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A um passo da escuridão: Os JOCAS - Caso 1
A um passo da escuridão: Os JOCAS - Caso 1
A um passo da escuridão: Os JOCAS - Caso 1
E-book125 páginas1 hora

A um passo da escuridão: Os JOCAS - Caso 1

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Sobre este e-book

CASO 1 - Quando um homem misterioso, moribundo, se mudou para o condomínio dos sete amigos vizinhos, com idades entre 15 e 19 anos, curiosos, eles conseguem entrar na casa do vizinho misterioso para descobrir que ele é um moribundo rico, que quer gastar sua fortuna em algo que o ajude ir dessa para outra melhor, pagando pelos erros, contratando os setes amigos vizinhos para ajudar outros como ele a fazer a passagem. Se os amigos vizinhos, Gaia, Sofia, Caio, Miguel, Marjorie, Antony e Maria Julia sabiam a que passagem o moribundo se referia, saberemos em breve, porque daquilo nasce o JOCAS, Jovens CAça-fantasmaS. E se os sete JOCAS achavam que eles iam ficar confortáveis naquele galpão, em equipamentos eletrônicos de última geração ali parados, estavam enganados, porque não vai demorar muito para a porta dos JOCAS se abrir e um caso aparecer.

IdiomaPortuguês
EditoraC. Ribeiro
Data de lançamento26 de nov. de 2018
ISBN9780463074367
A um passo da escuridão: Os JOCAS - Caso 1
Autor

C. Ribeiro

Escrevendo romances policiais para um público infanto-juvenil, YA, e também adulto, a autora C. Ribeiro tem esse lado virtual impresso em alguns de seus livros, numa realidade que se passa dentro e fora dos computadores. C. Ribeiro escreve policiais da década de 50 e atuais, escreve suspense e terror, escreve ficção científica e fantasia além do nosso tempo e realidade.Ação e aventura adoráveis, que permeiam temas polêmicos, teorias de conspiração e mentes doentias.C. Ribeiro é uma autora que gosta de escrever personagens diversos, multiculturais, em todos os tipos de gêneros literários, permitindo que o leitor viaje pelas suas muitas histórias, conhecendo a maravilha que a literatura pode proporcionar.***********************Writing detective novels for children, YA and adults, C. Ribeiro has a virtual side imprinted in some of her books, a reality that takes place inside and outside computers.C. Ribeiro novels that takes place in the 50's and nowadays. Writes suspense, horror, science fiction and fantasy beyond our time.Also adorable action and adventure that permeate hot topics, conspiracy theories and sick minds.C. Ribeiro is an author who likes to write diverse, multicultural characters in all types of literary genres, allowing the reader to travel through her many stories, knowing the wonder that literature can provide.

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    A um passo da escuridão - C. Ribeiro

    Ilha de Paquetá, Rio de Janeiro.

    Sanatório para tuberculosos terminais.

    15 de abril de 1926; 09h00min.

    Os três homens carregavam mais lenha do que o normal para aquecer o grande forno. Fazia frio naquele final de abril na Ilha de Paquetá. Enquanto caminhavam, cada um a sua maneira se extasiava com a bela construção à sua frente, o ‘Hotel Escuridão’.

    Construído em 1900 pelo renomado arquiteto holandês Dizzan Schvarstein, nascido em Amsterdã, Holanda, Países Baixos, e que um dia a passeio a Ilha de Paquetá, apaixonou-se pelo local, o Morro do Castelo, lá ergueu sua mais emblemática obra Duisternis, ou ‘Escuridão’ em holandês; um hotel pintado de azul escuro, por dentro e por fora, com muitos andares, 200 quartos, um grande hall de lustres de Cristais Baccarat e papéis de parede Juan Zuber, trazidos da fantástica fábrica na comuna francesa de Rixheim.

    Havia uma grande lareira de pedra, pedida pela então viva, Melindra, sua filha de onze anos, que diziam, tinha problemas mentais, e gostava de paredes de pedra.

    E além daquele, também oito salões; para baile, para jogos de cartas, para se fumar.

    Do lado de fora, duas piscinas descobertas, quatro quadras diversas. Do lado de dentro, uma super piscina com prainha aquecida a carvão na cobertura, três restaurantes, e a cozinha mais vasta, 150 m2, no alto do morro.

    O Hotel ‘Escuridão’ havia sido tão fantástico, que já na balsa, no abandonar da Baía de Guanabara, era visto. Agora transformado num sanatório, emblemático ficava, sob o nevoeiro de abril, quando o outono no seu auge, criava o maior fog conhecido.

    A Ilha de Paquetá havia sido ocupada anteriormente pelos índios Tamoios, o viajante francês André Thevet registrou a descoberta da ilha em dezembro de 1555 e o Rei Henrique II da França reconheceu a ilha em 1556, até ser escolhida pela família real portuguesa para passar férias. E foi no período colonial e imperial, que o próprio José Bonifácio de Andrade e Silva, tutor de Dom Pedro II, lá tinha uma casa.

    Mas do hotel holandês de 1900, só lembranças; agora lá, um sanatório sombrio abrigava doentes terminais de tuberculose ou peste cinzenta, doença infectocontagiosa causada por uma bactéria que afetava principalmente os pulmões.

