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Crônicas De Atlântida
Crônicas De Atlântida
Crônicas De Atlântida
E-book99 páginas1 hora

Crônicas De Atlântida

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Sobre este e-book

A amizade. A magia. O mistério. Os espelhos. Você já teve a sensação de estar sendo o tempo todo observado? Quando o filho de Netuno e seus companheiros desembarcaram naquela ilha inóspita um estranho sentimento de perda tomou conta de suas almas. Sabiam que quando retornassem para Atlântida nunca mais seriam os mesmos, era uma jornada sem volta. Junte-se a essa história inesquecível de uma aventura de tirar o fôlego, contada de um jeito que você não conseguirá parar de ler. Crônicas de Atlântida, a magia está de volta. Depois desse livro você jamais se verá no espelho como antes.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento16 de mar. de 2015
Crônicas De Atlântida

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    Crônicas De Atlântida - Cesar Silva

    ________________________

    Crônicas de Atlântida

    NETUNO E O MUNDO DOS

    ESPELHOS

    Cesar Silva

    ________________________

    Para os meus eternos amigos que se encontram em segredo.

    Atlântida

    O Intercessor

    Devido ao incidente na última aula de Artêmis, Amfortas ficou

    de molho no hospital por três semanas, e recebia aulas

    particulares de Hermes e até, a contragosto, de alguns

    centauros que o obrigavam a realizar exercícios físicos ali

    mesmo na cama. Todavia, Aires estava tão preocupado com a

    atenuação de Azariel que sequer o deixava só por um minuto.

    Tinha medo que viesse a se suicidar como fizera Comodoro.

    Azariel, por outro lado, não se mostrava constrangido,

    ao contrário, os dois ficaram tão próximos que era raro não

    avistá-los juntos. Nemrod não se meteu à besta novamente

    com o príncipe, e até tratava a turma com cordialidade. Aires

    havia se tornado mais que um líder, e depois que os boatos

    de sua batalha com Orhipa e Moloch se espalharam passou a

    ser reconhecido por toda a ilha de Atlatis como o príncipe

    herói.

    Mas naquela manhã ensolarada o jovem nem

    suspeitava que encararia um rival muito mais rebelde que ele.

    A aula de Netuno aconteceu, como sempre, com muita

    mística. Era, de longe, uma das disciplinas preferidas dos

    alunos. Até mesmo Azariel, que não tinha muita paciência

    com magia, ficava ansioso aguardando à próxima aula.

    Contudo, o rei iniciou a preleção já com sua espada de flama

    azul em riste.

    - Hoje conhecerão o mago que cada um carrega dentro

    de si mesmo. Faço referência ao intercessor elemental.

    O intercessor – prosseguiu Netuno, – assim como a

    donzela, é um servidor e vive na quarta dimensão da

    natureza. Porém, ele ao contrário da outra, é muito rebelde.

    Quando disse isso, a turma inteira olhou diretamente

    para Aires, que fez que nada estivesse acontecendo. Azariel

    cochichou com o amigo.

    - Às vezes é verdade, sabia? Você é mesmo muito

    rebelde...

    Aires fez que não ouviu.

    - Tal partícula recebe o nome de intercessor pelo fato

    de poder domar as forças e elementos da natureza. Qualquer

    homem que venha a dominar seu intercessor deixará a natura

    a seus pés.

    Com ELE – frisou Netuno, – pode-se desatar

    tempestades e incendiar florestas inteiras, assim como fazer-

    se invisível e flutuar pelos ares. Porém, jugular esse

    elemental interno não será tarefa fácil.

    Depois, passou a relatar o nascimento e criação do

    intercessor. Os recrutas caíram no sono de tal forma que seus

    roncos podiam ser ouvidos a distância. Netuno teve de

    aumentar o tom da voz enquanto contemplava o sopor de

    seus pupilos.

    Quando a sineta tocou Aires acordou se espreguiçando

    enquanto ouvia ao fundo a voz de seu pai.

    - E, como eu ia dizendo, a tarefa é vomitá-lo e fazê-lo

    dizer seu nome.

