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Para além das palavras: Representação e realidade em Antonio Candido
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E-book245 páginas3 horas

Para além das palavras: Representação e realidade em Antonio Candido

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Sobre este e-book

Sem perder de vista o conjunto da obra de Antonio Candido, o livro "Para além das palavras: representação e realidade em Antonio Candido" analisa o modo como o autor teorizou o problema da representação da realidade.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento16 de nov. de 2017
ISBN9788595460447
Para além das palavras: Representação e realidade em Antonio Candido

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    Para além das palavras - Anita Martins Rodrigues de Moraes

    Nota do Editor

    Com o objetivo de viabilizar a referência acadêmica aos livros no formato ePub, a Editora Unesp Digital registrará no texto a paginação da edição impressa, que será demarcada, no arquivo digital, pelo número correspondente identificado entre colchetes e em negrito [00].

    Para além das palavras

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    Newton La Scala Júnior

    Pedro Angelo Pagni

    Renata Junqueira de Souza

    Rosa Maria Feiteiro Cavalari

    Editores-Adjuntos

    Anderson Nobara

    Leandro Rodrigues

    ANITA MARTINS RODRIGUES DE MORAES

    Para além das palavras

    Representação e realidade em Antonio Candido

    © 2015 Editora Unesp

    Direitos de publicação reservados à:

    Fundação Editora da Unesp (FEU)

    Praça da Sé, 108

    01001-900 – São Paulo – SP

    Tel.: (0xx11) 3242-7171

    Fax: (0xx11) 3242-7172

    www.editoraunesp.com.br

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    feu@editora.unesp.br

    CIP – Brasil. Catalogação na publicação

    Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ

    Editora afiliada:

    [V] À minha família,

    com um aceno especial para meus pais,

    Maria Lúcia e Benedito Neto,

    e para a Clara, minha sobrinha.

    [VII]

    Sumário

    Prefácio – Valorização e questionamento [IX]

    Luiz Costa Lima

    Introdução [1]

    1  Crítica e sociologia [11]

    2  A literatura e a vida social [21]

    3  Formação da literatura brasileira [27]

    4  Literatura de dois gumes [69]

    5  Os parceiros do rio Bonito [77]

    6  Estímulos da criação literária [99]

    7  Literatura e subdesenvolvimento [119]

    8  O direito à literatura [139]

    9  O método crítico de Sílvio Romero [157]

    Referências bibliográficas [179]

    [IX]

    Prefácio

    Valorização e questionamento

    Luiz Costa Lima

    Para que torne mais evidente ao leitor a concentração que deve dedicar ao livro que tem em mãos, terei todo o empenho em que esta apresentação não ultrapasse um número razoável de páginas.

    O cuidado tanto mais se impõe pela atitude que Anita Moraes, afastando-se do estéril e frequente louvor indiscriminado do autor que escolheu estudar, assume em pontuar suas análises com interrogações discretas, mas eficazes.

    Cumpre desde logo perguntar: por que seria por si louvável essa atitude mais sóbria e nada usual? Dizendo-o sem rodeios: porque, antecipadamente, ela servirá de defesa da validade da obra de Antonio Candido. Explico-me: é indubitável que a bibliografia composta por Candido, assim como a correção de sua conduta ético-política, o torna a figura do intelectual brasileiro contemporâneo por excelência. Concorrentes por certo poderiam ser apontados. Todos eles, a exemplo de Tristão de Ataíde, Darcy Ribeiro, Sérgio Buarque de Holanda, contudo, teriam algum calcanhar de Aquiles, que provocariam o contraste com a inteireza de Antonio Candido. Talvez por isso tenha-se tornado difícil à maioria de seus discípulos aproximar-se de sua obra senão com loas e louvores. A tal ponto essa atitude se generalizou que, desde alguns anos, tememos que uma reação, igualmente desproporcional, terminasse por suceder. [X] Quando falamos em reação despropositada não pensamos na ampliação das críticas, hoje minoritárias, de Abel Baptista, Haroldo de Campos, João Adolfo Hansen, Sérgio Alcides, mas simplesmente em propostas que pusessem a obra de Antonio Candido na sombra das estantes pouco frequentadas, por confundi-la com uma fase histórica que apenas se recorda.

    O que era tão só temor veio a ser recentemente confirmado por livros que tratam da crítica brasileira dos últimos anos. Eles não só ignoram a prática de Antonio Candido como se distanciam do exercício mínimo de qualquer crítica. A reação que assim cumprem se concretiza da pior maneira: convertem a crítica literária em um novo impressionismo, quer ou não adote o qualificativo de culturalista. Se essa volta já é nefasta por si, é ainda mais por supor ultrapassada uma reflexão que, ainda quando pessoalmente dela discordemos, representou uma etapa decisiva contra a nossa rala produção cultural.

