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Nightmares - contos pós pandemia
Nightmares - contos pós pandemia
Nightmares - contos pós pandemia
E-book193 páginas2 horas

Nightmares - contos pós pandemia

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Sobre este e-book

Nightmares é uma série de coletâneas de contos de horror criada por Fernando Lima/Donnefar Skedar em 2018 e lançada pela extinta Elemental Editoração. Em 2021 ganhou sua quarta edição e passou a ser publicado pela editora Obook, mas não recebeu uma versão em 2022 para retornar nesta edição “2023” como o quinto livro da sério intitulado de “Nightmares – contos pós pandemia” trazendo uma seleção de contos no gênero horror.

IdiomaPortuguês
EditoraObook
Data de lançamento20 de abr. de 2023
Nightmares - contos pós pandemia

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    Pré-visualização do livro

    Nightmares - contos pós pandemia - Donnefar Skedar

    Ficha do Livro

    Nightmares 5 — contos pós pandemia,

    Vários Autores

    Organizador: Donnefar Skedar

    Capa: Obook

    Imagem da Capa: Adobe Stock

    Diagramação e Edição: Obook

    Revisão de Texto: Feita pelos próprios participantes

    Copyright desta edição: 2023 © Obook

    Visite nosso site:

    obook.com.br

    1. Coletânea 2. Contos 3. Português 4. Nightmares

    1. Título 2. Livro Digital 3. Coleção

    Todos os direitos sobre esta obra são de exclusividade do selo independente Elemental Editoração, para qualquer tipo de informações ou reproduções sobre a mesma, é necessário a autorização antecipada pelo selo assim como pelos autores participantes deste projeto.

    Sumário

    Ficha do Livro

    Apresentação

    Te Aguardo em Tua Sepultura

    Essas crianças…

    A Casa dos Goméz

    A dama cinzenta

    Matéria orgânica

    A casa do velho Jorge

    Insônia

    O sangue dos proscritos

    Contingências de um fim de tarde

    Alma podre

    A lua do demônio

    O Imperador dos Neandertais

    Delivery

    Até que a morte venha

    Poema na penumbra

    Eclesiastes, 1-14

    O Unhudo

    Luxúria da Carne

    Kida Harara

    O caso doentio da morte de Lorde Elliot

    Apresentação

    Nightmares está de volta e nesta edição especial, com um total de 20 contos e 20 escritores, venho lembrar que o projeto é assim, feito de forma independente com trabalhos de escritores indies que tem como principal objetivo, não apenas mostrar sua arte, mas trazer a você leitor, um pouco de entretenimento. Por este e por tantos outros motivos, gostaria de agradecer sua leitura e claro, entender que alguns dos escritores nesta edição, estão participando com seus primeiros contos tanto no gênero quanto em uma publicação.

    Enfim deixo mais uma edição lançada e ao final você deveria conferir os títulos anteriores e se for um escritor, por que não participar do nosso próximo encontro em Nightmares 6?

    Abraço literário de Donnefar Skedar,

    o Organizador

    Te Aguardo em Tua Sepultura

    Maycon Guedes

    Não sei quanto tempo mais eu tenho, mas preciso registrar isso. Ela tenta me impedir de várias formas; sussurrando palavras aleatórias em meu ouvido, e assim, me atrapalha enquanto escrevo; Ela pode, sutilmente, empurrar minha mão, fazendo da minha escrita um garrancho; Ela pode, também, apagar a vela que ilumina as folhas em que eu escrevo e, mesmo que eu volte a acender, alguns segundos depois, Ela vem e apaga novamente. Não posso morrer sem antes deixar tudo registrado, e de alguma forma, fazer com que minha irmã leia o que escrevi, os horrores que passei, e alertá-la do perigo que a espera. Espero poder concluir esta carta; tentarei ser o mais breve possível. Acredito não ter muito tempo.

