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O Berço dos Deuses: A Profecia da Pedra Anímica
O Berço dos Deuses: A Profecia da Pedra Anímica
O Berço dos Deuses: A Profecia da Pedra Anímica
E-book257 páginas3 horas

O Berço dos Deuses: A Profecia da Pedra Anímica

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Sobre este e-book

No mundo de Allwyn, os humanos estão quase extintos.

Uma guerra entre os deuses levou à queda da humanidade e o banimento de seus deuses. Mil anos depois, os humanos remanescentes sobrevivem nas fronteiras de um vasto império dos anões.

Em um assentamento humano conhecido como Berço dos Deuses, um jovem chamado Ghile se prepara para um Rito de Atrito, usado pelos anões para encontrar possíveis recipientes do retorno do deus dos humanos. Enquanto isso, Almoriz, o feiticeiro, e seu aprendiz Riff chegam à vila de Ghile para uma de suas visitas anuais, iniciando uma série de eventos que mudarão a vida de Ghile para sempre. Ele é marcado como o escolhido da pedra e recebe poderes dos próprios deuses.

Mas Ghile não está sozinho. Outros escolhidos para cumprir a profecia também viajam para o Berço para procurá-lo e destruí-lo. A hora do escolhido da pedra chegou.

O Berço dos Deuses, o primeiro livro da série A Profecia da Pedra Anímica, é uma jornada bem arquitetada de fantasia, magia, descoberta e perigo.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento27 de jan. de 2021
ISBN9781071585511
O Berço dos Deuses: A Profecia da Pedra Anímica

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    Pré-visualização do livro

    O Berço dos Deuses - Thomas Quinn Miller

    Para minha amada esposa e meus filhos.

    Por causa de vocês, sou uma pessoa melhor.

    Agradecimentos

    Uma história começa como a ideia de uma pessoa e cresce à medida que é compartilhada com outros ao longo do caminho. Como muitos outros livros de fantasia, este começou em uma mesa rodeada de amigos, coberta de dados, papéis e várias manchas de refrigerante. Foram alguns dos melhores tempos.

    Um grande obrigado ao meu amigo, Clane, por estar lá desde o início. Seu encorajamento e seu apoio me ajudaram a continuar. Você um dos bons, cara. Obrigado a todos os meus leitores beta, sou grato ao tempo que vocês dedicaram a ler e reler estes capítulos. Vocês encontraram os erros que se escondiam desses olhos cansados.

    Pequenas Lições da Vida

    Desta vez, eu vou morrer.

    Dentes brilharam diante de seus olhos. Músculos cobertos de pelos o prenderam no chão. Ele cobriu o rosto e rolou o corpo, tentando se proteger. Ele sentiu um hálito quente. Um grito escapou de seus lábios. Isso só pareceu atiçar as feras. Ele sentiu as costuras da túnica cederem e os últimos pedaços de carne caíram quando os bolsos rasgaram. Ele ficou deitado lá, esquecido. Os dois cães caíram sobre os prêmios espalhados.

    — Se você fosse um lobo, essa teria sido uma bela lição — gritou o pai.

    — Ast! Guz! Aqui!

    Ghile manteve o rosto escondido na grama enquanto os dois cães corriam até o pai dele. Ele hesitou por um momento para se recompor. Levantando-se, limpou o rosto com a manga cheia de terra, tentando tirar a sujeira e, com sorte, também as lágrimas.

    — Desculpe — disse ele, encolhendo-se com um corte fresco no rosto. Ast e Guz chegaram ao pai dele e sentaram-se obedientemente ao seu lado. Ghile os encarou friamente.

    Havia muito mais que Ghile queria dizer. Aqueles cães sempre faziam o possível para envergonhá-lo. Era como se tentassem provar que ele nunca seria tão bom como Adon. Como ele sentia falta do irmão mais velho. Ele sabia que não podia mencionar Adon. A perda ainda era muito difícil para o pai. Ghile conseguia sentir o peso disso entre eles, especialmente durante aquelas lições.

    — Não fique aí parado olhando para eles como se fosse culpa deles. Junte esses trapos e tente de novo — disse Ecrec.

