O alienista
5/5
()
Sobre este e-book
Machado de Assis
Joaquim Maria Machado de Assis (Rio de Janeiro, 21 de junho de 1839 Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1908) foi um escritor brasileiro, considerado por muitos críticos, estudiosos, escritores e leitores o maior nome da literatura brasileira.
Leia mais títulos de Machado De Assis
Machado de Assis: obras completas Nota: 4 de 5 estrelas4/5Dom Casmurro: Edição anotada, com biografia do autor e panorama da vida cotidiana da época Nota: 4 de 5 estrelas4/5O alienista: Em quadrinhos Nota: 4 de 5 estrelas4/525 contos de Machado de Assis Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos de Suspense e Terror: Obras primas de grandes mestres do conto Nota: 0 de 5 estrelas0 notasConto de escola em quadrinhos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs Melhores Contos Brasileiros - I Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos do mar sem fim Nota: 4 de 5 estrelas4/5MACHADO DE ASSIS: Os melhores contos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDom Casmurro: Ilustrado, comentado, com glossário Nota: 5 de 5 estrelas5/5Contos Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Alienista: Versão adaptada para neoleitores Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Causa Secreta Nota: 0 de 5 estrelas0 notasQuincas Borba: Edição anotada, com biografia do autor e panorama da vida cotidiana da época Nota: 4 de 5 estrelas4/5Contos de Machado de Assis Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO espelho e outros contos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCasa Velha: Edição anotada, com biografia do autor e panorama da vida cotidiana da época Nota: 4 de 5 estrelas4/5Góticos II: Lúgubres mistérios – Contos clássicos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDom Casmurro: Edição bilíngue português-inglês Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMemorias Posthumas de Braz Cubas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGótico Americano Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Relacionado a O alienista
Ebooks relacionados
Memórias Póstumas de Brás Cubas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA metamorfose Nota: 5 de 5 estrelas5/5Crime e castigo Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Processo Nota: 5 de 5 estrelas5/5Os MISERÁVEIS - Victor Hugo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Morro dos Ventos Uivantes Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs sofrimentos do jovem Werther Nota: 4 de 5 estrelas4/5Quincas Borba Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Conde de Monte Cristo: Edição Completa Nota: 5 de 5 estrelas5/5Dom Quixote Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMemórias de um sargento de milícias Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO mercador de Veneza Nota: 5 de 5 estrelas5/5Persuasão Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAna Karenina Nota: 5 de 5 estrelas5/5Ilusões Perdidas Nota: 4 de 5 estrelas4/5A morte de Ivan Ilitch Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Alienista Nota: 4 de 5 estrelas4/5Mulherzinhas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Retrato de Dorian Gray Nota: 4 de 5 estrelas4/5O Grande Gatsby Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs Melhores Contos de Franz Kafka Nota: 5 de 5 estrelas5/5Otelo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO homem invisível Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUm estudo em vermelho Nota: 0 de 5 estrelas0 notasBons dias Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGuerra e Paz Nota: 4 de 5 estrelas4/5O castelo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs belos e malditos Nota: 4 de 5 estrelas4/5O comitê da morte Nota: 3 de 5 estrelas3/5Contos de Lima Barreto Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Ficção psicológica para você
