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Pelos olhos de quem sente
Pelos olhos de quem sente
Pelos olhos de quem sente
E-book114 páginas1 hora

Pelos olhos de quem sente

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Sobre este e-book

Em "PELOS OLHOS DE QUEM SENTE", Euller traz os reais sentimentos de quem está passando pela depressão e quais são os tipos de pensamentos que passam pela cabeça de alguém acometido por esta doença. As indecisões são, a todo tempo, desafiadas pela incansável vontade de descobrir o que é a depressão e o que faz com que as pessoas acabem adoecendo, preferindo estar entre quatro paredes do que entre seus familiares. Com a vontade de saber o que acontece, Euller segue em busca de outras pessoas que tenham passado e/ou estejam passando pelos mesmos transtornos. Em dado momento, se dá conta de que, embora os problemas sejam difíceis de lidar, sempre podemos ser surpreendidos pelas dificuldades do outro e a pratica da alteridade deve ser uma constante. A necessidade de ser ouvido pode estar muito além do que podemos ler, através das feições, já que o sorriso não significa felicidade! A ajuda de familiares e amigos é importante e devem se atentar aos menores sinais de mudança, expressos em quaisquer círculos afetivos, pois, como todos passamos por dificuldades, alguém, em algum momento, pode não suportar o fardo e acabar perdendo o controle de seus próprios sentimentos. Esse cuidado deve ser tomado e, assim que os sinais forem identificados, a atenção, o apoio e o amor com aquela pessoa devem ser as primeiras cartas a ser postas na mesa.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento10 de mar. de 2020
ISBN9788530014049
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    Pelos olhos de quem sente - Euller Mota Luiz

    Obrigado!

    Capítulo 1

    A necessidade de nos ajustar as preferências de outras pessoas, de pouco a pouco, suga a essência que trazemos conosco. O padrão que buscamos, nos outros ou em nós mesmos, não é importante. O que deve ser relevante é extravasarmos o bem e a beleza que temos no nosso interior.

    Euller Mota Luiz

    "A h se o mundo fosse como era antes, porque tudo é tão difícil? Mesmo depois de tudo que nós passamos, tudo o que vivemos, ainda assim, estaremos aqui, sem conseguir ver uma saída para os nossos problemas, sem ter esperanças!

    É um sentimento tão diverso. Indecisão, desconforto, tristeza, angústia, será que eu queria estar melhor? Ou estou subestimando mais uma vez a minha capacidade de auto julgar os meus próprios pensamentos.

    Porque eu não me valorizo? Afinal, sou como qualquer outro nessa praça, fui bebe como aquele em que a moça segura no colo, fui criança como aquelas que estão brincando no parquinho, passei pela adolescência como aqueles garotos de skate e sou jovem como aqueles do grupinho rindo do outro lado da praça. O que eu fiz de errado para estar aqui? Porque eu não pude ser como eles?"

    São tantas perguntas que eu não consigo responder, minha cabeça já está cansada de tantos julgamentos, tantos dedos apontados, mas nenhuma ajuda. Como eu queria que as pessoas sentissem o que eu estou sentindo, mas ao mesmo tempo sinto pena delas se estivessem passando por tudo que eu passo.

    Não seriam capazes de suportar, ou seriam e eu é quem estou desistindo cedo demais?

    As dúvidas estão me assombrando, essas vozes na minha cabeça precisam ser silenciadas. Porém de uma forma boa, quero ter uma esposa, casar, ter filhos, quem sabe a Disney? Para um jovem da minha idade, de apenas dezenove anos, deveria ser algo mais fácil de ser alcançado, não era para nada disso ser um fardo. Não era pra eu ser um fardo.

    Talvez eu sinta falta de tudo isso, da natureza, desse perfume que vem das folhas da roseira trazidas pelo vento do outro lado da praça, do sol que esquenta a minha pele, que por sinal já está um pouco ardo-a pelo tempo em que estou aqui sentado. Do sino da igreja tocando todas as manhãs antes deu ir para escola. Mesmo escutando aquilo todas as manhãs, a cada vez que tocava, sentia que meu coração batia de acordo com o tempo das badaladas, a pele se arrepiava todos os dias como se fosse a primeira vez.

    Por que eu estou querendo fazer isso? Por que eu estou aqui? Talvez eu tivesse vindo para cá em busca de algo que me fizesse melhor, em busca de algo que me seja de tanta importância que me fizesse voltar atrás e imaginar as coisas boas que vivi.

    Minha cabeça não para. Esses pensamentos me deixam ainda mais confusos e com vontade de acabar com todo esse sofrimento, porque eu não pude ficar bem? Eu sou bom. Penso que ser uma pessoa boa é manter diante de todas as circunstâncias a essência de ser caridoso e compassivo. Mas, pensando bem, eu me tornei uma pessoa um tanto triste com tudo o que está me acontecendo, não sei como parar, para onde ir, o que fazer. Não queria voltar pra minha casa, não queria entrar naquele quarto, afinal, o que eu quero?

