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Sexualidade e Drogas: perspectivas subjetivas de drogadictos
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Sexualidade e Drogas: perspectivas subjetivas de drogadictos
E-book197 páginas1 hora

Sexualidade e Drogas: perspectivas subjetivas de drogadictos

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Sobre este e-book

Este livro discute a ação de substâncias psicoativas sobre a sexualidade masculina em drogadictos de álcool, maconha e cocaína a partir de uma perspectiva teórica e empírica, estando estes institucionalizados num centro de recuperação na cidade do Rio de Janeiro. A obra contextualiza os aspectos históricos, socioculturais, farmacológicos, epidemiológicos e fisiológicos do processo de drogadicção, levando em consideração também os fatores individuais de cada sujeito. Aponta a relação entre sexualidade e drogas bem como o possível desenvolvimento de disfunções sexuais a partir do uso indiscriminado da substância. Os conhecimentos apresentados servem como contribuição para intervenção no âmbito da clínica, educacional e como aporte para promoção e prevenção da saúde sexual nos vários níveis de atenção à saúde visando a integralidade do cuidado como política pública de saúde.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de out. de 2021
ISBN9786525212289
Sexualidade e Drogas: perspectivas subjetivas de drogadictos

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    Sexualidade e Drogas - José Doriberto Freitas

    1. AS SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS

    1. O ETANOL (álcool)

    1.1. Origem do uso do álcool

    O álcool é a mais antiga substância psicoativa que a humanidade tem conhecimento. Dizem que, essa substância foi descoberta acidentalmente, quando alguma fruta, permanecendo ao sol, fez com que o seu açúcar fermentasse em álcool. Mais tarde, descobriu-se que o amido das batatas, do arroz, milho e dos grãos também poderiam ser fermentados, primeiramente para obter-se o açúcar, depois, para gerar o álcool. A concentração de álcool em cada tipo de bebida depende do grau de fermentação, do tipo de fruta ou vegetal utilizado e da quantidade de destilação.

    O álcool fermentado (vinho, cerveja) é obtido pela ação de fungos monomoleculares (leveduras) sobre os sucos de frutas ou de cereais. O álcool destilado (uísque, cachaça, gin, vodca) é produzido por métodos de destilação da cana-de-açúcar, malte, etc., e possui alto teor alcoólico, causando grande necessidade ao organismo.

    O uso do álcool etílico, preparado a partir da fermentação dos açúcares, amidos ou outros carboidratos, data do início do período histórico. A experimentação com o etanol é quase universal e a grande maioria de usuários acha a experiência agradável. Cerca de 70% dos adultos norte-americanos ocasionalmente consomem etanol (comumente chamado álcool) e o predomínio constante do uso abusivo de álcool ou a dependência em álcool (alcoolismo), nesta comunidade, é de 5 a 10% em homens e de 3 a 5% para mulheres, como afirma (SCHUCKIT, 1989 apud GOODMAN e GILMAN, 1996).

    O etanol é classificado como um depressor, pois realmente provoca sedação e sono. Entretanto, os efeitos iniciais do álcool, particularmente em doses menores, amiúde, são percebidos como estimulação devido a uma supressão dos sistemas inibitórios no organismo humano. Aqueles que sentem apenas a sedação do álcool, tendem a escolher não beber quando são avaliados em um procedimento de teste, conforme afirmam (DEWIT et al., 1989 apud GOODMAN; GILMAN, 1996).

    O álcool prejudica a memória recente, e, em altas doses, produz o fenômeno de apagamentos (black out), após os quais o etilista não se recorda de seu comportamento durante a embriaguez. Os efeitos do álcool ocasionados na memória são obscuros, conforme (MELLO, 1973 apud GOODMAN; GILMAN, 1996), mas as evidências sugerem que, de acordo com relatos de pacientes, quando estes se referem às suas razões para beber e ao seu comportamento durante uma farra, podemos observar que tais sujeitos não seriam confiáveis. Quando autorizados a beber sob observação, entretanto, os alcoólatras tipicamente se tornam mais disfóricos, à medida que a ingestão continua, conforme estudos de (Mendelson e Mello, 1979 apud GOODMAN; GILMAN, 1996) contradizendo, assim, à explicação de redução da tensão.

    1.2. Utilização na medicina (farmacologia)

    Segundo Kaplan e Sadock (1992), o efeito sedativo do álcool e sua fácil obtenção o tornam a substância utilizada com maior frequência para o alívio de ansiedade, depressão e insônia. Entretanto, seu uso crônico pode causar depressão e a abstinência, e em um indivíduo dependente, pode causar, também, ansiedade. Uma avaliação apropriada de pacientes deprimidos e ansiosos que bebem frequentemente pode requerer à observação e à reavaliação após um período de sobriedade que perdure por até várias semanas.

    Conforme Goodman e Gilman (1996), os leigos costumam considerar o álcool um estimulante, mas o etanol é basicamente um agente depressor do SNC (Sistema Nervoso Central). Embora evidências recentes sugiram que baixas concentrações de etanol aumentam a função de algumas sinapses neurais excitatórias, a estimulação, aparente resulta, em grande parte, da depressão dos mecanismos do controle inibitório no cérebro. Os primeiros processos mentais a serem afetados são aqueles que dependem de treinamento e de experiência prévia, a memória, a concentração e o próprio eu são embotados e, depois, perdidos. As confissões florescem, a personalidade torna-se expansiva e vívida, mudanças descontroladas de humor e explosões emocionais são evidentes. Essas alterações psicológicas são acompanhadas por distúrbios sensoriais e motores. Com intoxicação mais grave, ocorre comprometimento geral da função do sistema nervoso e, assim, uma condição de anestesia geral finalmente prevalece. Entretanto, existe uma pequena margem entre a dose anestésica cirúrgica completa e aquela outra dosagem que seria perigosa para a

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