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Novelas de Faroeste 6: Volume VI
Novelas de Faroeste 6: Volume VI
Novelas de Faroeste 6: Volume VI
E-book313 páginas3 horas

Novelas de Faroeste 6: Volume VI

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Sobre este e-book

No Velho e Selvagem Oeste, o saloon era o local mais movimentado e frequentado da cidade. Ali aconteciam shows, dança, jogo e muitas brigas. Ali se encontravam mocinhos e bandidos, pistoleiros e desafiantes, mulheres bonitas e perigosas. A maior parte das histórias de faroeste passava por ele. Dos ambientes mais simples e rudes aos mais sofisticados, todos, indistintamente acolhiam moradores e forasteiros, cada um com sua história, cada um com seu destino.Famosos pistoleiros criaram fama nesse local. Outros ali encontraram a morte, na boca esfumaçada de um Colt. A fumaça da pólvora negra era o manto lúgubre que cobria mais um morto. Um punhado de serragem era jogado sobre a poça de sangue. Uma rodada gratuita de uísque barato era servida e minutos depois ninguém mais se lembrava do ocorrido.Afinal, o Oeste era mesmo um lugar selvagem e as Novelas de Faroeste mostram isso.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de mar. de 2022
ISBN9781526053152
Novelas de Faroeste 6: Volume VI

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    Novelas de Faroeste 6 - L P Baçan

    Novelas de Faroeste

    Volume VI

    L P Baçan

    Copyright © 2022 L P Baçan

    Todos os direitos reservados. Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido ou usado de qualquer outra forma nem divulgado sem a expressa autorização do autor, exceto o uso de partes para referência ou comentários.

    2022

    Conteúdo

    Novelas de Faroeste

    O Velho e Selvagem Oeste

    Terra de Homens Violentos

    Terra Sem Lei

    Trilha de Sangue

    Coleção Novelas de Faroeste

    L P Baçan

    saloon.jpg

    O Velho e Selvagem Oeste

    No Velho e Selvagem Oeste, o saloon era o local mais movimentado e frequentado da cidade. Ali aconteciam shows, dança, jogo e muitas brigas. Ali se encontravam mocinhos e bandidos, pistoleiros e desafiantes, mulheres bonitas e perigosas. A maior parte das histórias de faroeste passava por ele. Dos ambientes mais simples e rudes aos mais sofisticados, todos, indistintamente acolhiam moradores e forasteiros, cada um com sua história, cada um com seu destino.

    Famosos pistoleiros criaram fama nesse local. Outros ali encontraram a morte, na boca esfumaçada de um Colt. A fumaça da pólvora negra era o manto lúgubre que cobria mais um morto. Um punhado de serragem era jogado sobre a poça de sangue. Uma rodada gratuita de uísque barato era servida e minutos depois ninguém mais se lembrava do ocorrido.

    Afinal, o Oeste era mesmo um lugar selvagem e as Novelas de Faroeste mostram isso.

    Terra de Homens Violentos

    001.jpg

    Buck Taylor cavalgava pela árida paisagem, num verão quente do fim do século dezenove, a leste de Denver, na direção de um povoado chamado Last Chance.

    Era quase uma cidade fantasma, com poucos habitantes, segundo lhe fora informado.

    Pouca coisa havia ali, exceto uma estação da diligência, única atividade importante a justificar a existência da cidade.

    Buck não ia a passeio. Estava à procura de Ben Sommers, seu amigo de infância e juventude e que não via mais de cinco anos, desde que Ben viera para o Colorado.

    Buck era assistente de xerife em Cheyenne, apenas esperando a aposentadoria do seu chefe para assumir o posto.

    Não planejava nenhuma grande aventura nem tencionava se afastar de Cheyenne, no Wyoming, mas não pudera resistir ao apelo da Sra. Sommers, alguns dias atrás.

    Ela havia servido seus famosos bolinhos. O cheiro de café recém-coado invadira a alegre cozinha, com cortinas floridas na janela.

