A Caverna Misteriosa
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Sobre este e-book
Os potentes computadores demoraram doze horas para decodificar os números e as letras. Depois, com a ajuda de um par de cartógrafos peritos, os dois principais chefes estudaram o lugar. Com efeito, como esperavam, tratava-se da selva do Congo, quase nos afluentes do rio Congo, na África Central.
– Trata-se da República do Congo – informou um dos geógrafos. – Mas em plena selva.
– A selva estende-se verticalmente a uma altura incrível, além de ser muito espessa. Os paraquedas se romperiam, e muitos ficariam cravados nos galhos e outros cairiam de grandes altura e acabariam morrendo. Definitivamente, é preciso descer em uma clareira, mesmo que fique mais distante. Sinto dizer, não será tão fácil. Mas o que estão indo buscar nesse lugar tão remoto e perigoso?
– Acreditaria em nós se disséssemos que não temos a mínima ideia? – sorriu ironicamente o General.
Perdido no coração da selva africana, esconde-se um grande segredo. Os militares tentam descobrir do que se trata. Seria indício de vida extraterrestre? Estariam os aliens tentando estudar – ou invadir – a Terra? Venha você descobrir o que intriga e preocupa nossos heróis aventureiros. E se prepare para um final extremamente surpreendente!
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A Caverna Misteriosa - LUIS NELSON RODRÍGUEZ CUSTODIO
Sumário
A Caverna Misteriosa | Prólogo
A Caverna Misteriosa
Prólogo
Quando o satélite estadunidense de inteligência eletrônica (SIGINT) encarregado de espiar comunicações e sistemas eletrônicos, Orión 18, recebeu a comunicação, transmitiu-a imediatamente ao Pentágono.
O General Noah Johnson curvou seu enorme corpo de dois metros de altura na frente de uma das telas e, por cima do ombro do operador que o chamara, olhou com surpresa o monitor e notou de relance que o segundo em comando, o Major Liem Smith, havia-se aproximado e olhava para o mesmo lado. Portanto, perguntou:
― O que acha disso, Major? Você é fluente em árabe.
Este demorou a responder, meditando enquanto olhava em volta o tumultuado centro de comunicações do Pentágono.
Todo o lugar estava repleto de aparelhos eletrônicos e computadores utilizados por cerca de duzentos soldados, todos especialistas em diferentes áreas.
Finalmente, Smith, olhando para baixo diretamente nos olhos azuis de seu superior, opinou:
― Pelas siglas, a comunicação vem de um grupo árabe-russo, totalmente independente de seus governos, chamado Os Vingadores do Todo-Poderoso. Mas o que diz... é... extremamente misterioso.
O General leu de novo, em voz alta, graças ao tradutor automático:
― Encontramos algo completamente incomum ao baixar às profundezas de uma caverna. Algo que poderia mudar o conceito de tudo o que conhecemos. Precisamos que venham o mais rápido possível. É necessário transportar... isto. Seguem as coordenadas em código. Nossos inimigos poderiam rastrear o chamado.
― Aqui há algo estranho ― opinou o Major, apertando os lábios e movendo negativamente a cabeça. ― Por que não puseram toda a mensagem em código, e não apenas as coordenadas?
― Com efeito, é algo que chama a atenção ― aprovou Johnson, olhando para seu interlocutor. ― Mas isso é algo que não podemos simplesmente ignorar e deixar de lado. E se for verdade? Parece algo muito importante.
― Justamente. Temos que mandar homens até esse lugar. Mas, antes, vamos nos respaldar com um satélite infravermelho. Poderia ser uma armadilha. Em primeiro lugar, temos que conseguir decifrar onde fica esse lugar, mas creio que seja um território remoto, pois se manteve em segredo até agora.
― Tem toda razão ― concordou o General.
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1
Os potentes computadores demoraram doze horas para decodificar os números e as letras. Depois, com a ajuda de um par de cartógrafos peritos, os dois principais chefes estudaram o lugar. Com efeito, como esperavam, tratava-se da selva do Congo, quase nos afluentes do rio Congo, na África Central.
― Trata-se da República do Congo ― informou um dos geógrafos. ― Mas em plena selva.
― De todo modo ― falou seu colega ― convém levar alguém que conheça o quicongo, o lingala ou o francês.
― Francês nessa região? ― estranhou o Major.
― Os europeus chegaram no século XVI, e o país tornou-se colônia da França sob o nome de Congo Francês ― esclareceu o último perito que falara, acrescentando com um sorriso. ― Além de geógrafo, sou perito em história. Aqui estamos os melhores, não? Em meados do século XX, entretanto, o país, após vários regimes políticos, alcançou a democracia. Mas não se iludam achando que a missão será fácil. A selva tropical do Congo é a segunda maior floresta tropical do mundo, abarcando setecentos mil quilômetros quadrados, e está repleta de perigos.
