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Educação Física, Diversidade e Inclusão: Debates e Práticas Possíveis na Escola
Educação Física, Diversidade e Inclusão: Debates e Práticas Possíveis na Escola
Educação Física, Diversidade e Inclusão: Debates e Práticas Possíveis na Escola
E-book259 páginas1 hora

Educação Física, Diversidade e Inclusão: Debates e Práticas Possíveis na Escola

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Sobre este e-book

A presente obra é fruto das inquietudes e reflexões de pesquisadores de diferentes estados brasileiros e colaboradores de Portugal sobre a realidade da inclusão escolar de alunos com deficiência nas aulas de Educação Física. O corpo de autores é composto por 19 pesquisadores da área de Educação Física e Educação Especial, de universidades públicas e privadas. Os autores compõem o quadro dos membros da Associação Brasileira de Atividade Motora Adaptada (SOBAMA), que figura como destaque no cenário brasileiro por ser voltada a esse campo de estudo. Voltado ao contexto escolar, o livro é composto por nove capítulos distribuídos em diferentes temáticas. Assim, o livro estrutura-se como um referencial para reflexão sobre as dificuldades e as possibilidades quando se trata de inclusão escolar. Os temas abordados perpassam pela compreensão histórica do processo inclusivo; a argumentação sobre sua aplicabilidade nas aulas de Educação Física, apresentando estratégias e alternativas, bem como as ações advindas da prática dos próprios professores; o uso de colega tutor e a efetivação do ensino colaborativo. Também compõem o livro aspectos atitudinais, discussões sobre a formação do professor frente à inclusão escolar e a inserção do esporte paralímpico como conteúdo curricular, além de exemplos de iniciativas para promoção e incentivo ao paradesporto. Os autores, convidados pelos organizadores deste livro, contribuíram para a qualidade da presente obra conduzindo discussões atuais e relevantes para o progresso de uma aula de Educação Física, pautada na equidade, respeito e convívio com a diversidade humana.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento6 de abr. de 2020
ISBN9788547332594
Educação Física, Diversidade e Inclusão: Debates e Práticas Possíveis na Escola

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    Pré-visualização do livro

    Educação Física, Diversidade e Inclusão - Maria Luíza Tanure Alves

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    Editora Appris Ltda.

    1ª Edição - Copyright© 2019 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.

    Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.

    Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO FÍSICA

    AGRADECIMENTOS

    Aos 19 autores pesquisadores da área de Educação Física e Educação Especial, de universidades públicas e privadas, por acreditarem no propósito do livro e por compartilharem seus conhecimentos visando a uma Educação Física Escolar que atenda às questões da diversidade e da inclusão. Agradecemos, ainda, por confiarem, aos organizadores, um de seus trabalhos científicos que, somados, tornaram possível este livro.

    À Coordenação do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Desenvolvimento Humano e Tecnologias (DHT), da Universidade Estadual Paulista (Instituto de Biociências, UNESP – Campus Rio Claro), por apoio parcial de financiamento.

    Aos membros de nossos laboratórios institucionais: GEPEAMA-FEF/ UNICAMP; LAMAPPE/UNESP – Bauru e DefSen – UNESP Marília (na categoria de alunos de graduação ou pós-graduação, bolsistas de extensão universitária ou pesquisa, orientandos e voluntários, ou ainda colaboradores externos-professores, profissionais e demais funcionários técnico-administrativos), que de alguma maneira contribuíram na execução e elaboração desta obra, de maneira direta e indireta.

    PREFÁCIO

    Se você está frente à primeira experiência de inclusão,

    Se você já vivencia com seus alunos a inclusão e valoriza a diversidade,

    Se você questiona a adequação de ações pedagógicas,

    Então você certamente se identificará com os textos que ora se apresentam.

    Extrair a essência e apropriar-se de singelas sugestões e experimentá-las será o seu maior desafio. Acredite: o profissional que lida com a inclusão é um dos mais importantes vetores de transformação social. Quando nos envolvemos com a inclusão, certamente temos anseios e receios, partimos da necessidade do senso de pertencimento, precisamos adequar estratégias, questionando o futuro que desejamos para o nosso aluno.

    As ações pedagógicas consistem em ferramentas de maior relevância; compartilhá-las em formato de trabalho colaborativo pode ser a chave para o sucesso. A matriz de formação de cada pessoa é diferente e é na confluência de ideias que refletimos sobre o conhecimento adquirido e as práticas vivenciadas.

