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Quando as Palavras Assombram: O Ensino da Seleção Lexical em Contos de Assombração
Quando as Palavras Assombram: O Ensino da Seleção Lexical em Contos de Assombração
Quando as Palavras Assombram: O Ensino da Seleção Lexical em Contos de Assombração
E-book217 páginas2 horas

Quando as Palavras Assombram: O Ensino da Seleção Lexical em Contos de Assombração

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Sobre este e-book

Nós, professores do ensino fundamental, enredamo-nos em um emaranhado de conflitos pedagógicos nas últimas décadas... De um lado, as proposições curriculares contemporâneas nos desafiam a mudanças radicais no tratamento didático aos conteúdos; de outro, a tentativa de correspondê-las na prática põe em evidência as limitações de nossa formação profissional e acadêmica. Mas, a exemplo das clássicas narrativas, compomos o tipo de protagonista incansável, que se mantém persistente em seu propósito, embora não lhe faltem obstáculos e perigos.
Foi exatamente em uma dessas buscas incansáveis de superar as contrariedades do ensino de Língua Portuguesa e conquistar um desfecho favorável à nossa ação docente que o livro Quando as palavras assombram foi gerado.
Metáforas à parte, o presente livro, fruto de experiências propositivas e investigativas, reúne práticas didáticas intermediadas por metodologias ativas, que visam associar o ensino de conteúdos linguísticos (como a seleção lexical) na perspectiva da composição dos sentidos e da textualidade, ao mesmo tempo que favorecem o protagonismo e a autonomia dos estudantes.
Nossa pretensão, com ele, é divulgar àqueles que compartilham das mesmas inquietações pedagógicas algumas possibilidades interventivas para o desafio de ensinar a produzir textos que articulem o tão versátil jogo das palavras e cumpram seu propósito comunicativo.
Almejamos, sinceramente, que as proposições aqui publicadas sejam desfrutadas, experimentadas e alargadas no rico universo da sala de aula! E que, assim, mais escolas se assombrem com belas e boas práticas de ensino!
IdiomaPortuguês
Data de lançamento13 de mai. de 2022
ISBN9786525022123
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    Quando as Palavras Assombram - Antonia Mikelce Souza da Silva

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    Quando as palavras assombram

    O ensino da seleção lexical em contos de assombração

    Editora Appris Ltda.

    1.ª Edição - Copyright© 2022 da autora.

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98. Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores. Foi realizado o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis n.os 10.994, de 14/12/2004, e 12.192, de 14/01/2010.

    Catalogação na Fonte

    Elaborado por: Josefina A. S. Guedes

    Bibliotecária CRB 9/870

    Livro de acordo com a normalização técnica da ABNT

    Editora e Livraria Appris Ltda.

    Av. Manoel Ribas, 2265 – Mercês

    Curitiba/PR – CEP: 80810-002

    Tel. (41) 3156 - 4731

    www.editoraappris.com.br

    Printed in Brazil

    Impresso no Brasil

    Antonia Mikelce Souza da Silva

    Quando as palavras assombram

    O ensino da seleção lexical em contos de assombração

    Aos meus professores.

    De modo especial,

    à Francisca Moreira (in memoriam),

    minha mãe,

    minha primeira professora,

    que cultivou, em mim,

    a semente da fé na educação

    e do amor pelo ensino.

    Aos meus alunos,

    em quem espero ter despertado,

    ao menos um tantinho,

    o misterioso e encantador poder

    da palavra.

    Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavagem, molham a roupa suja na beira da lagoa ou riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais, até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas penduram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer.

    (Graciliano Ramos)

    PREFÁCIO

    O semblante meigo, a suavidade dos gestos e o sorriso delicado evidenciam a presença de Mikelce. Seu olhar reflexivo logo revela a inquietude da educadora comprometida com os ideais transformadores que carrega ao longo dos anos de profissão. A paixão e a simplicidade na colocação das palavras juntam-se à clareza dos seus propósitos e à sua zelosa competência de pesquisadora.

