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Novelas de Faroeste 8: Volume VIII
Novelas de Faroeste 8: Volume VIII
Novelas de Faroeste 8: Volume VIII
E-book314 páginas4 horas

Novelas de Faroeste 8: Volume VIII

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Sobre este e-book

No Velho e Selvagem Oeste, o saloon era o local mais movimentado e frequentado da cidade. Ali aconteciam shows, dança, jogo e muitas brigas. Ali se encontravam mocinhos e bandidos, pistoleiros e desafiantes, mulheres bonitas e perigosas. A maior parte das histórias de faroeste passava por ele. Dos ambientes mais simples e rudes aos mais sofisticados, todos, indistintamente acolhiam moradores e forasteiros, cada um com sua história, cada um com seu destino.Famosos pistoleiros criaram fama nesse local. Outros ali encontraram a morte, na boca esfumaçada de um Colt. A fumaça da pólvora negra era o manto lúgubre que cobria mais um morto. Um punhado de serragem era jogado sobre a poça de sangue. Uma rodada gratuita de uísque barato era servida e minutos depois ninguém mais se lembrava do ocorrido.Afinal, o Oeste era mesmo um lugar selvagem e as Novelas de Faroeste mostram isso.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de mar. de 2022
ISBN9781526053176
Novelas de Faroeste 8: Volume VIII

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    Novelas de Faroeste 8 - L P Baçan

    Novelas de Faroeste

    Volume VIII

    L P Baçan

    Copyright © 2022 L P Baçan

    Todos os direitos reservados. Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido ou usado de qualquer outra forma nem divulgado sem a expressa autorização do autor, exceto o uso de partes para referência ou comentários.

    2022

    Conteúdo

    Novelas de Faroeste

    O Velho e Selvagem Oeste

    A Vingança do Caçador

    Abutres Humanos

    Uma Arma para uma Mulher

    Coleção Novelas de Faroeste

    L P Baçan

    saloon.jpg

    O Velho e Selvagem Oeste

    No Velho e Selvagem Oeste, o saloon era o local mais movimentado e frequentado da cidade. Ali aconteciam shows, dança, jogo e muitas brigas. Ali se encontravam mocinhos e bandidos, pistoleiros e desafiantes, mulheres bonitas e perigosas. A maior parte das histórias de faroeste passava por ele. Dos ambientes mais simples e rudes aos mais sofisticados, todos, indistintamente acolhiam moradores e forasteiros, cada um com sua história, cada um com seu destino.

    Famosos pistoleiros criaram fama nesse local. Outros ali encontraram a morte, na boca esfumaçada de um Colt. A fumaça da pólvora negra era o manto lúgubre que cobria mais um morto. Um punhado de serragem era jogado sobre a poça de sangue. Uma rodada gratuita de uísque barato era servida e minutos depois ninguém mais se lembrava do ocorrido.

    Afinal, o Oeste era mesmo um lugar selvagem e as Novelas de Faroeste mostram isso.

    A Vingança do Caçador

    001.jpg

    Amanhecia nas montanhas ao norte de Santa Fé. O sol projetava-se generosamente nas encostas gramadas, onde pastavam algumas dezenas de cabeças de gado Longhorn e mustangues selvagens ainda.

    A explosão deixou o gado inquieto e assustou os cavalos, que galoparam para longe, enquanto o eco ribombava por entre as elevações rochosas.

    Madson Jack acordou sobressaltado com a explosão. No momento seguinte, o bebê começou a chorar alto, também acordado pelo barulho inesperado.

    — Maldito seja você, Wink Van Horn! — gritou ele, irritado, saltando da cama.

    Hannah, sua mulher, já acudia o bebê, tomando-o no colo e tentando acalmá-lo.

    Madson saiu para o quintal de sua cabana, olhando os cavalos correndo em debandada, no meio do gado agitado.

    — Você precisa ir lá falar com ele, Madson — falou-lhe Hannah. — Se não puder parar com as explosões, pelo menos que as faça mais tarde, quando o bebê já estiver acordado.

