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Trânsito de fiéis: Internet, a nova estrada da fé
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Trânsito de fiéis: Internet, a nova estrada da fé
E-book183 páginas2 horas

Trânsito de fiéis: Internet, a nova estrada da fé

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Sobre este e-book

Imbricado no cotidiano e com enorme força pervasiva, os ambientes digitais são cada vez mais comuns: serviços, relacionamentos, negócios e entretenimento. Todos os aspectos da vida humana estão "dando as caras" ali. A religião não poderia ficar de fora. Já há muito tempo ela se apropria da mídia para mostrar-se aos fiéis. Agora é a vez das interfaces digitais serem protagonistas dessa manifestação. A internet, esse novo ambiente, tem favorecido inclusive, novas configurações e trânsito religioso na atualidade como nunca antes na história.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento1 de dez. de 2019
ISBN9788530013318
Trânsito de fiéis: Internet, a nova estrada da fé

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    Trânsito de fiéis - Reginaldo de Souza Brito

    Copyright © Viseu

    Copyright © Reginaldo de Souza Brito

    Todos os direitos reservados.

    Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico, mecânico, inclusive por meio de processos xerográficos, incluindo ainda o uso da internet, sem a permissão expressa da Editora Viseu, na pessoa de seu editor (Lei nº 9.610, de 19.2.98).

    editor: Thiago Domingues

    revisão: Tatiana Valle Lacerda

    projeto gráfico: BookPro

    diagramação: Rodrigo Rodrigues

    capa: Pedro Araújo Fernandes

    e-ISBN 978-85-300-1331-8

    Todos os direitos reservados, no Brasil, por

    Editora Viseu Ltda.

    falecom@eviseu.com

    www.eviseu.com

    PREFÁCIO

    Recebi com entusiasmo a notícia que a dissertação de mestrado de Reginaldo de Souza Brito seria publicada em forma de livro. Ao mesmo tempo, me sinto honrado de poder prefaciar esse livro, cuja construção na dissertação eu pude acompanhar.

    Trânsito de fiéis: Internet, a nova estrada da fé reflete sobre a influência e o papel das tecnologias digitais de comunicação e informação no campo religioso atual, no contexto brasileiro. O livro é resultado de uma pesquisa inovadora e instigante, sobre um assunto atualíssimo e que tem demandado muita reflexão e discussão no âmbito social, político, cultural e religioso. Estamos vivendo uma revolução causada pela internet e as novas formas de comunicação e mídia. Uma revolução avassaladora, acelerada, abrangente e não temos tido tempo nem estrutura para pensa-la.

    O livro está organizado em três partes. No primeiro capítulo, o autor expõe de maneira ampla o cenário religioso brasileiro, considerando em especial a mobilidade religiosa, o trânsito dos fiéis na atualidade. Dados de pesquisas, além de dados recentes dos Censos, são apresentados e discutidos, em profundidade. Constata-se uma crise na adesão à instituição religiosa. Ainda neste capítulo, Reginaldo discute sobre o papel da religião na educação e sobre as necessárias mudanças na área da educação cristã, na atualidade brasileira, tanto no âmbito da escola, das instituições religiosas, como da sociedade, como um todo, justamente para dar conta ou tentar dar conta das grandes mudanças em curso no campo religioso. O autor questiona, aqui, em que medida o campo tecnológico e midiático está implicado neste novo cenário religioso. A mídia tem causado mudanças na maneira de vivenciar a religião, ou são as mudanças na religião que tem contribuído para as mudanças da mídia? Provavelmente há influências mútuas e ao mesmo tempo mudanças acontecendo de forma independente em cada um dos âmbitos.

    No segundo capítulo, o autor enfoca mais especificamente o ciberespaço como novo caminho para as expressões das religiosidades. Com base em autores de referência, Reginaldo apresenta o ciberespaço como um espaço que influencia e canaliza expressões religiosas. O livro não só apresenta uma reflexão teórica sobre o assunto, mas também apresenta inúmeros exemplos, retirados do próprio ciberespaço. Assim como as novas tecnologias de comunicação, informação e entretenimento têm influenciado a vida e a cultura, também o campo religioso tem sido afetado e modificado. Segundo o autor, é impossível imaginar que a religiosidade não seja de alguma maneira influenciada e modificada.

