A Memória e seu Funcionamento na Avaliação Escolar
()
Sobre este e-book
Relacionado a A Memória e seu Funcionamento na Avaliação Escolar
Ebooks relacionados
Se eu Ensinar Assim, o que será que o meu Aluno Aprende?: Estudo dos Efeitos de Duas Estratégias de Ensino na Aprendizagem de Língua Estrangeira (Italiano) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAnálise linguística: Afinal a que se refere? Nota: 0 de 5 estrelas0 notasConversa com alfabetizadores Nota: 0 de 5 estrelas0 notasProdução Textual: Formulando e Reformulando Práticas de Sala de Aula Nota: 0 de 5 estrelas0 notasIntegração de Múltiplas Representações em Atividades de Função do 1° Grau Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA coesão sequencial em textos do gênero Carta Aberta: proposta de intervenção para o Ensino Fundamental Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA formação do leitor proficiente: uma tarefa desafiadora, urgente e necessária Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMeu Aluno Escreve como Fala, e Agora? Uma Intervenção Bem-Sucedida no Ensino Fundamental Ii Nota: 5 de 5 estrelas5/5O discurso do professor de língua portuguesa do ensino fundamental: um estudo sobre modalizadores Nota: 0 de 5 estrelas0 notasProdução de Material Didático: (re)pensando o ensino de língua portuguesa sob um viés pragmático Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMatizes do verbo português ficar e seus equivalentes em espanhol Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLeitura Crítica: Origens e Sugestões de Atividades Didáticas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVariedades Linguísticas: da teoria à prática em sala de aula Nota: 5 de 5 estrelas5/5Perspectivas educacionais e ensino de línguas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTradução, Ensino e Formação de Professores de Línguas Estrangeiras Nota: 5 de 5 estrelas5/5Quando as Palavras Assombram: O Ensino da Seleção Lexical em Contos de Assombração Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO trabalho com a gramática em livros didáticos do Ensino Médio: reflexões para o ensino de Língua Portuguesa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasProtótipo Didático para o ensino de Língua Portuguesa: práticas de multiletramentos na sala de aula Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLeitura, Discurso e Cognição Nota: 0 de 5 estrelas0 notasProjetos Integradores Iv Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs (Inter)Discursos na Formação Docente em Letras Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA (Re)Escrita em Espaço Escolar: A Relação Professor-Saber-Aluno Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMudança linguística: Uma abordagem baseada no uso Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEsdruxuladas no português de luanda Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO estágio curricular e a docência compartilhada: na perspectiva do realismo crítico Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRepertórios Profissionais de Ensino para Língua Portuguesa no Ensino Médio Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO professor de língua inglesa: novos rumos para o curso de licenciatura Nota: 0 de 5 estrelas0 notasProdução escrita postergada e multiletramentos depreciados: ensino-aprendizagem desconectados Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Métodos e Materiais de Ensino para você
Massagem Erótica Nota: 4 de 5 estrelas4/5Aprender Inglês - Textos Paralelos - Histórias Simples (Inglês - Português) Blíngüe Nota: 4 de 5 estrelas4/5Raciocínio lógico e matemática para concursos: Manual completo Nota: 5 de 5 estrelas5/5Pedagogia do oprimido Nota: 4 de 5 estrelas4/54000 Palavras Mais Usadas Em Inglês Com Tradução E Pronúncia Nota: 5 de 5 estrelas5/5Ludicidade: jogos e brincadeiras de matemática para a educação infantil Nota: 5 de 5 estrelas5/5Como Estudar Eficientemente Nota: 4 de 5 estrelas4/5Como Escrever Bem: Projeto de Pesquisa e Artigo Científico Nota: 5 de 5 estrelas5/5Ensine a criança a pensar: e pratique ações positivas com ela! Nota: 5 de 5 estrelas5/5Cérebro Turbinado Nota: 5 de 5 estrelas5/5Técnicas de Invasão: Aprenda as técnicas usadas por hackers em invasões reais Nota: 5 de 5 estrelas5/5Temperamentos Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Bíblia