    Perceber a nossa atitude frente à inclusão, preparar um aluno para assumir o papel de colega tutor, descobrir talentos para a prática esportiva e desejar participar de uma paralimpíada escolar, são temas que permeiam a inclusão nas aulas de Educação Física.

    Ideias inovadoras, experiências profissionais e debates atuais compõem o presente livro. Renomados profissionais (dos quais tenho muito orgulho e verdadeira admiração) trazem suas contribuições, tanto pela sua vasta experiência acadêmica, quanto pela ampla experiência educacional.

    A inclusão é a base para avançar para a equidade. A apropriação do conhecimento disponível nos capítulos deste livro o(a) levará um passo adiante.

    Prepare-se e orgulhe-se de fazer parte dessa história.

    Boa leitura!

    Verena Junghähnel Pedrinelli

    Universidade São Judas Tadeu

    APRESENTAÇÃO

    Atualmente discutir a inclusão do aluno com deficiência no contexto escolar ainda se faz necessário. Apesar dos progressos já alcançados com a presença desse aluno na escola, muito ainda há de ser conquistado quando se pensa em uma educação de qualidade e com equidade. A inclusão escolar desse aluno exige avanços e reflexões no seu entendimento, ultrapassando o simples estar junto na escola.

    Na aula de Educação Física, essa reflexão revela-se indispensável frente à realidade de exclusão ainda marcante nesse espaço. Valores pautados nas habilidades e na performance ainda presentes nas aulas de Educação Física continuam a contrastar e chocar-se com os valores defendidos pela inclusão e respeito à diversidade humana. Nesse contexto, a inclusão escolar exige mudanças na Educação Física, com reestruturação de seu cerne e adoção de medidas diferenciadas e procedimentos adaptados para sua concretização.

    A partir dessa necessidade, a ideia do livro nasceu em um encontro já tradicional no campo da Atividade Física Adaptada: o Simpósio SESC de Atividades Físicas Adaptadas, realizado em 2017, na cidade de São Carlos-SP. Nesse evento, também espaço para encontro dos membros da Associação Brasileira de Atividade Motora Adaptada (SOBAMA), nós, docentes em diferentes universidades públicas e privadas, centros universitários e outras instituições especializadas, de diversos estados brasileiros e de Portugal, vislumbramos o livro como uma referência para formação dos futuros professores de Educação Física.

    O livro Educação Física, Diversidade e Inclusão: debates e práticas possíveis na escola foi pensado com a proposta de ser tanto um material de base com conceitos principais no campo da inclusão escolar no âmbito das aulas de Educação Física, quanto um referencial para que as discussões e avanços sejam possíveis para nossa atuação profissional inclusiva. Com essa meta, foram convidados diferentes pesquisadores de relevância na temática, com suas contribuições distintas e complementares à área de estudo. O livro estrutura-se em nove capítulos com foco nas diferentes perspectivas e possibilidades de concretização da inclusão escolar do aluno com deficiência na aula de Educação Física.

    Em seu primeiro capítulo, O aluno com deficiência na aula de Educação Física: um olhar crítico sobre a inclusão, os autores Maria Luíza Tanure Alves e Edison Duarte, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), apresentam, dentro de um panorama histórico, o conceito de inclusão, propondo avanços na reflexão do tema frente ao seu contexto esportivo excludente.

    No segundo capítulo, Inclusão escolar em aulas de Educação Física: estratégias específicas e generalizáveis, Maria Luiza Salzani Fiorini, da Faculdade de Ensino Superior do Interior Paulista (FAIP), e Eduardo José Manzini, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), câmpus de Marília, avançam nas discussões sobre as ações para a concretização da inclusão escolar por meio de estratégias utilizadas pelos professores de Educação Física. Assim é possível identificar estratégias eficazes, tanto específicas quanto generalizáveis, para promover a participação do aluno com deficiência nas aulas de Educação Física.

    No terceiro capítulo, Da formação à prática docente: produção de uma Educação Física inclusivo-desenvolvimental, os autores Gilmar de Carvalho Cruz e Khaled Omar Mohamad El Tassa, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), enveredam pelas dificuldades e exigências da formação do futuro professor de Educação Física que atuará nas escolas. Nesse sentido, a inclusão nesse contexto deve ser repensada e estruturada em seu início, com a formação do professor.

    No quarto capítulo, Atitudes dos professores de Educação Física face à inclusão: uma revisão sistemática, os autores Soraya Dayanna Guimarães Santos e Neiza de Lourdes Frederico Fumes, ambas da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e José Pedro Ferreira, da Universidade de Coimbra (Portugal), realizam uma revisão sistemática para melhor entender as atitudes dos professores de Educação Física face à inclusão escolar, trazendo um panorama dos estudos e suas respectivas teorias explicativas, enfatizando a importância dos aspectos atitudinais no processo inclusivo.