    — Esse sujeito é louco, achando que vai encontrar prata nas terras dele. Devia estar criando cavalos e gado, ao invés dessa loucura. Vai acabar fazendo com que os cavalos se arrebentem de tão loucos que ficam. Vou lá agora mesmo falar com ele — decidiu-se Madson, vestindo-se e saindo.

    Parou, por instantes, no meio do quintal, depois retornou e apanhou seu cinturão, afivelando-o nos quadris.

    — Acha que vai precisar disso? — indagou Hannah, apreensiva.

    — Como eu disse, aquele sujeito é louco — afirmou Madson Jack, indo selar seu cavalo.

    Momentos mais tarde galopava na direção do rancho de Wink Van Horn, um holandês meio doido, que comprara aquelas terras e cismara que encontraria prata nelas. Vinha explodindo aquelas bombas havia alguns dias. As vacas leiteiras de Madson simplesmente pararam de dar leite, após o início das explosões.

    Não precisou cavalgar muito. Wink vinha fazendo as pesquisas numa encosta próxima à divisa dos dois ranchos. Viu o grupo de homens logo abaixo. Galopou naquela direção. Eles gritaram e acenaram. Madson olhou a sua esquerda. Viu, não muito longe dele, a fumaça do estopim.

    — Cobra dos infernos! — praguejou ele, esporeando seu cavalo na direção oposta.

    Mal havia se afastado, a explosão sacudiu a montanha sob ele e jogou fragmentos de pedra para o alto. A fumaça e a poeira demoraram para se assentar, dando-lhe tempo de chegar até os homens.

    — Diabos, vizinho! Quase o mando pelos ares — falou Wink, com seu sotaque carregado.

    Junto dele estavam um engenheiro de minas e dois homens que chegaram ali com o holandês. Um deles tinha todas as características de um pistoleiro. Vestia roupas pretas, com um colete de couro, onde se destacavam botões de prata. Usava um cinturão com dois coldres. Seus Colts eram reluzentes, com coronhas de madrepérola. Tinha um chapéu de abas retas, de onde se sobressaía uma pena de águia. Seu olhar era sinistro.

    Madson não gostara dele deste a primeira vez que o vira. A antipatia parecia ser recíproca, pois o pistoleiro o encarava com olhos frios.

    — Diabos, homem! Não pode começar com essas explosões um pouco mais tarde? Todos os dias você quase mata meu filho de susto. O bebê não tem três meses ainda.

    — Eu sinto muito, Madson, mas preciso aproveitar todo o tempo de que disponho — falou o homem alto e forte, com a pele rosada, indo apanhar um pouco de café no bule que aquecia junto a uma fogueira.

    O engenheiro foi preparar nova explosão, acompanhado pelo outro homem, que parecia ser o entendido em dinamite. O pistoleiro foi se encostar numa árvore e, de longe, ficou apenas observando as ações do rancheiro.

    Estranhava que Madson usasse o cinturão com a arma. Jamais o vira armado antes.

    — Podíamos fazer um acordo, Wink. Você começa as explosões após eu ter tempo de acordar o bebê, amamentá-lo e depois levá-lo para longe. E também de levar meu gado para outro pasto.

    — Suas terras são enormes, Madson. Tenho certeza que há prata nelas também. Por que não as vende para mim? Ou façamos uma sociedade para explorá-las. Nada de gado e cavalos. Você vai ficar rico...

    — Não, Wink. Não comprei estas terras para ficar rico. Só o fiz para ter um pouco de sossego e poder criar minha família tranqüilamente.

    — Está jogando dinheiro fora...

    O engenheiro fez um sinal de longe. Novo estopim foi aceso. Os homens trataram de se proteger atrás das árvores. A nova explosão foi mais forte que a anterior, jogando detritos para o alto.

    A paisagem, ali, estava totalmente alterada. Quando a poeira e a fumaça novamente se assentavam, o engenheiro apareceu, trazendo alguns fragmentos de rocha nas mãos.