e a Gestão de Pessoas: Trabalhando Mentes e Corações Nota: 5 de 5 estrelas5/5Piaget, Vigotski, Wallon: Teorias psicogenéticas em discussão Nota: 4 de 5 estrelas4/5BLOQUEIOS & VÍCIOS EMOCIONAIS: COMO VENCÊ-LOS? Nota: 5 de 5 estrelas5/5Jogos e Brincadeiras para o Desenvolvimento Infantil Nota: 3 de 5 estrelas3/5Guia Prático Mindfulness Na Terapia Cognitivo Comportamental Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSexo Sem Limites - O Prazer Da Arte Sexual Nota: 4 de 5 estrelas4/5A arte de convencer: Tenha uma comunicação eficaz e crie mais oportunidades na vida Nota: 4 de 5 estrelas4/5Manual Da Psicopedagogia Nota: 5 de 5 estrelas5/5Sou péssimo em inglês: Tudo que você precisa saber para alavancar de vez o seu aprendizado Nota: 5 de 5 estrelas5/5Por que gritamos Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Vida Intelectual: Seu espírito, suas condições, seus métodos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Aprender Francês - Textos Paralelos (Português - Francês) Histórias Simples Nota: 4 de 5 estrelas4/5
Avaliações de A Memória e seu Funcionamento na Avaliação Escolar
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
A Memória e seu Funcionamento na Avaliação Escolar - Wagner Franco
Editora Appris Ltda.
1ª Edição - Copyright© 2017 dos autores
Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.
Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.
Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.
Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
Para Inaiara e Nicole, por todo amor e carinho.
Para fixar corretamente, nas ordenadas do tempo, algumas de minhas lembranças de infância, sou obrigado a passar por cometas e eclipses, como fazem os historiadores quando se dedicam aos fragmentos de uma saga. Mas, em outros casos, não há carência de elementos. Vejo-me, por exemplo, escalando escuros e úmidos rochedos sobre o mar, enquanto a senhorita Norcott, uma lânguida e melancólica governanta, que pensa que a estou seguindo, passeia, pela praia curva, com Sergey, meu irmão mais novo. Estou usando um bracelete de brinquedo. À medida que me arrasto sobre aquelas rochas, vou repetindo, numa espécie de gôzo e de encantamento copioso e profundamente grato, a palavra inglesa childhood
, que soa nova e misteriosa, que se torna estranha, e mais estranha, à medida que vai se confundindo em minha mente pequena, sobrecarregada e febril, com Robin Hood e Little Red Riding Hood, e os quadrilheiros morenos de fadas corcundas.
(NABOKOV, 1966, p. 21)
PREFÁCIO
Em seu livro intitulado A Memória e seu Funcionamento na Avaliação Escolar, Wagner Franco apresenta o percurso teórico-analítico que empreendeu por ocasião de sua pesquisa de mestrado, desenvolvida junto ao programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem da Universidade do Vale do Sapucaí, sob minha orientação. Tomando como objeto de estudo e de análise uma avaliação escrita de Língua Inglesa e filiando-se teórico-metodologicamente à Análise de Discurso de linha francesa, o autor se lança à compreensão dos sentidos que são produzidos nas/pelas práticas avaliativas, sem perder de vista as representações imaginárias de Língua Inglesa, texto, avaliação e interpretação que incidem nessas práticas, produzindo efeitos no processo de ensino-aprendizagem e na subjetividade de avaliadores e avaliados.
Apesar dos inúmeros estudos, abordagens de ensino-aprendizagem que se dizem inovadoras, dos textos oficiais que versam sobre as práticas avaliativas, buscando torná-las mais significativas e consequentes, a avaliação, de modo geral, ainda continua a evocar velhas práticas punitivas e de controle, funcionando como uma prova da capacidade ou incapacidade do aprendiz, como já destacou Cavallari (2011, p. 121-136). Incomodado com o fato de a avaliação formal ser utilizada como instrumento de controle da (in)disciplina e até mesmo de tortura psicológica, o autor propõe um olhar discursivo e singular à avaliação formal e seus efeitos. Para tanto, o pesquisador se distancia da noção de língua como algo neutro e passível de ser instrumentalizável para se aproximar da noção de equívoco que, segundo a perspectiva discursiva, é sempre e inevitavelmente constitutivo dos sujeitos e dos sentidos que emanam de toda e qualquer prática enunciativo-discursiva.