O Caminho Pascal Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Idiota Nota: 5 de 5 estrelas5/5Deus Está a Salvar-me… e a Libertar-me de Todo Mal: Perguntas frequentes sobre o demónio e os exorcismos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUm Bom Dia Para Morrer Nota: 0 de 5 estrelas0 notasManual Prático de Produção Gráfica - 4ª Ed. Nota: 5 de 5 estrelas5/5Recebeste de Graça, dai de Graça: Homilias para o Ano A Nota: 0 de 5 estrelas0 notasProvocação: A Série Sinal Volumes 1, 2 e 3, #1 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Poder E A Força Do Pensamento Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCarta para alguém bem perto Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFazei tudo o que Ele vos disser: Homilias para o Ano C Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTampa Nota: 3 de 5 estrelas3/5Doações em vida com finalidades sucessórias Nota: 0 de 5 estrelas0 notasViver a Missa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs Constituições Portuguesas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEleanor Oliphant está muito bem Nota: 5 de 5 estrelas5/5A falta Nota: 5 de 5 estrelas5/5O esquizoide: Coração na boca Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCure suas mágoas e seja feliz Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCurso de Direitos Reais - 4ª Ed. Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Evangelho de Maria: A Mulher que Venceu o Mal Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDo Sentido de Ser Cristão Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Minha Filha vai Casar: As receitas de nossa casa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasImersão: Um romance terapêutico Nota: 1 de 5 estrelas1/5As pessoas dos livros Nota: 0 de 5 estrelas0 notasNadando de Volta Para Casa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPerfeitamente inadequado Nota: 4 de 5 estrelas4/5
Categorias relacionadas
Avaliações de O alienista
3 avaliações1 avaliação
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Um livro bem curto, onde se trata de um debate sobre a sanidade e a normalidade humana, e até onde, nós seres de uma sociedade, concluímos algo passível de afirmar, isso é, o que é normal e o que não é. Nessa obra, pessoas alienadas são vistas como pessoas loucas, que devem ser tratadas por médicos, especificamente psiquiatras. Como protagonista, temos Dr. Simão Bacamarte, um psiquiatra que era conhecido como Alienista, pois tinha como função ajudar seus pacientes com esse diagnóstico. Uma literatura muito prazerosa, com uma crítica incrível e um Plot muito polêmico, onde cabe ao leitor á tirar suas próprias conclusões. Se passa no passado, porém, a mensagem que a abra passa é muito interessante e se refletirmos tem bastante á ver com a nossa realidade atual. Um clássico nacional, simplesmente, Machado de Assis.
Pré-visualização do livro
O alienista - Machado de Assis
Esta é uma publicação Principis, selo exclusivo da Ciranda Cultural
© 2019 Ciranda Cultural Editora e Distribuidora Ltda.
Texto
Machado de Assis
Revisão
Casa de ideias
Produção e projeto gráfico
Ciranda Cultural
Ebook
Jarbas C. Cerino
Imagens
AntonZzz/Shutterstock.com;
fredrisher/Shutterstock.com;
alaver/Shutterstock.com;
Ellegant/Shutterstock.com;
geen graphy/Shutterstock.com;
Questões de vestibular comentadas pelo Mestre em Literatura Felipe Augusto Caetano.
Mestre, bacharel e licenciado em Letras pela FFLCH/USP; Universidade
de Franca, foi docente de Língua Portuguesa, Linguística e Literatura
em colégios, cursos de línguas e preparatórios para vestibular.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD
A848a Assis, Machado de, 1839-1908
O Alienista [recurso eletrônico] / Machado de Assis. - Jandira : Principis, 2021.
80 p. ; ePUB ; 1,5 MB. – (Clássicos da literatura)
Inclui índice. ISBN: 978-65-5552-390-4 (Ebook)
1. Literatura brasileira. 2. Contos. I. Título.
Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410
Índice para catálogo sistemático:
1. Literatura brasileira : Contos 869.8992301
2. Literatura brasileira : Contos 821.134.3(81)-34
1a edição em 2020
www.cirandacultural.com.br
Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada em sistema de busca ou transmitida por qualquer meio, seja ele eletrônico, fotocópia, gravação ou outros, sem prévia autorização do detentor dos direitos, e não pode circular encadernada ou encapada de maneira distinta daquela em que foi publicada, ou sem que as mesmas condições sejam impostas aos compradores subsequentes.
CAPÍTULO I DE COMO ITAGUAÍ GANHOUUMA CASA DE ORATES
As crônicas da vila de Itaguaí dizem que em tempos remotos vivera ali um certo médico, o Dr. Simão Bacamarte, filho da nobreza da terra e o maior dos médicos do Brasil, de Portugal e das Espanhas. Estudara em Coimbra e Pádua. Aos trinta e quatro anos regressou ao Brasil, não podendo el-rei alcançar dele que ficasse em Coimbra, regendo a universidade, ou em Lisboa, expedindo os negócios da monarquia.
– A ciência – disse ele a Sua Majestade – é o meu emprego único; Itaguaí é o meu universo.
