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Equador Morto
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E-book44 páginas30 minutos

Equador Morto

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Sobre este e-book

Muitos anos depois de criaturas lendárias terem surgido na Terra e dominado todo o hemisfério norte, a Humanidade vive apenas no hemisfério sul, escudada por uma barreira construída à volta do mundo, sobre a linha do Equador. Uma equipa de reparações é atacada numa missão a norte da barreira e o capitão Marco, o único sobrevivente, só quer regressar a casa.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento26 de jul. de 2013
ISBN9781301941247
Equador Morto
Autor

Manuel Alves

https://www.patreon.com/manuelalves--O autor só fala de si mesmo na terceira pessoa quando tem de falar do autor ou, é claro, quando pratica a extraordinária arte da feitiçaria imaginativa — há quem lhe chame Escrita. Se houvesse na minha vida lugar para gatos, teria dois e um seria um Gremlin disfarçado. Tenho um furão e uma hiena — ambos imaginários.--The author only speaks of himself in the third person when he has to speak about the author or, of course, when he conjures the extraordinary art of imaginative sorcery—some call it Writing. If there was any place for cats in my life, I would have two and one of them would be a Gremlin in disguise. I have a ferret and a hyena—both imaginary.

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    Equador Morto - Manuel Alves

    Marco passou os dedos nas letras da etiqueta de metal mutável fixada nas costas da luva direita. «Marco Lopes | 100% Humano». Os sensores do fato hermético mediam-lhe os sinais vitais e a memória do metal traduzia os impulsos na informação mais importante de todas. 100% Humano. Havia outras luvas no chão. A que tinha aos pés podia ter a mão dele lá dentro, mas o nome escrito na etiqueta era outro. Deviam identificar todas as partes do corpo dos soldados com uma etiqueta daquelas. Cabeça, tronco e membros devidamente etiquetados para futuro reconhecimento em caso de eventual, e muito provável, desmembramento. Ia facilitar o reconhecimento do corpo se restasse apenas uma das partes. Seria fácil saber de quem era aquela bota que calçava alguém de quem só restou metade de uma perna, e de quem era aquela cabeça dentro do capacete com três rasgos diagonais deixados pelas garras que estilhaçaram uma lente. Marco estava rodeado pelas partes etiquetadas e por etiquetar que restavam da equipa de reparações. Todos conheciam os riscos. Eram militares. A etiqueta da luva no chão tinha apenas o nome do soldado a quem pertenceu, sem informação adicional acerca da percentagem ideal de humanidade. Era irrelevante, dado que as restantes partes do corpo estavam espalhadas pelo chão e misturadas com as dos outros corpos. Há meses que não havia uma chacina daquelas tão perto do limite da zona de exclusão. Os lança-chamas originais estavam a ficar mais ousados, com incursões cada vez mais próximas da linha a partir da qual até a terra do chão estava morta. E também deviam estar a ficar mais inteligentes. Passaram a destruir os veículos de transporte logo no primeiro ataque. Mais uma carcaça metálica para se juntar às restantes derretidas ao longo do limite da zona de exclusão. Marco escapou porque o dragão encheu-se de matar e voou dali. Sorte. Relativa sorte.

    A merda da China. Não lhe bastou tornar-se o país capaz de reproduzir clones de tudo o que existia, tinha de provar ao mundo que também era capaz de clonar lendas e torná-las reais. A merda da China e mais a merda dos dragões. Ninguém fez nada até todos serem forçados a admitir que já não era possível fazer nada. Nada, excepto evacuar metade do mundo e dividir o planeta pelo Equador, com uma barreira sólida de duzentos metros de altura.

    A primeira barreira, construída bem antes de Marco ter nascido, tinha apenas cinquenta metros de altura e tornara-se numa tentativa fracassada da

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