    — Buck, você e Ben sempre foram muito amigos — dissera ela, sentando-se diante dele, à mesa, e servindo-lhe os bolinhos num prato, onde despejara um pouco de mel.

    — Sim, Sra. Sommers, e sinto muita falta dele.

    — Você é um rapaz, Buck. Pena que Ben sempre tivesse aquele mesmo espírito de aventuras do pai a lhe pôr cócegas nos pés.

    — Por onde ele anda agora? Tem tido notícias dele?

    — Há uns seis meses, recebi uma carta dele de Denver. Dizia que estava indo para um lugar de grande futuro chamado Last Chance, há umas cento e vinte milhas de lá. Depois disso, não recebi mais nenhuma noticia.

    — Last Chance? Acho que é só uma estação de muda da diligência. Não há muita coisa por lá.

    — Ben deve estar à procura de alguma coisa em sua vida, que jamais encontrará. É como o pai. Só sossegou depois que juntou as botas na colina. Só que eu estou muito velha...

    — Ora, Sra. Sommers, eu não diria isso. Ainda é capaz de quebrar muitos corações por aí.

    Ela riu, olhando-o com ternura e gratidão.

    — Você é muito gentil, Buck, mas não sabe de minha doença.

    — Doença? — preocupou-se ele.

    — Sim, algo aqui dentro — falou ela, apontando para o peito, à altura do coração. — A qualquer momento ele pode falhar e, antes que isso aconteça, eu gostaria de rever meu filho. Tenho ainda algum dinheiro deixado pelo meu marido. É mais do que o suficiente para eu viver. Eu pagaria sua viagem até Last Chance para tentar encontrar o meu Ben.

    — Acha mesmo necessário?

    — Sim, já escrevi algumas cartas para lá, aos cuidados do xerife, do homem do correio, do chefe da estação da diligência e até do pastor, se havia um lá. Não obtive resposta.

    — Ben pode não tê-las recebido ainda — respondeu Buck, pensando no transtorno que seria uma viagem como aquelas.

    — Só que não tenho muito tempo para esperar, meu filho — disse ela, com seus olhinhos brilhantes se enchendo de lágrimas, num apelo irrecusável.

    Buck a conhecia desde que se lembrava como gente. A Sra. Sommers muitas vezes fizera o papel de mãe para ele, que havia perdido a sua muito cedo.

    Não pôde recusar àquele apelo. Conseguiu umas férias com o xerife e se preparou para a viagem.

    Quanto mais cedo partisse, mais cedo teria resolvido aquilo e dado à velha senhora, antes de sua morte, uma última alegria.

    Ben nunca havia se acertado na vida. Tentava de tudo, mas a sorte não lhe favorecia.

    Buck tentou imaginar o que ele havia ido buscar em Last Chance, um lugar árido, sem muitas perspectivas. Um lugar para onde ninguém, sem sã consciência, iria.

    Repentinamente, em algum ponto à frente, após uma colina ouviram-se tiros.

    — Que diabos! — exclamou ele, detendo seu cavalo.

    Os tiros continuaram. Pelo menos dois rifles e um revólver, pelo som que se ouvia.

    Esporeou seu animal, contornando a colina. À frente, havia algumas rochas mais altas. Dali, dois homens disparavam contra um terceiro, escondido num plano mais baixo.

    Perto dali, o cavalo do terceiro homem estrebuchava, após ter sido atingido.

    Eram dois contra um, dando toda a impressão de ter sido uma emboscada, por isso Buck resolveu tomar partido do mais fraco.

    Apanhou seu rifle. Atirou rapidamente algumas vezes na direção dos dois homens, enquanto galopava.

    O terceiro homem, ao ver ajuda chegando, também tratou de disparar, dando cobertura a Buck, que pôde se aproximar e se esconder junto com ele.