    O sorriso que eu vejo no rosto daqueles jovens do outro lado da praça, talvez sejam sinceros, talvez externem um sentimento de alegria verdadeira. Será que algum deles passa pelo que eu estou passando? A risada de um deles me parece um tanto forçada. Me lembra das vezes que eu saía com os meus amigos. O convite era feito pelos cantos, passavam por mim e me convidavam pelas beiradas, ou apenas por eu estar conversando ou perto de outra pessoa que eles fossem convidar e por acabar escutando a conversa ser convidado. As vezes por pena, ou até por ter afinidade com alguém que eles conheciam. De tudo acontecia!

    Naqueles encontros, eu deveria me enturmar, fazer o que eles faziam, rir do assunto ou das brincadeiras que eles riam, mas eu não conseguia, mesmo que as vezes para não pegar mal, eu desse algumas risadas para disfarçar a tristeza que eu sentia por dentro.

    Nesses momentos, a cada segundo que se passava eu me perguntava, porque eu estava ali? Por que eu tinha aceitado aquele convite? Será que era apenas para alimentar o meu ego? Esse que por sinal naquele momento já não o sentia com a mesma intensidade de quando aceitei o convite.

    Talvez fosse para que em uma tentativa fútil eu me sentisse menos desprezado e sozinho. A cada riso que eu forçava, a voz na minha cabeça perguntava, eu preciso disso? A minha consciência sabia que aquilo não estava agradável para mim, e até poderia estar fazendo eu me sentir pior do que se eu estivesse ficado em casa procurando gastar meu tempo dentro daquele espaço pouco confortável que é o meu quarto.

    Eu discretamente estudava as ações daqueles que exageradamente estavam rindo de todas as coisas ditas naquela roda, o sorriso reto e os olhares vigilantes no dono da festa.

    Não estava ali para bajular ninguém pelos seus feitos, eu estava ali para buscar saídas para a minha solidão, a vontade de mostrar-me contente com tudo o que estava acontecendo apenas por interesse, nunca foi um motivo de felicidade para mim, e depois desses encontros, eu voltava para casa em uma situação pior do que eu estava quando saia.

    Depois de ter estudado todas aquelas pessoas naquele período de tempo, eu me perguntava. A felicidade que eles dizem ter é realmente suficiente para manter o sorriso verdadeiro fora daquela roda de amigos, ou em uma característica mais adequada, interesseiros? Tudo aquilo me parecia insuficiente para manter aquela máscara de vida feliz que eles mantinham quando estavam rodeados de pessoas, e que provavelmente se tornava um vazio que quando só, dinheiro nenhum poderia preencher.

    Se mesmo depois de passar por tudo aquilo, manter por períodos, algo que eu não era e rir de algo que para mim não tinha graça, e ainda sim continuar triste. Preferia manter a minha solidão reservada naquele desconfortável cômodo que chamo de quarto. Ali sim eu poderia estar feliz ou triste de forma verdadeira, sem precisar me colocar em um mostruário de inverdades.

    As crianças quando crescessem poderiam continuar com a mesma inocência que possuem, brincam entre elas sem ter nenhuma maldade planejada ou até mesmo sem tentar usar umas às outras, elas compartilham sentimentos, brinquedos e os sorrisos transparecem a verdade pelos pequenos olhinhos brilhantes. Eu não vejo essas crianças sendo pessoas más quando crescerem, o que somos, o que nos tornamos, o que elas podem se tornar, depende apenas de quem as guia, das pessoas das quais permanecerão por perto enquanto elas crescem, a influência que os mais próximos possuem sobre nós enquanto crescemos é tão importante, mas as pessoas não se dão conta disso.

    Por que não ser bom? Por que não ensinar algo bom? Eu com o pouco de tempo vivido, estou certo de que a maioria das pessoas preferem ensinar seus filhos a serem como elas são, meus pais pelo menos foram assim, durante esses anos eu sempre via a vontade deles de me fazerem crescer sobe o conceito do que eles entendiam como certo, ou também como boa vida, do que eles achavam que era viável eu fazer, ou saber.

    Talvez eles estivessem certos sobre isso, estivessem certos em me mostrar como eu deveria ser baseado em como eles são, talvez não tenha sido por escolha, mais sim porque eles também cresceram sobe esse conceito. Sentia vontade de ser quem eu era, de poder brincar do que eu queria, de sair para onde eu quisesse, é tudo tão relativo, tão incerto. Será que os pais estão ensinando o que é realmente certo para essas crianças? Ou o que eles acham que é certo?

    Só queria que essas crianças quando crescessem não passassem pelo o que eu estou passando, a educação deveria ser dada de acordo com as necessidades, ou não? As crianças hoje precisam de um pouco mais de liberdade, precisam sim, saber o que é certo e errado, precisam saber o que elas poderão passar quando crescerem, os desafios que a vida vai os proporcionar, as quedas que vão ter, porque elas terão. Mas, ao mesmo tempo que precisam saber de tudo isso, também vão precisar ter a noção do que elas deverão fazer quando caírem, quando errarem, quando magoarem alguém, e a força que nós precisamos ter para nos levantar não é fácil de conseguir, não é de uma hora para outra que a gente

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