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Ciência e Verdade: A Verdade Científica e Suas Implicações para o Ensino de Física e Ciências
Ciência e Verdade: A Verdade Científica e Suas Implicações para o Ensino de Física e Ciências
Ciência e Verdade: A Verdade Científica e Suas Implicações para o Ensino de Física e Ciências
E-book147 páginas1 hora

Ciência e Verdade: A Verdade Científica e Suas Implicações para o Ensino de Física e Ciências

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Sobre este e-book

Na obra Ciência e Verdade, o autor analisa o conceito de verdade na Ciência (em especial na Física), e suas relações e implicações para o Ensino de Física e Ciências. Mostra que a discussão do conceito de verdade científica amplia o debate sobre a Física, e as Ciências em geral, uma vez que abrange aspectos relacionados à evolução dos conceitos, aspectos históricos, filosóficos, sociológicos e epistemológicos, e contribui para a formação de uma concepção de ciência menos dogmática.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento14 de ago. de 2020
ISBN9786555239737
Ciência e Verdade: A Verdade Científica e Suas Implicações para o Ensino de Física e Ciências

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    Pré-visualização do livro

    Ciência e Verdade - Marcos Serzedello

    Editora Appris Ltda.

    1ª Edição - Copyright© 2019 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.

    Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.

    Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO ENSINO DE CIÊNCIAS

    Dedico este trabalho a Lydia Pinto Serzedello e a Ludovina Maria Balbo.

    AGRADECIMENTOS

    Agradeço ao Fernando Dagnoni Prado, pela leitura atenta e inúmeras sugestões. E à Karina Rodrigues, pelas traduções das citações em francês.

    Je ne sais plus comment il faut s’y prende pour écrire et j’arrive à exprimer la centième partie de mes idées, après des tâtonnements infinis.

    Gustave Flaubert (Lettres à George Sand)

    PREFÁCIO

    Este livro será útil em duas frentes do ensino universitário e em seus desdobramentos: inicialmente, na formação do pesquisador e do professor de Física e de Ciências; posteriormente, na sua atividade profissional.

    A obra foi concebida com erudição, mas o autor vale-se, às vezes, de linguagem e discurso coloquiais, informais, aproximando-se do leitor, mas sem comprometer o rigor das ideias e das informações. Traz extensa e valiosa compilação bibliográfica, que um professor, absorto pelas atribuições diárias – e, até mesmo, um pesquisador –, dificilmente alcançaria de modo próprio, sem despender extremo esforço de busca e de seleção.

    Ao longo do texto, há menções recorrentes. No caso de leitura convencional, característica do leitor acadêmico, do estudioso, tais recorrências funcionam como reconexão, como reforço ou como amarra; no caso do leitor-professor, funcionam como referencial ora necessário ao trabalho docente. O livro permite que o professor embarque na obra no ponto que lhe parecer mais apropriado para sua necessidade momentânea, identificando pelo sumário o que lhe será mais útil em cada etapa de preparação de aulas. Se momentaneamente impossibilitado, não necessitaria transitar por passagens anteriores ou posteriores do livro, seria como que se valesse da navalha de Ockham (entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem), entidades não devem ser multiplicadas além da necessidade, o princípio metodológico defendido pelo frade franciscano inglês Guilherme de Ockham na Baixa Idade Média.

    O embrião deste livro foi a tese de doutorado do autor, elaborada e defendida brilhantemente junto à Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp, Marília, SP. Assim, utilizei capítulos da obra como material didático para o curso de Física do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Unesp, Rio Claro, SP, em Evolução dos Conceitos, disciplina que funcionou por décadas em algumas universidades e que posteriormente se tornou obrigatória em todo o País com a denominação História da Física– com perdas, comparativamente à amplitude e à profundidade que Evolução dos Conceitos pressupunha.

    Como componente curricular obrigatória, História da Física pegou muitos departamentos despreparados, e ainda hoje não há paradigmas nacionais para seu desenvolvimento, o que é uma situação benfazeja. Nesse contexto, vejo duas contribuições de Marcos Serzedello, sem dúvida, relevante para o ensino de Física e de Ciências: o presente livro e outro, anterior, Física!? Isso para mim é grego! Ambos constituem auxílio indispensável a alunos e professores, pois o autor não é sectário nem dogmático quanto às diversas – e controversas – ideias, teorias e concepções acerca da ciência e da construção do conhecimento científico, apresentando-as e discutindo-as com fundamentação e com riqueza de informações, detalhes e exemplos.

    São Paulo, 3 de junho de 2018.

