Pegadas na Areia: Thunder - A Jornada de um Elefante, #2
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Sobre este e-book
Um pequeno elefante, uma enorme aventura...
A busca por aventura pode fazer com que Thunder encontre mais do que buscava. Ele não espera ficar sozinho novamente, mas as pegadas deixadas por sua mãe irão lhe guiar para a sua cura e para encontrar seu caminho. Em sua jornada, ele acaba fazendo alguns novos amigos: Razor, um leão rabugento; Dash, um geneta ágil; Archie, um lagarto tagarela e dois gorilas teimosos, Harold e Neville. Uma viagem de volta às cavernas reune Thunder a seus velhos amigos, e juntos eles irão salvar o dia e ajudarão Thunder a encontrar a paz.
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Pegadas na Areia - Erik Daniel Shein
Dedicatória
Aos meus falecidos avós, Hyman e Beverly Ann Brightman. Que deixaram suas pegadas na areia em sua caminhada para o céu.
Capítulo 1
Amigos Divertidos
Os raios de sol atravessavam a copa das árvores da floresta tropical. Abaixo, o chão estava repleto de sombras e luzes, quando uma caravana de musaranhos anões começou a atravessar o local. Os bebês seguiam sua mãe com seus bigodinhos remexendo pelo ar, enquanto que seus pezinhos moviam em silêncio sobre o chão. Quando eles passaram por um musaranho solitário, o roedor cinzento chiou para eles, fazendo-os se esconder em um arbusto por perto. Seu focinho peludo e comprido tentava sentir o cheiro deles, para ter certeza que eles não estavam mais invadindo seu espaço.
Era possível ouvir as rãs da floresta que coaxavam em busca de parceiros distantes. Os sons das rãs se somavam à alegre melodia dos pássaros logo acima. A floresta tropical estava repleta de vida, que se estendia por todo canto, do ar lá de cima, até o chão abaixo.
Thunder, um elefante-pigmeu africano, tinha orgulho de chamar a floresta tropical de sua casa. As orelhas enormes do Thunder batiam ao redor de seu rosto de bebê, comum de sua espécie. Suas presas brancas se destacavam de sua pele de cor enferrujada dos pelos que cobriam seu corpo inteiro. Sua longa cauda espantava alguns insetos que ficavam ao redor do seu corpo, quando ele olhou para cima, onde estava sua amiga sentada em um galho.
Ah-ha. Estou te vendo.
Disse Penelope, um papagaio africano cinzento. Sua barriga era coberta por penas de cor cinza claro que contrastava com as penas mais escuras das suas asas e costas. Ela balançava sua cauda de penas vermelhas, enquanto pulava animada de pé em pé.
Só um minuto, Penelope. Estou procurando comida.
Thunder levantou sua tromba até o galho e deu uma palmadinha gentil em sua cabeça, então voltou a usar sua presa esquerda para cavar o solo em busca de alguma raiz. Quando alguns insetos saíram do buraco, os musaranhos, que até então estavam escondidos nos arbustos, dispararam em direção do banquete. Thunder deu risada. Pelo menos alguém encontrou alguma comida.
Comida?
Penelope balançou sua cabeça para cima e para baixo.
Ainda não, Penelope. Você achou alguma coisa?
Thunder olhou para ela.
Ah-ha, achei. Comida, comida, comida.
Penelope saiu voando do galho e desapareceu de sua vista.
Thunder suspirou. Deve ser legal voar.
Ele olhou para baixo, para seus pés enormes, e suspirou, então levantou sua tromba e arrancou algumas folhas da árvore acima dele.
Um ramo de frutinhas caiu em seus pés e ele sentiu uma rajada de vento em seu rosto. Era Penelope que havia pousado em sua cabeça. Ding! Ding! Hora do lanche!
Ele deu uma risadinha. O café-da-manhã está servido. Obrigado, Penelope.
Thunder agarrou o ramo e puxou as frutinhas para dentro de sua boca. Onde estão os outros?
Esconde-esconde, lá vou eu,
piou Penelope.
Ah. Entendi. Bem, é melhor você ir encontrá-los.
Thunder verificou as folhas ao seu redor. Ele viu alguns tufos de penas e sabia que uma das garças estava escondida por perto. Ele caminhou até a árvore e puxou um dos galhos para baixo. O galho fez um estalo, e ouviu-se um rangido barulhento.
Ei! Eu estou me escondendo aqui!
Sydney pulou do galho e pousou no topo da tromba do Thunder. Não seja trapaceiro! Nem é você que está procurando!
Desculpe-me, Sydney. Eu não pude resistir.
Thunder sorriu e se aproximou. Você não deveria encontrar um lugar menos previsível?
Qual lugar? Atrás de uma árvore?
Sydney provocou.
Não é minha culpa se sou muito grande para se esconder atrás de uma árvore.
Thunder se lembrou de quando tentou se esconder atrás de uma árvore com Soma muitos anos atrás. Ele suspirou quando lembrou do rinoceronte mal-humorado que o ajudou a voltar para seu grupo. Soma havia sido uma feroz protetora que eles haviam perdido cedo demais.
Eu sinto falta dela também, Thunder.
Uma lágrima se formou no cantinho do olho de Sydney.
Pássaros grandes não choram... choram... choram...
