Paixão divina
De Robyn Grady
3/5
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Sobre este e-book
A única coisa em que Gage Cameron conseguia pensar enquanto conquistava o seu espaço entre os ricos e poderosos era na mulher que amara e perdera doze anos antes. Agora, Jenna Darley estava de volta e ele tinha a oportunidade de emendar os erros do passado.
Jenna estava desesperada por adoptar a sua sobrinha órfã, mas só podia fazê-lo se tivesse um lar. E isso incluía um marido... Gage ofereceu-se para casar com ela, mas só no papel, devendo o enlace terminar assim que a menina estivesse a salvos nos braços dela. Mas a paixão de uma mulher e o amor de um bebé acabariam por representar muito mais do que o magnata esperara.
Robyn Grady
Robyn Grady has sold millions of books worldwide, and features regularly on bestsellers lists and at award ceremonies, including The National Readers Choice, The Booksellers Best and Australia's prestigious Romantic Book of the Year. When she's not tapping out her next story, she enjoys the challenge of raising three very different daughters as well as dreaming about shooting the breeze with Stephen King during a month-long Mediterranean cruise. Contact her at www.robyngrady.com
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Paixão divina - Robyn Grady
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2008 Robyn Grady
© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Paixão divina, n.º 2205 - janeiro 2017
Título original: Baby Bequest
Publicado originalmente por Silhouette® Books
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-9405-1
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Epílogo
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Capítulo Um
– Se vieste ver o meu pai, chegas tarde – Jenna Darley respirou fundo para controlar as lágrimas. Foi enterrado há dois dias.
Gage Cameron, inclinado sobre o curioso cão pastor-alemão de Raphael Darley, levantou a cabeça para fixar uns olhos que conhecia muito bem.
E Jenna sentiu um estranho formigueiro no estômago.
As calças de ganga que costumava vestir doze anos antes tinham sido substituídas por fatos caros mas era evidente que o lobo solitário que ela amara não desaparecera por completo. Felizmente, Jenna decidira crescer. Seguir em frente com a sua vida.
Ele tomara a mesma decisão mas, infelizmente, muito tempo antes.
Depois de acariciar uma última vez as orelhas de Shadow, Gage ergueu-se. Parecendo mais alto do que ela se lembrava, olhou o cuidado jardim daquela casa de família. Embora já não existisse nenhuma «família» naquela casa em Sidney.
O seu pai, a sua irmã gémea e o seu cunhado tinham morrido, vítimas de um terrível acidente de helicóptero. Embora tivesse recebido a notícia dez dias antes, Jenna continuava sem conseguir acreditar. Passava metade do tempo a chorar ou prestes a isso e a outra metade a sentir-se paralisada. O horror era real e, ao mesmo tempo, não parecia sê-lo.
Uns dias antes, sentada no escritório do advogado descobrira que o seu pai havia deixado tudo à sua madrasta, uma elegante mulher de meia-idade que era adorada por toda a gente … toda a gente menos a ovelha negra da família, Jenna.
O pesadelo ainda não tinha terminado.
Gage aproximou-se, com os seus largos ombros a surgirem como uma parede que quase tapava o sol.
– Estava no Dubai quando soube – disse-lhe, com uma voz que se tornara mais rouca com os anos. – Vim assim que pude.
Jenna abraçou-se a si mesma, como se quisese cobrir o espaço vazio que havia dentro dela.
– Pois receio que tenha sido em vão.
«Sobe para o teu avião privado e volta para a tua luxuosa guarida», pensou. «Aqui não há nada para ti».
Gage fez um esgar, como se tivesse lido os seus pensamentos. Mas insistiu:
– Se puder fazer algo por ti…
– Não, obrigada.
Gage Cameron tornara-se um multimilionário. Embora vivesse em Melbourne, o seu êxito era alvo de elogios no mundo inteiro. De Paris a Pequim, fosse onde fosse, os seus penetrantes olhos cinzentos pareciam encontrá-la…
Infelizmente, nem a fama nem o dinheiro poderiam devolver a vida à sua família. Sentia-se no meio de uma escuridão que, tinha a certeza, nunca desapareceria. Mas ainda lhe restava uma pessoa: a sua sobrinha de três meses. Agora, era na pequena Meg que tinha que pensar.
Gage meteu as mãos nos bolsos das calças.
– Vou ficar em Sidney durante umas semanas.
– Tens negócios para tratar?
«Mais milhões para ganhar?».
Aquele homem, tão alto, tão forte, emanava magnetismo. Mas nos seus olhos, claros como água, só via frieza. Tão seguro de si, tão autoritário. Só podia imaginar como se tornara um homem tão implacável…
– O teu pai teria desejado que eu viesse ver se estavas bem.
