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Música e(m) sociedade: artigos, crônicas, reflexões
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Música e(m) sociedade: artigos, crônicas, reflexões
E-book163 páginas1 hora

Música e(m) sociedade: artigos, crônicas, reflexões

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Sobre este e-book

O livro Música e(m) Sociedade: artigos, crônicas, reflexões apresenta uma coletânea de artigos e textos curtos e diretos, trazendo (e incentivando) reflexões sobre diferentes interfaces da Música. Escritos em linguagem acessível, destinam-se não apenas a professores, pesquisadores e alunos, mas também a todos os interessados nas áreas de Comunicação e Artes.

O conteúdo do livro apresenta-se dividido nos seguintes eixos:



Música & História – da Renascença ao aboio dos vaqueiros, passando pelos cantos da Umbanda.



Música, Sociedade & Cultura – essa seção inclui um ensaio sobre o papel da música pop na tradução das questões de gênero e relações afetivas entre jovens brasileiros, entre 1950 e 2000; apresenta, também, um exemplo de como a música pode ajudar a contar uma história no cinema, bem como um texto sobre a (cada vez mais) inegável presença da poesia na arte da canção.



Música & Saúde – os três artigos dessa seção exemplificam o papel potencial da música na área da Saúde, considerada em seu sentido mais amplo, ou seja, indo além do aspecto meramente físico/técnico. Em particular, um dos trabalhos discute a noção de capital cultural ao avaliar a resposta de jovens ao contato inicial com a música erudita.



Crônicas (&) Reflexões – essa seção difere das anteriores por apresentar um caráter mais informal – mais literário que acadêmico. É composta por um conjunto de crônicas sobre diferentes aspectos da música, incluindo relatos produzidos ao longo do projeto Arte e Reabilitação, desenvolvido com apoio do CNPq.

Importante: não há uma sequência única de leitura para os textos do livro. Pode-se ler em qualquer ordem: um possível roteiro de leitura seria intercalar cada artigo de uma das três seções iniciais com algumas crônicas da última seção.



Espera-se que os textos aqui contidos sirvam como ponto de partida para novos questionamentos e práticas sempre inclusivas e democráticas.

Para que afinemos, pois, a alma
IdiomaPortuguês
Data de lançamento18 de set. de 2017
ISBN9788547305826
Música e(m) sociedade: artigos, crônicas, reflexões

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    Pré-visualização do livro

    Música e(m) sociedade - Paulo Roxo Barja

    Editora Appris Ltda.

    1ª Edição - Copyright© 2017 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.

    Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.

    Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.

    A Bebel, minha filha, pela existência sempre inspiradora.

    Aos meus pais, Ila e Antônio, Letra e Música em minha vida.

    Paulo Barja

    Agradecimentos

    Como a vida é a arte do encontro (já dizia Vinícius) e é impossível ser feliz sozinho (como cantava seu parceiro Jobim, o maestro eterno), este livro certamente não teria sido possível sem a colaboração de muitos. Assim, agradeço:

    aos coautores deste trabalho, profundamente coletivo: obrigado pela música produzida em conjunto;

    aos voluntários que aceitaram participar das medições, nos estudos experimentais aqui relatados;

    aos alunos que auxiliaram em boa parte desses trabalhos, talvez mais do que possam imaginar; não os nomeio aqui para não cometer eventuais injustiças, mas foram muitos;

    à Adriana, pela sensibilidade e parceria em tantas vivências, sempre com leveza e arte;

    à Claudia Lemes, incentivadora desta publicação, grande parceira de escritos e vivências;

    aos professores Fernanda Pupio e Mario Lima, que sempre apoiaram as atividades musicais na área de Saúde, e delas participaram em diversos momentos;

    à direção do hospital de São José dos Campos, que autorizou a realização do trabalho experimental com a Banda de Lata;