    Fernando Dagnoni Prado

    Professor aposentado da Unesp – Rio Claro

    APRESENTAÇÃO

    No capítulo 1, O que é a verdade? (Quid est veritas?), é discutida a questão da verdade do ponto de vista filosófico, apresentando três concepções básicas de verdade: a teoria da correspondência, a teoria da coerência ou consistência e a teoria pragmática. Discute-se também de forma geral a concepção semântica da verdade, de Tarski, procurando sempre, em todos os casos, as relações que essas teorias possam ter com a verdade científica, e como contribuiriam para uma discussão mais ampla da ciência. O capítulo 2, A verdade na Ciência: existe verdade científica?, tem início destacando a importância que a Ciência tem na sociedade atual e a autoridade que os cientistas têm, e discute a condição de soluções provisórias que as teorias apresentam, bem como a aceitação das teorias científicas. Em seguida trata da crítica da Ciência feita por K. R. Popper e T. S. Kuhn, e, principalmente, como esses autores tratam a verdade científica. Discute-se também a verdade das teorias científicas e suas entidades, em especial pela visão de Richard Boyd e Bas Van Fraassen.

    Já o capítulo 3, Nascimento, vida e ocaso(?) das teorias científicas, discute como as teorias surgem, ganham adeptos, são superadas, mas para o ensino de Física e Ciências. Elas deveriam estar sempre presentes, pois são a base para discussões mais amplas, que mostram a genealogia das teorias, contribuindo para a formação dos conceitos. Nesse processo, os conceitos, modelos, teorias são entendidos como uma aproximação à verdade e nunca como verdades absolutas. O capítulo 4, Ensino de física e verdade científica, discute inicialmente concepções de ciências entre professores e alunos, e depois, a questão de novos paradigmas educacionais que têm por base a mecânica quântica e a teoria da relatividade, que acarretam uma nova visão da ciência, da sociedade e do ensino. Nessa nova visão, os sistemas, inclusive o educacional, passam a ser vistos como sistemas abertos, em que as verdades nunca são absolutas. O capítulo 5, Três concepções de verdade e uma teoria, discute as concepções de verdade: teoria da correspondência, coerência e pragmática, fazendo relações com a teoria atômica, como um exemplo concreto que poderia fazer parte das discussões da sala de aula.

    Por fim, os objetivos deste livro são de ampliar o debate sobre a Ciência e a Física, por meio da discussão do conceito de verdade científica, e contribuir para a formação de um conceito menos dogmático de ciência, com vistas à compreensão desta como um processo em busca do conhecimento, e não como conteúdos estáticos, verdades absolutas. E, dessa maneira, contribuir para a melhoria do ensino de Física e Ciências.

    Sumário

    INTRODUÇÃO

    CAPÍTULO 1

    O QUE É A VERDADE? (QUID EST VERITAS?)

    1.1 Concepções de verdade

    1.1.1 Teoria da correspondência

    1.1.2 Teoria da coerência

    1.1.3 Teoria pragmática: o teste da utilidade

    1.2 Concepção semântica da verdade

    CAPÍTULO 2

    A VERDADE NA CIÊNCIA: EXISTE VERDADE CIENTÍFICA?

    2.1 Ciência: soluções (provisórias) de problemas

    2.2 A crítica da ciência: Karl R. Popper e thomas s. kuhn

    2.3 Aceitação das teorias científicas

    2.4 A verdade de teorias e entidades científicas

    CAPÍTULO 3

    NASCIMENTO, VIDA E OCASO(?) DAS TEORIAS CIENTÍFICAS

    3.1 Origem das ideias e teorias

    3.2 O atomismo: as vicissitudes de uma teoria

    3.3 O éter: o abandono de uma teoria

    CAPÍTULO 4

    ENSINO DE FÍSICA E VERDADE CIENTÍFICA

    4.1 Concepções de ciência: ciência moderna e novos paradigmas

    4.2 Ensino de física e de ciências: novos paradigmas

    CAPÍTULO 5

    TRÊS CONCEPÇÕES DE VERDADE E UMA TEORIA

    5.1 Ver para crer: teoria da correspondência e o atomismo

    5.2 Relações (nada) perigosas: teoria da coerência e atomismo

    5.3 Utilidade e sucesso: pragmatismo e atomismo

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    REFERÊNCIAS

    A VERDADE DIVIDIDA

    INTRODUÇÃO

    Science must make more men its devotees,

    but no its priests.

    Paul Weis (The message of science)

    Na prática da maioria dos professores e em grande parte dos manuais e livros didáticos, a Física e as Ciências são apresentadas como verdades absolutas. Os conteúdos são ensinados como formas cristalizadas, sem que a dimensão do conhecimento científico enquanto processo, algo que não possui um aspecto definitivo ou absolutamente fixo, seja discutida, apresentada.

    A questão da verdade científica não é sequer abordada, sendo, na prática, posta de lado, completamente abandonada.

    Os conceitos da física não

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