― Todos devem ser vacinados contra a malária antes da viagem ― advertiu o primeiro ―, sobretudo por causa do mosquito Anopheles, mas não se esqueçam também da mosca tsé-tsé, das formigas, dos cupins e de outros insetos. Isso, sem falar de crocodilos, pítons, aranhas, gorilas, elefantes, mambas (que são as serpentes mais rápidas da África e extremamente venenosas), e muitos outros animais peçonhentos.
― Sim, e as pítons ― continuou o outro ― são cobras constritoras enormes.
― Definitivamente, é preciso saltar de paraquedas o mais perto possível ― opinou de modo firme e decidido o General.
― Tampouco é tão fácil ― respondeu o que havia falado antes. ― A selva estende-se verticalmente a uma altura incrível, além de ser muito espessa. Os paraquedas se romperiam, e muitos ficariam cravados nos galhos e outros cairiam de grandes altura e acabariam morrendo. Não. Definitivamente, é preciso descer em uma clareira, mesmo que fique mais distante. Sinto dizer, não será tão fácil. Mas o que estão indo buscar nesse lugar tão remoto e perigoso?
― Acreditaria em nós se disséssemos que não temos a mínima ideia? ― sorriu ironicamente o General.
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2
O pessoal foi escolhido entre os melhores homens com os quais contavam.
No comando estava um especialista veterano de centenas de guerrilhas em plena selva, o Tenente Benjamín Brown; como seu assistente, o Sargento-Major William Tyler, tão audaz e experiente quanto o primeiro.
Ademais, havia noventa soldados experientes, muitos deles de especialidades diversas, como tradutores, um par de médicos peritos em doenças tropicais e venenos diversos, um cientista especialista em animais e botânica florestal, além de outros de diferentes áreas, para facilitar o máximo possível a missão.
E, obviamente, todos eram militares e estavam bem armados. Além dos perigos naturais da selva, não esqueciam que deveriam enfrentar tropas de rebeldes fanáticos, que lutariam até morrer.
O controle por satélite determinou que a zona mais próxima para saltar dos aviões era um pequeno espaço descampado que se formara após um voraz incêndio já apagado, mas onde começava a crescer novamente a vegetação. O local ficava a uns trinta quilômetros do destino, uma distância pequena em qualquer outro lugar, mas um percurso cheio de perigos ali. É claro que poderiam saltar na água, mas havia o perigo dos crocodilos, dos rinocerontes, das piranhas, etc..
Pouco antes de partir, o Tenente Brown discursou à tropa:
― Companheiros! Não vou enganá-los. A missão da qual nos encarregaram é duplamente perigosa. Vi muitos homens enlouquecerem na selva. Além do mais, ao final do caminho, terroristas fanáticos nos esperam. Os satélites não os registraram, mas, segundo nossos superiores, podem estar em uma grande caverna onde há algo importante que desconhecemos. É provável que tenhamos que arrancar deles. Então, eu peço, para o seu bem, que obedeçam às ordens do Sargento-Major Tyler e às minhas sem hesitarem nem por um instante. Isso, claro, se quiserem continuar vivos.
Todos se calaram e se entreolharam.
Os quase cem soldados partiram em quatro poderosos aviões para realizar um voo direto atravessando o Oceano Atlântico. Praticamente todos tinham experiência em combate. Mas estavam nervosos. Sabiam que aquilo era diferente. O que ninguém suspeitava era o quão diferente seria.
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3
Após um voo bastante longo em que a tensão tomou conta de todos os homens, os aviões baixaram um pouco, e a intermitente luz vermelha que indicava que estavam na zona do salto acendeu-se.
Imediatamente, os que estavam no comando de cada avião prepararam seus soldados para a ação. A luz acendia-se dez minutos antes e, quando se apagava, era o momento exato de saltar. Os paraquedas eram direcionais; portanto, se uma rajada de vento desviasse alguém de seu objetivo, a pessoa poderia corrigir o rumo com manobras individuais.
O pessoal pegou suas armas e munições e se preparou para a difícil missão. Quando a luz se apagou, foram pulando um a um, sem hesitar. O vento golpeava o rosto dos soldados tão logo se viam do lado de fora, mas nenhum deles titubeou. Todos tinham treinamento de sobra em paraquedismo. Claro que aquilo era diferente. Milhares de perigos e desconfortos esperavam-nos mais abaixo.
Antes de cair, quando já estavam perto do solo, um odor de vegetação em putrefação e úmida