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O Libertário e Outros Contos
O Libertário e Outros Contos
O Libertário e Outros Contos
E-book210 páginas1 hora

O Libertário e Outros Contos

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Sobre este e-book

Diversos contos. Título: O libertário e Outros ContosGênero: ContoNesse livro de contos conheceremos os seguintes personagens: Lobão (Traficante e ladrão de linhagem), Raimundinha, Paulo, Carlos, Geraldo, Margarida (A encarcerada) e muitos outros.O livro tem histórias com temas relevantes a problemas pessoais, sociais e ambientais da atualidade.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento24 de ago. de 2019
ISBN9780359296521
O Libertário e Outros Contos

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    O Libertário e Outros Contos - Irineu Correia de

    IRINEU CORREIA DE OLIVEIRA

    O LIBERTÁRIO E OUTROS CONTOS

    Juazeiro do Norte - Ceará

              2018

    Editora Lulu/ Clube de Autores

    2

    O LIBERTÁRIO E OUTROS CONTOS

    3

    AGRADECIMENTOS

    Agradeço a Deus, como Pai Senhor e Criador de todas as coisas, que me deu forças para escrever esse livro.

    À minha família que é o bem mais precioso      que tenho.

    A todos os professores da minha carreira escolar.

    Ao meu amigo Arthur Livônio, agradeço pelo incentivo.

    Aos amigos que contribuíram direta ou indiretamente neste livro.

    Enfim, a todos que contribuíram para tamanha alegria.

    4

    DEDICATÓRIA

    Aos meus pais, por sempre terem me ajudado.

    A minha esposa Luana Cândido que sempre me incentivou e apoiou.

    5

    O pensamento é livre.

    Cícero

    6

    O LIBERTÁRIO E OUTROS CONTOS

    7

    O BILHETE DA PENA CAPITAL

    Lobão, traficante e ladrão de linhagem e dos mais conhecidos da cidade. Era um mau homem, vivia numa grande favela de Juazeiro do Norte, casado com Maria Raimunda (conhecida por Raimundinha), filha de um pedreiro aposentado, eles não tinham filhos, por Raimundinha ser estéril.

    Dez anos de casados, batia constantemente, uma década de maus tratos. Ele aos dezoitos anos, se apaixonou, aos vinte anos se casou. O casamento embalsama no perfume das flores das laranjeiras com os espinhos enlaçados entre os dois.

    O leitor talvez nem imagine, quanto Raimunda já sofreu, se eu pudesse contar em menos de trintas linhas a história daqueles dez anos de casados, o leitor choraria!

    Ela já estava cansada de apanhar, e de visitar o marido na prisão e de ver a polícia invadir sua casa. É a tradição que o homem fazia a polícia de idiota. O certo é que Lobão preso comandava o tráfico caririense, e recebia da maconha uma farta fortuna, com o qual os bandidos da favela o admiravam.

    A esposa sofria pelos espinhos que seu esposo colocou em sua alma. Mas molestada pela saudade, pois o amava muito.

    A distância duma légua do presídio, e ela visitava duas vezes por semana, foi dois anos nesse pesadelo. Quando ele saiu, conseguiu uma fortuna sem limite, transferência para o centro da cidade, sua ambição suprema.

    Ele vendia maconha, lança perfumes, craque e cocaína para os jovens de classe média. O comércio de tráfico crescia e ele importava para todos estados nordestinos. Mercadoria vinda do Paraguai, enviada para todo o Nordeste, enriquecia o traficante de Juazeiro do Norte.

    Um dia, Raimundinha depois de apanhar, olhou para o marido, e disse:

    8

    — Eu não te aguento mais, por isso, eu quero me livrar da dor.

    — O que você quer dizer com isso?

    — Eu vou te deixar.

    — Não vai! Se deixar, eu te mato!

    — Prefiro morrer, que passar mais um dia com você.

    — Raimunda que espera de mim?

    — Largue o tráfico, e seja mais carinhoso e não roube mais.

    — Nunca... Só largo o tráfico, se for morto!

    — Sendo assim, tenho que me separar de você.