    Ele amarrou o cavalo num arbusto seco e foi se posicionar ao lado do terceiro homem.

    — O que está havendo? — indagou Buck.

    — Emboscada... Eles me emboscara... — disse ele, com dificuldade.

    Só então Buck percebeu que ele estava ferido. Uma mancha vermelha se alastrava na barriga do seu novo companheiro.

    — Eles o atingiram?

    — Sim, é sério. Dói como o diabo.

    — Quem são eles?

    O outro nem teve tempo de responder. Uma saraivada de balas partiu das rochas altas, ricocheteando na poeira, cravando-se na areia atrás deles.

    — Bill Huston... É um dos homens lá encima.

    — Como sabe?

    — É o único que usa um Calibre Cinqüenta por estas terras.

    — Calibre cinqüenta?

    — Sim, arma de matar búfalos... — ofegou. — Sou Sam Hasting... Procure minha irmã... Fale sobre mim... — pediu, com esforço.

    O sangue se espalhava com rapidez, gotejando na areia. Os homens no alto pararam de atirar.

    — Agüente firme! — disse Buck, tirando seu lenço e pressionando-o sobre o ferimento.

    Sam gemeu. Seus olhos se fechavam lentamente. Ele olhava o horizonte, como se visse alguma coisa importante na distância.

    — Avise Hellen... Dê isto a ela... — pediu, num último esforço, estendendo a mão fechada.

    Buck segurou a mão dele. Sam respirou fundo, depois aquietou-se. Seus dedos se abriram. Algo pesado passou para a mão de Buck.

    Examinou. Parecia minério de prata. Guardou-o no bolso e tentou reanimar Sam, sem sucesso. Estava morto.

    — E agora, demônios? — indagou-se, cobrindo o rosto do falecido com o chapéu.

    Nova saraivada de balas o fez se abaixar, espremendo-se contra a pedra.

    — Ei, vocês! — gritou, assim que houve uma pausa. — Já conseguiram o que queriam. Sam Hasting está morto!

    Houve uma pausa maior no tiroteio. Os homens lá encima confabulavam.

    — Quem é você? — indagou uma voz.

    — E o que importa isso?

    — Para onde vai?

    — Para longe!

    Nova pausa, deixando Buck na expectativa. Não tinha nada com aquilo.

    — Está bem, forasteiro! Tem um minuto para dar o fora daí.

    Era uma resposta nada interessante. Quem poderia garantir que não seria baleado pelas costas?

    — Nada feito! Quem me garante que não irão me enganar?

    — Ninguém, estranho. É sua única chance. Caia fora e não mexa no cadáver.

    Estranhou aquilo. O que desejavam com o morto, mesmo após pô-lo nesta condição?

    Lembrou-se do que Sam lhe entregara. Retirou do bolso o pedaço de minério. Talvez fosse aquilo que os dois homens lá encima procuravam.

    Guardou-o no bolso da camisa de Sam. Rastejou até seu cavalo. Recarregou o rifle e o engatilhou.

    — Está bem, estou indo embora — gritou e começou a andar, de forma que o animal ficasse entre ele e os emboscadores.

    Foi caminhando, preparado para revidar, caso eles disparassem contra ele.

    Nada ocorreu, no entanto. Quando se viu em posição segura, saltou para a sela do cavalo e partiu a galope.

    Atrás dele, Bill Huston o acompanhava, apontando-lhe o seu fuzil de grosso calibre.

    — Pena que não seja um rifle para longa distância — lamentou, desengatilhando-o e abaixando-o.

    — Vamos até lá ver, Bill — falou John Sutton, deixando seu esconderijo.

    Os dois desceram até onde estava o cadáver de Sam Hasting. John o revistou, encontrando o pedaço de minério.

    — Aqui está, Bill — disse, satisfeito.

    — Maldito! Ia nos trair mesmo — comentou Bill. — Se a noticia chegasse a Denver, tudo estaria perdido para nós.