    No quinto capítulo, a autora Marli Nabeiro, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), câmpus Bauru, discorre sobre O colega tutor na Educação Física Inclusiva e sua utilização pedagógica, elementos conceituais e aplicabilidade em auxiliar os alunos com deficiência visual nas aulas regulares de Educação Física, promovendo melhorias na aprendizagem e no nível de atividade motora dos referidos alunos, indicando que essa estratégia de ensino é adequada para o processo de inclusão escolar de alunos com deficiência visual.

    Já no capítulo seis, A consultoria colaborativa como estratégia para inclusão de estudantes com deficiência na Educação Física escolar, as autoras Patrícia Santos de Oliveira e Mey de Abreu van Munster, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), discorrem sobre as possibilidades e as características da consultoria colaborativa. Ressaltam a importância em se pensar estratégias com intuito de fortalecer os serviços de apoio à inclusão, sobretudo na área de Educação Física Escolar, com destaque para o ensino colaborativo (ou coensino) e a consultoria colaborativa, como colaboração interprofissional.

    Chegamos ao sétimo capítulo, Educação Física Escolar: experiências de um trabalho colaborativo a partir de um contexto inclusivo, no qual os autores Manoel Osmar Seabra Júnior e Camila Rodrigues Costa, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), câmpus de Presidente Prudente, relatam as experiências oriundas de um trabalho colaborativo como suporte ao professor de Educação Física, em turmas regulares nas quais havia alunos com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade/ Impulsividade (TDAH) matriculados.

    Nos dois últimos capítulos, destaca-se a temática do esporte paralímpico em contexto escolar. No oitavo capítulo, As Paralimpíadas Escolares: o esporte adaptado na escola e suas implicações no contexto da Educação Física inclusiva, os autores Ivan Wallan Tertuliano, do Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP-SP) e Rubens Venditti Júnior, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), câmpus de Bauru, trazem elementos de discussão e reflexão a respeito de um evento que permitiu e facilitou a promoção das modalidades de esporte paralímpico em contexto escolar, trazendo elementos importantes a respeito da necessidade de se pensar o esporte paralímpico no ambiente escolar, de maneira integrada e inclusiva.

    Finalmente, no nono capítulo da obra, O esporte paralímpico na universidade: uma experiência prática para formação de professores, dos autores Jalusa Storch, da Universidade Federal de Goiás (UFG), Maria Luíza Tanure Alves, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Gabriela Harnisch, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Edison Duarte e José Júlio Gavião de Almeida, também da Unicamp, finalizamos as discussões a respeito do esporte paralímpico, a partir de uma proposta prática de experiências de formação acadêmica, de modo que discentes da graduação em Educação Física, da Unicamp, organizaram um campeonato com as modalidades paralímpicas (Goalball e Voleibol Sentado), sendo uma forma eficaz de permitir aos futuros professores de Educação Física a articulação entre teoria e prática por meio da vivência de situações reais inerentes à profissão.

    Esperamos que a obra traga subsídios para fomentar discussões e reflexões a respeito da importância da inclusão escolar e das possibilidades pedagógicas da Educação Física dentro do contexto escolar, considerando a diversidade humana, a participação e as oportunidades de se trabalhar de maneira inclusiva.

    Maria Luíza Tanure Alves

    Maria Luiza Salzani Fiorini

    Rubens Venditti Júnior

    Sumário

    CAPÍTULO 1

    O ALUNO COM DEFICIÊNCIA NA AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA: UM OLHAR CRÍTICO SOBRE A INCLUSÃO

    Maria Luíza Tanure Alves

    Edison Duarte

    CAPÍTULO 2

    INCLUSÃO ESCOLAR EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: ESTRATÉGIAS ESPECÍFICAS E GENERALIZÁVEIS

    Maria Luiza Salzani Fiorini

    Eduardo José Manzini

    CAPÍTULO 3

    DA FORMAÇÃO À PRÁTICA DOCENTE: PRODUÇÃO DE UMA EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVO-DESENVOLVIMENTAL

    Gilmar de Carvalho Cruz

    Khaled Omar Mohamad El Tassa

    CAPÍTULO 4

    ATITUDES DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA FACE À INCLUSÃO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

