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Criaturas Noturnas
Criaturas Noturnas
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E-book197 páginas2 horas

Criaturas Noturnas

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Sobre este e-book


Este romance abrange vários séculos, seguindo a relação dos dois monstros mais emblemáticos da história literária. Antes tão próximos quanto irmãos, porém agora inimigos declarados, Drácula de Bram Stoker e Frankenstein de Mary Shelley se encontram para um confronto final sob as ruas de Nova York. Criaturas Noturnas (Drácula versus Frankenstein) acontece em um mundo como o seu, com uma diferença surpreendente: toda criatura de lenda saiu da sombra e agora existe ombro a ombro com a humanidade! A cidade de Nova York se tornou uma grande mistura de seres macabros. Vampiros, lobisomens, zumbis e ghouls são agora os novos imigrantes e estão perseguindo o sonho americano. A noite as criaturas se tornaram parte do sistema. Mas muitos humanos sentem que as criaturas são perigosas bombas-relógio. Drácula, considerado o messias das Criaturas Noturnas, constrói um exército incontrolável enquanto planeja varrer a humanidade da face da terra. O misterioso chefe do crime de Nova York, Johnny Stücke (o monstro de Frankenstein), quer manter a paz entre as Criaturas Noturnas e a humanidade. Stücke teme o extermínio total de sua espécie, caso Dracula libere suas forças em Nova York. A luta pela noite começa. O aclamado autor de terror Terry M. West continua sua série Lendas Entre Nós com este romance autônomo que apresenta um mundo apenas um leve tom mais escuro que o nosso.
 

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento1 de set. de 2023
ISBN9781071509791
Criaturas Noturnas

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    Criaturas Noturnas - Terry M. West

    Dedicado aos monstros.

    ."Somos criaturas ultrapassadas, porém um pouco fictícias, se alguém mais sábio, melhor, e mais estimado do que nós, que belo amigo deve ser, não deve nos ajudar a melhorar nossas fracas, e falhas, naturezas.

    Frankenstein, ou, o Prometheus Moderno, Mary Wollstonecraft Shelley

    É um mundo estranho, um mundo triste, um mundo cheio de mistérios, e males, e problemas.

    Drácula, Bram Stoker

    Capítulos

    Bem vindo à Magia entre Nós...

    Prólogo

    1.

    2.

    3.

    4.

    5.

    6.

    7.

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    10.

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    16.

    17.

    18.

    19.

    20.

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    22.

    Epílogo

    Sobre o autor

    Bem vindo a Magia Entre Nós...

    Imagine um mundo exatamente como o nosso, porém, com uma diferença alarmante: todas as criaturas e lendas saíram das sombras e agora vivem junto a humanidade!  Bem vindo a Magia Entre Nós! Nova York se tornou uma macabra mistura de seres. Vampiros, lobisomens, zumbis, e assombrações são os novos imigrantes, e estão em busca do sonho americano. Essas criaturas noturnas se tornaram parte do sistema. Atualmente não há leis que defendam seus direitos, nem regras contra seu extermínio. Há muitas pessoas ávidas para explorar as criaturas noturnas para obter lucro e prazer.

    Johnny Stücke é uma lendária criatura feita de retalhos  que controla a maioria das atividades ilegais nas ruas de Nova York. As criaturas noturnas temem Stücke, e esse temor é o único fator que impede a destruição da cidade. A maior paixão de Stücke, e seu negócio mais lucrativo é a produção de filmes adultos, com ênfase em fetiche por monstros, uma forma de pornografia dirigida a humanos curiosos e as próprias criaturas noturnas. Stücke recrutou Gary Hack, um viciado, derrotado, e falido diretor de filmes exploitation, para dirigir sua primeira produção. Se trata de um grande filme de fetiche por zumbis, que viola a Lei do Bando, uma lei internacional que proíbe reunir mais de três zumbis em um único local. A produção leva a perdas de vidas humanas, assim como ao massacre calculado de uma centena de zumbis.

