Filosofia, Encantamento e Caminho: Introdução ao Exercício do Filosofar
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Filosofia, Encantamento e Caminho - Vanildo de Paiva
Sumário
CAPA
FOLHA DE ROSTO
PREFÁCIO
I. FILOSOFIA: O HOMEM NO CAMINHO DA VERDADE
II. ENTRE AS SOMBRAS DA CAVERNA
III. CRISE: A ANGUSTIANTE EXPERIÊNCIA DA LIBERTAÇÃO
IV. MARAVILHAR-SE DIANTE DA VIDA: ATITUDE BÁSICA DO FILOSOFAR
V. ATITUDE FILOSÓFICA: COMUNHÃO COM O REAL
VI. A FILOSOFIA COMO TAREFA
VII. O DESAFIO DAS VERTICAIS: UM CONVITE FINAL
BIBLIOGRAFIA
COLEÇÃO
FICHA CATALOGRÁFICA
Landmarks
Cover
Title Page
Table of Contents
Dedication
Preface
Chapter
Chapter
Chapter
Chapter
Chapter
Chapter
Chapter
Chapter
Chapter
Chapter
Chapter
Chapter
Chapter
Bibliography
Chapter
Copyright Page
A meus pais e educadores,
que me deram o dom da vida
e despertaram em mim
a sede da sabedoria!
PREFÁCIO
Viver sem filosofar é como ter os olhos fechados sem jamais fazer esforço por abri-los; e o prazer de ver todas as coisas que nossa vista descobre não é comparável à satisfação que dá o conhecimento daquelas que se encontram pela filosofia; e seu estudo é mais necessário para regular nossos costumes e nos conduzir na vida que o uso dos nossos olhos para guiar nossos passos.
Descartes¹
A filosofia causa espanto a muita gente. Para boa parte das pessoas, trata-se de assunto especializado e, por isso mesmo, desinteressante. Juntamente com a recusa ao conhecimento da filosofia, de seus mecanismos e de sua história, recusa-se também a atitude filosófica, contrariando uma verdade pouco tomada a sério: a tarefa de pensar não pode ser delegada a nenhum outro! É instransferível! As consequências do não exercício do pensar, especialmente da omissão crítica diante da vida, nos são bem conhecidas. Basta olhar ao redor e ver, até sem muito esforço, o caos instalado em muitos setores da sociedade, nos quais o pensamento apequenado e a explícita negação do saber reflexivo têm gerado relações marcadas pelo autoritarismo, de um lado, e pela submissão cega e pobreza de espírito, do outro.
O que se pretende, neste ensaio, é abrir perspectivas que despertem o gosto pela filosofia, sem gerar no leitor, especialmente no iniciante, um ranço à tarefa de pensar a sua realidade. Para tanto, recolhi os principais elementos do exercício do filosofar, procurando apresentá-los de maneira organizada, numa linguagem acessível e prazerosa.
Aristóteles já lembrava, na sua Metafísica, que todos os homens desejam naturalmente saber
.² Muitos, no entanto, se perdem nessa tarefa ao longo da vida, talvez por desconhecerem o caminho.
E é sobre este caminho que segue a obra: o caminho apresentado por Platão, brilhante filósofo da Grécia Antiga, na sua famosa Alegoria da Caverna.³ Caminho que conduzirá o leitor apaixonado, desde a tomada de consciência da sua ingenuidade no que se refere à compreensão da vida ‒ ignorância comum a todo homem ‒ até o fascínio da contemplação da Verdade, que sempre desinstala, compromete e desafia.
Trata-se de um encantamento. Há, no exercício do filosofar, um envolvimento tal do sujeito pensante com a vida, com o mundo que o cerca a modo de uma sedução, que é impossível não se render ao enlevo que o pensamento produz. E isso só descobre quem ousa exercitar, como só sabe o que é o amor quem se dispõe a amar, para além de qualquer discurso ou teoria.
Sem dúvida alguma, é muito bom conhecer o pensamento dos outros, sobretudo dos renomados pensadores da História: isso nos enriquece e nos capacita para a tarefa do viver. Mas nada se compara à experiência de produzir o pensamento, pensando.
Em outras palavras, é preciso ir além do pó
deixado a nós por aqueles que trilharam ousadamente o caminho da filosofia, para enfrentarmos nós mesmos o desafio de pensar a própria vida, como nos ensina o Fabricante de Rodas:
O duque Hwan, de Khi,
o primeiro da dinastia, sentou-se
sob o pálio lendo filosofia;
e Phien, o carpinteiro de rodas, estava fora, no pátio fabricando uma roda.
Phien pôs de lado
o martelo e a talhadeira,
subiu os degraus,
disse ao duque Hwan:
"Permiti-me perguntar-vos, senhor,
o que estais lendo?".
Disse-lhe o duque:
Os peritos. As autoridades
.
E Phien perguntou-lhe:
Vivos ou mortos?
Mortos há muito tempo.
Então
, disse o fabricante de rodas,
"estais lendo apenas
o pó que deixaram para trás." Disse o fabricante:
"Vamos olhar o assunto do
meu ponto de vista.
Quando fabrico rodas,
Se vou com calma, elas caem.
Se vou com muita violência,
elas não se ajustam.
Se não vou nem com muita calma
nem com muita violência,
elas se adaptam bem. O trabalho
é aquilo que eu quero que ele seja.
Isto não podeis transpor em palavras:
tendes apenas de saber como se faz.
Nem mesmo posso dizer a meu filho exatamente como é feito,
e o meu filho não pode aprender de mim.
Então, aqui estou com setenta anos,
fabricando rodas, ainda!
Os homens antigos
levaram tudo o que sabiam
para o túmulo.
E assim, senhor, o que ledes
é apenas o pó que deixaram atrás de si".⁴
Fica esta provocação como ponto de partida. Outras virão. Dar-me-ei por satisfeito, se conseguir deixar inquietações ao leitor. Será um sinal de que dará asas ao seu desejo natural