Um Olhar sobre a Solidão e os Relacionamentos Interpessoais
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Sobre este e-book
Como psicóloga, e agora escritora, lanço uma proposta para a compreensão da solidão como uma participante inerente da dinâmica dos relacionamentos, demonstrando como essa experiência pode aparecer, assim como as alternativas para que não sucumbamos a ela. E ainda me atenho à ideia de que para estar bem consigo mesma é fundamental o autoconhecimento, e, para isso, deve-se buscar a solitude. Portanto, conclui-se que a solidão não é um fenômeno exclusivo, ainda que seja vivenciado individualmente, pois diz respeito ao que as pessoas desejam de suas relações e como lidam consigo mesmas.
Diante disso, este livro é um convite para compartilhar as solidões de cada um e de todos para que se possa ter condições de curtir a melhor companhia: você!
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Um Olhar sobre a Solidão e os Relacionamentos Interpessoais - Kirlla Cristhine Almeida Dornelas
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO PSI
AGRADECIMENTOS
Escrever um livro não é algo que se faz sozinha. Então, meu carinho e gratidão às pessoas que participaram deste projeto.
Em primeiro lugar, agradeço à Appris por embarcar nesta viagem comigo.
Também agradeço a todos do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGP) da Universidade Federal do Espírito Santo pela trajetória, orientações, apoio e amizades.
A minha família e amigos, que sempre me incentivam.
A cada uma das mulheres que se dispôs a contar suas histórias e a me deixar conhecer suas solidões. Sinto-me honrada!
Em especial, de antemão, agradeço aos leitores pela generosidade de criar um tempo para a leitura e por ter um tempo de dedicação a si.
Por fim, à solidão pela companhia.
Que minha solidão me sirva de companhia. Que eu tenha coragem de me enfrentar.
(Clarice Lispector)
A solidão é perigosa e viciante. Quando você se dá conta da paz que existe nela, não quer mais lidar com pessoas.
(Carl Gustav Jung)
APRESENTAÇÃO
O ser humano é social. Esse comentário clichê enfatiza a importância das relações interpessoais para a constituição do indivíduo. Portanto, a limitação nos relacionamentos interpessoais causaria grande sofrimento e, consequentemente, solidão. Os estudos sobre o fenômeno apresentam a solidão como um sentimento desagradável em virtude de relações indesejáveis ou deficientes. Além disso, a solidão pode ocorrer tanto na presença quanto na ausência de pessoas.
A solidão é uma experiência específica para cada pessoa a partir de seus aspectos socioculturais e ambientais. Pessoalmente, a solidão pode ser benéfica por ser uma oportunidade de aproximação consigo mesma, sentimentos, angústias e medos, ou seja, é um momento de aproximação interna. Nesse caso, a solidão positiva é chamada de solitude.
As transformações dos papéis femininos, como a inserção no mundo do trabalho, por exemplo, podem ter ampliado a rede social das mulheres, e deslocado seus interesses para além de maridos e filhos. Ainda que o gênero não seja um marcador de distinção sobre a vivência do fenômeno, a cobrança sociocultural da solidão parece ser maior para as mulheres. Portanto, este livro pondera sobre como a solidão se insere nas nossas relações interpessoais: amizade, relacionamento romântico e família sob a perspectiva feminina. Desse modo, analisamos a experiência da solidão em seus aspectos sociais e emocionais; as estratégias de enfrentamento e a importância da solitude.
Sendo a solidão um fenômeno complexo e multidimensional, consideramos que a comparação da solidão feminina em dois países, Brasil e México, permite uma ampliação da compreensão da experiência, contribuindo ainda para o conhecimento de diferentes aspectos das relações interpessoais em distintos países da América Latina. Ainda mostra quais limitações nos relacionamentos podem ser precipitadoras de se sentirem sós, e também quais estratégias de enfrentamento são mais valorizadas.
Assim como as relações interpessoais são importantes para a constituição do indivíduo, a solidão também o é. Ao falarmos de solidão, estamos nos referindo a solidões, na verdade. E todos, em algum momento, ao longo da vida, vivenciam o estar só
. Portanto, nossa reflexão propõe um modelo de compreensão do fenômeno ao lançar um olhar sobre a máxima: "antes só do que mal acompanhado. Mas o que fazer se
é impossível ser feliz sozinho"? Será?
PREFÁCIO
Como questionamos a noção de solidão? Permitimo-nos falar sobre? Ou é algo destinado aos poetas, músicos e nossos travesseiros? Devemos falar da solidão? Solidões? Existe possibilidade de ser positividade ou é sempre um estigma? Além disso, temos como partícipes as mulheres, que apesar dos regimes políticos e culturais mais ou menos revolucionários, buscou silenciá-las. Assim, precisamente, Kirlla, usa a sua voz para dar voz a mulheres que tanto desejaram, tanto sofreram, tanto se calaram em si mesmas carregando homens, crianças e as solidões do mundo.