    Iniciou-se a partir dali, o que já virara rotina, um festival

    de vômitos por toda a sala do templo.

    Até Aires teve dificuldade de invocar seu intercessor, a

    fumacinha até que vinha, mas apertava sua garganta e ele

    engasgava, sufocando-se.

    Pior ainda era para Azariel que vomitava uma

    substância amarela esverdeada em jatos constantes. O pobre

    rapaz já estava em frangalhos quando soltou um bafo

    esfumaçado e cristalizou um rapaz entre oito e dez anos de

    idade, de olhos castanhos e cabelos desgrenhados. Vestia

    roupas engraçadas: calças curtas e camisa em couro, sem

    mangas.

    O intercessor de Aires não era muito diferente, se não

    fosse o fato de ter cabelos amarelos despenteados e olhos

    azuis cor do céu. E, ao contrário da servidora memorial, que

    ficara ali parada esperando uma voz de consolo ou de

    comando, os intercessores saíram correndo edifício adentro,

    pulando e serelapeando. Mexiam em tudo, quebravam vasos

    e danificavam as flores.

    Aires segurou seu intercessor e tentou ordenar:

    - Fique quieto e me diga seu nome... rápido!

    O molequinho chegou perto do ouvido do príncipe

    como se fosse dizer alguma coisa. Mas não disse nada, deu

    uma mordida na orelha e um tapa na boca do herói. Saiu

    correndo em seguida.

    A agitação toda não parou por aí. Os menininhos

    passaram a disparar raios luminosos contra seus amos. Toda

    vez que algum disparava ouvia-se um curioso som de bang!

    Amfortas, que pela primeira vez em semanas estava

    tendo uma aula com seus companheiros, teve a impressão de

    estar vivendo um pesadelo. Seu intercessor elemental era por

    deveras peralta e desastrado. Parecia gostar de fogo, pois a

    todo instante disparava raios flamejantes contra as paredes e

    contra si mesmo.

    Netuno permanecia com sua espada de fogo em riste e

    volta e meia dizia:

    Acqua es mihr!

    E os fogaréus provocados pelo Elemental de Amfortas

    se apagavam. Contudo, o soberano parecia se divertir com a

    balburdia.

    Orion tentou agarrar seu intercessor e teve um vaso de

    flores rachado em sua cabeça.

    Azariel, coitado, ficava flutuando feito penugem de

    galinha pela sala. O menininho ficava com suas mãozinhas

    armadas contra o amigo do príncipe, e o jogava de um lado a

    outro, fazendo se chocar várias vezes contra os pilares de

    sustentação.

    Muitos dos intercessores congelaram seus amos e

    esses caíram estupefatos, feitos bonecos de madeira no

    chão. Outros simplesmente fugiram para os corredores, e o

    de Aires não fora exceção.

    O rapaz saiu em perseguição contra seu elemental. O

    pestinha corria rápido. Desviava das paredes dos corredores

    como se tivesse suspensão em seus pés. De vez em quando,

    o intercessor disparava raios amarelos que o cegava

    momentaneamente, para pouco depois, fazê-lo escorregar no

    piso molhado.

    O jovem caiu diversas vezes esfolando braços,

    cotovelos e pernas. Deu graças quando finalmente saíram

    para o jardim.

    Draco, que estava roncando, acordou com a algazarra

    e suspendeu-se ao ar para ver melhor o alarido, enquanto o

    jovem tentava imobilizar uma parte que em fatos, era de si

    mesmo.

    O dragão tentou ajudar baforando ar quente contra o

    pequeno mago, que por sua vez, não gostou nada daquilo e

    disparou um bang contra o réptil alado. Um raio saiu de seu

    dedinho e estuporou o dragão, fazendo cair como uma pedra

    no jardim.

    Não satisfeito armou-se contra Aires que pedia:

    - Vamos lá garoto, eu só preciso saber o seu nome,

    diga, por favor... Qual é o seu nome?

    A resposta foi um jato luminoso que atingiu ao peito do

    príncipe fazendo voar longe batendo as costas em um

    obelisco, caindo desmaiado.

    O intercessor saiu correndo.

    - Eles são uns monstrinhos assassinos... –

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