    O pai dele enterrou a ponta da lança no chão e, em seguida, estendeu a mão para acariciar os dois cães. Mesmo sentados, a cabeça deles ficava acima da cintura do pai. Aqueles cães eram criados para serem grandes. As pessoas do Berço os usavam para proteger os rebanhos e as casas. Os lobos das montanhas nos arredores acabariam rapidamente com qualquer coisa menor.

    — Ecrec, que capataz. O garoto quase foi devorado pelas suas feras. Eu diria que uma batalha assim daria a ele um pouco de descanso — disse Toren, dando uma piscadela de lado para Ghile.

    O tio dele era sempre rápido para sorrir ou encontrar humor em alguma coisa. Tio Toren era a luz da sombra do pai. O pai sempre parecia muito sério, sempre estava com a testa franzida acima da barba escura. Às vezes, Ghile achava difícil acreditar que os dois eram irmãos. Mas, além das expressões diferentes, havia o mesmo nariz fino e as maçãs do rosto altas.

    Ghile ficou feliz pelo fato de o tio ter descido das montanhas para uma de suas visitas. A presença do tio Toren ajudava a afastar um pouco da fúria do pai.

    — Ele tem que aprender, meu irmão — disse Ecrec. Ele cruzou os braços sobre o peito largo, deixando poucas dúvidas em relação ao descanso de Ghile. — Ele já fez quatorze anos e chegou à maioridade. Não é mais uma criança. Fará o teste nesta temporada. Como ele se sairá? Não consegue nem comandar o respeito dos cães. Ele precisa estar pronto — disse Ecrec. Ele não olhou para o irmão ao falar, mas encarou Ghile.

    Evitando os olhos do pai, o olhar de Ghile estava além do muro, onde o tio relaxava. O rebanho passeava estoicamente no outro lado do muro baixo, com a pele cor-de-rosa mal visível sob o pelo da primavera. Os carneiros brancos como a neve brincavam perto das ovelhas, abanando a cauda.

    Como pastor de ovelhas, os cães deveriam estar obedecendo a seus comandos, não o jogando no chão e tirando as recompensas à força. Aquela era apenas uma das muitas tarefas em que ele fracassava regularmente. O irmão sempre parecia fazer com que aquelas lições fossem muito fáceis.

    Com o fim da primavera, a família dele logo desceria o vale para Beiralago, onde ele e os outros garotos da aldeia fariam o teste de masculinidade. Todas as pessoas do Berço se reuniam em Beiralago para o festival e o teste.

    No passado, ele sempre ficara ansioso por aquelas viagens. Havia comida e jogo. Ele se lembrava de quando era criança e assistira, ao lado da mãe, quando Adon fizera o teste dele. Adon voltara na manhã seguinte como homem.

    Talvez ele até mesmo tivesse sido escolhido para se tornar um lança, um guerreiro treinado na tradição dos bosques e com a tarefa de proteger o vale, como tio Toren. Isso se Adon não tivesse sido abatido pelos anões. Ghile ainda conseguia ver o irmão ser escoltado para o Bastião em Beiralago. Foi a última vez que ele o vira.

    Ele juntou os poucos pedaços de carne espalhados na grama e tentou guardá-los no bolso agora rasgado. Ghile suspirou. A mãe dele tinha acabado de consertar a túnica no dia anterior. Ela não ficaria feliz.

    Segurando os pedaços de carne na mão, Ghile começou a andar pelo campo para colocar um pouco de distância entre ele e os dois cães. Um vento fresco de primavera varreu o vale, fazendo com que ele estremecesse. Ghile respirou fundo o ar fresco, grato por isso. Quando o ar ficava parado, as nuvens se acumulavam antes das montanhas, lançando chuva no vale. Por sorte, não havia nuvens naquele dia.

    Havia uma vista clara das montanhas com neve no topo, que atingiam o céu em volta do Vale Superior. A mais alta delas parecia um guardião sombrio das outras. Ela até mesmo invadia o vale, como se fosse importante demais para simplesmente rodeá-lo, como as demais. Era uma montanha marcada, conhecida como o Chifre, que separava o Vale Superior do Vale Inferior.

