O Sentido do Som: Uma Introdução à Pós-Produção de Som para o Audiovisual
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O Sentido do Som - Ulisses Quadros Galetto de Mora
Para Grace Torres, Alessandro Laroca, Paulo Brandão e Victor França.
AGRADECIMENTOS
A minha paixão pelo áudio tem origem nas atividades com o Grupo FATO¹, fonte de quase tudo o que fiz de mais importante na vida.
Em 1995, quando estávamos gravando o nosso primeiro disco, Fato, descobrimos a importância da produção musical, nesse caso assinada por Antonio Saraiva. Logo depois, em 1996, nas gravações de Fogo Mordido, o segundo de nossa carreira, Paulo Brandão nos mostrou a organização, a sistematização e o conhecimento técnico aliados às práticas artísticas. Em 1999, nascia Oquelatá Quelateje, nosso terceiro álbum, no qual trabalhei pela primeira vez em edições, ao lado de Paulo Brandão. Em 2002, iniciávamos o projeto de nosso primeiro disco ao vivo
, intitulado Oquelatá VIVO, no qual eu dividi as gravações com Victor França, e depois editei e mixei todo o disco. Naquele momento o caminho era sem volta, uma paixão consumada.
Também o encontro com Alessandro Laroca, amigo de infância e conterrâneo (nós dois somos de Castro), foi outro divisor de águas. Desde 1995 trocávamos informações sobre som, música, filosofia, cerveja e tudo mais. Foi com ele que, em 2005, comecei a me aproximar do cinema e conhecer a pós-produção de som, esse mundo que me encantou e tomou conta de quase toda a minha vida desde então.
Sobre esses 10 primeiros anos de muitos estudos, trabalho, a cabeça em ebulição e novas descobertas, não posso deixar de falar da importância de Grace Torres, então minha companheira, com quem dividi quase tudo na vida – e, após nossa separação, continuei a dividir quase tudo. Sem ela, com certeza, eu não seria quem sou e muito menos teria conseguido chegar aonde cheguei.
Estas linhas introdutórias não têm muita relação com o conteúdo apresentado neste livro: áudio básico e pós-produção de som para o audiovisual. Penso que esse conteúdo será devidamente explicitado e exemplificado ao longo das próximas páginas. Estas palavras, no entanto, servem apenas para deixar claro que tudo o que está aqui, para além de todas as referências e citações, é, também ou sobretudo, devido ao que essas pessoas me deram, quase sempre sem pedir nada em troca. A elas – Alessandro Laroca, Antonio Saraiva, Grace Torres, Paulo Brandão e Victor França – deixo aqui minha gratidão eterna e meu reconhecimento público de seus valores e contribuições incalculáveis para a minha vida.
É importante registrar também a contribuição das pessoas que trabalharam direta ou indiretamente neste livro: Vinicius Contiero e Valderval de Oliveira Filho, que leram atentamente o conteúdo e ajudaram com suas valorosas observações no aprofundamento de algumas questões e na elucidação de outras. Jade Katchiri Brusco Gomes, responsável por várias das ilustrações desta obra e que ajudarão, em muito, a contar a história, ou pelo menos minimizar suas limitações.
Sônia Vasconcelos, Mauren Teuber, Carol Baron Marach, Karina Souza e Ricardo Pedraca, amigos de longa data, exímios profissionais e pessoas que admiro muito, com suas indicações precisas me deram um norte no momento exato.
Marcos Camargo, por ter sido o responsável pela organização deste conteúdo esparso em forma de livro. Foi ele quem sugeriu a publicação pela editora da FAP. De certa maneira, essa sugestão me estimulou a organizar mais este livro – o terceiro de minha vida.
Por fim, também quero agradecer ao Grupo FATO e à Faculdade de Artes do Paraná/Unespar, mais especificamente ao Colegiado do Curso de Cinema e Audiovisual. Sempre digo que, ao longo de minha vida, tive o privilégio de trabalhar em três equipes que eu julgo exemplares, não apenas pelo profissionalismo, mas também pelo amor dispendido ao que se tem de fazer e a quem faz.
