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Questões de linguística aplicada ao ensino: da teoria à prática
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E-book203 páginas2 horas

Questões de linguística aplicada ao ensino: da teoria à prática

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Sobre este e-book

Este livro reúne estudos que discutem questões relativas à linguagem, desenvolvidos por um conjunto de pesquisadores que investigam temas diversos nesse universo: a alfabetização e o letramento, o ensino de língua materna e o ensino da segunda língua, dentre outros. No entanto, todos esses estudiosos têm em comum o fato de que se apoiam em um constructo teórico específico, oferecido pela Linguística Aplicada ao ensino de línguas, e buscam, nos capítulos que aqui se apresentam, oferecer subsídios teórico/práticos aos docentes.

Assumir a dimensão interacional da linguagem, concepção que hoje se defende no campo dos estudos da linguagem, exige que o professor repense seu fazer pedagógico e busque construir e consolidar práticas que, de fato, contribuam para a formação de leitores e produtores de texto. São contribuições dessa natureza que o leitor pode encontrar neste livro.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento3 de out. de 2017
ISBN9788547302924
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    Questões de linguística aplicada ao ensino - Alexandre Melo de Sousa

    Editora Appris Ltda.

    1ª Edição – Copyright© 2017 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.

    Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.

    Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO LINGUAGEM E LITERATURA

    APRESENTAÇÃO

    Questões de sala de aula

    Angela Paiva Dionisio

    Professora titular de Língua Portuguesa da UFPE

    A tarefa de apresentar um livro é um gesto, para mim, que vai além ser uma atividade discursiva de cordialidade entre amigos da academia. Não reside num gesto simbólico discursivo decorrente da exigência acadêmica. Lembro, aqui, das palavras de Aires A. Nascimento¹, na apresentação "Intus et foris scriptus: a arte de escolher o livro", de Histórias de livros para a história do livro, de José Vitorino de Pina Martins, ao destacar que:

    O livro como suporte de texto pode ser banalizado ou elevado ao plano simbólico de cultura e modo de estar na vida em contacto com os outros. A encadernação com que alguma vez fica revestido, quando escolhida por alguém (mesmo que seja simples – para cumprir a função de não perder os cadernos e os fólios que se desmancharam ou correm perigo disso) traduz um apreço e leva a uma identificação (que as lombadas banais habitualmente não consentem – sobre tudo quando são lisas), mas oferece também um instrumento por ela: por ela se faz o primeiro encontro com o livro e nela fia o primeiro convite a descobrir o que ela (em)cobre, depois de ter sido sinal de afecto com um objeto que se acarinha e reveste de ornamento adequado (NASCIMENTO, 2007).

    Ainda sem encadernação e sem lombada, nos chega o livro para fazermos a apresentação, pois quando aceitamos o gesto carinho discursivo de apresentar um livro, ele nos chega como um conjunto de textos, capítulos, quando se trata de uma coletânea. Digo carinhoso, por diferir radicalmente da emissão de um parecer para uma editora, por exemplo, no qual o exercício da escrita não requer, necessariamente, afetividade. Em ambos os casos, apresentação e parecer, a leitura requer dedicação, uma vez que você se tornou um leitor diferenciado neste ritual no qual o livro foi inserido. E o dito sobre os livros, pelos autores de tais gêneros textuais, tende a não ser palavras apenas, palavras pequenas, palavras ao vento.²

    No caso de uma apresentação, à medida que nos inserimos no universo dos capítulos, parece-nos que as autorias se fundem, compartilhamos as autorias, ou, parodiando Gil, em O som da pessoa,³ qualquer autor soa todo autor bom. Isso porque...

    A primeira pessoa

    soa como eu sou

    A segunda pessoa

    soa como tu és

    A terceira pessoa

    Soa como ele

    E ela também

    Neste sentido, o afeto e a responsabilidade, advindos com o convite para esta apresentação, mesclam-se na leitura de Questões de Linguística Aplicada ao ensino: da teoria à prática, livro organizado em oito capítulos pelos professores Alexandre Melo de Sousa, Rosane Garcia, Tatiane Castro dos Santos e Juliana Radatz Kickhöfel.

