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Um Pediatra No Interior Do Brasil: 33 Anos De História
Um Pediatra No Interior Do Brasil: 33 Anos De História
Um Pediatra No Interior Do Brasil: 33 Anos De História
E-book137 páginas1 hora

Um Pediatra No Interior Do Brasil: 33 Anos De História

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Sobre este e-book

Após trabalhar 33 anos como médico pediatra em pequenas cidades do sul de Minas Gerais, Dr. João Fanuchi resolveu juntar suas observações e escrever algumas crônicas que mostrassem situações interessantes, engraçadas e até bizarras que marcaram esse período da sua vida. Aproveita também para publicar muitas dicas simples e práticas para auxiliar os pais a cuidarem de seus filhos. Ele escreve com uma linguagem simples, com palavras usuais, evitando termos médicos difíceis. Por tudo isso a leitura se torna muito prazerosa e interessante, rendendo boas risadas e bons conhecimentos sobre as crianças...
IdiomaPortuguês
Data de lançamento17 de fev. de 2014
Um Pediatra No Interior Do Brasil: 33 Anos De História

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    Pré-visualização do livro

    Um Pediatra No Interior Do Brasil - Dr. João Fanuchi

    Introdução

    Após trabalhar 33 anos, como médico pediatra em pequenas cidades do sul de Minas Gerais, resolvi juntar minhas observações e escrever algumas crônicas que mostrassem situações interessantes, engraçadas e até bizarras que marcaram esse período da minha vida. Aproveitei também para publicar muitas dicas simples e práticas para auxiliar os pais a cuidarem de seus filhos. Tentei usar uma linguagem simples, com palavras usuais, evitando termos médicos difíceis.

    Procurei me espelhar no meu mestre Dr. Antonio Márcio J. Lisboa grande pediatra e excelente escritor, Professor titular de Pediatria da Universidade de Brasília e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, que me incentivou a escrever e muito tem a ver com este livro que lhe dedico.

    Agradeço aos meus falecidos pais Newton e Odette pela formação moral, ética, educacional, carinho e amor com que me criaram. Ao querido Tio Newman, em quem me espelhei na Medicina que faz parte de várias histórias deste livro.

    Agradeço também aos meus filhos Ludmila e Igor, à Neuzilma, minha esposa, aos colegas médicos das Santas Casas de Cambuí, Camanducaia e PSI de Barueri, equipes de enfermagem, secretárias dos consultórios, secretários da administração 2001/2004 na Prefeitura de Cambuí. E principalmente aos meus pacientes e seus pais que são personagens da maioria dessas histórias. Os fatos relatados são reais porem os personagens, em sua maioria, fictícios.

    Capitulo 1: São Paulo: o início de tudo

    Aos 17 anos de idade cheguei a São Paulo para cursar o último ano do segundo grau, à noite, no Colégio Estadual Caetano de Campos para poder frequentar o cursinho pré-vestibular pela manhã. Esta seria minha primeira experiência em escola particular, pois, até então, somente havia estudado em escolas públicas. Nesse momento me preparava para o vestibular de Engenharia influenciado por um colega de turma e pelo meu professor de Física. Apesar de estar morando em pensões em Bragança Paulista há dois anos esta seria a minha primeira experiência em morar com outros três colegas em uma república. No meu primeiro dia na cidade, ainda assustado com o minúsculo apartamento kitnet em que iríamos morar na Avenida São João, esquina com a Duque de Caxias, região conhecida como boca do lixo, ouvi sirenes e gritos desesperados de moradores, olhamos pela janela e vimos o Edifício Andraus pegando fogo num grande incêndio onde morreram muitos cidadãos paulistanos...

    Tive vontade de voltar correndo para casa, mas a vontade de estudar e me formar foram maiores nesse dia...

    Demorei a me adaptar à correria da cidade, à violência do bairro, à péssima comida dos restaurantes e bares populares, ao transporte coletivo ruim com ônibus abarrotados de gente nos horários de ir para a Liberdade pela manhã e na volta para o centro à tarde. Mas a grande mudança na minha vida estava para acontecer. Em junho, assistindo uma aula de geometria descritiva e detestando a matéria, o professor disse que quem não gostasse daquela aula não deveria fazer engenharia. Resolvi falar com a psicóloga do Curso que após um teste rápido me aconselhou a fazer medicina. Ainda inseguro já que naquela época éramos obrigados a decidir entre Humanas, Biológicas e Exatas logo no primeiro ano do segundo grau e não havia estudado biologia e química orgânica nos dois anos anteriores, resolvi falar com meu tio Newman, médico há 20 anos em Cambuí, Minas Gerais, uma pequena cidade, mas com um bom Hospital para os anos 70. Ele achou uma ótima ideia, e me ofereceu para acompanhá-lo na sua rotina de trabalho nos 15 dias de férias em julho de 1972. Iniciei acompanhando a enfermagem, aprendendo noções de cuidados e assistindo às consultas, cirurgias e partos que o meu tio realizava. Após os 15 dias não tive mais dúvidas: seria médico e viria para o interior...

    Capitulo 2: Brasília: alegrias e tristezas

    Todas as dificuldades e a mudança de rumos no meio do ano pesaram e não consegui passar no vestibular de janeiro de 1973. Resolvi me matricular no cursinho pra medicina do Objetivo, na Avenida Paulista e me mudar para outra kitnet com mais um primo, mas com mais conforto e sossego. Conheci um colega que era de Brasília e me ofereceu sua casa para que prestasse vestibular em julho e me relatou maravilhas sobre a Universidade de Brasília, com bom Hospital e as facilidades de se viver na capital federal.

    Fui para lá para treinar, pois achei que não teria chances. Ao chegar meu amigo Ronaldo me recebeu e me levou para sua casa que era um Hospital. Seu pai era dono do Hospital Santa Luzia, um dos melhores de Brasília e eles moravam em uma suíte anexa. Ronaldo me alojou, com mais quatro colegas, em uma enfermaria muito confortável. Sua querida mãe nos preparou um cardápio especial. Também orientou para relaxarmos na véspera e providenciou uma van do Hospital para nos levar até a UnB.

    Vinte quatro horas após a última prova saiu o resultado que ouvimos no rádio e somente eu havia sido aprovado. Alegria misturada com tristeza e medo. Felicidade mas desconfiança se teria forças de enfrentar o desconhecido tão distante de casa... Há um mês havia perdido minha irmã Maria Odette de quatro anos de idade que era portadora de doença hepática congênita incurável e passei a ser filho único. Meus pais teriam outra perda de convívio com outro filho já que naquela época não havia rede de telecomunicações como hoje. Uma simples ligação telefônica pra minha casa levou 12 horas para comunicar minha aprovação no Vestibular.

    A família do Ronaldo autorizou que eu permanecesse no Hospital até que encontrasse uma república para morar. Fiquei por lá 40 dias e depois me mudei para um apartamento em cima de uma padaria, alias do forno, o que tornava Brasília ainda mais quente...

    Três anos depois chegando ao IML para uma aula de anatomia patológica fui chamado pelos colegas para ver o corpo de um jovem que havia falecido em acidente de motocicleta. Ao levantar o lençol não pude me conter, pois ali estava Ronaldo, o responsável pela minha ida pra Brasília, morto, gelado, com fisionomia de desespero... Chorei muito e fiquei um bom tempo sem ir ao IML...

    Capitulo 3: Medo de sangue

    Já estava no segundo ano da Faculdade, mas ainda tinha

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