth foi, passo a passo, delineando os seus sonetos. Por isso seus versos abrigam, segundo o tradutor e também poeta Leonardo Fróes, "três movimentos de definição muito clara: o da recusa inicial da amada, o do contágio do amor que se propaga (...) e o do coroamento glorioso do encontro (...)".
IdiomaPortuguês
Data de lançamento3 de out. de 2012
ISBN9788581221113
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Sonetos da portuguesa - Elizabeth Barrett Browning

Elizabeth Barrett Browning

SONETOS

DA

PORTUGUESA

TRADUÇÃO E POSFÁCIO

LEONARDO FRÓES

SUMÁRIO

Para pular o Sumário, clique aqui.

Sonetos da portuguesa - Em português

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Sonetos da portuguesa - Em inglês

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XVII

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XXI

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XXXV

XXXVI

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XXXVIII

XXXIX

XL

XLI

XLII

XLIII

XLIV

Posfácio

Datas

Bibliografia utilizada

Créditos

A Autora

1

Para ler a versão em inglês, clique aqui.

Já pensei em Teócrito a cantar

Os anos doces, desejados, bons,

Que com mãos graciosas tantos dons

A todos os mortais parecem dar.

Eu, em sua língua antiga cismando,

Por entre lágrimas aos poucos via

Os anos doces de melancolia

Que em minha vida triste iam lançando

Uma sombra por cima. E então notava

Que uma mística forma se movia

Por trás; pelo cabelo me puxava,

Impondo-me na voz supremacia.

É a Morte que me agarra? eu perguntava.

É Amor, a voz de prata me dizia.

2

Para ler a versão em inglês, clique aqui.

Mas só nós três neste universo infindo

Ouvimos a palavra que falaste:

Eu mesma e Deus e tu que a pronunciaste!

Deus respondeu... Estava me impedindo,

Ao malfadar-me as pálpebras no escuro,

De bem te ver – tal qual, se eu já morresse,

Nem o peso da morte oferecesse

Uma exclusão igual. O não mais duro

De todos é o de Deus, ó meu amigo!

Homens nos desunir não poderiam,

Nem o mar nos mudar, nem seu perigo;

Sobre os morros, as mãos buscar-se iriam:

E, sendo o céu entre nós dois o abrigo,

Nossas juras aos astros chegariam.

3

Para ler a versão em inglês, clique aqui.

Desiguais somos, coração de infante!

Desiguais nos costumes, nos destinos.

Nossos anjos da guarda peregrinos

Estranham-se ao passar como se avante

Suas asas se chocassem. És, e o sabes,

Um refém de rainhas em sociais

Torneios, onde os olhos brilham mais

Que os meus em pranto, e o papel que te cabe

É reger a orquestra. Então, por que ali

Da luz dos janelões lançar um olhar

A um cantor que, um cipreste contra si,

Cansa e nas trevas canta sem parar?

Em mim, o orvalho do ar – o crisma em ti.

Lugar de encontro a Morte há de cavar.

4

Para ler a versão em inglês, clique aqui.

A um palácio te chama a vocação,

Grácil cantor de alta poesia! Onde

Quem dança às vezes nem se corresponde,

Tanto nos lábios teus põe a atenção.

Virás abrir o trinco desta casa

Tão pobre a ti? Suportarás que a tua

Música à minha porta se destrua

Sem audição no ouro em que se vaza?

Tudo aqui, tão quebrado, é tão ruim,

Há morcegos, corujas no telhado!

Meu grilo arranha ante teu bandolim.

Silêncio! Não quero eco ao meu estado

De desolação. Há uma voz em mim

Que, enquanto cantas, chora ao descampado.

5

Para ler a versão em inglês, clique aqui.

Pesa-me o coração, solene o ergo,

Como Electra sua urna funerária,

E, ao olhar nos teus olhos, logo jogo

Cinza a teus pés. Vês como é grande e vária

A dor oculta em mim amontoada?

Como ardentes centelhas tornam rubra

A alvura do pó? Que eu desdém descubra

No teu gesto de as ter pisoteadas,

Talvez seja melhor. Mas se, em vez disso,

Esperas junto a mim que o vento vá

Assoprar cinzas, não pense que o viço

Dos louros teus, meu bem, te escudará

De chamuscar no fogo movediço

A pele, os pelos. Longe pois vai já!

6

Para ler a versão em inglês, clique aqui.

Foge de mim que sinto que estarei

Para sempre à tua sombra. Nunca mais

Sozinha na soleira dos portais

Da vida individual comandarei

Minha alma ou erguerei serenamente

A mão no sol, como fazia antes,

Sem a impressão de ausente ter no instante

Teu toque na palma. Quer sina tente

Nos separar, teu coração colou

No meu, que bate em dobro. Se algo faço

Ou sonho, isso te inclui, como sobrou

Uva no vinho por sabor. Se peço

A Deus por mim, teu nome ele escutou,

Vendo o pranto de dois neste olhar baço.

7

Para ler a versão em inglês, clique aqui.

Toda a face do mundo está mudada

Desde que ouvi tua alma a passos calmos

Mover-se em torno a mim e a poucos palmos

Entre meu ser e a fraga horrorizada

Da morte óbvia onde eu, se já imergia,

Fui salva pelo amor. Mas tudo aprendo

Da vida em novo ritmo. Eu me rendo

À taça do destino em que bebia

E louvo-lhe a doçura, se a teu lado.

Céu e país, tudo mudou de nome,

Pois só me importa, aqui e ali, teu fado:

Este alaúde... esta canção que some

(E os anjos cantam) só serão lembrados

Pelo renome teu que aí assome.

8

Para ler a versão em inglês, clique aqui.

Por minha vez, que posso dar-te, ó puro

E nobre doador que a honra e o ouro

De um coração trouxeste sem desdouro,

Depondo-os fora, lá ao pé

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