Penelope virou sua cabeça de um lado para o outro e bateu suas asas antes de sair voando das costas do Thunder e aterrissou em um arbusto perto deles. Ouviu-se um grasno barulhento ao redor deles.
Ei, cuidado! Esse bico é afiado!
Persius correu pelo chão, sua coroa branca balançando no ar enquanto Penelope voou bruscamente sobre ele de novo. Está bem, já entendi. Você me achou. Nossa. Será que alguém poderia mandar parar o ataque de passarinho?
Penelope... não se esqueça do Cedric.
Thunder fez um gesto para uma pedra perto deles.
Sim, senhor, capitão.
Penelope subiu pelos ares e bateu suas asas algumas vezes antes de disparar para a pedra que havia logo abaixo.
Ai! Você realmente precisa bicar meu rabo?
Cedric voou para as costas do Thunder e esfregou suas costas. Que coisa! Eu acho que isso vai deixar uma cicatriz. Ninguém nunca lhe falou para parar de afiar esse bico?
Penelope voou até a árvore acima deles. 1... 2... 3... achei você.
Eu acho que quero brincar de de um jogo diferente,
reclamou Cedric, que ainda estava esfregando sua traseira.
Nós poderíamos ir para o olho d'água
, sugeriu Thunder.
E ficarmos encharcados? Não, obrigada,
resmungou Persius.
Bem, eu vou com você.
Sydney aprumou e afofou sua coroa branca.
Ai, nossa. Eu achava que Fil já tinha um pássaro.
Persius bateu o pé em repugnância. A ideia de sua irmã encontrar um parceiro claramente o deixava com nojo.
Não é minha culpa se você ainda não encontrou um parceiro ainda. E Fil não é o único pássaro ali. Uma garota precisa ter opções, sabe.
Sydney estava um pouco irritada quando ela o respondeu.
Ah, Persius, por que você mencionou aquele pássaro? Você sabe como ele faz ela agir,
disse Cedric.
Sydney fechou um olho e estreitou o outro em direção ao seu irmão. O que você quer dizer?
Como uma garota!
Cedric cuspiu no chão com nojo.
Ei, pare com a palavra que começa com G,
avisou Persius.
Eu posso ser uma garota, mas eu ainda posso derrubar você de costas.
Sydney foi para perto de Cedric e estava prestes a bater nele quando a tromba do Thunder puxou-a de volta.
Parem com isso.
Está bem.
Sydney foi até a cabeça dele e cruzou suas asas brancas.
Thunder virou-se em direção ao olho d'água, sabendo que os outros o iriam seguir. Isto era o que normalmente faziam. Desde que voltaram para a manada do Thunder, os cinco eram inseparáveis. Após alguns instantes, os outros três pássaros voaram para as costas do Thunder.
Então, quem acha que o flamingo estará lá dessa vez?
perguntou Cedric.
Eu não sei. Ouvi dizer que ele achou algumas coisas novas na praia. Ele provavelmente está redecorando sua lagoa novamente,
Thunder respondeu.
Ah, isso vai levar semanas. Você sabe como esse pássaro é exigente.
Persius tapou seus olhos com uma das mãos e suspirou.
Espero que ele tenha guardado um pouco daquela coisa fofinha. Eu preciso alinhar meu ninho.
Sydney batia em seu bico, pensativa. Ou talvez algumas conchas brilhantes. Eu sempre gostei de coisas com brilho.
Eu ficaria longe daquilo, Sydney. Aqueles macacos bonobos são atraídos por coisas brilhantes. Seu ninho não iria durar muito tempo,
avisou Persius.
Bonobos, bonobos, cuidado com seus narizes.
Penelope pulou de um pé para o outro.
Ah, eles não são assim tão maus. Na última vez que eu os vi, eles estavam em uma fila se escovando. São muito amigáveis. Eles afofaram minhas penas.
Cedric levantou suas asas para enfatizar.
Chegamos.
Thunder parou para que os pássaros pudessem encontrar seus lugares favoritos. Eles voaram, conforme o previsto, e ele sorriu. Nenhum deles gostava de se molhar, o que ele nunca conseguiu entender. Andar na água era uma das suas coisas favoritas.
O olho d'água não estava tão cheio como costumava ficar. Alguns dos elefantes estavam passando o dia em busca de comida. Talvez eles iriam ter mais sorte do que ele teve. O olho d'água estava cheio. Principalmente com elefantes adolescentes como ele. Thunder odiava o fato de estar preso entre a infância e a idade adulta. Embora soubesse como era estar sem sua manada, tendo perdido quase todos eles para a caça ilegal uns anos atrás, ele estava preparado para entrar na próxima fase de sua vida, a vida empolgante de solteiro, o que estava a apenas alguns anos de distância. O tempo parecia passar devagar. Não que ele reclamasse disso. Ao menos ele tinha uma vida segura com sua manada, agora que havia luta para proteger sua espécie. Mas seu coração ansiava por aventura. Talvez seus primeiros anos de vida criaram essa necessidade de algo a mais.
Thunder batia na água, com o pensamento distante, e se surpreendeu quando outro jato d'água veio em sua direção. Ei!
Thunder olhou para sua esquerda e descobriu que um dos outros machos havia jogado água nele. Ah, agora é para valer!