    à Irmã Vera e ao Padre Geraldo, pelo acolhimento do trabalho sobre música erudita e funk na creche em Itaperuna (RJ); a Fábio Fully, que, com dedicação e sensibilidade, fez essa ponte tão significativa, ressignificando meu trabalho como orientador na área de Bioengenharia;

    a Paulo Castagna, referência em pesquisa na área, pelo incentivo materializado na forma como respondeu pronta e afirmativamente ao convite para escrever o prefácio deste livro;

    aos colegas de LabCom, Univap e de todas as aventuras (muitas delas musicais) das quais tenho participado, pela construção conjunta da trajetória aqui registrada;

    à Univap, pelo suporte;

    ao CNPq, pelo apoio (via Edital Universal) ao projeto Arte e Reabilitação: a música de cada um.

    Obrigado!

    Apresentação

    Após oito livros na seara literária, ao ser provocado para publicar um livro mais acadêmico, tive a preocupação de sempre: qual seria o fio condutor? O que daria sentido ao conjunto? Comecei a pensar em termos de possíveis palavras-chave: Comunicação, Cultura, Educação... Antes mesmo de selecionar os textos, porém, percebi o que os unia – o que era, afinal, a mola mestra, o leitmotiv do trabalho: a Música. Mais que artigos, eram o que passei a chamar de reflexões crônicas: relatos e retratos de diferentes interfaces da Música com a Sociedade. Agrupei-os em torno de eixos temáticos. Aqui estão.

    O eixo inicial, Música & História, apresenta em seu artigo inicial um caráter peculiar de boa parte da produção musical renascentista: o atrevimento. Nosso objetivo, aqui, foi desmistificar a ideia de que as músicas de antigamente eram mais sérias que as de agora. Veremos que, no mínimo, pode haver controvérsias a respeito. Em seguida, analisamos uma produção musical tipicamente brasileira, que são os chamados Pontos de Preto-Velho na Umbanda, manifestação religiosa tipicamente brasileira. Uma análise dessas músicas mostra que a escravidão deixou marcas profundas no Brasil – marcas que não se pode apagar. A seção se encerra com uma análise sobre as semelhanças e diferenças entre os vaqueiros e cantadores pelos cantos do sertão.

    A parte seguinte do livro, Música, Sociedade & Cultura, apresenta inicialmente um ensaio sobre o papel da música popular como reflexo da sociedade no que se refere às relações afetivas e questões de gênero, no período que vai de 1950 a 2000. Também falamos brevemente sobre a interface Música & Cinema, analisando o caso da trilha sonora do filme O Som do Coração. A seção encerra-se com a apresentação de um texto cuja primeira versão remonta ao ano 2000 (mas que foi retomado e revisado em duas diferentes ocasiões), reafirmando a presença da poesia na canção, no Brasil e no mundo.

    A seção Música & Saúde apresenta três artigos sobre essa importante interface, considerando-se aqui saúde em seu sentido mais amplo – mais que simplesmente ausência de doença, buscamos o bem-estar do indivíduo e do grupo. O primeiro texto apresenta um trabalho que resgata o caráter lúdico da atividade musical conjunta junto a crianças sob internação hospitalar. O estudo seguinte avalia os efeitos de diferentes estímulos musicais em crianças e pré-adolescentes de uma creche brasileira, mostrando que, independentemente do capital cultural prévio, esse público é bastante aberto a novidades sonoras, contrariando (que bom!) certas visões nubladas pelo preconceito. O terceiro artigo retoma o caráter lúdico da música ao apresentar, em linhas gerais, o projeto Arte e Reabilitação: A Música de Cada Um, desenvolvido na Univap, sob minha coordenação e com apoio do CNPq.

    Por fim, em Crônicas & Reflexões, há uma série de textos curtos, informais, sobre diferentes aspectos da música. Esta parte inclui a subseção Crônicas da Clínica – que, pela primeira vez em forma impressa, apresenta breves relatos produzidos ao longo do projeto Arte e Reabilitação, acima citado.