Dito isso, meteu-se em Itaguaí, e entregou-se de corpo e alma ao estudo da ciência, alternando as curas com as leituras, e demonstrando os teoremas com cataplasmas. Aos quarenta anos casou com D. Evarista da Costa e Mascarenhas, senhora de vinte e cinco anos, viúva de um juiz de fora, e não bonita nem simpática. Um dos tios dele, caçador de pacas perante o Eterno, e não menos franco, admirou-se de semelhante escolha e disse-lho. Simão Bacamarte explicou-lhe que D. Evarista reunia condições fisiológicas e anatômicas de primeira ordem, digeria com facilidade, dormia regularmente, tinha bom pulso, e excelente vista; estava assim apta para dar-lhe filhos robustos, sãos e inteligentes. Se além dessas prendas, únicas dignas da preocupação de um sábio, D. Evarista era mal composta de feições, longe de lastimá-lo, agradecia-o a Deus, porquanto não corria o risco de preterir os interesses da ciência na contemplação exclusiva, miúda e vulgar da consorte.
D. Evarista mentiu às esperanças do Dr. Bacamarte, não lhe deu filhos robustos nem mofinos. A índole natural da ciência é a longanimidade; o nosso médico esperou três anos, depois quatro, depois cinco. Ao cabo desse tempo fez um estudo profundo da matéria, releu todos os escritores árabes e outros, que trouxera para Itaguaí, enviou consultas às universidades italianas e alemãs, e acabou por aconselhar à mulher um regímen alimentício especial. A ilustre dama, nutrida exclusivamente com a bela carne de porco de Itaguaí, não atendeu às admoestações do esposo; e à sua resistência, explicável, mas inqualificável, devemos a total extinção da dinastia dos Bacamartes.
Mas a ciência tem o inefável dom de curar todas as mágoas; o nosso médico mergulhou inteiramente no estudo e na prática da medicina. Foi então que um dos recantos desta lhe chamou especialmente a atenção, o recanto psíquico, o exame de patologia cerebral. Não havia na colônia, e ainda no reino, uma só autoridade em semelhante matéria, mal explorada, ou quase inexplorada. Simão Bacamarte compreendeu que a ciência lusitana, e particularmente a brasileira, podia cobrir-se de louros imarcescíveis
, expressão usada por ele mesmo, mas em um arroubo de intimidade doméstica; exteriormente era modesto, segundo convém aos sabedores.
– A saúde da alma – bradou ele – é a ocupação mais digna do médico.
– Do verdadeiro médico – emendou Crispim Soares, boticário da vila, e um dos seus amigos e comensais.
A vereança de Itaguaí, entre outros pecados de que é arguida pelos cronistas, tinha o de não fazer caso dos dementes. Assim é que cada louco furioso era trancado em uma alcova, na própria casa, e, não curado, mas descurado, até que a morte o vinha defraudar do benefício da vida; os mansos andavam à solta pela rua. Simão Bacamarte entendeu desde logo reformar tão ruim costume; pediu licença à câmara para agasalhar e tratar no edifício que ia construir todos os loucos de Itaguaí, e das demais vilas e cidades, mediante um estipêndio, que a câmara lhe daria quando a família do enfermo o não pudesse fazer. A proposta excitou a curiosidade de toda a vila, e encontrou grande resistência, tão certo é que dificilmente se desarraigam hábitos absurdos, ou ainda maus. A ideia de meter os loucos na mesma casa, vivendo em comum, pareceu em si mesma sintoma de demência e não faltou quem o insinuasse à própria mulher do médico.
– Olhe, D. Evarista – disse-lhe o padre Lopes, vigário do lugar –, veja se seu marido dá um passeio ao Rio de Janeiro. Isso de estudar sempre, sempre, não é bom, vira o juízo.
D. Evarista ficou aterrada. Foi ter com o marido, disse-lhe que estava com desejos
, um principalmente, o de vir ao Rio de Janeiro e comer tudo o que a ele lhe parecesse adequado a certo fim. Mas aquele grande homem, com a rara sagacidade que o distinguia, penetrou a intenção da esposa e redarguiu-lhe sorrindo que não tivesse medo. Dali foi à câmara, onde os vereadores debatiam a proposta, e defendeu-a com tanta eloquência, que a maioria resolveu autorizá-lo ao que pedira, votando ao mesmo tempo um imposto