Dorothy e o mágico de Oz
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Sobre este e-book
L. Frank Baum
L. Frank Baum (1856-1919) was an American author of children’s literature and pioneer of fantasy fiction. He demonstrated an active imagination and a skill for writing from a young age, encouraged by his father who bought him the printing press with which he began to publish several journals. Although he had a lifelong passion for theater, Baum found success with his novel The Wonderful Wizard of Oz (1900), a self-described “modernized fairy tale” that led to thirteen sequels, inspired several stage and radio adaptations, and eventually, in 1939, was immortalized in the classic film starring Judy Garland.
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Dorothy e o mágico de Oz - L. Frank Baum
Esta é uma publicação Principis, selo exclusivo da Ciranda Cultural
© 2021 Ciranda Cultural Editora e Distribuidora Ltda.
Traduzido do original em inglês
Dorothy and the Wizard in Oz
Texto
L. Frank Baum
Tradução
Karine Simões
Preparação
Otacílio Palareti
Revisão
Fátima Couto
Produção editorial
Ciranda Cultural
Diagramação
Linea Editora
Design de capa
Ciranda Cultural
Ebook
Jarbas C. Cerino
Imagens
welburnstuart/Shutterstock.com;
Juliana Brykova/Shutterstock.com;
shuttersport/Shutterstock.com;
yuriytsirkunov/Shutterstock.com;
Reinke Fox/Shutterstock.com
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD
B347d Baum, L. Frank
Dorothy e o mágico de Oz [recurso eletrônico] / L. Frank Baum ; traduzido por Karine Simões. - Jandira, SP : Principis, 2021.
144 p. ; ePUB ; 1,7 MB. - (Terra de Oz)
Tradução de: Dorothy and the wizard in Oz
Inclui índice. ISBN: 978-65-5552-518-2 (Ebook)
1. Literatura infantil. 2. Romance. 3. Literatura americana. I. Simões, Karine. II. Título. III. Série.
Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410
Índice para catálogo sistemático:
1. Literatura infantil 028.5
2. Literatura infantil 82-93
1a edição em 2020
www.cirandacultural.com.br
Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada em sistema de busca ou transmitida por qualquer meio, seja ele eletrônico, fotocópia, gravação ou outros, sem prévia autorização do detentor dos direitos, e não pode circular encadernada ou encapada de maneira distinta daquela em que foi publicada, ou sem que as mesmas condições sejam impostas aos compradores subsequentes.
Um registro fiel das incríveis aventuras em um mundo subterrâneo e de como, com a ajuda de seus amigos Zeb Hugson, Eureka, a gatinha, e Jim, o cavalo de carga, Dorothy finalmente retorna à maravilhosa Terra de Oz.
por L. Frank Baum, Historiador Real de Oz
.
Aos meus leitores
Não adianta, as crianças não me deixam parar de contar histórias sobre a Terra de Oz. Eu conheço muitas outras narrativas e espero contá-las algum dia; mas por enquanto meus amáveis tiranos não me possibilitam fazer isso. Eles gritam: Oz! Oz! Queremos saber mais sobre Oz, sr. Baum!
, e o que eu poderia fazer, senão obedecer a seus comandos? Este livro é nosso – meu e das crianças, pois elas me deram milhares de sugestões para ele, e eu tentei inseri-las o máximo que pude para encaixá-las na história.
Após o maravilhoso sucesso de Ozma de Oz, ficou claro que Dorothy se tornaria uma personagem fixa nos livros. Todos amam Dorothy, e, como um dos meus amiguinhos costuma dizer: Sem ela, não é uma história de Oz de verdade
. Então, novamente, aqui está ela, doce, gentil e inocente como sempre, sendo a heroína de outra aventura estranha.
Houve muitos pedidos de meus pequenos correspondentes para que tivesse mais coisas sobre o Mágico
. Parece que nosso camarada fez muitos amigos no primeiro livro de Oz, apesar de ele abertamente se assumir um farsante
. As crianças acompanharam sua viagem em direção ao céu em um balão, e todos estavam esperando que ele descesse novamente. E qual seria minha alternativa a não ser contar o que aconteceu com ele depois disso? Vocês irão encontrá-lo nestas páginas, exatamente o mesmo mágico farsante de antes.