    A obra Quando as palavras assombram é a manifestação do interesse cuidadoso de uma professora que soube aprender com seus alunos e interpretar seus conflitos. Quando refletimos sobre as densas fragilidades atestadas no tratamento didático das práticas da Língua Portuguesa apoiados em questões complexas de quais metodologias são mais adequadas, quais atividades são mais apropriadas ou mesmo em como transpor todos os conteúdos do currículo, percebemos que o estímulo oferecido nesta obra é propor possibilidades.

    Na direção oposta às críticas ao desempenho escolar, especificamente no que se refere ao ensino da língua materna, esta obra expressa possibilidades, o que representa o estímulo ao exercício de ousar alicerçado na atuação de forma consciente, intencional e planejada.

    Nessa trajetória, Mikelce explora os documentos norteadores sobre o ensino da produção textual e das demais práticas de linguagem e percorre os caminhos teóricos de Vygotsky, Marcuschi, Dolz e Schneuwly entre outros autores na busca de estruturar sua prática de forma consciente.

    A intencionalidade de valorizar o contexto sociocomunicativo por meio dos gêneros textuais é manifestada na escolha dos contos de assombração que, sob criterioso planejamento, possibilitou a integração entre as práticas sociais da linguagem, a análise linguístico-semiótica, bem como a leitura e a produção de textos.

    A experiência proporcionada na leitura destas páginas vai além das proposições didáticas, suscita provocações e captura sentimentos do imaginário de contos de terror reproduzidos nas produções, revisões e reproduções textuais dos alunos. O processo lúdico e desafiador na busca da materialidade linguística da seleção das palavras com vista à produção de sentidos e encadeamento temático faz-nos brincar e, também, refletir sobre as interações possíveis no estudo do léxico.

    Assim como o enredo do repertório dos contos de assombração trazidos à leitura, este livro apresenta um caminho de construção para o ensino da produção de textos a ser compartilhado com estudantes e educadores. O agradecimento como leitora e admiradora do trabalho é expresso na forma de convite a apreciar esta obra.

    Prof.ª Dr.ª Rosane Garcia Silva

    Table of Contents

    PRESSUPOSTOS DO TRABALHO COM PRODUÇÃO TEXTUAL

    PRESSUPOSTOS DO TRABALHO COM GÊNERO TEXTUAL

    PRESSUPOSTOS DO TRABALHO COM SELEÇÃO LEXICAL

    A PROPOSTA EM AÇÃO

    A ANÁLISE

    5.1 ANÁLISE DE AMOSTRAS DA PRODUÇÃO INICIAL

    5.1.1 Registro e análise lexical da produção inicial da dupla 1

    5.1.2 Registro e análise lexical da produção inicial da dupla 2

    5.2 ANÁLISE DE AMOSTRAS DA PRODUÇÃO INTERMEDIÁRIA

    5.2.1 Registro e análise lexical da versão intermediária da dupla 1

    5.2.2 Registro e análise lexical da versão intermediária da dupla 2

    5.3 ANÁLISE DE AMOSTRAS DA PRODUÇÃO FINAL

    5.3.1 Registro e análise lexical da produção final da dupla 1

    5.3.2 Registro e análise lexical da produção final da dupla 2

    REFERÊNCIAS

    INTRODUÇÃO

    Nos últimos vinte anos, o ensino de Língua Portuguesa no Brasil tem experimentado um processo de significativas mudanças nas concepções que o norteiam. Documentos como os Parâmetros Curriculares Nacionais, as Orientações Curriculares Estaduais e a recém-homologada Base Nacional Comum Curricular, que normatizam e orientam a composição curricular da área, passaram a destacar a necessidade de um trabalho de ensino e aprendizagem na perspectiva do letramento, no qual o estudo dos gêneros textuais utilizados nas práticas sociais de linguagem se consolida como objeto de ensino. Consequentemente, decorreu dessa mudança uma transformação nuclear no ensino da língua materna que alcançou não somente o plano conceitual ou curricular, mas especialmente o contexto metodológico.