A solidão, conceito mais ilustrado no campo filosófico do que no psicológico, surpreende-se ainda que o campo psi não o tenha explorado mais, essa noção tão nuclear, quando frequentemente está no cerne de qualquer pedido de atendimento e no entremado das diversas dinâmicas psíquicas. Mas, como Kirlla mostra com grande delicadeza, não se trata de uma solidão generalizável, mas, sim, de figuras sempre singulares de solidão, ainda que certos contextos culturais possam exacerbar para suscitar o sentimento de solidão. Porque se na solidão o ser humano ainda consegue falar consigo mesmo ou fazer companhia, a solidão, mais próxima do isolamento sufocante, não encontra mais palavras ou música interior para revelar uma presença calmante ou consoladora.
A beleza deste livro dando voz às solidões é dar esperança. Isso ecoa o que Pierre Fédida escreveu em 1978 na introdução de seu livro L’absence: O pensamento às vezes tem a dor como seu espaço. O ausente é então objeto de ódio e amor.
Kirlla Dornelas, ao dar voz a estas mulheres, brasileiras e mexicanas, com uma sutileza hermenêutica que mostra habilmente como mulheres adquirem conhecimento do humano. Coloca-nos no desafio de relatar, em dois cenários diferentes, as tendências de encontros e desencontros na subjetividade humana, apresentando vivências de solidão, ora lineares ora contraditórias, nas dinâmicas relacionais dos sujeitos.
Este livro, orginalmente a tese de doutorado de Kirlla Dornelas, apresentada no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo, tão necessário e atual, é um convite a desvendar as relações humanas e como a solidão se entremea na construção da subjetividade e nos movimentos relacionais. Nós como sujeitos, buscamos diferenças e semelhanças em contextos próximos e longínquos ao encontrar ecos de nossa própria solidão nas experiências das mulheres brasileiras e mexicanas, numa narrativa rigorosa e de grande aportação ao campo do saber psicológico. As instigantes análises apresentadas por Kirlla, contidas neste livro, fazem que se torne uma leitura indispensável para as pessoas que queiram aprofundar-se neste lugar tão importante da subjetividade humana: a solidão.
Vincent Estellon
Doutor em Psicología, Psicanalista,
Professor de Psicopatologia clínica da
Universidade de Paris-Sorbona
Marcelo Mendes-Facundes
Doutor em Psicología,
Professor no Real Centro Universitario Escorial-Maria Cristina da
Universidade Complutense de Madrid
Sumário
CAPÍTULO 1
O encontro entre solidão e relacionamentos 17
Solidão – Uma introdução 17
Solidão feminina 22
Rede de relacionamentos significativos 24
Solidão e relacionamentos interpessoais 26
Relacionamento interpessoal e estudos transculturais 29
Em busca de uma teoria dos relacionamentos interpessoais 30
CAPÍTULO 2
Percurso da pesquisa 33
Procedimentos 33
Instrumentos 34
Questionário – Aspectos sociodemográficos e rede social 34
O relato escrito 35
Análise de dados 36
CAPÍTULO 3
Avaliando os relacionamentos 39
A rede de relacionamentos 39
Tipos de relacionamentos 39
Dimensões da rede de relacionamentos 41
Intimidade 41
Confiança 42
Satisfação 44
Compromisso 45
Apoio social recebido 46
Apoio social oferecido 46
Conflito 47
Companheirismo 48
Relacionamentos significativos 49
CAPÍTULO 4
Narrativas sobre solidão 55
Solidão e amizade 55
O significado da solidão em relação à amizade 55
Motivos para experiência de solidão nas amizades 56
Novo ambiente, nova situação social e falta da rede social 56
Ênfase em Outros Aspectos da Vida com Restrição da Rede Social 57
Os conflitos entre amizade, outros relacionamentos e a solidão 58
Conflito entre as relações familiares e os amigos 58
Conflito entre as relações românticas e os amigos 58
Declínio e término de amizades e a solidão 59
Falsos amigos, traição e abandono 59
Solidão e as limitações das amizades 60
Falta de contato e afastamento 60
Falta de intimidade e confiança 62
Falta de companheirismo, apoio e reciprocidade 62
Estratégias de enfrentamento da solidão em relação aos amigos 63
Procura por contato social 63
Ampliar a comunicação 64
Engajamento em atividades individuais 64
Aproximação de outros relacionamentos interpessoais 65
Solidão e relacionamento romântico 65
O significado da solidão no relacionamento romântico 66
Solidão pela falta de relacionamento romântico 67
Comparação social 67
Solidão com a existência do relacionamento romântico 68
Solidão no término do relacionamento amoroso 69
Ausência de solidão 70
Solidão e limitações do relacionamento romântico 71
Solidão e o contexto do relacionamento romântico 71