    — Quer morrer?

    — E por que chora Raimundinha?

    — Não me compreende... Sou infeliz.

    — Eu não sou mal. Você é que não conhece a minha bondade.

    Eram oito da manhã, de cinco de agosto de 2003. Ela foi morar na casa do pai e da mãe, e aos poucos curava as feridas provocadas pelo o marido.

    Lobão a chegar a casa, pegou uma carta e leu mentalmente, deixou cair à carta, e deitou-se prostrado de desânimo. Ele passou uma semana, com muito angustia e melancolia.

    A pobre Raimundinha chorava e soluçava, por amá-lo. Mas não conseguia viver com Lobão.

    Lobão sonhava muito com Raimunda tinha mil ilusões, que repugnava com o comportamento da esposa. O amor de Lobão era um amor de hospício, salteado numa loucura doentia.

    Lobão com muita saudade foi à casa de Sr. Miguel, mas este não deixou que ele a visse. Ele bateu os pés e engoliu a saliva de ódio e de rancor. Lobão pegou um revólver e

    9

    colocou na própria cabeça, suas mãos tremiam e suava com um rumor de medo e de loucura.

    Ele triscou no gatilho, mas não teve coragem de puxar o gatilho.

    Ele aproximou de uma janela e gritou com uma voz de remorso:

    — Eu sou um miserável! Mas meu amor é imortal!

    Ele colocou a mão direita na parede e ficou de cócaras, movido pela índole da maconha e de seus derivados, considerando os objetos particulares, algo inútil, como ferramentas imperfeitas, ficando alucinado pela a transcendência dos arquétipos platônicos que corriam em suas veias.

    Lobão chegou mesmo afirmar que o louco é louco porque tem alma de louco, é essencialmente louco, sendo destituído da razão, que a loucura enfrenta a finalidade do homem racional.

    Nessa aflição foi até a casa do sogro, e viu Raimunda passeando com um rapaz.

    O marido ficou parado e pensando em matá-lo:

    — Você me traiu Raimunda. Mas isso não vai ficar assim, pois tua alma me pertence e ninguém tirará de mim. Se alguém tirar, estará condenada a morte.

    Lobão murmurou consigo mesmo:

    — Ingrata!

    — Pode curtir a vontade meu rapaz, amanhã o diabo te mudará o nome, e você vai pedir perdão e sentir a dor da morte. Eu digo, curte meu rapaz, que a noite te espera.

    Era dez e meia da noite, o rapaz se despediu de Raimunda, e desceu duas avenidas, e quando estava atravessando uma rua para outra, um motoqueiro parou e falou com o rapaz:

    — Hei, moço!

    — sim.

    10

    — Que hora é?

    — Dez e quarenta e dois.

    — Então dorme sossegado.

    Ele apertou o gatilho, disparou - se, e a bala perfurou a cabeça do rapaz.

    — Ai, por que fez isso?

    — Por Raimunda.

    Ele tirou um maço de cigarros do bolso, pegou um isqueiro e acendeu o cigarro, e aspirou profundamente a fumaça. Seus olhos azuis triunfavam a morte do rapaz.

    Ele bateu a cinza do cigarro e deu uma gargalhada:

    — Há! Há! Há! Há!

    Ele olhou para a poça de sangue, abaixou o corpo e triscou no sangue e colocou na boca, sentindo os ranços da vingança.

    Duas horas depois...

    Uma viatura chegou a sua residência, e a polícia o levou para a delegacia.

    Na prisão, inclinou a cabeça e ele ficou olhando para o anel de casado. Fechou os olhos e viu a no altar, o padre perguntando:

    — Maria Raimunda, você aceita Carlos Antônio como seu esposo até que a morte

    os separe?

    — Aceito.

    Ele  sufocado  pelos  soluços  com  o  rosto  sobre  a  grade,  ouvia  as  risadas  de

    Raimunda.

    Lobão doente pela loucura decide seu destino entre as grades.

    — A úlcera que come as carnes de minha alma, será curada nesses dias.

    Faltava uma semana para o seu julgamento, ele combinou com os colegas de cela para fugirem da

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