    — Mas não chegará mais. Pelo menos não por ele — disse John, chutando o corpo inerte de Sam. — Vamos enterrá-lo?

    — Para quê? Os coiotes e urubus darão conta dele. Vamos embora. Quero tomar um bom gole lá na estação da diligência agora — Bill, apontando o rifle para a cara do morto e apertando o gatilho.

    O estrago foi terrível, deixando o cadáver totalmente irreconhecível, transformando sua cara numa máscara retorcida.

    — Pronto! Agora ninguém o reconhecerá — afirmou. John se apressou em aliviar o morto de todos os seus pertences, bem como da sela do cavalo.

    Satisfeitos com o resultado da caçada, os dois homens se foram.

    No céu, os abutres começavam a circular.

    0intervalo.gif

    Quando Buck chegou a Last Chance, já anoitecia. A vila era o que todos haviam falado a respeito dela.

    Um fileira de casas ao lado da estrada, tendo entre elas um saloon.

    Um pouco distante das casas, havia o posto de trocas da diligência.

    Um curral ao lado da construção exibia belos animais, espécimes fortes e bem tratados, próprios para serem atrelados à diligência.

    — Posto Hasting! — leu ele.

    Pensou no homem que vira morrer na estrada. Sam Hasting pedira que avisasse sua irmã.

    Possivelmente Buck a encontraria ali. Cavalgou até a estação de mudas.

    Quando entrou, o salão estava vazio. Havia um balcão, ao lado do qual fora montada uma bilheteria, possivelmente para a venda de passagens.

    Havia garrafas na prateleira e um cheiro bom de comida quente. Buck imaginou que servissem refeições ali.

    Entrou. Suas esporas tiniram no assoalho. Uma jovem surgiu na porta que ligava o bar com os fundos, onde estava localizada uma cozinha.

    Era loura, de longos cabelos e olhos azuis muito bonitos. Tinha um rosto jovem, mas endurecido pela vida e pelo trabalho incansável.

    Ela olhou o forasteiro com interesse.

    — Olá! — sorriu ele, afinal. — Precisa de alguma coisa?

    — Está cheirando muito bem, moça, e já faz muito tempo que não como uma refeição decente.

    — Então chegou na hora. Dentro em pouco a diligencia chegará e os passageiros irão comer. Pode se juntar a eles. Vai viajar também?

    — Não... Estou apenas de passagem — mentiu ele.

    — Quer beber alguma coisa enquanto espera?

    — Seria ótimo!

    A garota apanhou uma garrafa de uísque e um copo. Ia servir, mas parou, olhou Buck por instantes, depois balançou a cabeça num sinal negativo.

    — Não, não vou dar-lhe isto — resolveu ela, apanhando uma outra garrafa, oculta sob o balcão.

    Serviu, então, uma generosa dose. Buck bebeu um gole e estalou a língua de satisfação.

    — É do bom mesmo, moça — afirmou ele, entornando o copo.

    Ela sorriu, satisfeita, servindo outra dose.

    — Se quiser se lavar, há um banheiro lá nos fundos. Cobro dez centavos pela toalha e cinco pelo sabão. A refeição lhe custará um dólar e a bebida é grátis.

    — Certo, me parece justo — falou ele, retirando algumas moedas e pondo-as no balcão. — Vai ser bom tirar toda essa poeira.

    Ela o olhou por instantes, sem apanhar as moedas.

    — Terá tudo isso de graça se me ajudar a preparar os cavalos para a diligência. Meu irmão deveria fazer isto, mas ainda não apareceu, o maldito! Vice sonhando com grandes fortunas e acaba deixando todo o trabalho duro para mim. Então, o que me diz?

    Ele pensou por instantes.

    — Como é seu nome, moça?

    — Hellen Hasting, por quê?

    — Quero saber o nome de minha patroa. É justo, não?

    — Certo, muito justo! — concordou ela, estendendo a mão.