    Todavia a indiferença de Stücke, e sua crueldade com seus irmãos mortos-vivos não passaram desapercebidas por um adorado mentor, que se transformou em um amargo inimigo. Uma guerra que vem se anunciando há centenas de anos está prestes a eclodir.

    Prólogo

    O norte gelado

    Muitos anos atrás

    A criatura buscou se aquecer junto ao fogo. A noite havia caído e essa caverna em meio a montanha gelada serviria bem como o novo santuário do monstro. Sua caverna anterior havia sido enterrada por uma avalanche naquele mesmo dia. Havia perdido pouco: uma cama que tinha feito com galhos e folhas, e uma lança de pesca desgastada. Enquanto se aproximava do fogo, usava uma pedra para afiar a ponta de um galho, e produzir uma nova lança. Havia arrancado o galho de uma grande árvore próxima à tundra. O monstro sem nome também tinha coletado uma certa quantidade de madeira da montanha para criar fogo e aquecer seu novo lar.

    Tinha fome, porém, o vento cortante a essa hora da noite cortaria até mesmo seu grosso couro. Congelaria antes do amanhecer.

    Esse inferno gelado continuava a testá-lo, o frio sempre encharcava seus ossos, mesmo quando estava próximo de uma fogueira. Não tinha ideia de por quanto tempo estava naquele local deprimente. Poderia ser semanas, anos, ou séculos, pelo que sabia. Mas era um local calmo. Calmo e perigoso o suficiente para ninguém se aventurar.

    Olhou para suas mãos enquanto realizavam sua tarefa. Ambas haviam sido retiradas de estranhos, e costuradas a braços que não o pertenciam. Seu corpo era composto por partes de outros homens, e frequentemente indagava quais seriam suas origens. O galho fora afiado o bastante para perfurar escamas, então o monstro o largou e aqueceu suas mãos desiguais no fogo.

    Quando pode senti-las novamente, acariciou gentilmente seu rosto, sentindo suas cicatrizes sem pontos. Suas suturas haviam caído há muito tempo, mas ainda podia senti-las, presas sob sua pele. Seu cabelo, longo e negro, caia sobre seus ombros, os aquecendo. Usava uma pele de urso polar sobre suas roupas que estavam sujas e desgastadas. Pelo menos não havia barba em sua pele renascida, portanto, era um afazer a menos, apesar de que uma barba aqueceria seu queixo e bochechas.

    Ali havia esquecido como era hediondo, como suas roupas fediam, e da aparência infernal que seu rosto tinha quando iluminado pelo fogo.  Ali era um homem com infinitos dias a frente, vivendo em paz.

    Tenho procurado você há meses, disse uma voz vinda da escuridão atrás dele.

    A criatura rosnou, agarrou uma tora que queimava, e girou ao se levantar. Ofegava irritado.

    - Seria sábio deixar essa caverna, ele avisou. Eu sou um assassino, feito com cadáveres, e vou adicioná-lo a minhas vítimas se não partir imediatamente.

    O intruso se aproximou lentamente da luz da fogueira. Era um homem atraente e pálido, com cabelo negro e modos peculiares. Sua altura se equiparava a da criatura. Apesar de estar frio o suficiente para matar um homem envolo em várias camadas de pele, o estranho usava apenas um sobretudo negro e vestes aristocráticas, e sua respiração não podia ser vista no ar gelado. Vestido daquele jeito, naquela temperatura, o homem deveria estar morto.

    - Como se chama? Perguntou o homem, com um sorriso. Mereço saber o nome de meu executor, não é?

    - Não tenho nome, disse a criatura. Já fui chamado de demônio e monstro. Permaneça, e mostrarei porquê.

    - Por que busca retiro nesse local esquecido por Deus?

    - Porque estou farto dos homens, disse a criatura. Esse é o mundo deles, portanto, deixe que vivam nele. Agora parta, mortal. Esse é meu último aviso.

