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Educação: da solução ao problema: introdução histórica/filosófica aos estudos da Educação
Educação: da solução ao problema: introdução histórica/filosófica aos estudos da Educação
Educação: da solução ao problema: introdução histórica/filosófica aos estudos da Educação
E-book126 páginas1 hora

Educação: da solução ao problema: introdução histórica/filosófica aos estudos da Educação

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Sobre este e-book

Levando em consideração os desastres culturais e intelectuais que vivemos e a necessidade de se estudar mais sobre o assunto, para tentarmos, cada um em sua função, corrigir os erros, neste livro trataremos do desenrolar do sistema educacional ao longo dos anos. Partindo dos gregos, os pais da civilização ocidental, e seguindo até nossos dias atuais, veremos como o sistema educacional se desenvolveu, e como declinou em tão pouco tempo.
Apesar do crescente número de matrículas nas escolas, ainda hoje passamos por um grave problema quanto à qualidade de ensino que é dado nas salas de aula, seja em materiais didáticos ou até mesmo pela própria formação dos "profissionais" da área. Muitas das pessoas graduadas sofrem com o analfabetismo funcional, pois apesar de saber ler, não sabem decifrar os códigos estritos da mensagem a ser passada, simplesmente não sabem interpretar textos, poemas, notícias, ou mesmo as brincadeiras irônicas que hoje se mostram aos montes em nossa sociedade, principalmente nos meios de comunicação.
De quem é essa culpa? As coisas já foram melhores? Se sim, quando começaram a piorar?
IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de mai. de 2022
ISBN9786525235936
Educação: da solução ao problema: introdução histórica/filosófica aos estudos da Educação

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    Educação - Matheus Gomes

    Capítulo 1 O HOMEM, O ÚNICO FRUTO DA EDUCAÇÃO

    O primeiro ponto a se destacar dentre os vários outros que cabem dentro do conceito educação é, sem sombra de dúvidas, o homem. Talvez, pareça fazer algum tipo de alusão ao famoso humanismo moderno, mas está muito distante disso. O homem simplesmente é o primeiro conceito da educação porque a educação nasce dele, a educação nasce da história desse homem que se forma e que vai se fazendo em seus costumes, em seu desenvolvimento, que vai se dando de forma gradual com o passar dos tempos e gerações, e a medida em que se dá, sua cultura vai se formando, quando já bem desenvolvida por ele em sua singularidade, ou em sua totalidade, levando em conta também seus antepassados, surge a necessidade da transmissão dos costumes de seu povo para que assim, tenha continuidade de sua história.

    Afinal de contas o que é cultura, a não ser um conjunto dos bens intelectuais acumulados, como bem postula o filósofo contemporâneo, Olavo de Carvalho em um trecho gravado para a série, Brasil, última cruzada, projeto bem-sucedido, realizado em 2018 pela Brasil Paralelo. À medida que aquele povo se reproduz, e à medida que novos membros vão nascendo, surge também a necessidade da transmissão dos costumes daquela gente. Daqui surgem por exemplo (como vemos com grande frequência pelas redes de comunicação), os mais diversos tipos e rituais criados pelas tradições indígenas.

    Assim, notamos que a educação só existe porque o homem existe, e sendo ela existente na existência do homem e não ao contrário, podemos dizer que, a educação é uma serva desse homem, e sem sombras de dúvidas, umas das mais importantes servas, pois é justamente ela que vai continuar a formar este homem, e ajudá-lo em seu contínuo desenvolvimento.

    Conforme vimos, a educação nasce do homem, a educação só existe porque o homem existe, só o homem pode ser fruto de uma educação. Te convido agora, em uma rápida olhada pelo mundo, e em uma rápida análise, a responder esta pergunta: existe algum ser, além do homem que pode ser, por natureza, educado? Com certeza, alguns poucos - imagino - discordarão, e dirão que também os animais podem passar por esse processo, pelo qual chamamos de educação. Eu verdadeiramente sinto em desapontá-los, mas devo dizer que isso é absolutamente impossível.

    Para nos ajudar com esse assunto, damos um pulo na idade média. Recorremos ao pensamento do grande Doutor Angélico, para entender um pouco da dimensão do homem enquanto tal, e o que o diferencia dos demais seres vivos. Segundo Tomás de Aquino, "O homem é uma substância composta de alma e corpo, duas essências incompletas se consideradas em si mesmas, mas perfeitas e completas se unidas, sendo separável somente por acidente: pela morte, o cessar da vida no corpo. O nome específico para o ser do homem é o de pessoa, que designa a substância individual de natureza racional" [STh.I, q29,a1,c].

    Vemos claramente que a antropologia Tomista é essencialmente personalista. Com Tomás, aprendemos que somos dotados de uma dimensão a mais que os demais seres, a alma. A alma, que já nos havia sido apresentada bem antes de Tomás por Platão, e ainda um pouco antes do Aquinate, por Agostinho, o grande filósofo Africano. Enfim, como somos seres dotados dessas duas dimensões, ou seja, corporal e transcendental (e por transcendental, entendemos, alma), recebemos a definição de pessoa, conforme vemos no trecho da Suma Teológica acima. Esse termo, como nos diz o grande Tomás, designa a substância própria do homem, e o que o diferencia em muito dos animais, que é a natureza racional, ou seja, enquanto o animal age instintivamente, o homem age racionalmente.