Distanciando-se do ideal de avaliação como algo neutro, objetivo e imparcial, o autor se atém às contingências, aos equívocos e aos efeitos de evidência e/ou de contradição dos sentidos que podem advir de práticas avaliativas que são sempre complexas e heterogêneas. A hipótese de pesquisa que ancorou o percurso analítico realizado pelo pesquisador é a de que professores e alunos possuem noções de língua distintas, bem como uma relação singular com a linguagem, o que afeta a relação ensino-aprendizagem e as práticas avaliativas, produzindo equívocos nas respostas e interpretações elaboradas pelos alunos na avaliação formal. A hipótese formulada permitiu ao autor ir além de uma análise do conteúdo que compõe a avaliação formal – e que só reforçaria sentidos sócio-historicamente legitimados e neutralizados –, para descortinar e problematizar os processos discursivos que constituem os sentidos na/da prática avaliativa, sem deixar de considerar o sujeito-leitor, seus gestos de interpretação e sua ilusão de estar na origem dos sentidos.
Além de sua relevância para o ensino e, sobretudo, para desconstrução da prática avaliativa escolar, o presente estudo ganha relevância teórica ao abordar a avaliação pela perspectiva discursiva, com base em noções como a de interpretação atrelada ao efeito de evidência discursiva ou ideológica dos sentidos e à memória discursiva, aos pré-construídos que fazem com que um texto surja como acontecimento a ler, como algo legível e passível de ser interpretado (PÊCHEUX, 1999, p. 49-58). Nesse prisma, a leitura, entendida não como um resgate dos sentidos intencionados pelo autor, mas como um gesto de interpretação atravessado pelo equívoco, produz, a cada contato do leitor com o texto, um novo acontecimento a ler, no qual os sentidos estão em constante movimento e transformação. A importância da leitura e da interpretação para a resolução da avaliação formal, independentemente da disciplina avaliada, é destacada ao longo deste estudo, desde a elaboração ou concepção da avaliação formal, realizada pelo sujeito-professor, até as respostas fornecidas pelos alunos, após a leitura do texto que compõe a avaliação formal e suas respectivas questões.
A avaliação que se tornou objeto de análise desta obra tinha como objetivo primeiro testar a compreensão escrita de alunos do Ensino Médio, a partir da leitura de um texto escrito em Língua Inglesa. Seguindo uma prática bastante recorrente e, até mesmo, preconizada pela abordagem comunicativa para o ensino de língua estrangeira, o sujeito-professor buscou elaborar suas perguntas interpretativas com base em um texto autêntico, isto é, em um texto que, a princípio, não tinha fins pedagógicos, e que foi veiculado em uma revista de esportes, a Sports World. O texto em questão, apresentado na forma de entrevista, trazia a experiência e opinião de atletas que praticam esportes radicais, um tema que, imaginariamente, deveria ser de interesse de alunos dessa faixa etária. Em seu percurso analítico, no entanto, o autor deste estudo se deu conta de que o texto perde toda a sua autenticidade quando é retirado de seu suporte original (uma revista de esportes) para ser utilizado para fins didáticos e, em especial, avaliativos. Em outras palavras, os efeitos de sentido que o mesmo texto produz em uma situação ou em outra não são os mesmos, dadas as suas condições de produção. Daí a importância de não perdermos de vista, na prática avaliativa de modo geral, noções como a de leitura, interpretação e equívoco, aqui revisitadas pelo autor em face da avaliação, e que incidem, diretamente, no resultado obtido pelo aluno, bem como na correção que o professor realiza das respostas formuladas pelo aluno.