    Buck a apertou. Ela serviu outra dose. Ele ficou pensando como faria para contar-lhe a respeito do irmão.

    Ela sumiu no interior da cozinha, retornando em seguida com a toalha e o sabão.

    — Quer tomar seu banho antes ou depois de me ajudar?

    — Acho que vou tomar banho agora mesmo, antes que anoiteça de todo.

    — Então apresse-se. O banheiro é lá atrás. Vai gostar — afirmou ela.

    Buck seguiu na direção indicada por ela. Um cano trazia água do morro, abastecendo uma caixa d’água no alto de uma torre.

    Canos desciam na direção do posto, inclusive um, no banheiro. A água caía constante, fria e agradável para a temperatura daquele lugar.

    Buck sabia que iria adorar aquele banho. Enquanto isso, Hellen ultimava os preparativos para o jantar.

    Trouxera os pratos de latão e os talheres para o balcão. Assim que os passageiros chegassem, traria os caldeirões de comida para cima do balcão, onde eles se serviriam.

    Conferiu tudo. Só faltava mesmo preparar os cavalos, mas ainda havia tempo para isso.

    Foi até a porta do posto e olhou na direção da estrada. Não havia sinal de poeira que indicasse a aproximação da diligência.

    Não se importou. Estava habituada aos atrasos. Sua preocupação, naquele momento, era toda em relação ao irmão.

    Depois que se metera com os homens do saloon, andava muito falador e muito cheio de planos, prometendo coisas que Hellen sempre sonhara, mas jamais tivera oportunidade de ter.

    Foi quando viu Bill Huston se aproximando, juntamente com John Sutton, dois pilantras de marca maior, que viviam no saloon e que em algumas ocasiões, haviam vindo ali conversar com Sam.

    Hellen não gostava deles. Era tipos da pior espécie, que a intimidavam.

    Esperou que eles parassem diante do saloon, mas eles passaram direto, rumando para o posto.

    — Diabos! — praguejou ela, entrando. — Só me faltavam esses idiotas para complicar.

    Foi para a cozinha, na esperança de que eles passassem direto.

    Minutos depois, no entanto, eles entraram. Suas esporas batiam sinistramente no assoalho.

    Aproximaram-se do balcão. Bill bateu a mão espalmada sobre a madeira, fazendo oscilar a pilha de pratos.

    — Chegamos na hora, Bill — disse John. — Que tal uma janta?

    — Quero comer, John, mas outra coisa — falou Bill, tirando o chapéu e o casaco e pondo-os sobre o balcão.

    Voltou a bater na madeira. Hellen, lá dentro, respirou fundo e foi atendê-los.

    — O que querem? — indagou, rispidamente.

    — Um drinque! — falou Bill, olhando-a fixamente.

    Hellen apanhou a garrafa do pior uísque que tinha ali.

    — Não, desse não — falou ele. — Do outro.

    — Que outro?

    — Aquele especial, que Sam nos servia.

    Hellen fez uma careta e apanhou a outra garrafa. Serviu dois copos.

    Bill não bebeu. Quando Hellen ia se retirar, ele a segurou pelo pulso, sempre olhando-a fixamente.

    John, ao lado, se divertia com o olhar de espanto da garota, que não conseguia esconder seu pavor.

    — Deixe a garrafa — falou Bill.

    Hellen o atendeu. Ele a soltou e ela correu para dentro da cozinha.

    Os dois riram divertidos.

    002.jpg

    Enquanto Bill ficava no balcão, provocando Hellen, John foi até a janela. Viu, então, o cavalo de Buck, amarrado ao lado do salão.

    — Bill, venha cá! — chamou.

    — Não me amole, John. Estou ocupado.

    — É melhor vir aqui — falou John.

    Pelo tom de voz do amigo, Bill percebeu que era importante. Foi até a janela.

    — Veja aquele cavalo. Você o conhece? — indagou.

    — Diabos! — praguejou Bill, olhando ao redor.