    Deveremos, pois, dizer o máximo que possamos em poucas frases. Elas partirão da seguinte: para Anita Martins Rodrigues de Moraes, a postura de Antonio Candido, enquanto crítico literário e historiador da literatura, caracteriza-se pela busca de ultrapassar o que se costumara entender como a oposição entre abordagens externa e interna. A primeira teria como modelo tradicional a crítica sociológica de Taine e Sílvio Romero, substituída, se não piorada, pelo determinismo de poucas décadas atrás de Arnold Hauser. A segunda, sendo muitos os nomes, implicando o realce da textualidade da obra, implicitamente compreendida a estilística dos anos de 1920 e 1930 – certo de que há sempre os retardatários – e o new criticism anglo-saxônico de pós-guerra, praticado com alguma frequência até por volta de 1960.

    Contra a alternativa, Candido procurava chegar a uma interpretação estética que assimil(asse) a dimensão social como fator de arte. Com este propósito, lançava mão da busca de ressaltar o funcionamento ou estrutura da obra. Se nos concedêssemos a nós mesmos mais espaço, deveríamos acentuar que, na sinonímia estabelecida entre funcionalidade e estrutura, aparecia um primeiro [XI] problema. Leitor, quando não aluno, de antropólogos ingleses como Evans-Pritchard e Radcliffe-Brown, ou difundidos por eles como Malinowski, Candido viria a encarar o estruturalismo de Lévi-Strauss como uma modalidade de antropologia que, paradoxalmente, excluiria o exame das relações sociais, em favor de um formalismo levado às últimas consequências.

    Como se explicaria tamanho equívoco em alguém da inteligência e do cultivo de Candido? Além de motivos conjunturais, até hoje não estudados com a seriedade devida – o pensamento estruturalista que se introduziu no Brasil sob a ditadura iniciada em 1964 deu lugar ou a análises que isentavam o analista de uma tomada de posição política, extremamente perigosa para a própria sobrevivência física do pesquisador, ou a abordagens de uma mediocridade exemplar – para a repulsa, que se estendia às humanities da USP, contribuía o que fora uma marca de nossa intelligentsia desde, creio, os anos de 1930, quando o evolucionismo se descartou de sua marca biológica (a chamada antropologia biológica, cujos efeitos nefastos tinham se feito sentir não só em Euclides da Cunha, como no primeiro Oliveira Viana). Essa marca se definia pelo compromisso do intelectual com os destinos da nacionalidade, associando diretamente a sua obra à tentativa de explicitar em que consistiria o homem e a cultura do país. Anita Moraes abrevia nossa descrição ao assinalar que em texto, já de 1988, O direito à literatura, notava-se a manutenção do velho paradigma:

    [...] o forte empenho democratizante e a contundente defesa de justiça social de O direito à literatura (que vimos também presentes n’Os parceiros do Rio Bonito e em Literatura e subdesenvolvimento) convivem com uma premissa evolucionista para a qual a literatura oral, ou folclore, seria própria de uma etapa cultural menos avançada, uma espécie de literatura rudimentar quando comparada à literatura do escritor civilizado (p.153).

    Cabe a partir da passagem sintética retornar aos ensaios capitais do Crítica e sociologia (1a versão: 1961; 1a publicação integral em [XII] Literatura e sociedade,1965) e Literatura e vida social (1a publicação: 1958, também editado em Literatura e sociedade, op. cit.) e à obra por excelência do autor, Formação da literatura brasileira (1959, 2 volumes). Sobretudo na Formação, o propósito de um crítico que pretendia aglutinar os critérios sociológico e estético era prejudicado pelo papel reservado à identidade nacional. A razão de afirmá-lo é esta: sendo a literatura valorizada em função do critério de integração nacional, responsável pela distinção entre sistema – fusão entre polo produtor, mediação e polo receptor – e manifestação, reduzida à presença isolada do polo produtor – era provocada a exclusão de Gregório de Matos e do barroco em geral. Desta maneira, a identidade nacional, enquanto puro fator político-social, afastava o polo estético de uma abordagem que, no entanto, pretendia dela dar conta. Daí que, expressivamente, Haroldo de Campos chamava a exclusão do período de sequestro do barroco. Além do mais, os produtos sistemáticos, necessariamente privilegiados, de imediato, o arcadismo de Tomás Antonio e Cláudio Manoel da Costa, sendo interpretado como via de acesso ao universal, eram tomados como fator de progresso, em sua feição clássica, contra a incultura, o sentimentalismo fácil de um Silva Alvarenga. Indo temporalmente adiante, o romantismo desempenhava o mesmo fator positivo, privilegiando-se agora a realidade local, particularizada, porém afastada do apenas folclórico, sinônimo do inculto nativo. Desse modo, os dois movimentos sucessivos constituíam a dialética entre o universal (entenda-se na estrita acepção de valores europeus) e o particular, operando em favor de um hipotético equilíbrio, privilegiado pelo analista.