– Tu eras o filho da governanta, Gage. O meu pai deu-te uma casa, uma educação e tu foste-te embora sem sequer dizeres adeus. Por que achas que se importaria com aquilo que tu fizesses?
– Poderia responder-te, se achasse que isso mudaria alguma coisa.
Ela olhou para ele, cansada, antes de deixar-se cair num banco.
– Deixa lá, é indiferente.
Não se importava de parecer rude ou antipática, não podia evitá-lo. A pouca energia que lhe restava era destinada a uma só coisa.
Meg.
A custódia da menina.
«Que vou fazer?».
Ela tinha um laço de consanguinidade com a menina, o que não sucedia com Leeann Darley. Não era correcto que fosse a sua madrasta a criar Meg, independentemente do que dissesse o advogado ou o testamento do seu pai. Era verdade que, nos últimos dez anos, ela não tinha tido uma morada fixa e, por enquanto, não tinha qualquer direito legal a ficar com a sua sobrinha.
Mas também não pretendia abandoná-la à sua sorte.
Nervosa, encontrou um pauzinho no chão e atirou-o para Shadow ir apanhá-lo enquanto Gage se aproximava.
– Tu e o teu pai nunca se deram bem. Deixou tudo à viúva, não foi?
Tudo, absolutamente tudo.
– Como sabes?
– Ainda não ouviste falar do meu sexto sentido para os negócios?
Jenna assentiu. A intuição de Gage para tudo o que se referia a dinheiro era célebre. Além disso, não era nada fora do comum que um marido deixasse tudo à sua esposa.
Uma folha seca de eucalipto caiu no seu colo e Jenna achatou-a com a mão. As árvores tinham sido acabadas de plantar quando foram viver para aquela casa. E à medida que as árvores se tornavam maiores, ela tornava-se mais infeliz. Até que um dia se foi embora.
A frustração de tentar encontrar um lugar numa família nova, a angustiante tristeza sempre que pensava na sua mãe, o que teria dado para voltar atrás no tempo, até quando eram uma família de verdade…
Mas os contos de fadas eram para crianças. E às vezes nem as crianças podiam contar com isso.
– Não me interessa a herança do meu pai.
– Diz-me, Jenna, doze anos depois… o que é que te interessa?
Ela observou o seu rosto, de traços marcados, e a cicatriz sobre o lábio superior.
– Poderia responder-te, se achasse que isso mudaria alguma coisa – atirou.
– Experimenta – sorriu ele.
Gostaria de fazê-lo. Não tinha muitos amigos, porque saltar de país em país não ajudava a manter amizades, e sentia uma necessidade aflitiva de desabafar com alguém que a conhecesse desde pequena. Gostaria de dizer-lhe que tinha perdoado o pai por voltar a casar-se logo a seguir à morte da sua mãe. Doía-lhe a alma por não ter tido a oportunidade de dizer-lhe que o amava, apesar do eterno conflito…
Mas nunca mais poderia voltar a falar com a sua irmã, a única pessoa no mundo em quem confiava. Amy fora mais que uma irmã para ela, era o seu outro eu. Mas uma parte da sua irmã, do seu legado, continuava viva.
E a verdade saiu dos seus lábios:
– Tenho que lutar pela filha dela.
Gage tirou as mãos dos bolsos da calças.
– Que disseste?
Jenna mordeu o lábio inferior, mas já não podia retirar a frase, tal como não podia retirar a lágrima que lhe rolava pela face.
– Estes últimos dias foram… muito difíceis para mim.
– De que estás a falar? Que filha?
– Amy tem… – Jenna engoliu em seco. – Amy tinha uma menina de três meses.
Ele deixou-se cair no banco, ao lado dela.
– Ele não me disse nada sobre uma menina.
– Quem não te disse nada?
Gage afastou o olhar.
– Refiro-me aos jornais. Só falavam da viúva do teu pai, de ti e dos três passageiros que iam no helicóptero.
Ela assentiu com a cabeça.
– Brad, o marido de Amy, queria a opinião do meu pai sobre uns terrenos que estava a pensar comprar. Saíram às dez da manhã, deixando Meg com a minha madrasta.
Jenna, que pensava ir a Sidney para o baptizado da sobrinha, decidira ficar durante mais algum tempo. Amy estava tão emocionada…
Viam-se de vez em quando mas, conforme passavam os anos, particularmente agora que era tia, não lhe pareciam ser vezes suficientes. E quando recebeu a notícia do acidente apanhou o primeiro avião, sentindo o coração partido.
Antes de chegar, vira muitas fotografias da sobrinha e, desde o acidente, não parava de olhar para elas. A sua favorita era uma de Meg abraçada a um panda de peluche que ela lhe enviara por correio expresso no dia em que ela nascera.
Agora essa menina, Margaret Jane, perdera os pais e vivia com uma mulher que dava