    Ghile olhou além do vale, em direção à sua casa, procurando algo diferente da feiúra patente do Chifre. Os tons de marrom e amarelo dos telhados de palha e das paliçadas de madeira da Última Aldeia pareciam troncos flutuantes em um lago verde. Os ventos moviam a grama, apenas aumentando a ilusão. Os ventos correram por ele e subiram o vale, ao longo das colinas e rochas cinzentas esparsas.

    O povo dele chamava o lar protegido de Berço dos Deuses. Era estranho que uma raça amaldiçoada pelos deuses vivesse em um local cujo nome era o local de nascimento deles.

    Ele parou e virou-se, ficando na ponta dos pés e olhando para o vale além dos outros. Em um dia bom, ele conseguia ver as águas azuis brilhantes do Lago Cristalino.

    Ele sabia que a paciência do pai estava chegando ao fim, mas procurou qualquer coisa que adiaria o restante da lição. Ele viu duas silhuetas subindo lentamente ao longo de um muro de pedra, puxando uma mula carregada.

    O que andava na frente era mais velho e ligeiramente curvado. Os cabelos brancos eram óbvios mesmo à distância. O outro, mais jovem, tinha um andar arrogante. Ghile apontou e quase saltou de empolgação.

    — Pai! Tio! Olhem! É o Feiticeiro Almoriz — gritou ele.

    Ecrec e Toren se viraram e olharam para o vale. Ghile esperou, com os olhos passando dos dois homens que se aproximavam para o pai. Ele olhou para o tio em busca de ajuda.

    — Bem, vai deixar o garoto ir ou esperará até que ele exploda? — perguntou Toren.

    — Acho melhor dizer a Elana e aos outros. As mulheres ficarão furiosas se não forem avisadas. — Sem esperar uma resposta, Toren se afastou do muro e pegou seu arco.

    Ecrec coçou a barba e olhou para os cães, ainda a seu lado. — Para o rebanho, garotos. Precisamos encontrar alguns animais velhos. Comeremos carneiro hoje à noite.

    Antes que ele terminasse a frase, os cães saíram correndo e saltaram sobre o muro de pedra. As formas brancas e desgrenhadas correram pelo rebanho tosquiado. No inverno, um predador teria dificuldade para ver os guardiães das ovelhas antes que fosse tarde demais.

    Ghile não precisou de outro incentivo, já correndo pelo campo, passando pelo pai e pelo tio. Ele quisera alguma coisa para adiar as lições. Não havia nada mais empolgante que uma visita do Feiticeiro da Pedra Sussurrante.

    Hóspedes Bem-vindos

    — Olá para você, jovem Ghile — disse o velho feiticeiro. Ele sorriu diante da exuberância de Ghile.

    As rugas pareciam cobrir todas as superfícies de pele disponíveis, como vinhas agarradas à casca de uma árvore.

    — O que, se posso perguntar, aconteceu com você? — perguntou o feiticeiro.

    Ghile percebeu que o encarava. Abaixando rapidamente a cabeça, ele abriu os braços e virou as palmas abertas para o céu, como fora ensinado a fazer ao cumprimentar um ancião.

    — E olá para você, Mestre Almoriz. Eu estava, ahm, treinando com os cães.

    Almoriz assentiu e olhou para o seu aprendiz. — Entendi. Há uma lição a ser aprendida aqui, Riff. Ecrec da Última Aldeia ensina bem aos seus filhos. Mesmo quando arranhado e machucado, ele ainda se lembra de como cumprimentar um ancião. Você deveria aprender com o exemplo dele. — Com um acenar da cabeça, Almoriz se apoiou na bengala e continuou a subir.

    Riff ajustou o saco. — Farei isso, Mestre. — Ele esperou alguns momentos antes de continuar, puxando a corda para colocar a mula que pastava em movimento. Ele abaixou a voz e sussurrou: — Se eu quiser algum dia aprender a cortejar uma ovelha.