    Em As relações entre palavra morfológicas e fonológicas: implicações na ortografia do português, primeiro capítulo do livro, Rosane Garcia discute esses conceitos, motivada pelas ocorrências de "erros ortográficos em textos de alunos do ensino médio, quando são empregadas palavras prefixadas ligadas à base por meio do diacrítico hífen." Registre, aqui, a relevância dos dados analisados: alunos do ensino médio que ainda não dominam o sistema de escrita.

    O funcionamento do sistema de escrita também é tema do capítulo Ensino/aprendizagem da leitura e da escrita: o trabalho com agrupamentos produtivos na alfabetização, de Tatiane Castro dos Santos e Evanilza Ferreira da Silva, que se dedica à descrição de situações de sala de aula, nas quais estão envolvidas duas crianças do 2º ano do ensino fundamental, com sete e oito anos, sendo a mais velha repetente. A partir de amostras das avaliações diagnósticas, as autoras discutem o desempenho durante as atividades propostas. Não esquecem as autoras de destacarem que o professor pode ser o escriba: assim como há atividades apropriadas para serem feitas com as crianças agrupadas, há, também, atividades que podem ser realizadas com a turma toda, com a produção oral com destino escrito, em que o professor é o escriba.

    O terceiro capítulo, intitulado Para a aplicação da toponímia na escola, de Alexandre Melo de Sousa, presenteia o leitor com uma proposta de intervenção didática para o ensino básico, na qual alunos e professor se tornam agentes de um fazer investigativo. As atividades de Língua Portuguesa saem da sala de aula, em forma de pesquisa, para as praças, ruas, vilas, lugares, onde moram os alunos. As cartas topográficas, por exemplo, surgem entre os textos a serem lidos, reafirmando o caráter sócio-histórico dos gêneros textuais. O autor do capítulo ressalta que o estudo da língua, nessa perspectiva, contribui para a preservação do patrimônio toponomástico e cultural de uma região, de um povo, reforçando a concepção de língua como instituição social. Os detalhes sugeridos em cada etapa da intervenção didática estimulam o leitor a desenvolver o projeto, em sua sala de aula, adequando-o a quaisquer séries.

    Já no capítulo escrito por Cristiane Rossato e Nara Caetano Rodrigues, quem entra em cena são diversas versões de Chapeuzinho – Chapeuzinho Vermelho, Chapeuzinho Vermelho do jeito que o lobo contou, Chapeuzinho Amarelo, Chapeuzinho Vermelho: uma aventura borbulhante, Chapeuzinho vermelho de raiva, Chapeuzinho Vermelho para o tempo atual, Fita verde no cabelo, Nove Chapeuzinhos. Como questão de sala de aula, o capítulo A leitura integrada à produção e análise linguística: uma proposta de intervenção do conto Chapeuzinho Vermelho descreve ações, previstas pelas autoras para os 6° e 7° anos, com os três grandes eixos do ensino de língua materna.

    Não foge aos interesses dos organizadores do livro a preocupação com a inclusão em sala de aula dos alunos surdos, ao inserirem um capítulo dedicado a Questões de sala de aula: compreensão, leitura e produção textual em língua portuguesa para alunos surdos. Destacam, Viviam Gonçalves Louro Vargas, Lucas Vargas Machado da Costa e Alexandre Melo de Sousa, a importância de se partir da língua de sinais, para que seja ensinada uma segunda língua, utilizando-se textos adequados e atrativos para a faixa etária dos alunos, não os subestimando, nem utilizando textos infantilizados.

