O Poeta e a Gaivota
De Wagner Cruz
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O Poeta e a Gaivota - Wagner Cruz
Copyright © Wagner Cruz 2019
Direitos em língua Portuguesa adquiridos ao autor por Libelula25Editora
Diagramação: Erisvaldo Correia
Capa: Alice Prince
Revisão /preparação de originais: Honorato Ribeiro
Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e acontecimentos descritos são produtos da imaginação do autor. Quaisquer semelhanças com nomes, datas e acontecimentos reais são mera coincidência. Todos os direitos reservados. É proibido o armazenamento e/ou a reprodução de qualquer parte destas obras, através de quaisquer meios — tangível ou intangível — sem o consentimento escrito da editora.
CIP – Brasil. Catalogação na Fonte
Catalogação pela Editora
C955o
Cruz, Wagner 1973
O poeta e a gaivota / Wagner Cruz. 2ª Ed – Minas Gerais:
Libelula25Editora 2019 / 126 pgs.
ISBN. 978-65-80512-00-3
FBN. 203.506/ l 352 / f 166
1. Novela poética 1. Título
2. Poesia Brasileira 2. Literatura Brasileira
CDD B869.1
Contatos:
libelula25editora@yahoo.com
wagnercruz1@yahoo.com.br
Há vinte anos, numa Ilha.
Quando o Poeta e a Gaivota surgiram, eu estava numa ilha em Belo Horizonte, cercado de dúvidas por todos os lados. Vindo do interior e vivendo longe da família em busca de novos objetivos, me deparei pela primeira vez com a solidão profunda. Mesmo estando rodeado de amigos e parentes, a sensação de estar à deriva, por minha conta e risco me fez perceber que eu era um náufrago em mim mesmo.
O Poeta e a Gaivota me acompanharam durante todo um verão, nas minhas incursões noturnas mergulhado em trabalhos puramente técnicos dentro de uma multinacional. Viagem que durou do verão de 1997 até o outono de 1999, quando enfim o Poeta pôde voar e a Gaivota se tornar uma poetisa nas páginas de um livreto independente gestado lá pelos lados da Bahia.
Hoje, após vinte anos desta jornada, ainda posso sentir o frescor nas palavras da prosa poética destes dois personagens que me transformaram para sempre.
Nesta edição da Libelula25Editora, revista e ampliada, deixo como presente de vinte anos, a aventura reformulada destes dois personagens nesta novela poética que tem como objetivo, nos mostrar que tudo é possível quando nos entregamos com amor, aos braços da arte.
O autor.
gaivota.pnggaivota.pngDiário numa ilha
O homem.................................................................................09
A Ave........................................................................................36
A ilha........................................................................................75
O mar........................................................................................91
Vida.........................................................................................101
Morte.......................................................................................101
O Amor ..................................................................................107
O Poeta ..................................................................................109
A Poetisa.................................................................................115
O homem que sabia voar........................................................120
Esperança...............................................................................122
gaivota.pngO Homem
− E o que é o homem? – Perguntou a gaivota ao poeta, pois tanto o ouvira filosofar sobre suas vitórias, suas derrotas e suas desgraças.
− O homem não passa de mais um animal. O mais terrível dos animais. A todo o momento acredita ser o mais especial dos viventes. O senhor de todas as coisas, de todas as eras, o dono de todo o universo.
− Por quê? – Insistiu a gaivota.
−Por que pensa!
− Só por isso?
− Sim! E porque pensa é capaz de construir máquinas, prédios, estradas, carros e navios...
A Gaivota ficou confusa. Pois através das palavras e dos anseios daquele ser ali, assentado na areia, entendeu que talvez ele não fosse um homem. Como poderia ser ele uma criatura tão poderosa e contudo, se sentir tão franco frente ao gigantesco oceano à sua frente? Ela sim podia fazer muito mais e ainda assim, achar-se a menor das gaivotas. Podia voar!
Seus olhos brilhavam quando viu o poeta se levantar da areia da praia, indo caminhar.
− Aonde vais? – Perguntou a avezinha, alçando pequeno vôo sobre ele.
− Estou indo rezar! – Disse, com certo sarcasmo nas três palavras.
− Rezar? O que é rezar?
− Ora. Já falamos sobre isso.
− E vais rezar para quê?
− Para que eu seja encontrado e resgatado, pois me salda tristeza neste canto de mundo com tanta solidão.
− Posso rezar com você?
− E como você reza? – Disse, fitando a ave voar ao seu lado, dando círculos no ar.
− Bem, − Dizia ela, enquanto batia suas asas. – quando chega o verão, e os filhotes que estão nos ninhos próximos aos abismos não conseguem escapar do vento forte que a chuva trás, nos reunimos para retirá-los de lá. Penso que isso seja uma maneira de rezar!
− E isso é rezar? – Ele sorriu, acenando negativamente com a cabeça.
− Sim, o movimento que causamos com as nossas forças. E você, que movimento santifica?
− Já palestramos sobre isso! E me questionas porque eu mesmo já lhe expliquei. Mas se queres saber: A nada santifico. Apenas busco em meu âmago, um contato mais profundo, com o meu Eu...
A gaivota batia as asas, acompanhando o poeta pela praia, até que este se cansou e encostou-se em uma das pedras enormes daquele lado da ilha.
− Ainda que estejas sozinho, como podes encontrar-te com o Eu? – Persistiu a