Relacionamento à distância 71
Diferenças socioculturais 72
Solidão e comportamento do parceiro amoroso 72
Falta de atividades compartilhadas 73
Falta de reciprocidade e de apoio 73
Falta de diálogo 74
Infidelidade do parceiro 74
Solidão e Postura Pessoal das Participantes 75
Comportamento Independente 75
Dificuldades de autorrevelação 76
Vulnerabilidade 76
Estratégias de enfrentamento da solidão romântica 77
Diálogo ou término do relacionamento 77
Engajamento em atividades individuais 78
Busca de apoio na rede de relacionamentos interpessoais 78
Fuga da solidão e fantasia 79
Processo terapêutico, autorreflexão e espiritualidade 79
Solidão e família 80
O significado da solidão em relação à família 80
A solidão e o contexto familiar 82
Moradia com pais e irmãos 82
Não morar com pais e irmãos 83
Convivência com a família estendida 83
Ausência de solidão 84
Solidão e limitações do relacionamento familiar 84
Falta de Convivência 85
Falta de apoio, união e participação 85
Falta de intimidade, confiança e diálogo 86
Falta de identificação com membros da família 87
Estratégias de enfrentamento da solidão familiar 88
Reunir a família 89
Ampliar a comunicação 89
Busca de apoio na rede de relacionamentos interpessoais 90
Aproximação da família estendida 90
Aproximação dentro da família nuclear: mãe e irmãos 90
Adoção de outros grupos sociais como família 91
Processo terapêutico, autorreflexão e espiritualidade 91
Solitude: a solidão positiva 92
O significado da solitude 93
Percepções sobre a solitude 94
Solitude como estilo de vida 94
Solitude como um fato 95
Solitude como necessidade 95
Solitude como escolha 95
Contextos para a vivência da solitude 96
Morar sozinha 96
Fim do relacionamento amoroso 97
Reflexão e tomada de decisão 97
Valorização do silêncio 98
Atividades na solitude 98
A importância da solitude 99
Autoconhecimento 99
Amadurecimento e autonomia 100
Valorização do outro 101
CAPÍTULO 5
A psicologia da solidão 103
O significado da solidão 103
A Solidão pela falta ou término de um relacionamento 106
Solidão por limitações nos relacionamentos interpessoais 109
Falta de contato e afastamento 110
Falta de Intimidade 111
Falta de diálogo 113
Falta de companheirismo 114
Falta de Apoio 116
Falta de reciprocidade 119
Solidão, interação entre relacionamentos e grupos 120
Estratégias de enfrentamento da solidão 124
Alteração nos padrões de comunicação 124
Busca da rede de relacionamentos interpessoais 126
Engajamento em outras atividades 127
Processo terapêutico 129
Espiritualidade 130
Fuga, negação e fantasia 130
A importância da solidão: solitude 131
CAPÍTULO 6
Algumas considerações 135
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 139
APÊNDICES 153
ÍNDICE REMISSIVO 157
CAPÍTULO 1
O encontro entre solidão e relacionamentos
Solidão – Uma introdução
O ser humano é social. Esse comentário clichê é para acentuar a importância das relações interpessoais para a constituição do indivíduo. De acordo com Baumeister e Leary (1995), as pessoas têm como motivação básica o desejo de pertencimento e de participar de relacionamentos próximos. Portanto, a limitação nos relacionamentos interpessoais causaria grande sofrimento e, consequentemente, solidão.
As definições sobre solidão são inúmeras. No Dicionário Aurélio (FERREIRA, 2007), solidão é um estado de quem se acha ou vive só. O que está de acordo com a etimologia da palavra solidão, que vem do latim solus, que significa só, desacompanhado (CUNHA, 2001). Nesta perspectiva, a solidão é a ausência de convivência com outras pessoas, o que é mais compatível com isolamento social e não necessariamente implica em solidão. Você pode estar isolado e não se sentir sozinho e vice-versa (JONG-GIERVELD; VAN TILBURG; DYKSTRA, 2006).
A solidão, então, pode ser entendida como um sentimento oriundo de interações malsucedidas (LOPATA, 1969). É a constatação de se sentir sozinho que leva à busca da superação da solidão com por meio do relacionamento interpessoal (GOMES, 2001). Porém, esse autor adverte que a solidão é um resultado da sociedade que produz pessoas egocêntricas, individualistas e narcisistas. A experiência da solidão, então, estaria relacionada ao tipo de isolamento que a pessoa vivencia.
A partir desse pressuposto, Yalom (2000) argumenta ser uma fonte de ansiedades relacionada a três tipologias de isolamento: a interpessoal, a intrapessoal e a existencial. No isolamento interpessoal, a solidão pode decorrer de características pessoais, ausência de habilidades sociais, localização geográfica, entre outros. O isolamento intrapessoal é um mecanismo