    Outro diferencial do livro pode ser percebido no sexto capítulo Os gêneros do discurso de circulação regional nas aulas de língua portuguesa: uma proposta assentada sobre a análise do discurso. Com o interesse voltado para o ensino médio, Ana Maria Pereira Lima e Emias Oliveira da Costa, após breve reflexão sobre os gêneros jornalísticos em livros didáticos, dedicam-se a comentar a experiência que ocorreu em uma escola pública do interior do Ceará, com base em "aula-arena", termo empregado pelos autores. A relação estabelecida entre a escrita de textos jornalísticos sobre a comunidade de Olho D’água da Bica e a leitura que alunos moradores fazem de tais textos revelam situações de rejeição ao conteúdo exposto como forma de estabelecer um paradoxo entre o local x universal, de não pertencimento ao lugar, por exemplo. Os estudantes-analistas, na concepção das autoras, se posicionam diante do texto jornalístico sobre sua comunidade:

    Eu achei o texto interessante, mas você criou uma expectativa muito grande da festa, sendo que ela não é tão grande assim, no texto fala que 50 mil fieis visita a romaria, sendo que nem nos principais dias, 13 e 14 de Agosto não dá nem 10 mil fiéis. (A7)

    Gostei bastante do texto, acho que eleva bastante a festa, porém percebi que não é citado no texto as outras festas que não são religiosas. (A16)

    Ao trazerem amostras da escrita dos seus informantes, nossos alunos do ensino básico, as autoras nos oportunizam recursos para pesquisas comparativas com a escrita de alunos em outras áreas do País.

    O ensino de língua inglesa também é questão de sala de aula, neste livro, atrelado ao desenvolvimento do Programa de Institucional de Bolsa de Incentivo à Docência (Pibid), na Universidade Federal do Acre. Em Um percurso para a iniciação à docência, Maysa Cristina da Silva Dourado e Maria Aparecida de Oliveira descrevem três intervenções didáticas – A video in a minute, Thanksgiving, Teaching Beginners – que se basearam e produziram gêneros textuais como vídeos-minuto, diários; recriações de cenas da cultura de países de língua inglesa. O Pibid viabiliza, segundo as autoras, maior valorização da prática docente, com a participação ativa dos agentes escolares.

    O oitavo e último capítulo do livro aborda O processo de Sândi externo na aquisição da linguagem: a relação entre teoria e prática, escrito por Juliana Radatz Kickhöfel, e mostra a importância dos conhecimentos fonéticos e fonológicos no âmbito escolar, trazendo subsídios para o entendimento do processo de aquisição do código escrito. Em virtude de o sândi externo ocorrer pela ressilabação entre palavras produzidas em sequência, na manifestação oral da língua, é comum ouvir-se essa junção de itens lexicais. Em consequência desse fato, quando as crianças defrontam-se com a escrita, sofrem influência do fluxo oral da língua e o transferem para a escrita, ou seja, o processo de sândi externo termina fazendo-se presente na escrita. O professor alfabetizador, portanto, de posse desses conhecimentos fonológicos a respeito do processo em estudo, poderá trabalhar de forma adequada à fase em que a criança enfrenta a dificuldade de transferir para a escrita as características da língua falada. Essa implicação relativa à aquisição e ao uso do código escrito.

    Nesta Apresentação, ofereço breves, brevíssimas, impressões, sobre Questões de Linguística Aplicada ao ensino: da teoria à prática. Meu convite a você, leitor, é: busque as inúmeras questões que eu não as trouxe nas minhas reflexões! Boa conversa com os autores! Ah! Obrigada, autores e organizadores!

    SUMÁRIO

    CAPÍTULO 1

    AS RELAÇÕES ENTRE PALAVRAS MORFOLÓGICAS E FONOLÓGICAS: IMPLICAÇÕES NA ORTOGRAFIA DO PORTUGUÊS

    Rosane Garcia

    CAPÍTULO 2

    ENSINO/APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA: O TRABALHO COM AGRUPAMENTOS PRODUTIVOS NA ALFABETIZAÇÃO

    Tatiane Castro dos Santos

    Evanilza Ferreira da Silva

    CAPÍTULO 3

    PARA A APLICAÇÃO DA TOPONÍMIA NA ESCOLA

    Alexandre Melo de Sousa

    CAPÍTULO 4

    A leitura integrada à produção e análise linguística: uma proposta de

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