Com a primeira dessas equipes, eu trabalhei por um período de cinco anos, em Arapoti, interior do Paraná, quando eu ainda era funcionário do Banco do Brasil, na década de 1980. Depois, atuei com o Grupo FATO, que, como eu já disse, proporcionou-me quase tudo do que eu fiz de significativo em minha vida artística profissional. E, mais recentemente, incorporei o Colegiado de Cinema da FAP, com o qual reforcei minhas convicções de que, sem amor, não há talento que sobreviva.
Enfim, a todas e todos vocês, minha gratidão eterna.
APRESENTAÇÃO
As ligações com o mundo do áudio são a base da minha vida, já que nasci num meio musical e vivi todas as suas influências dentro de casa. Naturalmente, não demorou para que eu me tornasse músico e aos 10 anos o palco viesse a ser, também, o meu
lugar. A música, depois a engenharia de áudio e em seguida a pós-produção de som para cinema e audiovisual, foram consequências naturais das influências de pessoas que estiveram e ainda estão presentes em quase tudo o que faço, sobretudo a partir de 1994, com o surgimento do Grupo FATO.
A narrativa sonora apareceu de maneira mais contundente em 2001, quando começamos, eu e Grace Torres, a trabalhar com Manoel Kobachuck, um dos mais importantes diretores e dramaturgos do Teatro de Bonecos no Brasil. Essa experiência, que se desenvolveu por 15 anos, foi, sem dúvida, um laboratório introdutório ao design de som para cinema e audiovisual, minha principal atividade profissional desde 2005. A partir daí e sob influência e ensinamentos de Alessandro Laroca, meu conterrâneo e amigo de infância, aprendi qual era de fato o papel do som para cinema e televisão, aprimorei meus conhecimentos de áudio e canalizei todas as energias para o que se tornaria a minha nova profissão: designer de som. Desde então, as discussões sobre métodos, procedimentos e narrativa têm estado presentes em meus dias e noites, em meu trabalho e em muitas de minhas horas de lazer e descanso.
A exposição do conteúdo desta obra é, portanto, resultado do meu percurso profissional e de vida, norteada por objetivos pedagógicos, função primordial desta publicação.
Após uma breve introdução, o capítulo 1, Áudio Básico, tem como referência uma apostila escrita por mim ainda no início do ano 2000. Com textos e conceitos atualizados e ampliados, abordarei noções sobre o som e procurarei expor, de maneira direta e objetiva, questões relacionadas a equipamentos, processamento de sinais, conexões, acústica e procedimentos de engenharia sonora. O capítulo traz conceitos fundamentais para estudantes, profissionais e amantes do tema, e também apresenta as bases para o que será desenvolvido a seguir.
No capítulo 2, O som no audiovisual
, tentarei evidenciar a natureza e a função da narrativa sonora no audiovisual, bem como descrever procedimentos que compõem a produção e a pós-produção de som para o mercado televisivo, cinematográfico e VOD². Serão abordados métodos de organização das diferentes texturas de som componentes desse universo, bem como padrões de finalização para o mercado internacional do audiovisual.
O conteúdo é dividido em produção
, pós-produção – edições
e pós-produção – pré-mixagem e mixagem final
, seguindo um modelo de trabalho que no Brasil vem sendo aperfeiçoado desde 2001 no 1927 Audio
, em Curitiba, um dos principais estúdios de pós-produção do país. Esse modelo, com forte influência das práticas de finalização de som norte-americanas, assume aqui características próprias, ainda que as principais linhas de ação tenham sido mantidas: a finalização por famílias
ou texturas
de som que se encontram
ao final do processo de trabalho.
Em Produção
, serão apresentadas noções gerais sobre som direto, captação de som e organização de material. Em Pós-produção – edições
, abordarei as edições das famílias
de som, dentro de uma ordem pré-estabelecida, segundo critérios e justificativas explicitadas ao longo do texto. Finalmente, em Pós-produção – pré-mixagem e mixagem final
, o processo de finalização de som dentro de padrões de comercialização de audiovisual em boa parte do mundo.