    Com escassos financiamentos, mão-de-obra mínima, remédios que sempre terminavam antes do tempo, e no seu auge com três pessoas morrendo por dia, o sanatório esvaziava cada vez mais rápido. Porque era para queimar os doentes terminais, que a lenha subia no lombo dos três homens, Bão, Licínio e Francisco.

    — Bão? — chamou a Dra. Betje Becker na porta do salão principal, um grande espaço de pé-direito triplo e caro piso de mármore róseo, em meio a cadeiras descascadas outrora filetadas a ouro, dispostas em paredes revestidas de tecido há muito desbotadas, defronte à grande lareira de pedra que raras vezes era acesa.

    Sebastião ou Bão, homem negro, de costas arqueadas e olhos esbugalhados, mandou os outros dois pararem. Licínio e Francisco obedeceram, e a lenha desceu dos ombros até o chão úmido e gelado.

    — A Dotôra estrangeira quer o quê? — Bão perguntou.

    — Sabe que aquela molher no pode ficar no room number 666, no sabe? Que aquela molher usa o number para chamar o inferno?

    Licínio e Francisco tiveram mais medo do tom da voz grossa e imponente da doutora holandesa do que das palavras que lhe escaparam do entendimento. E a Dra. Betje, apesar de mulher de pequena estatura, tinha fortes peitoris, pernas largas, cabelos tão avermelhados quanto o Sol da manhã, trançados na cabeça larga. Era tão assustadora quanto competente. Havia sido levada no final do ano 1915 pelo próprio arquiteto Dizzan Schvarstein para lá trabalhar, quando o diagnóstico de tuberculose o atingiu, atingiu a todos no hotel, hóspedes e funcionários, qualquer um que lá chegasse. Em seu leito de morte, Dizzan exigiu que o suntuoso hotel se transformasse naquele centro de horrores, o Sanatório Duisternis, já conhecido por sua tradução, ‘Escuridão’; um sanatório para doentes terminais.

    Bão ainda estava parado lá, a olhando falar, porque aquela frase, ele também não conseguiu traduzir por completo. Sabia apenas que a mulher do quarto de número 666 não era tuberculosa, era uma ricaça lá trancafiada pela família que almejava sua fortuna. Por isso não podia ser contaminada com os terminais.

    Mas seus ajudantes paquetaenses mal sabiam ler e escrever se confundiam quase sempre nas triagens, e quase sempre ela era misturada aos outros. Também não se podia esperar muito nem brigar com os funcionários já que mediante tal situação que há 11 anos se arrastava, conseguir empregados estava difícil. Então, nada a fazer, se não obedecê-la, a única mulher e única sobrevivente dos anos dourados de Dizzan e seu sonho de arquitetura.

    — Vamô continuar a carregar lenha, Bão? — perguntou Licínio, homem baixinho, de andar manco, nascido de orelhas pontudas feito arpão, logo que ela se afastou irritada pelo silêncio dos três homens.

    — Vamô Licínio. Metade nos fornos da cozinha, metade no aquecedor...

    — Mas e a mulhé do 666? A gente vai continuar a fazê o que ela manda? — foi a vez de Francisco, homem simples, de gordura saliente, mas coração bom.

    — Calado, Francisco, ou a Dotôra escuta. Vamô fazê sim. E você... — apontou para Licínio. —, leva as pernas de barata que ela pediu ontem.

    — Cruz credo! Cruz credo! — se benzeu. — Mas vô levá, porque o dinheiro é maço. Porque não quero que ela me espeta de novu.

    — Calado! — voltou Bão a ralhar com ele. — Num quero que ela mande ele de volta.

    — Nem eu... Cruz-credo! — Licínio voltou a se benzer.

    — É... Cruz-credo! — Francisco se benzeu também. — Quem já foi não deve volta, né?

    — É. Num deve...

    — Por isso tomo cachaça. Pra num acorda às três horas.

    — Vamô! Vamô! Parem de falar... Agora descarregue a lenha, Licínio. E vamô queimar os últimos japa no forno.

    Licínio e Francisco se olharam, mas Bão já estava irritado de mais para relevar tais olhares.

    Só que os olhares prosseguiam ali.

    — Que foi agora?

    — Os olhos puxados, sei lá, tavam se debatendo ainda.

    — O Dotô Wezlicki explicou. Eles são terminais. Quando não dá, não dá. A gente tem que abreviá.

    — Mas por que sempre àquela hora? — falou um.

    — É... Sempre as três... — falou outro.

    — Não discutam! Vamô!

    — Mas somo assassino, né? — questionou Licínio se benzendo.

    — Calado! Obedeça a ordem e só!

    Licínio e Francisco se olharam novamente. Não pensavam assim, mas fizeram o que lhes foi mandado. Lenha nos fornos da cozinha para fazer a sopa, para aquecer os pés, para cremar os corpos.

    O resto para as caldeiras, no porão do sanatório.

    Francisco foi o encarregado de levá-las, abastecer com calor o sanatório que se esvaziava cada vez mais rápido por causa da doença. E haviam feito três finais-de-semana que o cemitério na propriedade lotara, que covas estavam sendo abertas nas fundações da grande construção. Porque ele próprio enterrara cinco, noite anterior, perto de onde agora se encontrava; nas colunas que

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