    - Mas não sou mortal, meu bom amigo. Insistiu o estranho.

    - Então o que é, além de alguém que não dá valor a vida? Perguntou a criatura.

    Os olhos do homem se acenderam subitamente, e seus caninos cresceram. Ele sibilou.

    A criatura se afastou. O que você é? Perguntou novamente, com medo em sua voz.

    O estranho reverteu a seu semblante amigável. Sou um vampiro.  O mais antigo de minha espécie. E, como você, fui injustamente perseguido por mortais supersticiosos. Somos irmãos, meu amigo. E há muitos como nós por aí, se escondendo nas sombras.

    O vampiro se aproximou devagar.

    - Ouvi a história de sua criação, disse empaticamente o vampiro. Seu pai, ele o abandonou. Deixou-o  sozinho no dia de seu nascimento para morrer à noite. Foi concebido nu e sem amor e nenhuma criatura deveria suportar tal coisa. Porém, sobreviveu. Porque é superior. Como eu. Merecemos mais que cavernas, e caixões, e castelos que serão invadidos por multidões furiosas. Merecemos um local nosso. Um mundo nosso.

    - Meu pai faleceu. Eu o odiava. No entanto ainda estou de luto, disse a criatura. Não me restou nada. Minha vingança foi executada, e esse era meu único propósito.

    A criatura não sabia o motivo, mas sua apreensão diante desse visitante inesperado começava a desaparecer. A humanidade era sua inimiga, e acreditara ser um ser único. No entanto, agora encontrara um semelhante. E aquela criação da ciência distorcida começou a apreciar a ideia de pertencer a um grupo. Era um sonho que não ousara ter até aquele momento. Era uma aspiração que o levaria a loucura naquela solidão gelada.

    - Permita-me ser o patriarca que merece. Confie em mim, e conhecerá a felicidade. Não precisa ficar sozinho. Posso guiá-lo a um destino glorioso.

    A criatura devolveu a tora ao fogo e se aproximou do vampiro. - O que quer de mim?

    - Quero que se junte a mim. Podemos criar um mundo pacífico que aceite nossa espécie. Porém, preciso de soldados que estejam dispostos a lutar por isso. Você é o primeiro que alistei, e tenho um alto posto para você em nossa nova sociedade. Mas, a libertação, verdadeira libertação, raramente é dada a mãos limpas de sangue. 

    - O sangue pode ser limpo, a criatura assegurou. E essas mãos já conhecem o sangue.

    O vampiro estendeu sua mão e tocou o ombro do monstro. O monstro sentiu um arrepio. Não exatamente um arrepio, na verdade, o oposto disso. Era o primeiro toque gentil que a criatura sentira, e sua ternura quase fez seus olhos lacrimejarem. Um mero toque em seu ombro obteve tal reação.  Não sabia como reagir adequadamente, então apenas ficou debilmente parado. 

    O vampiro sorriu e removeu sua mão, para desgosto da criatura. - Então conto com você como meu primeiro soldado. No entanto, necessito chamá-lo de algo além de ‘demônio".

    O vampiro considerou suas opções, e então assentiu. - Sim, já sei. O chamarei de Primul. Vejo que não tem posses para carregar, portanto posso facilmente carregá-lo comigo. Jure lealdade a mim, e começaremos nossa jornada a conquista, Primul.

    A criatura apertou a bela e fria mão do vampiro. Sentiu poder e sorte em seu aperto. E não queria soltar aquele aperto gelado. - Então, eu, Primul, juro pelos membros desse corpo deplorável e por minha alma sombria, se habitar em mim, que o servirei.

    - Então venha, meu irmão, meu filho, meu amigo, disse o vampiro.  Nosso futuro nos aguarda.

    1.

    Cidade de Nova York

    O Presente

    ––––––––

    A escuridão caia sobre a cidade. As criaturas noturnas emergiam de seus abrigos escuros. O homem que comandava a eles, e a maior parte do crime organizado de Nova York, tanto o humano quanto o morto-vivo, fitava a metrópole enquanto escurecia. A observava a partir da janela de uma cobertura que poucos podiam pagar.