    O critério de identidade assim perdia sua particularidade sócio-política, funcionando como condição para a entrada em cena da dialética em que se leria a fusão do sociológico com o estético. O evolucionismo, dessa forma, assumia uma feição própria pela junção de dois critérios distintos: o sociopolítico e o socioestético. A solução, conquanto possa parecer bastante artificial, era por certo astuta. Não tinha, porém, como defeito apenas excluir de si a produção múltipla de Gregório, quanto tornar difícil entender, confor­me [XIII] o destaque que Anita Moraes dava à caracterização de Candido da arte enquanto sistema simbólico, a não ser que se entendesse simbólico, literal e pobremente, como a reunião de um objeto que havia sido partido em dois (sym-bolon). (Mas a extrema artificialidade desta explicação, por sorte, não foi intentada.)

    Posteriormente à Formação, em Literatura de dois gumes, texto publicado em A educação pela noite (1987), os critérios até então empregados passam a estar modificados:

    O que na Formação é transplante da cultura europeia, neste ensaio posterior é processo colonizador. Vejamos: Para o historiador, o aspecto mais interessante da literatura nos países da América é a adaptação dos padrões estéticos e intelectuais da Europa às condições físicas e sociais do Novo Mundo, por intermédio do processo colonizador, de que é um episódio (p.69).

    Ou seja, sem questionar o critério evolucionista, fosse pelo par universal/particular, fosse pelo constituído por povos colonizadores/colonizados, o termo positivo a ser alcançado pela literatura nos trópicos sempre traria uma marca civilizatória, que se confundia com o padrão estético concretizado pela literatura da Europa ocidental. A literatura, como a cultura em geral, deixaria de ter algo em si de suspeitoso? Como o padrão estético a que se aspirava deixava de estar comprometido com o colonizador? As perguntas feitas pela autora não são precisamente essas. Seus formatos, contudo, são de sua família.

    A própria maneira como a autora propõe as questões mostra como sua admiração pelo autor analisado não a impede de levantar dúvidas e questões capitais à abordagem que ele realizara. É neste sentido que vemos seu ensaio como extremamente oportuno, no momento em que surge. Nesse momento, o epigonismo uspiano já não tem a unanimidade de décadas próximas passadas, suas formas de explicação privilegiadas antes se assemelham a clichês, sua recusa a priori da reflexão desenvolvida pela filosofia e pelas humanidades em geral, entre as décadas de 1960 e 1980, explicita [XIV] o apego a um marxismo parnasiano que em nada esclarece os impasses globalizados. O ocaso da modelo uspiano ameaça pôr em risco a permanência da leitura de obras relevantes como a de Antonio Candido.

    Contra a ameaça, as questões levantadas por Anita Moraes, sobretudo sob a forma de discretas perguntas, representa um dos modos de manter ativa a sua circulação. Pois cabe não esquecer: intelectualmente, a relevância de uma obra revela-se até menos pelas divergências taxativas do que por seu cuidadoso questionamento. Assim sucede mesmo porque não é questionada senão a obra que estimula as perguntas que nos fazemos.

    [1]

    Introdução

    ... Antonio Candido a vislumbrar no poema

    para além das palavras uma conquista do inexprimível

    que elas não contêm

    e diante da qual devem capitular?

    Antonio atento às áreas de silêncio entre as palavras,

    nelas distinguindo a misteriosa ressonância

    do inexprimível afinal expressado,

    fora do poema, pelo seu rastro?...

    – Carlos Drummond de Andrade,

    trecho do poema Esboço de figura.

    Em Para além das palavras investigo como o problema da representação da realidade vê-se teorizado por Antonio Candido. Comentando os dois primeiros ensaios de Literatura e sociedade (Crítica e sociologia e A literatura e a vida social), a Formação da literatura brasileira (cujos postulados se repõem na Iniciação à literatura brasileira) e Literatura de dois gumes (A educação pe­la noite), destaco aspectos de sua reflexão sobre a natureza da representação literária. Investigo também o diálogo que o estudioso manteve entre estudos literários e ciências sociais ao comentar Os parceiros do rio Bonito, Estímulos da criação literária (Literatura e sociedade), Literatura e subdesenvolvimento (A educação pela [2] noite), O direito à literatura (O direito à literatura e outros ensaios) e O método crítico de Sílvio Romero. O objetivo do trabalho torna-se, assim, acompanhar, de dentro de sua vasta obra, o diálogo que o estudioso travou entre teoria literária e teoria socioantropológica, produzindo uma teorização própria que se tornou decisiva na consolidação dos estudos de literatura no Brasil, com destaque para os de literatura brasileira. Por meio da apreciação detida e do cotejamento dos textos selecionados, entendo que seja possível abordar a reflexão do autor acerca da representação enquanto elaboração/transfiguração. A seleção proposta deve-se ao fato de que ela reúne os textos que me parecem particularmente iluminadores da questão.