    — Eu disse que estávamos perto — falou ele, mostrando as rochas.

    Engastadas no meio das pedras, viam-se pequenos filetes de metal brilhante. Era o minério de prata. Aquela configuração indicava que, nas imediações, havia um veio muito rico. A questão ali era saber em que direção estava o veio.

    — Eu lamento, vizinho, mas vou ter que incomodá-lo mais um pouco ainda, pelo menos até sabermos em que direção está o veio principal. Então abriremos ali um túnel e as escavações serão menos barulhentas.

    — Então, pelo menos, prometa-me que só vai iniciá-las uma hora após o sol nascer. É o tempo que preciso — pediu Madson.

    — Está bem, acho que posso fazer isso — afirmou Wink.

    Não fora um resultado satisfatório, mas, para Madson Jack, já era o bastante. Cedo ou tarde aquele maluco desistiria daquela bobagem e a paz voltaria às montanhas.

    Quando foi apanhar seu cavalo, Concho Valentine, o pistoleiro, pôs-se entre ele e o animal.

    — Vejo que está usando uma arma — comentou, apontando o Colt que pendia no cinturão de Madson.

    — Sim, parece que todos usam uma arma por aqui. Isso o surpreende?

    — Sabe usá-la? — indagou o pistoleiro.

    — Não, eu a uso apenas como enfeite — respondeu Madson Jack, encarando o outro sem se impressionar.

    — Pode se machucar, se não souber usá-la. Acha que pode fazer isto? — indagou Concho, sacando, com extrema rapidez, uma de suas armas e disparando contra um galho da árvore mais próxima, cortando-o.

    Antes que o galho tocasse o solo, o pistoleiro disparou de novo, cortando-o ao meio.

    Junto à fogueira, Wink olhava com satisfação o desempenho de seu pistoleiro.

    — Estou impressionado, moço. Você atira muito bem — afirmou Madson, contornando-o para ir apanhar seu cavalo.

    — Não quer nos mostrar como sabe atirar, vizinho? — provocou-o Wink.

    — Ou talvez ele não saiba — zombou Concho.

    — Não carrego uma arma para ficar me exibindo. Uso-a quando encontro cobras ou outros bichos peçonhentos. Então eu a tiro do coldre. Normalmente acerto onde aponto — falou o rancheiro, com seriedade, olhando o pistoleiro nos olhos.

    Concho riu zombeteiramente, girando o revólver no dedo indicador, antes de encaixá-lo no coldre, num movimento rápido e hábil.

    Madson virou-lhes as costas e esporeou seu cavalo. Definitivamente não gostava de Concho. Wink também não se esforçava para ser simpático. Não via a hora de terminarem com aquelas explorações.

    — E então? — indagou Hannah.

    — Essas porcarias de explosões ainda continuarão por algum tempo. Estive pensando no caminho para cá. Por que não vai para a cidade e fica na casa de sua irmã, até tudo terminar? — sugeriu ele.

    — De jeito nenhum, Madson Jack. Esta é nossa casa e não sairemos daqui assim tão fácil. Se o gado pode suportar essas explosões, nós também o faremos.

    — Não vou nem discutir com você. É mais teimosa que uma mula. Vou buscar aquelas vacas que deixei no vale, junto ao rio. Acho que já estão dando leite e poderão substituir as nossas.

    — Mas se trazê-las para cá, vai acontecer o mesmo com elas.

    — Não temos escolha, Hannah. O bebê precisa de leite. Vou deixá-las o mais distante possível.

    — Vai ter de cavalgar o dia todo para trazê-las aqui.

    — Não importa. Precisamos delas. Pode preparar alguma coisa para eu comer no caminho?

    — Sim. Fique com o bebê enquanto eu preparo — disse ela, entregando-lhe a criança.

    Com o bebê no colo, Madson Jack caminhou até que toda a beleza daquelas encostas se descortinassem diante dele.