    Soraya Dayanna Guimarães Santos

    Neiza de Lourdes Frederico Fumes

    José Pedro Ferreira

    CAPÍTULO 5

    O COLEGA TUTOR NA EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA

    Marli Nabeiro

    CAPÍTULO 6

    A CONSULTORIA COLABORATIVA COMO ESTRATÉGIA PARA INCLUSÃO DE ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

    Patrícia Santos de Oliveira

    Mey de Abreu van Munster

    CAPÍTULO 7

    Educação Física Escolar: Experiências de um trabalho colaborativo a partir de um contexto inclusivo

    Manoel Osmar Seabra Junior

    Camila Rodrigues Costa

    CAPÍTULO 8

    Paralimpíadas Escolares: O Esporte Adaptado na Escola, suas implicações e possibilidades no contexto da Educação Física Inclusiva

    Ivan Wallan Tertuliano

    Rubens Venditti Júnior

    CAPÍTULO 9

    O esporte paralímpico na universidade: uma experiência prática para formação de professores

    Jalusa Storch

    Maria Luíza Tanure Alves

    Gabriela Harnisch

    Edison Duarte

    José Júlio Gavião de Almeida

    SOBRE OS AUTORES

    CAPÍTULO 1

    O ALUNO COM DEFICIÊNCIA NA AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA: UM OLHAR CRÍTICO SOBRE A INCLUSÃO

    Maria Luíza Tanure Alves

    Edison Duarte

    Atualmente, sob a égide dos princípios da inclusão, alunos com deficiência devem frequentar a escola regular com alunos sem deficiência (STAINBACK; STAINBACK, 1996). A escola deve propiciar educação de qualidade para esses alunos a partir de recursos educacionais específicos (PLACE; HODGE, 2001; PIVIK et al., 2002; SHERRIL, 2004). No entanto apesar de crianças e jovens com deficiência já fazerem parte do cotidiano escolar, muito ainda precisa se discutir sobre a sua participação e aprendizagem na escola.

    Nesse contexto, o entendimento sobre inclusão ainda não é um consenso entre os autores da área (O’BRIEN et al., 2009). Entre os professores, a inclusão também é compreendida de diferentes formas. Estudo de Goransson e Nilholm (2014) revela que os professores podem apresentar quatro diferentes entendimentos sobre o que é inclusão: a) inclusão como a simples colocação do aluno com deficiência no ensino regular; b) inclusão como atendimento das necessidades educacionais/sociais do aluno com deficiência; c) inclusão como atendimento das necessidades educacionais/sociais de todos os alunos; e d) inclusão como criação de comunidades (GORANSSON; NILHOLM, 2014).

    Dessa forma, a inclusão ainda não é totalmente compreendida pela comunidade escolar. No contexto específico das aulas de Educação Física (EF) ainda há diversos obstáculos, com prejuízo na sua participação nas aulas e aceitação pelos pares (ALVES; DUARTE, 2012, 2013, 2014; NACIF et al., 2016; VASCONCELLOS et al., 2016). A inclusão destes alunos nestas aulas exige reavaliações de valores e discursos presentes na sociedade e sua relação com o entendimento e abrangência do termo deficiência.

    A escola e a aula de EF refletem os valores e crenças da sociedade (KIRK; TINNING, 1990). As dificuldades encontradas para promoção da inclusão de alunos com deficiência nas aulas de EF estão intimamente relacionadas a valores e crenças atribuídos à EF como componente curricular e ao entendimento do termo deficiência. A inclusão traz o embate entre o que culturalmente temos posto do que seja EF e suas práticas esperadas e a construção social do que é deficiência, seus valores e crenças atribuídas (DEPAUW, 1997, 2000; KIRK, 2002). Desse modo, o presente capítulo tem como objetivo discutir a inclusão do aluno com deficiência nas aulas de EF mediante o reconhecimento do seu processo histórico e cultural atuante e até limitante.

    Apesar de sempre presente na sociedade, a deficiência foi compreendida historicamente de diferentes formas. Consequentemente, os direitos e atenção recebida pela pessoa com deficiência refletem valores e crenças de cada período. De forma geral a deficiência sempre foi acompanhada por valores sociais negativos, representando um estigma para esta população. No Brasil, historicamente a preocupação com a educação de crianças e jovens com deficiência ainda é recente. Em meados do século XIX foram fundados o Instituto dos Meninos Cegos em 1854 e em 1857 o Instituto dos Surdos-Mudos. Neste período as instituições especializadas eram fundadas para atendimento dos casos mais graves e de maior visibilidade (MENDES, 2010; MAZZOTA, 2011).

    Pautadas no modelo médico a deficiência era encarada socialmente como uma doença, uma patologia a ser tratada. No modelo médico, a deficiência é compreendida como

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