Stallone e as coisas que ficaram guardadas no porão
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Stallone e as coisas que ficaram guardadas no porão - Rodrigo Fonseca
RODRIGO FONSECA
STALLONE
e as coisas que ficaram guardadas
no porão
Copyright © 2019 Rodrigo Fonseca
Copyright © 2019 desta edição, Letra e Imagem Editora.
Todos os direitos reservados.
A reprodução não autorizada desta publicação, no todo
ou em parte, constitui violação de direitos autorais. (Lei 9.610/98)
Grafia atualizada respeitando o novo
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Pesquisa: Lucas Gabriel Soncini da Costa e Ana Carolina Garcia de Brito
Revisão: Priscilla Morandi
Imagem da Capa: Pictorial Press Ltd / Alamy Stock Photo
dados internacionais de catalogação na publicação (cip) de acordo com isbd
Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410
Índice para catálogo sistemático:
Biografia 920
Biografia 929
www.foliodigital.com.br
Fólio Digital é um selo da editora Letra e Imagem
Rua Senador Dantas, 117/sala 1839
CEP: 20031-911 – Rio de Janeiro, rj
TEL (21) 2558-2326
letraeimagem@letraeimagem.com.br
www.letraeimagem.com.br
Sometimes when a man’s alone,
all you got is your dog.
And they’ve meant the world to me.
MICKEY ROURKE, ator, na cerimônia de entrega
do Globo de Ouro de 2009
Na relação do cinema com o Real, existe uma diferença central entre poética e política.
A poética é eterna, é inerente ao humano.
A política ela é acidental.
VLADIMIR CARVALHO
agradecimentos
Este estudo sobre persona e representação contou com a pesquisa e a revisão técnica de Ana Carolina Garcia e Lucas Gabriel Soncini da Costa, sem os quais nenhuma linha seria escrita. Da mesma forma, esta pesquisa seria impraticável sem a luxuosa ajuda cannoise de Marion Saruel, Aida Belloulid, Pascale Marchesi e Didier Allouch e o apoio de Anderson Dezan (no Gshow) e Paula C. Ferraz (de uma dedicação profissional sem par). Agradecimento especial a Abrão Vicente Scherer e sua Imagem Filmes. Mil vivas pra Eva Mariani e toda a turma do Cine Eva e da Bebel Pictures, por reescreverem o sentido da palavra família. Gratidão eterna a Maceió, Seu Tranca Rua e D. Janayna Lázaro. Abraços apertados para Carlos Gregório (pois, afinal, os homens querem paz) e a Família Mila (Fazevedo e Carol) e um xêro pro Guto Gontijo, pra Mariá, pro Tide, pra Kathia e pro Hsu. E um beijo de nocaute na Adrian da R. Mario Carpenter, Monique Lima, aka A Motoqueira, que vence qualquer luta com seu sorriso.
Dedico esta carta de amor ao cinema a
Rodrigo Abreu Teixeira, por nunca desistir da luta... que é fazer um filme
e
ao Padrinho, João Ferreira Dornas (in memoriam), que, por alguma inexplicável
razão, escolheu ser meu pai.
no ringue dos afetos
Num papo choroso com Paulie, Rocky Balboa, o Garanhão Italiano, já retirado do boxe e devotado ao ramo gastronômico, como dono de um restaurante, chora um pranto existencialista ao dizer: There is still some stuff in the basement
. Em Rambo IV, o herói militar que desafiou tropas vietnamitas e soviéticas nos anos 1980 diz algo bem parecido: "There’s an animal inside". As coisas que estão no porão podem ser definidas como o instinto guerreiro que não cessa, a necessidade transbordante de seguir em frente. É como diz Lincoln Hawk em Falcão – O Campeão dos Campeões: O mundo não para de girar
. Esse é o conceito autoral da obra de Stallone, o homem por trás dessas figuras heroicas que incendiaram ânimo no peito de gerações e gerações dos anos 1970 para cá.
Este livro existe como uma sequela das contradições sociais do Rio de Janeiro. Basta voltar no tempo, para o ano de 1987, para compreendê-las. Estamos no subúrbio do Rio de Janeiro, Morro do Adeus, no Complexo do Alemão, em Bonsucesso. Naquela época, a Polícia – com o apoio das Forças Armadas – instalou um posto de vigia por lá, em função de suas trocas de tiros com os traficantes locais. Era uma área da Zona Norte carioca que se tornaria famosa pelo tráfico, por meio da liderança de Ernaldo Pinto de Medeiros, vulgo Uê. Liderança essa que viria a se estabelecer, sendo temida, ao longo dos anos 1990. Mas, alguns anos antes, em 1987, a fim de controlar a população, revistava-se tudo e todos, inclusive um par de Joões
. Um foi meu pai, o outro foi meu padrinho, mas os dois se almiscaram e se amalgamaram em mim no mesmo nome: João. João dos Reis me fez. João Dornas me criou. Os dois aqui dentro são um pai só.
O João do Reis, português, já era cinquentão em 1987, quando andava sempre sujinho de poeira de batatas e de graxa. Era egresso de Armamar, em Lamego. Seu João, quase analfabeto, falava com um sotaque carregado e não sabia escrever muito mais do que números e seu próprio nome. A cada subida na ladeira da Cajuípe, com seu falar rústico, ele tomava uma bordoada na cara de um fardado que abusava do poder. E isso era testemunhado por seu filho de sete anos,