    Ontem eu acordei com a luz do Sol ardendo em meu rosto; um jeito horrível de despertar; era como se o Sol viesse ao meu encontro, dentro do meu quarto, pronto para me devorar. Minha janela estava sem cortina, e às duas da tarde, o horário em que acordei, o Sol ardia e minha cabeça doía muito — uma ressaca horrível! Disse para mim mesmo que nunca mais beberia assim novamente — mas eu já disse isso tantas outras vezes. Não lembro como cheguei em casa, mas lembro das dores que me assolam há alguns dias e do exato momento em que elas começaram. A dor em meu tornozelo direito aumentara; foi preciso massagear e fazer alguns movimentos com o pé — ainda na cama — para depois de alguns minutos, eu finalmente conseguir me levantar. De onde vem essa dor? — Eu pensava. Perto das oito da noite, a dor no tornozelo diminuíra bastante; um alívio! Mas, eu comecei a sentir uma sensação estranha, e não era culpa da ressaca; era uma sensação fúnebre, melancólica, gélida, principalmente em meu olfato, pois o cheiro das coisas que eu estava acostumado a sentir parecia ter um odor diferente; o aroma do coentro que eu tanto adoro, por exemplo, invadia minhas narinas com um leve cheiro de vela, me trazendo lembranças das velas que ficam acesas no cemitério. Mais tarde, me preparei para dormir, e a partir daí, tudo piorou! Foi uma madrugada horrível, mas não tão horrível quanto o que eu encontrei ao acordar.

    Esta noite eu tive um pesadelo desesperador. Sonhei que um grande rato negro, do tamanho de uma panela de pressão, com sua cabeça duas vezes maior, estava em minha cama enquanto eu dormia, próximo aos meus pés, e ele me fixava com seu olhar macabro. Seus olhos pareciam duas pequenas bolas de fogo que iluminavam sua face demoníaca na escuridão, deixando aparente seus grandes dentes sedentos por carne humana. Impulsivamente ele abocanhou minha perna e começou a roer; eu não podia me mover enquanto ele cravava os dentes em minha carne, ligeiramente. Imagine uma enxada cavando na terra dura, era essa a imagem que eu via; seus dentes como enxada, arrancando pedaços de mim, cavando sem parar. O sangue escorria no lençol e eu sentia seus dentes potentes batendo em meu osso, fortemente, e os olhos infernais da criatura pareciam brilhar cada vez mais; um brilho que demonstrava prazer; e por um instante, eu juro ter visto aquele rato maldito sorrir, e sem desviar os olhos de mim, cravava os dentes em meu osso. A dor foi tanta que me fez acordar.

    O pior parecia ter acabado, mas, assim que tomei consciência de que tudo não passava de um sonho, eu vi... vi aquela imagem que me causou um arrepio tão forte, mas tão forte que a minha nuca começou a formigar, e o arrepio foi descendo por toda minha espinha dorsal, como água deslizando pelo interior de uma mangueira. Lá estava ela, agachada e pousada em cima dos meus pés, com seu rosto escondido por longos cabelos grisalhos. Era uma mulher vestindo camisola branca, a responsável pelas dores que eu sentia, a mulher que passou as últimas noites pisando em mim. Ela não fazia movimento algum, e meus pés não aguentavam mais todo aquele peso. Eu não podia me mover e, de repente, senti duas mãos geladas e úmidas saindo de trás do meu travesseiro, deslizando pela minha cabeça até chegar em minhas mandíbulas, se firmando com força, uma de cada lado, impossibilitando minha cabeça de fazer algum movimento. E então, eu pude ver aquela mulher se levantar bem devagar, ainda em cima dos meus pés, e eu, sem poder me mover, observei ela vindo em minha direção, pisando agora em minhas coxas, passando pela minha barriga com aquele pé frio e sujo, lentamente. Quando ela chegou mais perto, pude notar que sua camisola estava encardida; uma sujeira que parecia ser terra molhada. Ela sentou em meu peito e ficou me observando por alguns segundos. Foi aí que um forte vento, surgido do nada, elevou seus cabelos deixando sua face à mostra, revelando um rosto velho, enrugado, com olhos negros e opacos, e os buracos de seu nariz estavam cobertos de algodão. Sua boca se aproximou de minha face e começou a espumar, era uma espuma úmida e branca, e logo uma espécie de gelatina densa e amarelada saía daquela boca decrépita, despejando aquele excremento fétido em meu rosto. Finalmente pude me mover e, de súbito, me levantei, e ela desapareceu instantaneamente.