O autor também salienta, ao longo de suas análises, a concepção de texto como unidade do sentido a ser resgatado pelo aluno-leitor que ainda orienta grande parte das avaliações que se voltam para a compreensão escrita do aluno, apesar das inúmeras propostas e diretrizes educacionais que se pretendem inovadoras e mais significativas. O autor também destaca o fato, bastante comum nas aulas e avaliações de línguas, de o texto continuar a ser usado como pretexto para o ensino da gramática normativa e descontextualizada, embora o professor acredite estar adotando uma abordagem comunicativa ao escolher um texto autêntico para compor sua avaliação escrita. É bastante relevante para o ensino, de modo geral, e para o ensino de línguas, em particular, o modo como o autor analisa a avaliação, sua concepção e seus resultados, a partir da noção de ideologia e de memória discursiva como condição para a produção de determinados sentidos que soam como evidentes ou neutros, tanto para o professor como para o aluno.
O mau resultado obtido por grande parte dos alunos que realizou a avaliação analisada levou o pesquisador a questionar sua prática avaliativa e, sobretudo, a concepção de erro que geralmente é associada a uma memória cognitiva racional e enciclopédica do sujeito-aluno e não à memória discursiva que, de acordo com a Análise de Discurso, torna possível todo dizer, ao produzir sentidos reconhecidos e mantidos em nossa sociedade. Trata-se de uma memória que é feita de esquecimentos, já que funciona à revelia do enunciador, mas que é essencial para que algo faça sentido. O autor sugere que, se olharmos para o erro para além de sua categorização gramatical – prática bastante comum no ensino de línguas –, podemos obter pistas de como o aprendiz compreende e concebe a relação que se dá entre língua, história, escola e avaliação. De modo bastante original e bem fundamentado, o autor lança, enfim, um olhar discursivo ao erro e à avaliação, desconstruindo velhas concepções que em nada tem contribuído para uma profunda e significativa reformulação de práticas escolares e avaliativas. A leitura deste livro é imprescindível para todos aqueles interessados em desconstruir práticas escolares que já se naturalizaram em nossa sociedade e que clamam por (trans)formações. O estudo aqui proposto nos permite vislumbrar novas possibilidades para a prática avaliativa e para o processo de ensino-aprendizagem, por meio de uma análise cuidadosa dos processos discursivos que se materializam na/pela linguagem e que seguem produzindo efeitos no espaço escolar e em nossa sociedade.
Pouso Alegre (MG), julho de 2016.
Professora doutora Juliana Santana Cavallari
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem da Universidade do Vale do Sapucaí (Univás)
Sumário
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1
O QUADRO TEÓRICO: conceitos-chave da Análise de Discurso
1.1 A língua(gem) nos estudos linguísticos
1.2 A língua nos estudos do discurso
1.3 Do sujeito da linguagem e sua constituição ideológica
1.4 A memória discursiva
CAPÍTULO 2
REFLEXÕES SOBRE O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA À LUZ DA TEORIA DO DISCURSO
2.1 O processo de ensino-aprendizagem de língua estrangeira a partir da teoria do discurso: importância para a sociedade e para a constituição do sujeito
2.2 O ensino de língua estrangeira nos textos oficiais
2.3 O discurso pedagógico: algumas considerações
2.4. As práticas avaliativas formais no processo de ensino-aprendizagem de línguas e no espaço escolar
CAPÍTULO 3
AS CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO DOS SENTIDOS SOBRE A AVALIAÇÃO
3.1 As características da escola
3.2 Características dos aprendizes e do professor
3.3 O regimento escolar que regulamenta a avaliação, promoção, classificação, reclassificação e estudos de recuperação da escola estudada
3.4 A elaboração e a aplicação da prova
CAPÍTULO 4
EFEITOS DE SENTIDO DA PRÁTICA AVALIATIVA
4.1 Texto, avaliação e dispersão
4.2 O equívoco nas respostas dos alunos e o funcionamento da memória discursiva
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
Na epígrafe que abre este