    Por isso, dizemos que apenas o homem pode ser educado, somente o homem pode ser resultante da educação, pois apenas o homem, depois de todo um processo de ensino de seus costumes, de sua língua, de seus deveres, pode pensar, no que lhe compete fazer, e assim, ensinar os outros que virão depois dele, tudo aquilo que ele aprendeu, e pela sua irascibilidade aperfeiçoou ao longo do tempo. Sendo assim, o animal pode ser fruto de um adestramento e não de uma educação, ele pode ser instruído a alguma coisa, e por se tratar de um ser instintivo, ele fará. Por exemplo, é próprio do animal a luta pela sobrevivência, se você em sua casa, adestrar seu cachorro, e todos os dias às 12:00 hrs você encher sua tigela de ração, todos os dias nesse horário ele procurará pelo alimento, por mais que você não esteja lá, ou ainda que ele não esteja com fome. Mas enfim, continuemos a falar do homem.

    Pelo homem e por ele, surge a educação que desempenha o importante papel de educá-lo, educá-lo não somente no que diz respeito a aprender ler e escrever, mas antes a como se comportar em sociedade, a falar, a se comunicar. Quando uma criança nasce, os pais cuidam dela, dão o alimento necessário, a protegem, brincam com ela, evitam o choro, trocam a fralda, enfim, realizam ali todos os cuidados necessários para sua saúde, pois se ninguém fizer isso por ela, ela certamente perecerá.

    Com o passar do tempo, os pais vão ensinando seus filhos a andar, falar, se limpar, ou seja, os pais vão ensinando as coisas básicas a seus filhos, coisas básicas, próprio da vida humana. Notamos a diferença dos seres racionais para os não racionais (ou seja, dos homens para os animais) e pode se perceber isso de maneira muito clara, quando naquela determinada fase da infância de todos nós, chega a famosa fase do Por quê? das coisas. Enquanto o animal instintivo só capta o que deve fazer, e o seu instinto faz o resto, é próprio do ser humano, saber o porquê de fazer as coisas, o porquê ela precisa fazer aquilo.

    O homem por natureza, é inclinado ao saber. Já no livro do Gênesis, justamente pela inclinação ao conhecimento, o homem, junto a sua mulher cai em pecado, depois da fala da serpente Mas Deus sabe que, no dia em que comerdes, vossos olhos abrirão e vós sereis como deuses, versados no bem e no mal (Gn 3,5). Desde a criação, vemos então que o homem tem essa inclinação pelo saber, pelo entendimento, pelo conhecimento das coisas, o que nem sempre, como nesse caso das Sagradas Escrituras é bom, já que o preço pelo conhecimento do bem e do mal, conduziu a humanidade toda, por longos e vários períodos distantes da amizade para com Deus, que graças a Sua Bondade foi refeita de uma vez por todas, com Jesus Cristo nosso Senhor, no alto do Calvário. A busca pelo conhecimento pleno leva o homem e a mulher a pecar.

    Podemos dizer que o animal já nasce especialista no que deve fazer, se o homem quer aprender alguma coisa, ou se especializar em algo (o que hoje em dia causa muita repulsa principalmente quando escutamos: especialistas afirmam que, principalmente quando esses especialistas vêm acompanhados com um dos nossos, ouvidos hoje), ele deve buscar. Por exemplo, o animal por instinto, já sabe como caçar, como se reproduzir, como comer, como andar, como correr, enquanto o homem, para aprender tudo isso, precisa passar por um doloroso processo de aprendizado, por um penoso processo de educação, que se dará do dia do seu nascimento, até o dia de sua morte.

    Percebemos ao longo da história, a forma com que esse homem foi visto e inserido neste longo processo educacional. Por exemplo, os gregos na antiguidade viam o homem de uma forma inteira, pois o viam enquanto ser físico, ou seja, corporal, enquanto alma e enquanto intelecto. Já o homem Cristão, será educado por uma certa educação que visa a salvação de sua alma, ou seja, ele será visto e apreciado, mais na dimensão espiritual do ser homem, e tudo aquilo que ele fizer, será voltado para essa dimensão.

    E assim seguimos, de acordo com cada povo, cada criação, cada costume, bem como cada religião ou crença. Tocado no ponto da religião, veremos que ela é uma dimensão extremamente necessária do homem em si. Por exemplo em relação aos Gregos, e o surgimento do mito, a tentativa, a busca de explicar as coisas de acordo com seus princípios fundantes diante da pergunta: de onde vem tudo isso? Eis a questão.

    Começaremos esse tour propriamente dito, no próximo capítulo, quando falarmos dos Gregos, os grandes educadores de todo o ocidente, os grandes propagadores da nossa educação, da nossa alta cultura, dos nossos bons costumes, que se enriqueceram ao longo dos anos, como se pode ver com o surgimento da Cristandade e infelizmente foram se perdendo, depois das várias revoluções e surgimento de ideologias e/ou organizações, mudando a forma de pensar o homem, de sentir o homem, e enfim, de viver o homem enquanto tal. Sigamos…

    Capítulo 2 GRÉCIA E A FORMAÇÃO DO HOMEM GREGO

    Nada mais justo, que começarmos essa

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