    — Veja, Kiddo! Daqui até onde a vista alcança, e muitos acres além ainda, é tudo nosso. Vamos enchê-la de gado e de crianças. Cresça logo, case-se e tenha uma porção de filhos. Vamos precisar de toda ajuda possível — comentou ele.

    Era muita terra. Os sonhos de Madson eram grandes também. Tinha a terra que sempre sonhara, uma mulher que o amava e seu primeiro filho. Com o tempo viriam outros. Queria uma família bem numerosa. Queria vê-los cavalgando por aquelas encostas, tornando aquele a mais rico e mais próspero rancho da região de Santa Fé.

    Nova explosão fez o bebê saltar em seu colo.

    — Cobra dos infernos! — exclamou ele.

    O bebê encolheu-se todo e começou a chorar. O rancheiro foi para a cabana.

    — Pobrezinho, Hannah! Devia ir para a cidade com ele, até o maldito Wink terminar essa droga de pesquisa...

    — Madson Jack, já lhe disse uma porção de vezes para não falar palavrões na frente do bebê — repreendeu-o ela.

    — Diabos, Hannah! Ele nem sabe o que é isso...

    — Mas um dia saberá, se continuar repetindo-o diante dele.

    — Está bem — concordou ele, passando o filho para ela e apanhando o alforje que ela havia preparado.

    — Se não conseguir chegar antes do escurecer, pare e acampe. Não tente cavalgar no escuro, como fez da última vez.

    — Certo, patroa! — brincou ele, beijando-a e depois beijando o bebê.

    Momentos mais tarde, descia a encosta a galope

    0intervalo.gif

    No Santa Fé Saloon e Hotel, algumas horas mais tarde, quatro homens ocupavam uma das mesas ao fundo, na ala do restaurante debruçando-se sobre os pratos de comida como se aquela fosse sua última refeição.

    Tinham as capas de viagem amontoadas na mesa ao lado. Estavam cobertas de poeira. Haviam cavalgado muito para chegar até ali.

    Kate, a garota que servia as mesas, aproximou-se, trazendo mais filés fritos.

    Deixou a travessa sobre a mesa e ficou olhando a maneira desesperada como eles comiam.

    — O que está olhando aí, garota?

    — Nada. Nunca vi ninguém com tanta fome...

    — Culpa desse cretino aí que não calculou a quantidade de comida necessária. Estamos há dois dias sem comer — explicou um deles.

    — Eu tenho culpa se vocês comem como cavalos? — defendeu-se aquele que estava sendo acusado.

    — De Tucson até aqui é uma longa caminhada, seu idiota. Devia ter pensado nisso — acrescentou um outro. — Traga-nos mais feijão, garota.

    — Está bem — concordou ela, afastando-se para retornar em seguida com outra tigela.

    Deixou-a sobre a mesa e foi cuidar dos outros clientes. Naquele momento, Concho Valentine entrou no restaurante, com seu ar sinistro de sempre.

    Examinou o ambiente com os olhos. Viu os homens ao fundo. Esboçou um sorriso de satisfação, enquanto caminhava na direção deles.

    — E então, seus bastardo! — disse ele, puxando uma cadeira e sentando-se com eles.

    — Ei, Concho, seu filho da mãe. Pensamos que tivesse morrido. Mal pude acreditar, quando recebi sua carta — disse um deles.

    — Fizeram boa viagem?

    — Exceto por um ou dois percalços, graças a essa besta aí do seu lado — respondeu o outro.

    — Eu já disse que trouxe comida suficiente para todos. Só não esperava que comessem como lobos — defendeu-se de novo o pistoleiro.

    — Continuam os mesmos. Não se entendem, mas continuam juntos. Fico contente que tenham vindo, rapazes, pois tenho um serviço rápido para vocês. Rápido e lucrativo.

    — Quão rápido e quão lucrativo? — indagou o que os liderava, cujo nome era Dening Stone.

    — Trabalho para esta noite mesmo. Quinhentos dólares para cada. Vocês partem hoje à noite mesmo.

    — Hoje mesmo? Não vemos uma cama há dias... Não durmo com uma garota há mais de uma semana... Concho, podemos partir amanhã cedinho... — falou o rapazola chamado Joseph Sanders.