    Encarou seu reflexo e gostou da maneira como o céu roxo e negro sobre a cidade iluminava seu rosto.  A fuça que o encarava de volta era uma de muitas máscaras que possuía. Essa pertencia a um notável inimigo que havia encontrado em Budapeste há cinquenta, ou sessenta, anos. Havia esquecido como seu rosto remendado original se parecia, após ser trazido a vida pelos produtos químicos e relâmpagos. Havia nascido sem nome, criado por um deus indiferente que rejeitou o monstro quando seu primeiro gemido ainda estava entalado em sua garganta. Então ele começou a criar suas próprias identidades através dos anos, um desfile de rostos e nomes, e outras partes a medida que precisava delas.

    Atualmente, usava o pseudônimo de Johnny Stücke.  Era uma piada, é claro, e apesar de poucos a entenderem, ainda era um nome que causava medo tanto nas criaturas noturnas quanto nos criminosos humanos da cidade. Para a maioria dos cidadãos cumpridores da lei era desconhecido. Mas qualquer coisa que trabalhasse e vagasse pela noite sabia quem Johnny Stücke era.

    A sinfonia número 6 de Tchaikovsky tocava em uma vitrola no quarto de Johnny. A música o envolvia. Era sua obra favorita, e seu pessoal era exposta a ela toda noite nesse horário.

    Glass, um afro-americano musculoso e calado, que ocupava a posição de braço direito de Johnny, apareceu junto a seu reflexo.

    - Quem compôs isso mesmo? Perguntou Glass, tendo recentemente desenvolvido interesse na música de seu chefe.

    - Tchaikovsky, respondeu Johnny. Sinfonia número 6 em B menor. Pathétique o final é um Adagio lamentoso. Se isso não te comove, você não tem coração. Foi tocada pela primeira vez em 1893. O mesmo ano do julgamento de Lizzie Borden. Foi uma época sombria e interessante. O que seus ouvidos acham da música?

    Glass absorveu a música melancólica. - Triste, mas poética, disse. Agridoce, eu diria.

    - Bem, essa obra foi escrita pouco antes da morte de Tchaikovsky, e muitos acreditam que foi sua despedida ao mundo, explicou Johnny.

    - Como ele morreu? Perguntou Glass.

    - Foi registrado como cólera.Mas dizem que ele se suicidou, e sua sinfonia é claramente um bilhete de suicídio. Ele era homossexual, e tinha tendências depressivas. E o mundo faz queles que são diferentes acreditem que são monstros.

    - Meu sobrinho trabalha para uma loja de eletrodomésticos. Eu poderia atualizar seus equipamentos, para não ter que aguentar esse barulho de agulha. Disse Glass. 

    - Não, eu prefiro assim. A imperfeição dá personalidade. Não respeito aqueles que não reconhecem o valor de uma cicatriz, disse Johnny.

    - Está tudo pronto para a transferência da Sheila, disse Glass, como se a música o tivesse distraído do motivo que o levou até o quarto, mas agora havia voltado a se concentrar. Johnny compreendia como a música podia distrair as pessoas.

    Sheila Gillings era uma órfã adulta a qual Johnny havia tomado sob sua guarda. Era filha de Felix Gillings, um assistente de câmera que havia morrido em um filme de gangbang com zumbis. Era uma inspirada obra de pornografia com monstros, que havia causado algumas fatalidades, porém era seu filme mais lucrativo até então. Mesmo sendo ilegal e perigoso.

    Então Johnny acolheu a garota, porque não era insensível, e quem mais cuidaria dela? Sheila tinha síndrome de Down, mas era um raio de luz, e Johnny adorava tê-la por perto.

    - Traga ela para eu me despedir, instruiu Johnny.

    O reflexo de Glass se afastou, e Johnny saiu da janela. Ele foi até a vitrola e retirou gentilmente a agulha

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