Uma coisa que as crianças me pediram que eu achei impossível de fazer foi pôr o Totó, o cachorrinho preto de Dorothy, que é muito querido entre meus leitores. Mas vocês verão, quando começarem a leitura, que Totó estava no Kansas enquanto Dorothy estava na Califórnia, por isso ela teve que começar sua aventura sem ele. Neste livro, Dorothy levou sua gatinha com ela em vez de seu cachorro, mas no próximo livro de Oz, se eu tiver permissão para escrever um, pretendo me aprofundar na história de Totó.
A princesa Ozma, a quem amo tanto quanto meus leitores, novamente é introduzida nesta história, assim como vários de nossos velhos amigos de Oz. Vocês também conhecerão Jim, o cavalo de carga, os nove leitõezinhos e Eureka, a gatinha. Lamento que a gatinha não tenha se comportado tão bem quanto deveria, mas talvez ela não tenha sido educada adequadamente. Como sabem, Dorothy a encontrou, e ninguém sabe quem eram seus pais.
Acredito, meus queridos, que sou o contador de histórias mais orgulhoso que já existiu. Muitas vezes, lágrimas de satisfação e alegria enchiam meus olhos enquanto eu lia as mensagens carinhosas, amorosas e curiosas que vinham a mim através das cartas dos meus pequenos leitores. Por ter agradado, cativado e conquistado a amizade de vocês, e talvez até o amor, através de minhas histórias, para mim, esta é uma conquista tão grande quanto me tornar presidente dos Estados Unidos. Na verdade, eu iria preferir ser seu contador de histórias, nestas condições, do que ser o presidente, porque vocês me ajudaram a cumprir a ambição da minha vida, e sou muito grato a vocês, meus queridos, mais do que posso expressar em palavras.
Tento responder às cartas dos meus correspondentes, mas às vezes há tantas que acaba passando muito tempo até vocês obterem uma resposta. Mas sejam pacientes, suas cartas são uma ótima retribuição para a agradável tarefa de preparar esses livros. Além disso, tenho orgulho de reconhecer que eles são parcialmente seus, pois suas sugestões muitas vezes me guiam ao contar as histórias, e tenho certeza de que elas não seriam tão boas sem suas inteligentes e atenciosas contribuições.
L. Frank Baum
Coronado, 1908
O terremoto
O trem de Frisco estava bastante atrasado. Ele deveria ter chegado à ferrovia de Hugson à meia-noite, mas eram cinco horas da manhã, e o alvorecer cinzento já estava surgindo ao leste quando o trenzinho apitou ao passar pelo galpão aberto que dava para a estação. Quando ele finalmente parou, o condutor falou bem alto:
– Estação de Hugson!
Imediatamente, uma menina carregando uma maleta de vime em uma mão, uma gaiola redonda coberta com jornais na outra e uma sombrinha embaixo do braço levantou-se de seu assento e caminhou até a porta do vagão. O condutor a ajudou a sair, e então o maquinista deu partida em seu trem novamente, fazendo-o bufar, apitar e mover-se nos trilhos para longe. A razão de ele estar tão atrasado foi porque durante toda a noite houve momentos em que a terra sólida estremeceu sob ele, e o maquinista teve medo de que a qualquer momento os trilhos pudessem se soltar e acontecer um acidente com seus passageiros. Por isso ele fez o percurso lentamente e com cautela.
A menina ficou observando a locomotiva desaparecer em uma curva e só então se virou para ver onde estava. A estação de Hugson estava vazia, exceto por um velho banco de madeira que não parecia muito convidativo. Ela tentou olhar através da suave luz acinzentada, mas não avistou nenhuma casa perto da ferrovia, e também não havia ninguém à vista. Depois de um tempo, a criança encontrou um cavalo e um cabriolé perto de um grupo de árvores a uma curta distância. Ela foi em direção a ele e percebeu que o cavalo estava amarrado a uma árvore, imóvel, com a cabeça baixa quase alcançando o chão. Era um cavalo grande, alto e magro, com pernas longas, joelhos e patas grandes. Ela podia facilmente contar as costelas que sobressaíam em sua pele, e sua cabeça era longa, parecendo grande demais para ele, como se não lhe servisse. Seu rabo era curto e desgrenhado, e seu arreio tinha sido quebrado em muitos lugares e preso novamente com cordas e pedaços de arame. A charrete parecia quase nova, pois tinha o toldo brilhante e cortinas laterais. Ao dar a volta pela frente, para poder olhar como era na parte de dentro, ela viu um menino encolhido no assento, dormindo profundamente.
Ela largou a gaiola e o cutucou com a sombrinha. Logo ele acordou, sentou-se e esfregou os olhos rapidamente.
– Olá! – disse ele, ao vê-la. – Você é Dorothy Gale?
