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Paul Mattick e o Comunismo de Conselhos
Paul Mattick e o Comunismo de Conselhos
Paul Mattick e o Comunismo de Conselhos
E-book60 páginas43 minutos

Paul Mattick e o Comunismo de Conselhos

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Sobre este e-book

Cláudio Pozzoli apresenta uma introdução ao pensamento e biografia de Paul Mattick e destaca alguns elementos de sua teoria das crises do capitalismo, bem como o contextualiza no âmbito da sua corrente política, o comunismo de conselhos. O prefácio de Marcus Gomes enriquece a obra ao trazer mais elementos e indicações bibliográficas, bem como pela crítica da interpretação de Pozzoli. Obra importante para quem quer conhecer a obra de Paul Mattick, um dos mais importantes pensadores marxistas, ou tem interesse em conhecer o comunismo de conselhos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento20 de jul. de 2020
ISBN9786500062991
Paul Mattick e o Comunismo de Conselhos
Autor

Marcus Gomes

Marcus Gomes é Doutor em Sociologia pela Universidade de Brasília.

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    Paul Mattick e o Comunismo de Conselhos - Marcus Gomes

    MATTICK E O COMUNISMO DE CONSELHOS

    Marcus Gomes

    A teoria de Marx é pouco conhecida. O comunismo de conselhos é uma corrente política de difícil compreensão. Existem vários motivos para isso, tal como o pouco acesso às obras dos representantes dessa tendência, que só recentemente se tornou parcialmente mais acessível, as apropriações oportunistas de ativistas de outras correntes, a marginalização política realizada dessa tendência desde a bolchevização dos partidos comunistas, bem como as interpretações de texto descontextualizadas e sem maior rigor histórico e analítico¹.

    Esse problema, no entanto, não ocorre apenas com a corrente, em si, mas com seus representantes, tal como é o caso de Korsch, Pannekoek e outros. A presente obra de Pozzoli, apresenta um outro tipo de problema, que é a interpretação do especialista, distante das lutas políticas e sociais. Pozzoli é um acadêmico e jornalista italiano que estudou sociologia e filosofia, sendo autor de biografias de Freud e Martinho Lutero e teve passagem pela Alemanha, onde manteve relações com os integrantes da chamada Escola de Frankfurt.

    A interpretação de Pozzoli da obra de Paul Mattick e do comunismo de conselhos ocorre a partir dessa perspectiva, além, obviamente, das idiossincrasias do autor. O problema é que ele se equivoca em vários aspectos, especialmente sobre o comunismo de conselhos. E esse equívoco pode ter sido derivado de uma leitura apressada de Paul Mattick, em seu breve texto Os Grupos Comunistas de Conselhos, no qual afirma que o que hoje resta deste movimento — na medida em que tomou a forma de organizações permanentes — usa o nome de grupos comunistas de conselhos, e assim este representante dessa tendência afirma que ela existia antes e o que restou foram algumas organizações permanentes que se autodenominam grupos comunistas de conselhos². Ele identifica antes o seu surgimento, mas a leitura descontextualizada pode dar a entender que o comunismo de conselhos surgiu quando tais grupos autodenominados assim emergiram. Porém, essa é a fase grupuscular do comunismo de conselhos³, o que restou dessa tendência que teve milhares de integrantes no bojo da Revolução Alemã.

    O texto do Pozzoli pode, portanto, mais confundir do que esclarecer. No entanto, como existe tão pouca produção sobre comunismo de conselhos e sobre Paul Mattick, a divulgação dessa obra se torna importante. Mas é preciso evitar a leitura dogmática ou a ingênua, especialmente daqueles que só leem um texto ou livro sobre uma questão e acreditam piamente nele e se agarram a esta interpretação sem senso crítico. Por isso é fundamental a leitura de Pozzoli e a atenção especial às notas de rodapé do editor, pois elas esclarecem alguns dos mais importantes equívocos do autor.

    De resto, a discussão sobre comunismo de conselhos de  Pozzoli é razoável, desde que se atente para as notas críticas do editor. Ela alerta sobre o equívoco do autor em considerar que o comunismo de conselhos surgiu no final da década de vinte do século 19, sendo que foi justamente em 1920 (ou seja, no início e não no final), apesar de esboçado antes. Por outro lado, a terminologia do autor, que insiste em colocar um comunismo de esquerda como algo amplo e o comunismo de conselhos como apenas uma tendência entre várias, é outro elemento problemático. Na verdade, houve um amplo movimento dissidente dentro do movimento que na época era chamado de socialista e o nome variava. É por isso que alguns comunistas de conselhos denominaram essas dissidências (dos partidos social-democratas, alguns assumindo o nome de comunistas ou socialistas) como socialismo radical, termo que outros autores também utilizaram⁴. A ideia de comunismo de esquerda exclui vários grupos, pois alguns não se encaixam nessa

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