O guri do cerrado: Contos, poesias e traduções
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O guri do cerrado - Welzerman Aleixo Rodrigues
Welzerman Aleixo Rodrigues
O guri do cerrado
Contos, poesias e traduções
1ª edição
2021
Sumário
Apresentação 6
Dedicatória 7
Capítulo O Contista
8
Festa Junina 9
Santa Teresinha 12
Estrela Dalva 16
Joaguim 19
Garimpeiro 23
Lagartixa 29
Entre a rua B e o pau rolô 32
Choro de avião 34
Dispositivo de armazenamento 36
Máfia dos colecionadores 37
Cassetadas
de domingo 39
Amor, inocência e o quebra-cabeças 41
Uma pequena Odisseia no cerrado 45
Capítulo O tradutor
49
Eveline 50
O gato preto 61
Uma canoa sob um dia iluminado 70
Capítulo O Poeta
72
Formação Epopeica 73
Campos de soja 74
Chorando as pitangas 75
Meu pequi meu pequizeiro 76
Garça Branca 77
Seriema 78
Insólitos sentimentos 79
What… If… 80
Estranho sonho de infância 81
Migração, terra da esperança 82
Curandeiras 83
Miscigenação 84
Capítulo Visão contemporânea e uma outra poética
86
Nórdico 87
Ressignificação 88
Alvorecer 89
Decrépito poeta 90
Desumano 91
Preconceito 92
Fé 93
Sorriso 94
Espectro 95
Vingança 96
A caverna 97
Atroz e fugaz 98
Secular 99
Chega de saudade 101
Caminhos 102
Natal 104
Ano novo 105
Ofício escrever 106
Vento capitão de tudo 107
Siga 108
Pandêmica poesia 109
São Tantos pontos 111
Ouvir 112
A canção do mês de Dezembro 113
Adoração 114
A cortina 115
O eu real 116
Realidade e verdade 117
Oi, que eu sou? 119
Sonhos 120
Nomes 121
Seguindo a canção 122
Cantos e rabiscos 123
Dialética do existir 125
Invernal 126
Habeas Corpus 127
Armar é 128
Falso soneto de Solis 129
Cativar 130
Austera saudade 131
Ária de um jovem 132
Eis um milagre Natalino 133
Versos à Handel, o magnífico 134
Dublin, aura mágica 135
Penso 136
Agonia 137
Celebre 138
Brevidade da vida 139
Inefável 140
Autoaceitação 141
A última flor do lácio e o Liceu 142
Epifânia loucura 144
O lado bom da monotonia 145
Solitário 146
Noturnas angústias 147
Entre mente e alma 148
Capítulo Amor, Poesias de minha mãe
149
A lembrança 150
Beija-flor 151
Elenco 152
Janela e Nostalgia 153
Isadora 154
FIM.
Esta obra está dividida em três partes, que são, contos, traduções e poesias. Nos contos se deparará com temas diversos de premissas regionalista, memorialista, política, religiosa e primeira infância. Nas traduções contém dois contos, obras canônicas, o primeiro de Jaymes Joyce, escritor Irlandês, o outro de Edgar Allan Poe, escritor Inglês, além de uma poesia. A parte lírica, apresentará temas como metafísica, cotidiano, política, religião, opinião, humanística, sentimento de mundo e fruição da psiquê. Por último poesias in memoriam, escritas por Marcia Aleixo Rodrigues. Esta obra tem caráter ficcional.
Dedico esta obra, à minha família, ao meu pai, aos meus avós, mas principalmente este livro objeto de horas de dedicação, ofereço a minha melhor amiga, pessoa que me inspirou , e me motivou à escrita poética. Exemplo moral, de caráter ilibado, ótima filha, esposa e uma mulher corajosa. Mulher de fé, professora, feminista. Sempre te amarei, a separação não é nada, diante da eternidade desse sentimento. Obrigado por sua entrega, por seu esforço, por seu carinho pela criação, é cumprida sua missão.
À minha amada mãe, estimada.
Márcia Aleixo Rodrigues
O Contista
Festa Junina
Não havia na cidade tamanha celebração. Nos meses de junho e julho Maria de Jesus era a rainha. Devota de São João e Santo Antônio, vivia na barra da saia do padre, a sacristia da igreja era sua segunda morada. Nesses meses ficava menos carola e se tornava mais comemorativa.
Mãe de cinco filhos, era mulher viúva desde cedo, sua aparência atarracada não impunha respeito, sempre em uma das mãos carregando terço e o escapulário no pescoço. Encontrou em seu destino certo dia Toninho o pedreiro. O companheiro embarcava em suas ideias de festança os dois formaram grande aliança.
Mulher de história sofrida, gostava de acolher, e entreter a vizinhança. Se esmerava na criação do ambiente junino.
- Não é aí que é para colocar o estandarte. Dizia.
- Quero as bandeirolas aqui, cruzando de lá pra cá. Comandava.
- A mesa vai ficar aqui. Opinava.
- Já cortou a madeira da fogueira meu filho. Indagava.
A festa demandava muito trabalho, toda a família estava envolvida, cada um cuidando de algum afazer.
No grande dia, era uma folia, dia de alegria, o bairro todo comparecia, trajando roupas típicas, o arraial de Maria de Jesus se tornava um baquete, cada um trazia um prato típico. A mesa então entulhava de comida, banquete que a todos servia, ao som de pula fogueira iaia
, no centro a gurizada formava a quadrilha, era