    — Com quinhentos dólares no bolso poderá dormir com muitas garotas, quando estiver de volta a Tucson, Joe.

    — Até com duas de cada vez, se agüentar com elas — zombou o sisudo Lubock Coolidge.

    — Essa foi boa, Lubock! — riu Lou Newcomb, o caolho.

    — Chega de palhaçada, rapazes. Vamos falar sério com Concho agora — repreendeu-os Dening Stone. — O que vamos ter que fazer para merecer essa grana, Concho?

    — Fácil! Nas montanhas, ao norte daqui, há um rancho que domina boa parte das encostas e vales. O dono é um maluco que veio ninguém sabe de onde. Vocês só tem que ir até lá e matá-lo, juntamente com a família dele.

    — Só isso? — indagou Joe.

    — Sim, só isso. Se quiserem saquear a casa, tudo bem. Se quiserem se divertir com a mulher dele, não me importo. Só quero que partam na mesma noite e tratem de despistar ao máximo. Da mesma maneira como chegaram, vocês vão sair. Seria prudente, inclusive, que não ficassem na cidade, que seguissem em frente, dando a entender que apenas estavam de passagem. Entendido?

    — Certo. E quando receberemos o dinheiro?

    — Agora mesmo. Aqui neste envelope está o dinheiro e o mapa da região. A casa está assinalada. Não há como errar. Vão lá após o escurecer. Lembre-se: não deixem pistas. Entendido?

    — Entendido, Concho. Sem testemunhas e sem pistas, não é?

    — Exatamente. Até a próxima vez, rapazes. Quando eu ficar rico, mando buscá-los para trabalharem para mim — prometeu Concho, retirando-se.

    Assim que o pistoleiro saiu do saloon, Dening abriu o envelope. Havia uma porção de notas graúdas lá dentro.

    — Diabos, Stone! — reclamou Joe. — São notas graúdas.

    — Não importa, seu idiota! Podemos trocá-las no banco. Aliás, vá fazer isso agora mesmo, enquanto eu o os outros estudamos este mapa.

    — E não pense em fugir com o dinheiro — alertou-o Lou.

    — Eu jamais faria isso com vocês, rapazes — sorriu Joe, piscando um olho, antes de sair rapidamente.

    — Acha que é seguro deixá-lo ir sozinho? — questionou Lubock.

    — Não sejam idiotas! Joe é incapaz de dar um passo sozinho. Não se preocupem. O dinheiro está seguro com ele. Vamos ver este mapa agora — determinou o chefe do grupo.

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    Entardecia. Madson tentava apressar as vacas e bezerros que conduzia, mas não conseguia. Os pequenos animais paravam a todo momento, cansados, enquanto as vacas, com as tetas pesadas de leite, não conseguiam caminhar mais depressa.

    — Cobra dos infernos! — praguejou ele, olhando o céu.

    Não conseguiria chegar antes do escurecer. Subir aquelas encostas era um esforço adicional para aqueles animais e ele se convenceu que forçá-los era inútil.

    Teria que acampar e passar a noite em algum ponto. Na manhã seguinte retomaria a jornada.

    Escolheu um vale estreito, entre duas encostas, com uma regato que brotava límpido e fresco das pedras. A pastagem era boa e a água suficiente.

    Acendeu uma fogueira, depois foi apanhar o alforje onde Hannah havia posto a comida e os utensílios de cozinha: a frigideira e a chaleira para o café.

    Trouxe também os cobertor grosso, suficiente para forrar a relva e cobrí-lo. Enquanto a fogueira começava a arder, foi retirar a sela do cavalo e preparar a cama para aquela noite.

    Não gostava de ficar longe do rancho nem de Hannan e o bebê embora isso, às vezes, fosse necessário. Tinha um trabalho a fazer ali. Era muita terra, talvez mais do que realmente precisasse, mas Madson Jack empregara nela todo o dinheiro sangrento que ganhara naqueles dez anos como caçador de recompensas.

