A vivência de práticas de oralidade e escrita pela criança
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Marlete Sandra Diedrich
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A vivência de práticas de oralidade e escrita pela criança - Sabrina Caroline Bassani
1. VIVÊNCIA DE LÍNGUA E PRÁTICAS DE LINGUAGEM NO CONTEXTO ESCOLAR
Este estudo propõe a descrição da vivência, na escola, pela criança do 2º ano do ensino fundamental, das práticas sociais de linguagens orais e escritas a partir da análise de sua manifestação discursiva. Desse modo, torna-se pertinente enfatizar que não se trata de um estudo sobre estratégias de ensino de língua, mas acerca do deslocamento do sujeito do ensino fundamental entre práticas sociais de fala e escrita, por vezes hibridizadas².
No presente capítulo, são expostos os pressupostos bakhtinianos acerca da língua como forma específica de representação social. Procura-se situar as práticas sociais de linguagem vivenciadas pela criança, sem esquecer sua própria inserção no meio social como sujeito que atua na e pela linguagem.
1.1 LÍNGUA E ENUNCIAÇÃO
De acordo com Bakhtin/Volochinov (2004, p. 70), a linguagem não é de fácil definição e possui existência em três esferas da realidade: física, fisiológica e psicológica, resultando em um conjunto complexo de elementos numerosos. No entanto, tal conjunto precisa ser inserido em um contexto mais amplo, na esfera única da relação social. Assim, entende-se que, para observar o fenômeno da linguagem, é preciso situar os sujeitos no meio social. O locutor e o ouvinte, pertencentes à mesma comunidade linguística, devem estar integrados a uma situação social imediata:
[...] a unicidade do meio social e a do contexto social imediato são condições absolutamente indispensáveis para que o complexo físico-psíquico-fisiológico (...) possa ser vinculado à língua, à fala, possa tornar-se um fato de linguagem. Dois organismos biológicos, postos em uma presença num meio puramente natural, não produzirão um ato de fala. (BAKHTIN, 2004, p. 70-71)
Nessa perspectiva, a linguagem como objeto de estudo amplia-se e torna-se ainda mais complexa, pois o meio social organizado e a situação de troca mais imediata comportam relações de diversas naturezas e de múltiplas facetas. Desse modo, o complexo físico-psíquico- fisiológico constitui um processo social; por essa razão, não se pretende descrever a vivência das práticas sociais de linguagens orais e escritas pela criança do 2º ano do ensino fundamental sem que elas sejam integradas ao meio e ao contexto social mais imediato.
Observa-se que a língua também se constitui a partir de aspectos sociais e históricos e não, propriamente, em suas peculiaridades formais. De acordo com Bakhtin/Volochinov (2004, p. 127), a língua enquanto sistema estável de formas normativas é apenas uma abstração científica que só pode servir para determinados fins teóricos e práticos particulares. Tal abstração não dá conta de maneira adequada da realidade concreta da língua em razão de não compreender determinados aspectos, como os propósitos imediatos à comunicação.
Nesse contexto, torna-se pertinente considerar que tais afirmações criticam a concepção de língua como abstração. No entanto, compreende-se a língua também como um sistema de formas, porém sujeito às influências sociais e culturais. A abordagem de tais influências é imprescindível para que se possam compreender e descrever as práticas sociais de linguagem das crianças, sejam elas orais, sejam elas escritas.
Dessa maneira, Bakhtin/Volochinov (2004, p. 90) considera que é só para a consciência individual do locutor, e do ponto de vista dela, que a língua se apresenta como um sistema de normas rígidas e imutáveis. Se ela for observada com um olhar objetivo, não serão encontrados indícios de um sistema de normas imutáveis, mas de uma evolução constante das normas da língua. Além do mais, para o locutor, o sistema linguístico, enquanto conjunto de sinais imutáveis e sempre idênticos a si mesmos, não serve aos propósitos imediatos da comunicação. Para ele, o que importa é aquilo que permite que a forma linguística figure num dado contexto, aquilo que a torna um signo adequado às condições de uma situação concreta de comunicação. Assim, entende-se que, para o locutor, bem como para o receptor pertencente à mesma comunidade, a forma linguística só tem importância enquanto signo, variável e flexível. De outro modo, a forma linguística torna-se relevante a partir do significado que ela adquire em diferentes contextos de comunicação em que o locutor e o receptor estão inseridos. Isso se deve à variedade e à