    Ignorando o comentário ácido, Ghile começou a andar, ainda sorrindo. Ele olhou de lado para Riff e observou as mudanças desde que o vira na primavera anterior. Ghile tinha inveja da liberdade dele. Riff acompanhava o feiticeiro ancião a vilas e aldeias em todo o Berço. — As ovelhas seriam uma evolução para você, Riff. Mas você ainda precisará lavar a sujeira do queixo. — Ghile deu dois passos, parando à frente de Riff, e estreitou os olhos para observar o rosto dele. — Ou isso é barba?

    Riff era uma cabeça mais baixo que Ghile, apesar de ser cinco anos mais velho. Diferentemente dos cachos castanhos emaranhados de Ghile, os cabelos de Riff eram lisos e longos.

    Riff sorriu e empurrou-o de lado em uma atitude brincalhona: — Você tem que respeitar os mais velhos. Como está a vida no empolgante Vale Superior?

    O sorriso de Ghile sumiu. — Como sempre foi e como sempre será.

    — Vai fazer o teste nesta temporada?

    Ghile assentiu. — Sim, mas meu pai deixou claro que o filho restante tem que ser pastor de ovelhas.

    Riff demorou um momento para responder. Ghile sabia que era pela forma como dissera o filho restante. Riff e seu irmão, Adon, tinham sido muito amigos. Ghile nunca conversara com Riff sobre Adon depois de seu abate, mas, desde então, eles tinham gravitado naturalmente em direção um ao outro durante as visitas.

    — Mesmo se você for escolhido para ser um lança, como seu tio? — perguntou Riff.

    A única coisa que Ghile podia fazer era sorrir.

    — Tenho certeza de que as druidesas estarão ansiosas para declarar você um lança. Acho que olharão para você uma vez e acharão que lança não é o suficiente. Declararão você um portador de escudo de uma das druidesas.

    Ghile não respondeu. A ideia de ser escolhido para ser um lança pelas druidesas era ridícula o suficiente, mas somente os lanças mais corajosos eram vinculados a uma delas e declarados como portadores de escudo.

    As druidesas eram as líderes espirituais de seu povo e, juntamente com os portadores de escudo e os lanças, como seu tio Toren, suas guardiãs. O Berço era longe demais das fronteiras do reino dos anões para justificar mais do que apenas um posto avançado dos anões. E os anões raramente patrulhavam além dos muros de Beiralago. O povo dele precisava se proteger. Ele teria sorte o suficiente se sobrevivesse ao teste e ainda mais se fosse notado pelas druidesas.

    Os dois seguiram Almoriz por algum tempo em silêncio. Ghile não queria falar sobre o teste nem sobre as druidesas. Era ruim o suficiente ter que passar por aquilo, sabendo que não fazia muita diferença para o seu futuro. Ele o via claramente à sua frente: uma vida longa e entediante, levando a nada além da passagem do tempo no Vale Superior.

    — Percebi que você adicionou novas bolsas ao seu cinto.

    Riff vestia a túnica até os joelhos preferida pelos homens do Berço. Mas, diferentemente dos outros, o cinto de couro que ele usava estava coberto de inúmeras bolsas e sacos. Ghile se lembrava de Riff explicando que aquelas bolsas guardavam todos os componentes de que um feiticeiro precisava para praticar seu ofício.

    Riff assentiu e tocou distraidamente em uma delas. — Estou agora trabalhando com metais.

    Ghile pensou no que Riff lhe dissera em visitas anteriores. Havia poucos humanos com a capacidade inata de usar magia. Almoriz e Riff eram os únicos feiticeiros que Ghile conhecera. Ele só sabia de mais um feiticeiro em todo o Berço.

    Ele não entendera de verdade tudo o que Riff tentara explicar, mas sabia que os feiticeiros nasciam com habilidades e não era possível aprender a ser um. A fagulha da magia, como Riff colocara, tinha que existir, ser cultivada e fortalecida.

    Um feiticeiro conseguia forçar sua vontade no ambiente, fazer com que mudasse de acordo com seus desejos. Eles conseguiam criar fogo que queimava por meses, sem nunca apagar. Eles conseguiam afiar metal, até mesmo deixando-o mais forte. Ghile gostava especialmente quando Riff divertia sua irmã, Tia, fazendo com que a água dançasse e assumisse formatos de animais.