    Acredito na força da Música como veículo da expressão humana e do (auto)conhecimento. Assim, minha maior esperança (e motivação) é a de que esses textos musicais possam servir como ponto de partida para novos questionamentos e práticas sempre inclusivas e democráticas. Para que afinemos, pois, a alma.

    Prefácio

    Paulo Roxo Barja é um profissional que se destaca por sua versatilidade: possui ampla e diversificada produção acadêmica, ao lado de intensa atuação educacional, o que já seria suficiente para uma carreira cientificamente e socialmente relevante. Não satisfeito, desenvolve ainda um importante trabalho como músico em São José dos Campos, destacando-se, ainda, pela atuação literária, na organização de trabalhos coletivos, elaboração de folhetos de cordel e publicação de livros com seus trabalhos.

    No livro Música e(m) Sociedade, Paulo Barja decidiu justapor textos que refletissem vários aspectos de sua experiência musical, vários deles anteriormente publicados em jornais literários, anais de eventos científicos e blogs, ao lado de alguns inéditos. As quatro seções do livro – Música & História, Música, Sociedade & Cultura, Música & Saúde e Crônicas (&) Reflexões (esta última dividida em Reflexões Crônicas e Crônicas da Clínica) – apresentam textos construídos a partir de distintas bases epistemológicas, que evidenciam o caráter eclético do autor e sua abertura aos interesses e necessidades do presente relacionados à música. Grande parte dos textos das três primeiras seções é coletiva, ressaltando-se aqui a importância que o autor atribui ao trabalho em equipe, como maneira eficiente de pesquisa, treinamento e compartilhamento.

    A seção Música & História inicia-se com o divertido e inédito texto Renascença atrevidinha, que desmistifica as atuais letras maliciosas ou de duplo sentido, como uma prática comum há pelo menos cinco séculos, isso se não considerarmos os casos medievais e os inúmeros exemplos de outras culturas ao redor do mundo.

    Pontos de preto-velho na umbanda: retratos da escravidão, em coautoria com Carollina Roberto Moraes, destaca a permanência de temas relacionados à escravidão nas letras atualmente usadas em pontos de umbanda, que, além de evidenciarem o impacto da exploração humana na herança das comunidades afrodescendentes, identifica-os como formas importantes de resistência ao preconceito racial no presente.

    Ecos do sertão: o cantador e as pelejas, o vaqueiro e as cantigas de aboio, em coautoria com Ana Lygia dos Santos, demonstra a diferença entre o aboio do boiadeiro (que visa integrar-se ao seu meio e à lida do gado), e a peleja do cantador (destinada a desafiar o oponente e impor sua presença na comunidade), evidenciando dois importantes aspectos antropológicos da prática musical.

    A seção Música, Sociedade & Cultura possui três textos, sendo o primeiro (e o maior deles, além de inédito) O pop brasileiro de 1950 a 2000: relações afetivas e discursos de gênero, em coautoria com Cláudia R. Lemes. Nesse texto, os autores relacionam o regionalismo, os primórdios do rock e da bossa nova e as versões de músicas estrangeiras à ascensão social da década de (19)50, a jovem guarda e a tropicália ao avanço científico da década de (19)60, o rock progressivo e o disco à resistência política da década de (19)70, o pop rock à dissolução da ditadura militar da década de (19)80, e o sertanejo, o retorno do regionalismo, o rap e as regravações de sucessos ao avanço político e econômico da década de (19)90. Trata-se de um texto de fôlego, destinado a apresentar um panorama da música pop brasileira da segunda metade do século XX, com destaque para os aspectos e transformações relacionadas às relações afetivas e aos discursos de gênero.

    "Música & cinema: a trilha sonora do filme O Som do Coração", em coautoria com Alexandra Cardoso, Mariane Camargo e Paola Fernandes, constata que esse filme utilizou tanto a música de concerto, quanto o rock e o gospel, adotando temas musicais específicos para cada trecho do filme. Os autores observam que

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