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Deliquescência
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E-book53 páginas38 minutos

Deliquescência

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Sobre este e-book

A Ucrânia está numa encruzilhada, entre a Europa Ocidental de um lado e o grande vizinho russo do outro. O que fazer para escapar da deliquescência?

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento27 de jan. de 2021
ISBN9781071585740
Deliquescência

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    Deliquescência - Pierre Matile

    DELIQUESCÊNCIA

    ––––––––

    Pierre Matile

    © Matile

    Todos os direitos de reprodução, adaptação e tradução, no todo ou em parte, estão reservados para todos os países.

    O autor é o único proprietário dos direitos e responsável pelo conteúdo deste Ebook.

    ISBN:

    ISBN-13:

    índice

    ––––––––

    1 PrÓlogO

    ––––––––

    Deliquescência, a propriedade de alguns corpos de se decomporem, de se tornarem líquidos ao absorver a umidade do ar. Deliquescência, decadência, decomposição resultante da violação das regras morais, degeneração. Talvez seja suficiente, por enquanto, observar que os impérios não são imortais e, portanto, como todos os corpos vivos, estão sujeitos à decomposição.

    Decomposição, divisão de uma unidade em seus elementos constituintes, alteração de uma substância orgânica, desagregação. Decomposição, profunda desorganização, destruição.

    Finitude dos impérios, Ucrânia, 2017, o coração mal bate e ainda luta com a razão apesar de tudo. E ainda, 25 anos já. Gerações de jovens que só se lembram da luta constante contra esse processo irremediável. Nada, nada a fazer, nada em que pensar. Não, sem mais oposição, « sem futuro » ao que parece. O processo de deliquescência ainda está em andamento. Nas cidades, as construções humanas estão pouco a pouco cedendo suas prerrogativas à natureza. As escadas se desintegram e voltam a ser pó, as árvores e os arbustos tomam posse das paredes, as raízes destroem asfalto, as casas se transformam em ruínas, as ruínas em montículos de pedra, os montículos em pó.

    Ucrânia, 2017, a própria sociedade civil está fragmentada sob o impacto da guerra com o grande vizinho russo, um amigo de antigamente, sob a influência da separação do vizinho europeu, sob o impacto do retorno da pobreza e doenças que se pensava terem desaparecido para sempre. Em « In the Country of Last Things » [No País das Últimas Coisas], Paul Auster conta-nos a história de um país imaginário e, no entanto, tão semelhante ao que descreverei brevemente, de um país em que, aos poucos, todos os marcos desaparecem antes que os próprios homens abandonem o lugar. Será o mesmo aqui? Uma explosão da sociedade civil deverá evitar essa decomposição? A gangrena corrói, os membros amputados. Os enxertos deverão evitar o pior? É assim que tudo começa.

    2 O VOO

    ––––––––

    Voo OS 675, Viena, Dnipropetrovsk. Embarque sem percalços, começa a viagem, de um lado ao outro da Europa, de oeste a leste e, no entanto, logo descobrirei, um mundo os separa. O avião é como uma máquina do tempo que me levará mais de quarenta anos no passado em alguns momentos. Transumância nas regras, sob a direção dessas recepcionistas vestidas de vermelho que cuidam da nossa segurança e, recentemente, do pulso dos nossos celulares. « Entre em contato conosco imediatamente se o seu aparelho se apaixonar por você, esquentar e sob a influência da emoção emitir fumaça ou se não estiver mais acessível, sendo lançado sem o seu consentimento por uma pancada da bateria entre dois assentos ».

    Para transumar com total segurança, é preciso se livrar de muitos hábitos, saber desistir, senão cruzar a fronteira do tempo é impossível. Os guardas estão

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