    Eram quase três da manhã e eu não podia voltar a dormir. Saí de casa mancando, por causa da dor que eu sentia no tornozelo. Havia uma carta em minha caixa de correio e estranhei quando vi que era de minha irmã; já faz algum tempo que não nos comunicamos. Comecei a ler e tudo fez sentido. Na carta dizia que nossa tia Melissa faleceu há cinco dias. Eu sabia que, mesmo com as deformidades no rosto daquela mulher que estava em minha cama, ela me parecia familiar. Era ela! O ser que me pisoteava durante a noite; era minha tia Melissa; a velha voltou para se vingar de todos os nossos maus-tratos. A deixamos sozinha para que morresse logo, pois ninguém aguentava passar um minuto sequer ao lado da velha. Isso não é tudo, fizemos com ela coisas que eu me envergonharia de contar a alguém.

    Eu ia responder a carta de minha irmã, que vive na cidade vizinha, mas antes, vim até a casa de meu irmão, que não fica muito longe da minha, para dar-lhe a notícia. Chegando aqui, entrei pela janela da cozinha depois de chamar e bater na porta sem resposta. O motivo da minha invasão foi perceber que seu rádio estava ligado naquela hora da madrugada, tocando jazz em alto volume, impedindo que ele ouvisse meus gritos. Dentro da casa chamei por ele e não obtive resposta; entrei em seu quarto e vi uma cena tão assustadora quanto a que eu vi minutos atrás em minha cama. Meu irmão estava estirado na cama, com seu pescoço estranhamente deformado, como uma peça de roupa que, depois de lavada, fora torcida por mãos fortes; em seus tornozelos havia uma mancha negra e espessa, e seu rosto demonstrava muito pavor; olhos arregalados e boca aberta, como se mesmo depois de morto ele ainda tentasse gritar; uma visão horrível. Tentei sair da casa, mas não podia; eu mal conseguia me mover quando chegava perto da porta; era como em um filme que eu tinha assistido anos atrás, de Luis Buñuel, onde as pessoas, misteriosamente, não conseguiam sair de dentro de uma casa, e eu estava numa situação parecida naquele momento. O rádio que tocava jazz agora chiava e me causava arrepios. Fui desligá-lo, quando uma voz gutural saindo do aparelho disse: te aguardo em tua sepultura!

    Terei o mesmo destino de meu irmão? Poderei escapar? Preciso avisar minha irmã. Tudo se apagou e eu fiquei na escuridão, sem energia. E aqui estou, no quarto, com o corpo de meu irmão à luz de velas. Estou tentando escrever e espero que alguém encontre esta carta e entregue para minha irmã o mais depressa possível. Meu irmão parece me encarar enquanto escrevo, parece estar vivo e rosnando baixinho, querendo rir da minha cara. Sinto que ele vai vir para cima de mim. Ele me encara com aqueles grandes olhos que refletem a chama da vela. Estou convicto de que ele já faz parte das trevas, juntamente da tia Melissa, que me atormenta enquanto escrevo — maldita! Não posso vê-la, mas posso senti-la ao meu lado. Agora eu tenho certeza de que meu irmão está se tornando uma criatura maligna; enquanto escrevo, neste exato momento, noto que ele faz pequenos movimentos na cama, mesmo depois de morto, e seu olhar parece estar cada vez mais fixado em mim; sinto que ele vai se levantar, eu sinto, e tenho muito medo; minhas mãos tremem muito, estou desesperado; ele me assusta mais que a velha; que rosto maléfico! Por que não para de me encarar? Sinto que ele está prestes a me atacar. Não sei como terminará esta noite, não sei se continuarei vivo, mas, se você estiver lendo essa carta, por favor, entreg………….