    Hellen começava a acender as luzes do salão. Bill foi ao encontro dela.

    — De quem é aquele cavalo lá fora? — indagou, rispidamente.

    — Deve ser do forasteiro que acabou de chegar.

    — Quem é ele?

    — Não sei, vai me ajudar, enquanto Sam não aparece.

    — Ajudá-la em quê?

    — Com os cavalos, por quê? Qual é o problema?

    — Não interessa! Onde está ele?

    — Lá nos fundos, por quê?

    — Fique aqui! — ordenou ele, sacando seu Colt.

    John fez o mesmo. Os dois deixaram o salão para contornar a construção e ir até o banheiro.

    Hellen se apressou. Saltou para dentro do balcão, atravessou a porta e saiu à janela, ao lado do local onde estava Buck.

    — Você, aí dentro, cuidado! — gritou.

    Bill e John já haviam dado a volta.

    — Cale a boca, maldita! — falou Bill, chegando à janela e empurrando a garota para dentro.

    John não esperou a ordem de Bill. Começou a disparar seu revólver contra a porta.

    Bill o imitou. Os dois descarregaram as armas, perfurando a madeira.

    — Acha que foi o bastante? — riu John, olhando para parceiro.

    — Mais do que suficiente. Abra a porta.

    Enquanto Bill recarregava a arma, John foi abrir a porta. Quando o fez, Buck encostou o revólver em sua testa, engatilhando-o.

    — Bill! — chamou John, com voz trêmula e acorvadada.

    — Diabos! — exclamou Bill, que não havia terminado de remuniciar a arma.

    — Deixe isso aí bem quietinho, moço — ordenou Buck, sem se distrair.

    John foi recuando lentamente, até emparelhar com Bill, que mantinha a arma engatilhada na mão.

    Havia posto duas balas no tambor, mas não podia arriscar a sorte contra aquele forasteiro.

    — Por que fizeram isso? — indagou Buck.

    — Acho que cometemos um engano, não foi, John? Nós o confundimos com um assaltante de estrada que encontramos na viagem, quando voltávamos.

    — E atiraram primeiro, para perguntar depois? — insistiu Buck.

    Hellen surgira de novo na janela e acompanhava a cena com interesse.

    Sem que os homens viessem, ela tinha uma espingarda de dois canos na mão, pronta para disparar.

    — Não podíamos facilitar. Ele havia matado um amigo nosso.

    — Quem? — indagou Hellen.

    Bill e John se entreolharam, simulando grande pesar.

    — Que diabos, homens! De quem estão falando? — insistiu a garota.

    — Foi seu irmão, Hellen. Nós o encontramos na estrada, morto. Levaram tudo que era dele. Foi roubado. Julgamos que o forasteiro pudesse ser o assassino.

    Hellen olhou na direção de Buck, em dúvida.

    — Viu alguma coisa? — indagou ela.

    — Sim, vi seu irmão morrer ao meu lado, enquanto dois homens atiravam nele, ocultos nas rochas.

    — Não viu quem era?

    — Não, infelizmente não.

    — Pode ter sido ele, Hellen. Está inventando isso para se livrar — acusou Bill.

    — Há um modo de verificar isso. Basta olhar na minha sela. Se ele foi roubado como estão dizendo, as coisas deles podem estar lá — sugeriu Buck.

    — A menos que tenha escondido em algum ponto por aí — contrariou John.

    — Eu permito que me revistem. Vocês podem fazer o mesmo? — devolveu o rapaz e os dois homens empalideceram.

    — Está duvidando de mim? — falou Bill.

    — Ele está nos acusando, Bill — ajuntou John.

    A diligência chegou, com grande alarido. O cocheiro e o guarda, velhos amigos de Hellen, entraram, fazendo estardalhaço.

    — Mutt e Jud, estes dois estão dizendo que encontraram Sam morto na estrada. O forasteiro confirma isso —

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