    Mas Riff também confessara que um feiticeiro precisava tocar em um pequeno símbolo do que afetava. Riff o chamava de fonte. A parte que realmente deixava Ghile surpreso era que a fonte era consumida quando o feitiço era lançado. Independentemente de conseguir entender, ele sabia que era assim que funcionava.

    Portanto, Riff carregava várias fontes em todas aquelas bolsas e sacos. Pelo jeito, elas agora incluíam pequenos pedaços de metal.

    — Onde você consegue o metal?

    O metal era algo raro entre as pessoas do Berço. Somente os anões supervisores conheciam o segredo de retirá-lo do solo, um segredo que guardavam com muito cuidado.

    Ghile sabia que alguns metais valiam mais do que outros, mas não entendia realmente a diferença. Ele sabia que as moedas que os anões usavam para comprar as pontas de lança e as lâminas de facas que o pai vendia eram de tipos diferentes de metal. Mas seria caro para um feiticeiro trabalhar sua magia em metais quando consumiria parte dele no processo.

    Riff sorriu e ergueu a sobrancelha com um ar de superioridade. — Nós feiticeiros temos nossos meios.

    — Agora você soou como uma das druidesas — brincou Ghile, sabendo como Riff se sentia sobre elas.

    Riff mordeu a isca. — Um feiticeiro não tem nada a ver com uma druidesa. Não suplicamos à Mãe de Todos por seu favor com músicas e danças. Um feiticeiro faz as mudanças que deseja, não com súplicas à mãe dos deuses como uma criança que quer um biscoito.

    — Riff! Chega! — Os dois se encolheram com o tom do feiticeiro. Ghile não percebera que Almoriz estivera ouvindo. Atrás deles, a mula aproveitou a parada e começou a pastar novamente.

    — Eu avisei você antes sobre o desrespeito às filhas — disse Almoriz com o semblante sério. — As druidesas merecem o respeito que recebem. Quantas vezes preciso lembrar que é por meio das súplicas, como você colocou, que os anões sofrem com a nossa existência? Não ensinei as histórias a você?

    Riff baixou os olhos. — Sim, mestre Almoriz, ensinou.

    — Então, lembre-se bem delas ao fazer suas outras lições e tome cuidado com essa sua língua. — Almoriz os encarou por mais um momento antes de se virar e continuar a subir pelo caminho.

    Eles o seguiram em silêncio.

    Um Banquete Noturno

    Tio Toren tivera razão. A mãe de Ghile, Elana, abrira um de seus sorrisos contagiosos ao ouvir a notícia, que rapidamente se espalhara pela Última Aldeia.

    O Vale Inferior e a vila de Pedra Sussurrante ficavam no vale e no outro lado do Chifre, uma viagem de dois dias. A visita do feiticeiro não só possibilitava que o velho Funileiro usasse a magia para consertar potes e afiar aço como nenhum martelo e bigorna conseguiam, mas também levava notícias do restante do Berço.

    O fervor de atividades que encontraram relembrou Ghile dos dias de festivais. Eles passaram sob o portão de madeira da Última Aldeia e o som do vento foi substituído pelas risadas empolgadas e os gritos de seus parentes.

    Ghile não conseguiu evitar e endireitou o corpo ao entrar na Última Aldeia. Não só ele estava com o tio, um lança do Vale Superior, e o pai, o líder do clã, como também com o Feiticeiro de Pedra Sussurrante e seu aprendiz. Ele se imaginou como um herói, voltando para casa depois de uma grande aventura.

    A imaginação dele foi dispersada quando a mãe apareceu, beijou-o e agitou seus cabelos. Ela reclamou da túnica rasgada e, em seguida, enviou-o para a primeira de muitas tarefas que ele teria que fazer para ajudar a preparar o banquete de boas-vindas que se esperava que o pai oferecesse.

    O primo de Ghile, Gar, e sua sombra sempre presente, Bralf, estavam encostados no curral de ovelhas. Gar

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