    As novas proposições curriculares trouxeram aos docentes da área novos desafios. Conteúdos programáticos que antes eram direcionados ao ensino exclusivo da gramática normativa e descritiva já não correspondem às expectativas de aprendizagem contemporâneas. Tais propostas passaram a redefinir (embora em plano visivelmente teórico) conteúdos mais específicos dos referenciais curriculares de Língua Portuguesa, enfatizando o estudo de aspectos que compõem a textualidade e o sentido global do texto. Nesse rol, entra a referência à coesão e à coerência, cujos recursos não mais se limitam a estudos gramaticais prescritos pela tradição escolar, mas aludem a diferentes relações e procedimentos implicados no ato de ler e de escrever dado gênero — inclusive estabelecidas por escolhas lexicais — que precisam ser ensinados sistematicamente, para ampliar capacidades linguísticas e textuais dos alunos.

    O planejamento e o desenvolvimento de exercícios, comumente descontextualizados da prática sociocomunicativa, também já não atendem às novas demandas de ensino e aprendizagem da língua materna, tampouco lhes correspondem os procedimentos habituais para encaminhar a produção, a avaliação e a revisão dos textos. Procedimentos esses direcionados tradicionalmente à supervalorização de aspectos da superfície textual, como a ortografia, a norma gramatical e a organização estética, em detrimento de aspectos essenciais à textualidade. Ocorre, como constata Rodrigues (2000, p. 208), que as novas propostas teórico-metodológicas, centradas nas funções sociodiscursivas da escrita e nas condições de produção [...] redimensionam o processo de ensino-aprendizagem da produção escrita no contexto escolar. Situação que, na prática, acarretou consequências diretas para a ação docente, instituindo a necessidade de uma reformulação sem precedentes dos métodos de ensino da linguagem.

    No entanto, se por um lado há nos referenciais curriculares o imperativo de uma emergencial transformação na prática docente sobre o ensino de leitura, de oralidade, de análise linguística e de produção de textos; por outro, não é comum encontrar nos mesmos referenciais propostas metodológicas claras, que sirvam ao propósito de orientar o professor na tarefa de capacitar o aluno na construção da textualidade e de corresponder às intenções comunicativas de dado gênero.

    De modo algum, pretendemos ocultar os inúmeros esforços docentes na tentativa de desenvolver ações bem sucedidas no ensino da língua materna. Entretanto, não podemos negar a constatação de que ocorrem em igual proporção muitos equívocos e entraves nos procedimentos adotados, especialmente no que se refere à instrução fundamentada na noção de gêneros textuais.

    O fato é que, embora as novas concepções didático-pedagógicas, centradas na valorização das práticas sociais de comunicação, tenham passado a ser valorizadas, tanto no ambiente acadêmico quanto no escolar, ainda constituem um desafio aos docentes da área. São provas disso os contínuos resultados insatisfatórios constatados nas avaliações externas, bem como a improficiência verificada nas produções cotidianas dos alunos do nível fundamental. A nosso ver, mais do que indicadores de deficit na apropriação de capacidades de compreensão leitora e de produção textual; são, antes de tudo, referências de fragilidades no tratamento didático atribuído aos conteúdos.

    Por lidar com as diversas problemáticas do ensino de Língua Portuguesa há mais de duas décadas, temos vivenciado esse processo de mudanças e nos inquietado com as incoerências geradas à nossa prática: se por um lado compreendemos e concordamos com a necessidade de pautar o ensino de linguagem nas práticas comunicativas de uso social; por outro, falta-nos clareza metodológica para realizar a adequada transposição didática dos conhecimentos que cercam essas práticas.

    Diante dos conflitos pedagógicos em que nós nos enredamos, é natural que se nos despertem anseios e buscas por um desfecho favorável. Nesse anseio emergiu a questão que pautou uma pesquisa aplicada em sala de aula do quinto ano do ensino fundamental: seria possível desenvolver a capacidade de construção da unidade temática na produção de contos de assombração por alunos das séries iniciais, a partir do estudo de aspectos estruturais, lexicais e semânticos do gênero? E dessa questão se sucederam outras: como transpor os conteúdos? Que metodologias utilizar? Que atividades desenvolver? Em quanto tempo conseguiríamos alcançar nossos objetivos de ensino e de aprendizagem? A quem envolver, além dos alunos, e como envolvê-los? Como manter a turma empenhada em um

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