No inverno da alma
()
Sobre este e-book
Relacionado a No inverno da alma
Ebooks relacionados
Essas Mulheres Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUma Cobra Chamada Boiúna Nota: 0 de 5 estrelas0 notasHistórias de fantasmas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Lagartixa Manca e o Homem Desempregado Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Guardião da última fada Nota: 0 de 5 estrelas0 notas"histórias De Alexandre" Por Graciliano Ramos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRéquiem Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTreze Contos Reais Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Marca Escarlate Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUm conto às avessas de A Bela e a Fera Nota: 5 de 5 estrelas5/5Silêncio E Solidão Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO corvo e outros contos extraordinários Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos Para Rir e Assustar 2ª Volume: 2ª Volume Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPandora Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPsicopoesias Nota: 0 de 5 estrelas0 notasÀ aguia negra dos Dacotahs Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA menina do narizinho arrebitado Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA tristeza do Barão: Cavalheiros, #3 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos De Um Viajante Sem Destino Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Guardião Imortal Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCassiel Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO telefone toca, frio Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLenora Nota: 5 de 5 estrelas5/5Amor De Safira E Diamantes Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDesencontos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos Em Volta Do Fogo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Esquife Rubro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Mito Das Castas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSophia, Alexia e o mundo além daqui Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Colecionador De Pássaros Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Ficção Geral para você
Para todas as pessoas intensas Nota: 4 de 5 estrelas4/5A Arte da Guerra Nota: 4 de 5 estrelas4/5Pra Você Que Sente Demais Nota: 4 de 5 estrelas4/5Gramática Escolar Da Língua Portuguesa Nota: 5 de 5 estrelas5/5O amor não é óbvio Nota: 5 de 5 estrelas5/5Declínio de um homem Nota: 4 de 5 estrelas4/5Mata-me De Prazer Nota: 5 de 5 estrelas5/5Novos contos eróticos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPara todas as pessoas apaixonantes Nota: 5 de 5 estrelas5/5Prazeres Insanos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVós sois Deuses Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Sabedoria dos Estoicos: Escritos Selecionados de Sêneca Epiteto e Marco Aurélio Nota: 3 de 5 estrelas3/5Onde não existir reciprocidade, não se demore Nota: 4 de 5 estrelas4/5SOMBRA E OSSOS: VOLUME 1 DA TRILOGIA SOMBRA E OSSOS Nota: 4 de 5 estrelas4/5Poesias Nota: 4 de 5 estrelas4/5Invista como Warren Buffett: Regras de ouro para atingir suas metas financeiras Nota: 5 de 5 estrelas5/5Noites Brancas Nota: 4 de 5 estrelas4/5Palavras para desatar nós Nota: 4 de 5 estrelas4/5O Casamento do Céu e do Inferno Nota: 4 de 5 estrelas4/5Tudo que já nadei: Ressaca, quebra-mar e marolinhas Nota: 5 de 5 estrelas5/5A batalha do Apocalipse Nota: 5 de 5 estrelas5/5MEMÓRIAS DO SUBSOLO Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Morte de Ivan Ilitch Nota: 4 de 5 estrelas4/5O Morro dos Ventos Uivantes Nota: 4 de 5 estrelas4/5Coroa de Sombras: Ela não é a típica mocinha. Ele não é o típico vilão. Nota: 5 de 5 estrelas5/5
Categorias relacionadas
Avaliações de No inverno da alma
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
No inverno da alma - Helitânia dos Santos Pereira
VENTO
Contos, crônicas e versos hibernais
TOQUE DE RECOLHER
Se fez silêncio, e o menino chora lá dentro. Não há ouvidos que o escutem, nem olhos que o vejam. Na casa escura, bem fechada, nada dá indícios da presença de um pobre menino solitário, todo machucado, que, quando consegue recobrar alguma força, geme de temor.
Quem o libertará? quem saberá o que se passa em recinto fechado, distante de todos os demais recantos?
O silêncio de fora faz o menino contorcer de dor. Não há pés que o procurem nem mãos que o encontrem, tudo é deserto.
Não se sabe por quanto tempo, mas... enquanto se fizer silêncio, ficará o menino lá, solitário, a gritar de pavor.
ÔNUS
Ninguém sabia que ele acordara de sonhos intranquilos e saíra a ermo, desejando que o vento levasse consigo os resquícios da noite mal vivida.
Ninguém viu o seu desconsolo à mesa, diante do calendário,
nem sabe que ainda há culpa de quando a vida lhe doeu mais intensamente;
Ninguém sente as suas dores.
Todos apontam a sua falta de sorriso.
DOS PÁSSAROS QUE FALTAM
Saíra cedo para caçar passarinhos. Era essa sua atividade habitual. Tinha certa habilidade, de modo que contava já um número considerável de bonitos sabiás no seu pequenino pomar particular. Os sabiás eram seus pássaros prediletos. Por muito tempo dedicou-se somente à caça dessa espécie. Andava agora desejoso de um pássaro de penas azuis. Não era uma espécie rara, pois muitos o tinham pela redondeza, mas ele nunca conseguira aprisionar um pássaro azul.
Animou-se todo, naquela manhã de sol, quando um deles pousou no seu alçapão. Reuniu os amigos todos para mostrar-lhes a novidade. O coração do menino pulou de alegria com a possibilidade daquela caça inédita. Enquanto o pássaro estava ali, pousado, fazia ele mil conjecturas de como narraria a façanha para os seus afetos. Pensou em como seria completo, agora, com um pássaro azul junto aos seus sabiás. Os amigos todos juntaram-se na torcida por aquele feito inédito do dedicado cuidador de passarinhos. A perspectiva animou a todos, que, interiormente, já comemoravam a caçada do dia. O passarinho pulou daqui, pulou dali, perscrutou o espaço, deixou-se ficar um pouco mais em cima do alçapão. Coisas de passarinhos. Toda caçada começa assim.