Irezumi, a Tatuagem Japonesa - Os Significados da tatuagem japonesa e Método de Desenho em Estilo Irezumi

De kevin tembouret

Irezumi, a arte japonesa da tatuagem, é uma técnica tradicional que tem fascinado os ocidentais desde a abertura do Japão na era Meiji. Este conhecimento ancestral está ainda a evoluir com as influências culturais, políticas e sociais que moldaram o Japão desde a pré-história, transformando tanto a imagem da própria tatuagem como a dos tatuados. Por vezes escondida, rejeitada ou usada como roupa, a tatuagem japonesa revela os seus segredos neste livro ilustrado.

Descubra aqui o significado de criaturas (Tanuki, dragão, Kappa, ...), plantas e personagens gravados em tatuagens japonesas (samurai, gueixa, Daruma, Kintaro, ...), bem como um método de desenho inspirado nas técnicas de grandes artistas como Hokusai. Saiba mais sobre a história da tatuagem japonesa e os elementos culturais do Japão que são utilizados numa tatuagem Irezumi (penteados, roupas, padrões, cristas japonesas, ...).

Com este livro, destinado aos apaixonados pelo Japão, desenho e tatuagem japoneses, o Irezumi revela-se a si em todas as suas formas e motivos.

• Idioma: Português
• Editora: kevin tembouret
• Data de lançamento: 20 de out. de 2021
• ISBN: 9798201149901

Pré-visualização do livro

Prefácio

Irezumi está impregnado no passado cultural do Japão. Embora em tempos tenha sido usada para vestir aqueles que trabalhavam em tanga para conforto, a tatuagem Irezumi tornou-se gradualmente um elemento prejudicial na sociedade japonesa, o que ainda hoje é difícil de aceitar.

Mas Irezumi é acima de tudo uma arte codificada, codificada e expressando uma identidade cultural desde os tempos pré-históricos. Por exemplo, aquele que tem uma tatuagem de peónia vermelha indica os seus valores guerreiros, enquanto aquele que tem um peixe-gato nas costas mostra a sua sede de liberdade.

A arte muito particular do Irezumi tende a ser cada vez mais apreciada, graças ao crescente interesse cultural dos próprios japoneses pelas tatuagens e pelos estrangeiros de todo o mundo, que vêem aí uma forma de se expressarem ou de se impregnarem fisicamente da cultura japonesa (e isso desde muito antes da Segunda Guerra Mundial!). Com este livro, proponho mergulhar-vos na cultura da tatuagem japonesa e isso através de 2 objectivos:

Em suma, com este método deverá ser capaz de desenhar a sua própria tatuagem ou ilustração e dar-lhe sentido. Muitos elementos entrelaçados irão trazer ainda mais riqueza à sua arte, tal como o seu próprio estilo. As ilustrações deste livro incluem intencional e involuntariamente o meu próprio estilo, por isso sintam-se à vontade para as usar como inspiração ou para se afastarem delas para enriquecerem o vosso desenho, ilustração ou tatuagem.

Prefácio

A história do Irezumi

Os elementos básicos

Vegetação

Os animais

Criaturas do folclore

Heróis e seres lendários

Arte sem limites: ideias e padrões em estilo Irezumi

Indice

A história do Irezumi

O início da tatuagem japonesa

Desde os tempos pré-históricos, as tatuagens têm acompanhado os homens na sua evolução. Já há 5000 anos atrás, o corpo de um dos nossos antepassados tatuados (Ötzi) foi aprisionado pelo gelo. Uma conotação religiosa e curativa parece explicar as suas tatuagens, provando que mesmo naqueles dias a tatuagem tinha a vocação de exprimir algo. No Japão, a tatuagem também apareceu durante a pré-história (período Jomon).

Irezumi, a prática de pigmentar e cicatrizar a pele para deixar padrões (figuras, símbolos, linhas, ...), é o termo japonês para uma das formas mais antigas de trabalho do corpo humano reconhecidas mundialmente. Das gravuras em figuras de barro (Haniwa) encontradas no Japão, presume-se que o costume de Irezumi existe desde a pré-história (período Jomon).

Desde as Ilhas Amami, no extremo sul do Japão, até às Ilhas Ryukyu, as mulheres costumavam fazer uma tatuagem chamada Hajichi, desde a ponta dos dedos até ao cotovelo. Vestígios desta tradição datam do século XVI, mas presume-se que já era praticada antes disso. Irezumi, especialmente nas mãos, era uma espécie de rito religioso para que a mulher casada recebesse uma bênção divina. A forma como foi feito e os motivos diferiram de uma ilha para outra, mas o significado permaneceu o mesmo. As mulheres Ainu (tribo indígena do norte do Japão), também tinham tatuagens à volta dos lábios.

Os Kojiki e Nihonshoki, que descrevem o mito da criação do Japão, também mencionam Irezumi como um costume e castigo dos povos fronteiriços. Neste contexto, o significado da beleza no Japão mudou drasticamente a partir de meados do século VII. Em geral, a ênfase é menos na beleza física e mais no que emerge da pessoa pelo seu próprio ser (o seu modo de vestir, o seu perfume, os seus gestos, ...). Irezumi deixou gradualmente de ser praticado ao ponto de desaparecer dos elementos culturais (arte e literatura) até ao início do século XVII.

Tatuagem e reavivamento cultural

A história do Irezumi recomeçou no período Edo, um período estável que foi mais propício ao desenvolvimento cultural. Histórias de prostitutas e dos seus clientes cortando os seus dedinhos ou esculpindo os seus nomes no corpo um do outro como sinal de amor eterno começaram a aparecer na literatura. Esta manipulação física veio a ser utilizada como método de expressão de votos entre os mais cavalheirescos.