Quando me reinventei: Lições de pessoas e empresas
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Sobre este e-book
Nestes tempos turbulentos, de angústia e doenças – muitas delas nascidas no ambiente de trabalho – é preciso parar para se encontrar ou para se reencontrar diante do caos. Afinal, quando a vida – seja no trabalho ou em outros espaços sociais – perde o sentido, vamos nos perdendo, cada dia mais, em nome de um progresso vazio ou de uma corrida insana na busca por ter, ter, ter, ter, ter… E se não temos (seja um objeto, um diploma, um casamento, um filho, uma casa etc), precisamos fazer parecer que temos! E lá vem dívida, obsessão e desencantamento pela vida.
Somos uma sociedade que vem perdendo sua dimensão afetiva e amorosa. E, nas organizações, esse cenário é pior, já que pessoas se destratam e convivem com uma violência cotidiana sufocante. E nós, sujeitos adaptáveis que somos, acabamos por nos acostumarmos a essa rotina de horror.
Sem qualquer tipo de pieguice ou demagogia – ou sem um tom de aconselhamento – este livro compartilha aprendizados de pessoas e empresas que provocam no leitor, a coragem de ser protagonista da própria vida. Ser livre e responsável pelas escolhas de carreira, ainda que esse não seja um processo fácil.
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Quando me reinventei - Maria Flávia Bastos
Parte I
DORES DO MUNDO CONTEMPORÂNEO
1
Sociedade da (des)confiança
Confiança (s.f.)
É um compromisso, é ingrediente principal de boas amizades (caso esteja estragado, hora ou outra você vai perceber). É emprestar seu livro preferido. É abrir a porta da sua casa para quando alguém entra na sua vida. É o que faz a palavra de alguém valer mais que um contrato. É o maior causador de caras quebradas
mundo afora.
É um dos bens mais importantes que alguém pode lhe dar. Não quebre. Não quebre!
(João Doederlein, em O Livro dos ressignificados, 2017).
A humanidade sempre viveu sob as ameaças das mentiras, dos boatos, das fofocas, e muitas pessoas, em função dessa falta de ética, sofreram um bocado, perdendo emprego, casamento, amizades… Mas essa sordidez ganhou força com o poder que têm hoje as mídias sociais. Os fofoqueiros e os maldosos não somente ganharam espaço, mas também agilidade para espalhar facilmente qualquer coisa que desejarem.
Estamos vivendo o tempo das fake news, um novo termo – que ganhou força nas eleições presidenciais americanas de 2016 – designado para as notícias falsas fabricadas propositalmente e expostas nas mídias sociais. No Brasil também fomos testemunhas dessa fábrica de textos e vídeos inventados, nas últimas eleições presidenciais de 2018.
Infelizmente, as fake news não ocupam apenas os espaços destinados à política partidária – o que para mim já é um baita espaço –, mas vemos elas ganharem mais e mais importância em outras áreas, como a saúde, a educação, as empresas, a vida artística. E haja receber no grupo da família informações sobre a cura de várias doenças, professores que não obedeceram às regras (importante dizer que, por conta de vídeos de aulas ou trechos de aulas, filmados por alunos, já temos vários casos no país, de professores demitidos em função de sua opinião, muitas vezes contrários ao pensamento moral de pais ou comunidades, ferindo, com isso, a autonomia do processo dialogal de ensino-aprendizagem), alimentos contaminados com qualquer coisa ou a vida sexual da atriz da novela.
Espalhadas, essas notícias falsas tornam-se verdades absolutas para uma parte das pessoas que as veem, prontas para pôr para fora. São os juízes mais impiedosos que alguém possa ver apontar sentenças: homens e mulheres comuns, que sentem um prazer assustador no ato de apontar seus dedos, declarar o certo e o errado, gritar em suas redes o quanto é superior e como poderia ter feito diferente e, claro, como poderia fazer melhor.
Estamos diante de um espetáculo de horrores, com vídeos e textos marcados por preconceitos os mais diversos (racismo, homofobia, misoginia etc.) e que invadem desde as pracinhas onde brincam as crianças de um bairro até a festa da firma onde o chefe dançou até o chão.
Todo esse caos provoca um medo de ser exposto, um medo de dizer quem é, a que veio, que interesses tem. Medo de perder o espaço conquistado no trabalho, o respeito dos amigos, a vaga para aquela promoção. E aí, dia a dia, vamos fortalecendo os laços da desconfiança, da individualidade, da máscara que precisamos usar para atender às cruéis expectativas alheias.
Imaginem o quão insuportável vem se tornando as relações de trabalho, que na sociedade contemporânea são tão marcadas pela desconfiança. No meu dia a dia de palestras, é comum ver os entreolhares da plateia diante das minhas falas – geralmente críticas e por vezes ácidas em relação ao sistema vigente –, os sorrisinhos sarcásticos, ou até suspiros de alívio de ouvir de alguém que supostamente pode falar por essas pessoas, aquilo que gostariam de dizer.
Aliás, fazendo aqui uma espécie de parênteses ou um desabafo, há tempos venho pensando no real papel das palestras nas organizações. Concluí que elas são, de fato, válidas nas empresas que já entenderam o valor do humano, do coletivo e que fazem de sua rotina um espaço colaborativo de inovação. Mas, para as empresas que se comportam como as primeiras indústrias da revolução industrial, é bem diferente. Enxergo que as palestras são uma espécie de compressa ou de unguento que pode aliviar, momentaneamente, a dor, mas não trata suas causas. Nesses espaços, inclusive, servem muito as palestras motivacionais sem muito conteúdo, mas com palavras de ordem bem imperativas, que contribuem para a culpabilização do indivíduo por suas dores ou conquistas, suas perdas ou ganhos.
E, em meio às plateias lotadas, sob as luzes e efeitos especiais, gritam de maneira imperativa as palavras de ordem como basta seguir seu sonho
, você é o único responsável por seu sucesso
, se você quiser, você pode vencer
! Cada vez que recebo vídeos ou lançamentos dos livros dessa turma – que geralmente viram manuais e best sellers, me arrepio em pensar na pouca sensibilidade, para não dizer responsabilidade, em espalhar verdades
que podem provocar – ou aumentar – angústia, frustração e mais ansiedade nos profissionais.
Em recente estudo, publicado em 2019, em vários veículos de comunicação (como O Globo, Correio do Brasil, Exame e Veja), a empresa de opinião Gallup mostra que a falta e confiança em líderes da política, a insegurança e a desigualdade social, fizeram com que o brasileiro seja considerado mais infeliz que outros povos do mundo. Em relação ao ranking latino-americano, a Costa Rica é o país mais bem pontuado no nível de felicidade da sua população, ocupando, portanto, o 12º lugar. Estamos no 32º, um pouco melhor que os uruguaios, que ficam no 33º e os colombianos, no 43º. A World Happiness Report – título da pesquisa que é uma espécie de relatório mundial da felicidade – analisou 156 nações e está em sua sétima