    No último capítulo, o livro traz uma análise mais concreta de como esta relação tem se dado. Cinco exemplos de expressão religiosa no ciberespaço são detalhadamente apresentados: Canção Nova (Igreja Católica Apostólica Romana); Igreja Universal do Reino de Deus - IURD; Espiritismo; Candomblé e Igreja Batista (Programa Dois de Julho em Notícia). Percebe-se, pois, uma abrangência e variedade na abordagem. Ao apresentar cada um dos exemplos, o autor discute a respeito do fenômeno trazendo ao debate referências e conclusões apresentadas nos capítulos anteriores.

    Você, prezado leitor, prezada leitora, tem em suas mãos um livro feito com base em sólida pesquisa sobre um tema pertinente e relevante, não só para o campo religioso, mas também para entender a mídia e a sociedade na atualidade. Internet e mídia não é apenas uma nova estrada da fé, mas uma nova estrada da vida, uma chave hermenêutica do nosso tempo.

    Dr. Júlio Cézar Adam

    São Leopoldo, novembro de 2019.

    RESUMO

    O presente trabalho tem por objetivo analisar alguns aspectos do desenvolvimento dos processos de comunicação de massa a partir do advento da Internet e de que forma esses novos instrumentos de ampliação da comunicação influenciam a mobilidade religiosa no Brasil. Inicialmente será abordada a relação da enorme penetração das tecnologias de comunicação computacionais e sua relação com a educação, criticidade e de que forma o acesso amplo à informação tem o potencial de permitir reflexões mais personalizadas e aprofundadas. Logo depois será verificada a possibilidade de novas construções de expressão religiosa e o surgimento de uma ambiência religiosa mediada pelas interfaces digitais, verificando que a religião está ocupando a estrada internet e gerando ambiência que promove novas configurações de identidade religiosa. Por fim serão apresentadas propostas de experiências religiosas de algumas denominações e a proposta apresentada por elas de realização de práticas religiosas que, até poucos anos atrás, só era possível de forma presencial e sinestésica tais como: acender uma vela, tomar um passe espírita, realizar um trabalho de macumba, ter um aconselhamento com um ministro religioso protestante entre outas. Hoje tudo isso, e muito mais, é proposto como experiência através da interface digital no Brasil. Essa nova comunicabilidade influência a assimilação e a compreensão das fés promovendo a difusão das religiões bem como a mobilidade religiosa de fiéis.

    Palavras-chave: Comunicação ampliada. Midiatização da religião. Virtualização.

    INTRODUÇÃO

    A mobilidade de fiéis no campo religioso bem como a preferência declarada nos últimos censos do Brasil apresenta um comportamento peculiar. Até duas décadas atrás havia uma clara supremacia do catolicismo. Esse panorama mudou e hoje a situação é muito diferente e tende a mudanças ainda mais significativas. De acordo com os dois últimos Censos, 2000 e 2010, o que também se observa paulatinamente é uma crescente mudança de escolhas com redução do número de católicos, aumento dos evangélicos e destaque para os declarados sem religião, esses inclusive têm crescido muito nos últimos anos.

    Diante desse panorama, me propus a analisar o desenvolvimento dos processos de comunicação de massa, especialmente a partir do final século XX com o advento da Internet e como essa nova possibilidade comunicacional influencia as identidades, os conceitos e as expressões da prática religiosa. De que forma isso interfere na mobilidade religiosa e na forma de apresentação da religião na contemporaneidade. Por conviver regularmente em ambientes religiosos, especialmente o protestante tradicional e histórico de uma igreja Batista, percebi como cada vez mais as pessoas, especialmente os jovens, se apropriam das possibilidades e dos dispositivos de comunicação portáteis e como as celebrações se apropriam, cada vez mais, de itens próprios da moderna comunicação de massa. Isso me despertou para o estudo desses fenômenos dentro do ambiente religioso, especialmente no cenário cristão brasileiro.

    A ampliação das possibilidades de comunicação tem favorecido a difusão religiosa. Inclusive a comunicação, que é um recurso imprescindível não só para a sobrevivência humana como para o estabelecimento da própria condição de humanidade, desde o século XX, tem sido como nunca explorada para a difusão da religião e expressões dessa religiosidade. A possibilidade de comunicação na atualidade apresenta possibilidades de ampliação e difusão como nunca antes apresentada, tais como: enorme velocidade, abrangência global e novas possibilidades de interatividade.

    A comunicação interfere nas relações interpessoais as quais se ampliaram como nunca na contemporaneidade. Ela também atinge o comércio, o trabalho e as possibilidades comerciais, serviços públicos e privados. Com o advento da Internet, surgiram novas possibilidades virtuais de comunicação e interação que influenciam o campo religioso. Atualmente há interfaces que propõem a possibilitar vivências que, até alguns anos atrás, só eram possíveis na experiência presencial com duas ou mais pessoas.