    Essas crianças…

    Lice P. Gonçalves

    Hoje eu pego essas crianças!

    Penso enquanto me agacho e escondo atrás da porta entreaberta daquela velha casa. No escuro da noite, encolhido e pronto para agarrar o primeiro moleque que ousasse aparecer por lá, aguardo o som da maldita campainha.

    Você deve pensar, que sujeito maluco faria tal coisa, não é? Mas vou contar toda a história e me dará razão.

    Meu nome é José Antônio, mas todo mundo me chama de Zé mesmo, nasci na boa e velha cidade de Ouro Preto em Minas Gerais, sou formado em análise e desenvolvimento de sistemas e trabalho para uma multinacional com foco em implementação de novas tecnologias em sistemas de rede. Às vezes, a empresa me envia para realizar alguns projetos em diversos lugares do mundo, este foi um dos motivos pelo qual me candidatei para esta vaga. Imagina ter a oportunidade de ser pago para viajar pelo mundo, conhecer novas culturas e pessoas sem pagar nada por isso, um emprego dos sonhos, diriam muitos.

    Tudo na minha vida ia muito bem, havia comprado minha casa própria há dois meses e planejava me casar com a mulher da minha vida, Luísa, uma artista plástica de longos cabelos ruivos, sardas por todo o rosto e o sorriso mais encantador que já vi.

    Ah, Luísa, deveria ter ficado ao seu lado…

    Minha vida ia muito bem até aceitar este projeto! Bem, você vai me perguntar o que aconteceu para que eu acabasse nessa estranha situação, não é mesmo?

    Pois bem, deixo aqui meu relato.

    Há cerca de um mês, uma das filiais da empresa em que presto serviço começou a apresentar dificuldades para instalar o novo sistema de redes e fui convidado a corrigir os problemas operacionais e preparar o grupo de funcionários que, aparentemente, não se adequaram às novas atualizações das quais todos os demais escritórios ao redor do globo já dominavam. Sou considerado um dos melhores da minha área e vi ali uma oportunidade para mostrar o meu valor e, quem sabe, correr atrás de uma promoção, afinal, tinha planos de aumentar minha família em breve.

    A sede ficava na cidade de Oklahoma, nos Estados Unidos e a empresa alugou uma velha casa para que eu pudesse ficar durante a execução do projeto. A casa em estilo colonial, remetia às antigas residências do final do século XIX. Feita toda em madeira, seu aspecto um tanto quanto mal cuidado não ocultava detalhes primorosos do passado como os entalhes na madeira do corrimão da escada ou os ladrilhos pintados a mão no piso da cozinha. O imóvel certamente já fora digno de uma família abastada no passado, mas a falta de manutenção o transformou em um lugar de aspecto triste e macabro. Como eu não pretendia me demorar, nada disso me incomodou.

    Na casa de dois andares e diversos cômodos, me instalei em um dos quartos cuja janela dava para os jardins do fundo, uma área extensa, mas tão malcuidada quanto o resto do imóvel. O mato alto cobria todo o chão e ao fundo uma enorme árvore de galhos retorcidos com sua copa repleta de folhas verdes parecia a única coisa de toda a casa que fora conservada, um velho e bom Olmo Americano, uma linda árvore típica daquela região.

    A sede da empresa onde eu deveria realizar a manutenção era bem próxima da casa, então me dirigi para lá planejando concluir meu trabalho o mais rápido possível e voltar ao Brasil para formalizar o meu noivado com uma festa grandiosa.

    Já em meu

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