As referências bibliográficas e fílmicas são um suporte à continuidade dos estudos sobre os temas aqui apresentados e, em seguida, na seção Anexos
, serão apresentadas informações e documentos complementares que julgo úteis a quem pretende se aproximar desse universo maravilhoso que é a pós-produção de som para o cinema e o audiovisual. Ainda que se trate de explanações básicas, espero que tais conteúdos sirvam para estimular o interesse de novos profissionais por esse mundo apaixonante.
Por fim, cabe dizer que as práticas e os métodos aqui exemplificados compõem um dos universos possíveis de atuação na pós-produção de som para o audiovisual. Há, em todo o mundo, diversas outras escolas, norteadas por outros modelos de organização, ainda que alguns padrões já se encontrem estabelecidos e unificados, sobretudo no que se refere ao número e à natureza das trilhas sonoras finais. Também questões de nomenclaturas e definições de termos empregados ainda não se encontram completamente consolidadas, podendo existir variações segundo suas características, sobretudo no Brasil.
De minha parte, espero que este livro possa contribuir com o aprimoramento profissional no campo do audiovisual e também da música, especificamente no que se refere à produção e pós-produção de som. Todo conteúdo nada mais é do que um relato do meu dia a dia, das minhas buscas por aprimoramento metodológico, profissional e, por que não dizer, como pessoa. Procurei demonstrar a importância do conhecimento, do domínio técnico e do aperfeiçoamento das linguagens narrativas presentes no design de som. Se você tiver paciência e dedicação, acredite, suas conquistas serão certas e o cinema brasileiro, ou quem sabe o mundial, agradecerão.
Sumário
INTRODUÇÃO 17
1
ÁUDIO BÁSICO 21
1.1 Som 21
1.1.1 Efeito precedência 26
1.1.2 Reverberações 26
1.1.3 Efeito Haas 27
1.1.4 Mascaramento acústico e discriminação auditiva 27
1.2 Comprimento de onda e reflexões 28
1.3 Sistemas analógico e digital 32
1.3.1 Características genéricas 32
1.3.2 Gravações analógicas 33
1.3.3 Gravações digitais 36
1.4 Microfones 40
1.4.1 Classificação quanto à conversão 40
1.5 Tipos de microfone 41
1.5.1 Dinâmicos 41
1.5.2 Capacitivos, eletrostáticos ou a condensador 41
1.5.3 Fita 42
1.5.4 De contato e captadores piezoelétricos (PZM) 43
1.6 Formas de captação dos microfones 43
1.6.1 Omnidirecional 44
1.6.2 Cardioide 44
1.6.3 Supercardioide 45
1.6.4 Hipercardioide 45
1.6.5 Shotgun 45
1.6.6 Bidirecional ou figura 8 46
1.7 Classificação quanto à utilização de microfones 47
1.7.1 Microfones no audiovisual 47
1.8 Microfones na música 50
1.8.1 Bateria e percussão 50
1.8.2 Guitarras 53
1.8.3 Contrabaixos elétricos e teclados 53
1.8.4 Pianos acústicos 54
1.8.5 Violinos, violas, violoncelos e contrabaixos acústicos 54
1.8.6 Sopros 55
1.8.7 Violões e similares 55
1.8.8 Vozes 56
1.9 Processadores de sinal 58
1.9.1 Amplificadores 59
1.9.2 Compressores 59
1.9.3 Gates 61
1.9.4 Equalizadores 62
1.9.5 Delays e reverbs 66
1.10 Conexões digitais 69
1.10.1 USB 69
1.10.2 HDMI 71
1.10.3 Thunderbolt 72
1.10.4 Conexões analógicas 73
1.10.5 Direct Box ou Direct Input (DI) 77
1.10.6 Mixer ou console 78
1.11 Operação, monitoração e gravação 79
1.11.1 Aterramento 79
1.11.2 Alinhamento acústico do sistema 79
1.11.3 Posicionamento de monitores 80
1.11.4 Ajuste nas respostas dos monitores 81
1.11.5 Relação sinal-ruído (S/R) 83
1.11.6 Conexões dos instrumentos no console 83
1.11.7 Passagem de som para apresentações ao vivo e gravação 85
1.11.8 Monitoração de palco 86
2
O SOM NO AUDIOVISUAL 87
2.1 Produção 87
2.1.1 Som direto 89
2.2 Pós-produção – edições 92