    Com o acesso aos mais diversos conteúdos de textos, imagens, áudio e vídeos, a informação religiosa mais relevante que normalmente era obtida por fiéis em livros especializados ou diretamente através de um sacerdote (padre, pastor, evangelista, guru etc.), em uma vivência presencial e temporal, com lugar e horário definidos, agora se encontra disponível na rede mundial de computadores, a Internet. Isso tende a desviar o centro irradiador do conhecimento, passando a não ser mais exclusividade dos antigos espaços sacros (ainda existentes) tais como: igrejas, templos, catedrais, centros entre outros. Hoje há também outros canais e estão disponíveis para promover acesso amplo, informação, conteúdos relevantes (outros nem tanto) e ainda propor antigas e novas práticas através das novas interfaces tecnológicas.

    O alargamento das possibilidades apresentadas pelas mídias de massa tais como rádio, TV e Internet permitem cada vez mais acesso a diversos conteúdos, inclusive religioso, disponibilizando às pessoas a possibilidade de fazer novas configurações de entendimento, uma vez que estão disponíveis farto material de muitas, para não dizer todas as denominações religiosas e manifestações de religiosidade.

    Uma vez que os saberes e seus conteúdos conhecidos estão amplamente dispostos, inclusive com a pretensão da possibilidade de realização de práticas religiosas a partir dos ambientes digitais, se percebe o quão forte tem se tornado a influência dos meios digitais na contemporaneidade, criando elementos que vão se incorporando à cultura e ao comportamento. Na atualidade, as pessoas são muito afetadas pelo poder de persuasão dos meios de comunicação e os antigos orientadores tradicionais perdem cada vez mais espaço para as novas possibilidades comunicacionais, novas mídias de massa que promovem o acesso à informação. Daí a redução do poder dos centros irradiadores tradicionais de influência: família e religião tradicional, tal como a católica.

    Essas mídias de massa, e aqui falo em especial da Internet, e o conjunto de dispositivos de ampliação da comunicação, tais como: computadores portáteis, tablets e smarphones, que tem se tornado cada vez mais extensões da sensibilidade humana, através dos quais as pessoas se apresentam, se reconhecem e dialogam entre si, cada dia se encontram mais presentes na atividade pessoal e profissional, nas relações interpessoais e agora nas expressões da religiosidade. Tal comportamento permite uma reflexão sobre a própria religiosidade que, imbricada pelos bits e impulsos elétricos, começa não só a se utilizar dessas novidades (já não tão novas assim) como também tem sido fortemente influenciada nas suas expressões, absorvendo elementos próprios das mídias acima citadas. O culto religioso usa telão multimídia, não faltam microfones e luzes em algumas celebrações, sem falar na transmissão das celebrações ao vivo pela TV ou pela Internet.

    Salvar, recuperar, enviar, restaurar, todas essas palavras são expressões naturais da religiosidade e também do mundo da informática. Parece até que ambas, religião e tecnologia, se complementam. Tal harmonia pode ser verificada pelo crescente uso dessas interfaces por diversas religiões tais como: catolicismo, protestantismo, espiritismo e as religiões de matriz africana como o candomblé. Todas já estão devidamente representadas através de sites.

    Mas essa representação não se restringe a apresentação de textos, imagens, áudio e vídeo. Ela vai muito além. Práticas que antes eram exclusividade do momento presencial começam a aparecer em versões digitais. Acender uma vela (virtual), um aconselhamento através de comunicação pelo chat, fazer uma macumba (digital) ou ainda receber um passe do espiritismo no computador já podem ser encontrados nas telinhas dos dispositivos conectados à Internet. Há ainda igrejas que se utilizam das possibilidades digitais para difundir seus ensinos e criar canais de comunicação com seus fiéis.

    Mas o que o ambiente atual indica é que as tecnologias de comunicação e informação têm exercido forte influência na compreensão da religião, influenciado a apresentação das religiões e a prática da religiosidade na atualidade. Isso influencia a mobilidade religiosa, aponta para novas possibilidades de práticas e abre caminho para as reflexões que aqui se apresentam pela forte presença das tecnologias de comunicação no cotidiano das pessoas, da comunicação e da religião.

    1. A MOBILIDADE RELIGIOSA E A NOVA COMUNICABILIDADE

    Introdução

    Pensar em religião é pensar em pessoas, em relacionamentos, em rituais e liturgias. Há

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