– Sim – respondeu ela, olhando fixamente para o cabelo despenteado e para os olhos cinzentos que piscavam. – Você veio para me levar ao Rancho Hugson?
– Claro! – respondeu ele. – Você chegou de trem?
– Eu não poderia chegar aqui de outra forma – disse ela.
Ele riu disso, dando uma gargalhada alegre e franca. Saltando do cabriolé, ele colocou a mala de Dorothy sob o assento e sua gaiola à frente, no chão.
– Canários? – perguntou ele.
– Ah, não. É apenas Eureka, minha gatinha. Achei que essa seria a melhor maneira de transportá-la.
O menino concordou.
– Eureka é um nome engraçado para um gato – comentou.
– Eu a chamei assim porque a encontrei – explicou ela –, e tio Henry sempre diz Eureka!
quando descobre algo.
– Tudo certo, pode entrar.
Ela subiu na charrete e ele entrou em seguida pegou as rédeas, sacudiu-as e disse:
– Upa!
Mas o cavalo não se moveu. Dorothy pensou tê-lo visto ele mexer uma das orelhas caídas, mas foi só isso.
– Upa! – falou o menino novamente.
O cavalo continuou parado.
– Talvez – disse Dorothy –, se você o desamarrasse, ele começasse a andar.
O menino riu alegremente e pulou para fora.
– Acho que ainda estou meio dormindo, mas Jim sabe das coisas, não é, Jim? – disse ele, soltando o cavalo e dando leves tapinhas no focinho comprido do animal.
Então ele voltou para a charrete e pegou as rédeas. O cavalo se afastou da árvore, virou-se devagar e começou a trotar pela estrada arenosa, que mal se via devido à penumbra.
– Pensei que aquele comboio nunca viria – observou o rapaz. – Fiquei esperando naquela estação por cinco horas.
– Tivemos muitos terremotos – disse Dorothy. – Você não sentiu o chão tremer?
– Sim, mas estamos acostumados com essas coisas na Califórnia – respondeu ele. – Eles não nos assustam.
– O condutor disse que foi o pior terremoto que ele já presenciou.
– Foi mesmo? Então deve ter acontecido enquanto eu estava dormindo – disse ele, pensativo.
– Como está o tio Henry? – ela perguntou após uma pausa durante a qual o cavalo continuou a trotar com passos longos e regulares.
– Está muito bem. Ele e o tio Hugson estão adorando a visita.
– O sr. Hugson é seu tio? – ela perguntou.
– Sim. Tio Bill Hugson casou-se com a irmã da esposa de seu tio Henry, então devemos ser primos de segundo grau – disse o rapaz, em um tom divertido. – Eu trabalho para o tio Bill em seu rancho, e ele me paga seis dólares por mês mais minha pensão.
– Não é um bom negócio? – ela perguntou em tom de incerteza.
– Ora, é muito bom para o tio Hugson, mas não para mim. Sou um excelente trabalhador. Eu trabalho tanto quanto durmo – ele acrescentou, rindo.
– Qual é o seu nome? – disse Dorothy, reparando que gostava do jeito do menino e do tom alegre de sua voz.
– Não é muito bonito – respondeu ele, como se estivesse um pouco envergonhado. – Meu nome é Zebediah, mas as pessoas me chamam de Zeb. Você estava na Austrália, certo?
– Sim, com o tio Henry – respondeu ela. – Chegamos a San Francisco há uma semana, e o tio Henry foi visitar o Rancho Hugson, enquanto eu fiquei alguns dias na cidade com alguns amigos que conhecemos.
– Quanto tempo você vai ficar conosco? – ele perguntou.
– Apenas um dia. Amanhã, tio Henry e eu devemos voltar para o Kansas. Ficamos fora por muito tempo e estamos ansiosos para voltar para casa.
O menino chicoteou o cavalo ossudo e ficou pensativo. Depois, ele começou a dizer algo para o seu companheiro, mas antes que pudesse falar, a charrete começou a balançar perigosamente de um lado para outro, e a terra pareceu erguer-se diante deles. No minuto seguinte, houve um estrondo agudo, e, a seu lado, Dorothy viu o chão abrir-se em uma ampla rachadura e depois se fechar novamente.
– Meu Deus! – ela gritou, agarrando a barra de ferro do assento. – O que foi isso?
– Foi um terremoto horrível – respondeu Zeb, com o rosto pálido. – Quase nos pegou, Dorothy.
O cavalo parou bruscamente e ficou firme como uma rocha.