    Ao me debruçar sobre a obra de Antonio Candido, notei certas recorrências que mereciam, em minha perspectiva, investigação detida. Constatei que a expectativa de progresso – ou seja, a ideia de que as sociedades humanas e mesmo os grupos sociais (prevendo-se a distinção entre cultura popular e cultura erudita) estejam em diferentes estágios de desenvolvimento (alguns ainda numa etapa folclórica, como diz Candido nos ensaios Literatura e subdesenvolvimento e O direito à literatura) – está pressuposta na concepção de representação do autor e nas funções que atribui à literatura (civilizadora, na Formação, e humanizadora, em O direito à literatura). De outra maneira: o pressuposto do progresso civilizador é central em suas reflexões sobre a natureza da representação na literatura – reflexões estas desenvolvidas (repostas, reformuladas) ao longo de diversos de seus trabalhos, ganhando destaque, parece-me, naqueles que selecionei para apreciação detida. Conhecer seu trabalho em ciências sociais torna-se, então, condição sine qua non para o entendimento adequado de seu pensamento a respeito da literatura em geral e da representação em particular.

    Acredito que a leitura d’Os parceiros do rio Bonito traga elementos para se entender melhor alguns aspectos da Formação da literatura brasileira e de Literatura de dois gumes, por exemplo. Nestes dois trabalhos ocupados com a formação da literatura brasileira, Candido sugere um perigo: o risco de que a literatura, [3] em condições tão adversas como as que existiam no Brasil colonial, não viesse a se constituir, a se consolidar como um sistema. A literatura brasileira corria o risco de não se formar, e talvez não se tivesse formado não fosse a auspiciosa disciplina árcade. Esta disciplina teria permitido a resistência da literatura (ou sistema simbólico trazido pelos portugueses) a uma tremenda força de diluição que seria própria do vasto território de rusticidade, primitivismo e incultura e barbárie gerais em que as grandes massas aqui viveriam (estes são termos do autor, como veremos). A disciplina clássica teria possibilitado que a razão resistisse ao conteúdo selvagem do Novo Mundo (humano e natural); resistisse a este conteúdo e o incorporasse, ou seja, que o elaborasse.

    Elaborar a realidade nova, por meio dos recursos expressivos europeus, modificando-os no processo, seria a própria função da literatura nos trópicos (e condição de sua constituição enquanto sistema literário). A representação da nova realidade seria necessariamente elaboração da realidade – transfigurada pela literatura, passando a realidade externa a habitar o mundo civilizado/humanizado do sistema simbólico, tornando-se interna (interna à obra literária, ao sistema literário). Representar o mundo (exterior – natural e social; ou interior – psicológico, o mundo dos afetos) seria ampliar o espaço do humano, da consciência humana, da cultura/civilização, sobre a natureza (a realidade concreta, que incluiria as emoções humanas). Os recursos para tanto seriam herdados dos europeus: seria o sistema simbólico (acervo de recursos expressivos, ou seja, de formas e temas) trazido pelos portugueses aquele capaz de representar a realidade nova (que incluiria uma sensibilidade nova, brasileira), desde que, é certo, fosse devidamente alterado (nem modificado demais, nem de menos; equilibrando o universal – o sistema simbólico herdado – e o particular – a realidade local).

    A premissa da Formação (representar = elaborar/transfigurar o real; elaborar/transfigurar o real = ampliar os domínios do espírito humano), reposta em Literatura de dois gumes, encontra amparo nos estudos do autor sobre a sociedade caipira. Argumento ser um pensamento de caráter evolucionista, ou seja, cujo fundamento é a [4] premissa do progresso civilizador, aquele que enforma os trabalhos de Antonio Candido, seja em torno da literatura, seja no âmbito das ciências sociais. Proponho, portanto, que os estudos sobre a sociedade caipira de Antonio Candido não se desenvolvem à margem de seus estudos sobre literatura, ao contrário. A ideia de regressão, central em Os parceiros do rio Bonito, torna-se, também no âmbito dos estudos

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