    Era algo que nem Hannah sabia. Por muito tempo, antes de conhecê-la, Madson havia cavalgado por todo o oeste, perseguindo rostos que conhecia apenas em cartazes.

    Escolhia sempre os mais perigosos, porque eram os que rendiam mais. Era um trabalho nojento, mas era o que sabia fazer.

    Aprendera muito cedo a usar uma arma.

    Agora, depois que se casara e comprara aquele rancho, não voltara mais a usar uma arma. Guardava as suas porque sabia que cruzaria com serpentes e pumas naquelas montanhas. Além disso, desde os doze anos que se habituara ao peso de uma arma em seus quadris. Era difícil livrar-se disso agora.

    Levava sempre consigo o Colt de seis tiros, calibre quarenta e cinco, num cinturão com trinta balas, uma Winchester do mesmo calibre e, eventualmente, uma Overland, de canos duplos e curtos, de grosso calibre, com pelo menos mais vinte cartuchos.

    Eram armas especialmente preparadas para uso imediato e certeiro. O Colt deslizava facilmente do coldre. A Winchester tinha a alavanca de engatilhamento leve e macia, com um gatilho sensível, de ação curta. A Overland, quando aberta, expelia longe os cartuchos usados, facilitando o remuniciamento.

    — Cobra dos infernos! — murmurou ele, quando tentou se lembrar de quantos homens matara.

    Havia sido um bom número deles, desde ladr·es de diligências ou trens, até assassinos comuns. Todos os que perseguiu, Madson Jack conseguiu entregar à justiça.

    Nem sempre vivos.

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    Quando percebeu que o sol escondia-se lentamente no horizonte, Hannah entendeu que Madson não conseguiria chegar a tempo. Torceu para que ele não bancasse o cabeça dura e acampasse, evitando cavalgar à noite.

    Estava concentrada em seus afazeres, quando ouviu o cachorro latir.

    Ao sair à janela para olhar, viu um cavaleiro que se aproximava, vindo da cidade. Mesmo naquela distância, podia deduzir que era Johnny, seu irmão.

    Foi buscar o bebê. Johnny adorava o sobrinho.

    — Ei, Kiddo! — gritou de longe o cavaleiro e o nenê agitou-se nos braços da mãe.

    Os dois sempre faziam muita festa juntos. Era incrível como o pequeno Kiddo reconhecia a voz do tio.

    Johnny saltou do cavalo agilmente. Trazia algo nas mãos. Era um brinquedo de chocalho, que agitou diante dos olhos brilhantes e vivazes do bebê.

    Pegou-o no colo e brincou com ele, sob o olhar enternecido de Hannah.

    — Cadê o Madson?

    — Foi ao vale, buscar umas vacas leiteiras. Nosso vizinho anda fazendo umas explorações com dinamite e as vacas leiteiras pararam de dar leite.

    — Dinamite? O que ele anda procurando?

    — Disse que há prata nestas terras...

    — E pode estar certo — afirmou o rapaz.

    — Acha mesmo?

    — Pelo menos é o que comentam na cidade. Acho que o Madson podia fazer algumas pesquisas também. Prata é muito mais lucrativa do que cavalos e gado...

    — Tente sugerir isso a ele.

    — Ele tem muita terra aqui. Mesmo que explore uma mina de prata, sobrará espaço para os cavalos e o gado.

    — Madson não comprou isto aqui para ter lucro ou ficar rico. Quer apenas o suficiente para nós. De qualquer modo, se houver prata por aqui, ficará para nossos filhos ou nossos netos. Eles poderão decidir o que fazer.

    — Muito esquisito esse meu cunhado — comentou Johnny, brincando sempre com o bebê.

    — Por que diz isso?

    — Foi preciso muito dinheiro para comprar estas terras. Sabe como ele o conseguiu?

    — Madson sempre me disse que herdou de um tio, em Nova Iorque. Sempre achei desagradável comentar o assunto. Mas deixemos isso para lá. Vai passar a

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