2.2.1 Timeline 93
2.2.2 Diálogo – DX 101
2.2.3 Ambientes – BG 109
2.2.4 Foley – FY 116
2.2.5 Hard effects – HFX 122
2.2.6 Vozerio – Walla 126
2.2.7 Efeitos de ambiente – BGFX 128
2.2.8 Sound effects – SFX 131
2.2.9 Música – MX 133
2.3 Pós-produção – pré-mixagem e mixagem final 137
2.3.1 Pré-mixagem ou pré-mix 137
2.3.2 Pré-mixagem Diálogos – DX 143
2.3.3 Pré-mixagem Ambientes – BG 151
2.3.4 Pré-mixagem Foley – FY 154
2.3.5 Pré-mixagem Hard Effects – HFX 157
2.3.6 Pré-mixagem Walla 161
2.3.7 Pré-mixagem Efeitos de Ambientes – BGFX 163
2.3.8 Pré-mixagem Sound Effects – SFX 165
2.3.9 Pré-mixagem Música – MX 167
2.3.10 Mixagem final 171
3
CONSIDERAÇÕES FINAIS 179
REFERÊNCIAS 181
ANEXOS
Anexo A
Spots de cenas 189
Anexo B
Boletim de som 201
Anexo C
Tabela de frequências (oscilações) 203
Anexo D
Sugestões de equalização 205
Anexo E
Pequeno dicionário técnico 209
INTRODUÇÃO
Em meados da década de 1990, o cinema brasileiro viveu o que se costumou chamar de retomada
, quando, após a extinção da Embrafilme³ em 1990, a produção nacional cairia de uma média aproximada de 100 filmes por ano para não mais do que 3 em 1993. Esse ambiente catastrófico só iria se modificar com o retorno de investimentos públicos para o segmento, por meio, principalmente, da Lei Rouanet (1991), da Lei do Audiovisual (1993), da criação da Agência Nacional de Cinema – Ancine (2002), do Fundo Setorial do Audiovisual – FSA (2006), entre outras inúmeras ações.
No início do século XXI, o Brasil superou em muito aqueles patamares. Em 2018, foram produzidos aproximadamente 180 filmes⁴, apesar de quedas de número de exibições em salas de cinema em relação às produções estrangeiras (23,8% em 2010 e 19% em 2018), com impactos importantes em número de espectadores (25,6 milhões em 2010 e 23,2 milhões em 2018). Em 2020, a pandemia do Covid-19, que assolou o mundo, veio para estancar esse processo, mas mesmo assim, com a ampliação das políticas de cotas de tela para as produções cinematográficas e audiovisuais⁵ nacionais, os mercados de televisões a cabo e streaming⁶ exibem cada vez mais produtos brasileiros, estimulando coproduções e diversificando relativamente os conteúdos exibidos⁷.
Entretanto, a despeito de inegáveis avanços, a velocidade das conquistas parece não ser a mesma para as várias frentes da produção e pós-produção do audiovisual. No quesito som, a meu ver, estamos aqui no Brasil alguns passos atrasados em relação a outros países, ainda que tenhamos esforços no sentido da superação de entraves históricos. Na minha perspectiva, contribuem para esse cenário, entre outros fatores: a) uma base cultural alheia às narrativas sonoras; b) um desconhecimento sobre a especificidade do tema, mesmo nos meios profissionais de produção; c) a prevalência da imagem em detrimento do som na elaboração das narrativas audiovisuais.
Dito isso, deixo claro que meu objetivo neste livro não é sanar esse déficit, tarefa que seria impossível de ser realizada em uma única publicação, além de extremamente pretensiosa. O propósito do que se seguirá nas próximas páginas é expor conceitos introdutórios sobre áudio básico e a respeito da produção e da pós-produção de som para o audiovisual em língua portuguesa, já que as principais publicações do gênero que nos servem como referências são, em sua avassaladora maioria, em língua inglesa e francesa. Temos, portanto, uma tarefa de grande relevância que é produzir conhecimento a partir de experiências empíricas, legando às gerações futuras bases sólidas de consulta.
Em se tratando de manipulação de som, mesmo em outros segmentos artísticos temos um emaranhado de confusões conceituais